Dicas para pensar em notas enquanto sola/improvisa.

Autor Mensagem
AceFrehley
Veterano
# abr/12


Olá povão!!
Estou com uma duvida aqui, eu sei achar as notas no braço, fazer os desenhos das escalas, arpejos tudo certinho, minha unica dificuldade é para pensar nas notas enquanto toco um solo ou um improviso.
Eu queria saber isso porque geralmente eu, quando improviso "brinco" com as escalas e arpejos, mas sem saber exatamente a nota que estou tocando, acontece que se pra mim pensar na nota que vou tocar eu teria que tocar muitíssimo devagar para meu cérebro poder acompanhar... tem algum jeito de "acelerar a cabeça"?
Eu queria melhorar isso para poder sair um pouco de improvisos em um tom só... por exemplo, quando tocar uma base simples, como C,D,G, ao invés de solar no tom Sol, usar notas da escala de dó para C, ré para D e e Sol para G, para deixar mais "diferente" o solo, e acho que saber exatamente na nota que irei cair irá me ajudar muito...
Não sei se consegui me expressar direito, mas é isso aí... valeu povo! :)

LeandroP
Moderador
# abr/12
· votar


AceFrehley

Eu não penso em notas. Penso nos acordes e nos intervalos.

AceFrehley
Veterano
# abr/12
· votar


LeandroP

hm... mas você sabe qual nota você vai cair quando tocar em qual casa não sabe?

buddy guy
Veterano
# abr/12 · Editado por: buddy guy
· votar


AceFrehley


LeandroP

AceFrehley

Eu não penso em notas. Penso nos acordes e nos intervalos.



Aproveita para "aporrinhar ele" ,com pedidos de idéia sobre teoria musical e etc. Que esse aí manja do assunto !!!

LeandroP
Moderador
# abr/12
· votar


hm... mas você sabe qual nota você vai cair quando tocar em qual casa não sabe?

Sei, mas o nome não importa, pelo menos nessas horas.

AceFrehley
Veterano
# abr/12
· votar


buddy guy

haha, valeu pela dica, aporrinharei xDDDDDD

LeandroP

Entendi, como você faz pra pensar em acordes e intervalos pra solar??

g.wilhelms
Veterano
# abr/12
· votar


Só de olhar pro braço eu consigo saber o nome de cada nota, em cada casa, mas na real isso nem faz muita diferença, o que faz como disse o LeandroP, é você saber os intervalos, porque dai sim, a informação da localização das notas vai ser útil. Exemplo: se na base ta rolando um B, e você quer tocar uma 4j para gerar uma tensão e depois ir para a terça, então você já sabe que irá tocar a nota E e em seguida a nota D#, mas quando eu faço isso eu penso muito mais no nome dos intervalos, do que no nome das notas. Abraço

lcsrs
Veterano
# abr/12
· votar


Vou acompanhar o tópico esse assunto me interessa e muito.

buddy guy
Veterano
# abr/12
· votar


AceFrehley
buddy guy

haha, valeu pela dica, aporrinharei xDDDDDD



Hehehe...............Ele quase não aparece por aqui.Mas quando aperece,ele ajuda bastante !!

AceFrehley
Veterano
# abr/12
· votar


g.wilhelms

Entendi... eu não sei se faço direito cara, mas geralmente quando quero fazer a tensão, eu procuro tocar uma nota que esta fora da escala pentatônica... em outras palavras, utilizo o 4º e o 7º grau da escala, isso seria pensar por intervalos?

AceFrehley
Veterano
# abr/12
· votar


buddy guy
:)

É legal ter alguem que goste de ajudar o povo necessitado xD

buddy guy
Veterano
# abr/12 · Editado por: buddy guy
· votar


AceFrehley

buddy guy
:)

É legal ter alguem que goste de ajudar o povo necessitado xD


Podes crê !! Aproveita para dar uma olhada nos tópicos do camarada Panucci.Tem uma porrada de artigos que ele passa sobre teoria musical(em arquivo).E se de tudo não estiveres satisfeito,manda MP,"aporrinhando ele"!! Numa destas rola até umas aulas por lá..hehehe....


EDIT

O Panucci,"despois eu cobro pelo merchan",valeu? Ashuashausha......

g.wilhelms
Veterano
# abr/12
· votar


em outras palavras, utilizo o 4º e o 7º grau da escala, isso seria pensar por intervalos?


De certa forma sim, mas no geral, solar pensando nos intervalos seria você ter em mente determinada sonoridade sobre determinado acorde, e saber qual ou quais intervalos dariam aquela sonoridade. Pessoalmente quando eu improviso, eu não fico o tempo todo pensando em intervalos, tudo depende da situação também, mas é questão de hábito. O melhor modo de entender isso, é treinar a disposição dos intervalos no braço. Se o pessoal curtir a ideia, eu posso criar um tópico e tentar colocar exercícios para ajudar nessa parte, dos intervalos. Tipo colocar o desenho de um acorde, perguntar o nome, ou colocar o nome e perguntar qual o desenho do acorde, tudo isso ajuda a entender os intervalos na prática, e dominá-los no braço. Abraço

nichendrix
Veterano
# abr/12 · Editado por: nichendrix
· votar


AceFrehley

Vamos lá.

Pense em acordes. Digo isso por dois motivos, um é que as notas vão sempre estar no tom da música e na escala a qual pertence o acorde. Dois isso te dá facilmente todas as dissonâncias.

Isso serve pra muita coisa, inclusive pra mudanças de tonalidade em músicas que tem mais de uma tonalidade, você pode pegar e mudar a tonalidade a partir de um acorde comum, também pode mudar facilmente de uma escala maior/menor pra um modo grego a partir daí.

Na boa eu não fico pensando se o que vou fazer agora é uma segunda ou uma quarta ou uma setima ou uma 11 ou uma 13. Se você sabe onde está cada uma das triades do acorde, você sabe quais são as notas antes e depois. Sabe que depois da terça maior é uma quarta justa, que antes de uma 5 é uma quinta diminuta, sabe que depois de uma quinta é uma sexta menor, que antes de uma terça menor é uma segunda ou nona e por aí vai.

Eu raramente penso qual a nota vou tocar, mas sei que intenções eu quero dar a partir da nota dos acordes. Assim eu sei se vou pra frente ou pra trás em relação as notas da tríade.

LeandroP
Moderador
# abr/12
· votar


AceFrehley

Veja os desenhos (CAGED) dos acordes fundamentais (maior, menor, aumentado, diminuto, meio-diminuto, dominante) e identifique os intervalos.

As notas da escala estão ao redor das notas do acorde. Bem ou mal, se você erra a escala, mas acerta as notas do acorde, o seu improviso pode soar, digamos, outside, mas não errado. As notas do acorde não podem entrar em choque com o acorde porque fazem parte dele. Eu diria que as demais notas servem como ligação. As notas boas sempre serão as do acorde do momento.

Por exemplo, improvisar sobre um simples G7.

As notas do G7 são: G, B, D e F

Por intervalos temos: Tônica, 3a maior, 5a justa e 7a menor.

Quais escalas possuem esses intervalos?
G, A, B, C, D, E, F
G, Ab, B, C, D, E, F
G, Ab, B, C, D, Eb, F
G, A, B, C, D, Eb, F
G, A, B, C#, D, E, F
G, A#, B, C, D, E, F

Note que todas as escalas acima possuem as notas/intervalos do acorde G7.

buddy guy
O Panucci,"despois eu cobro pelo merchan",valeu?

°.°

buddy guy
Veterano
# abr/12
· votar


LeandroP
buddy guy
O Panucci,"despois eu cobro pelo merchan",valeu?

°.°


O Panucci,comé que vc escode da gente aqui no club,coisas deste nipe?

http://forum.cifraclub.com.br/forum/3/284604/

LeandroP
Moderador
# abr/12
· votar


O nichendrix sintetizou o que eu penso, e o que eu acho que a maioria dos músicos pensam.

buddy guy

Não fui eu que postei essa música. Gravei, mas não faço ideia de como foi parar aí °.°

aldrovandi
Veterano
# abr/12
· votar


Tópico muito esclarecedor !

LeandroP, uma pergunta :

Seguindo seu raciocínio, portanto é fundamental ter "decorado" os intervalos das escalas ? E a partir das notas fundamentais dos acordes, "sugerir" no improviso qual intervalo utilizar , gerando automaticamente as "escalas" e o mais importante a sonoridade desejada ?

É mais ou menos por aí ? Ou seja, não importa desenhos ou nomes , mas sim essa relação de intervalos X acordes ?

Velho, nunca parei para pensar nisso ! E sempre achei estudar tríades uma merda !

Obrigado

LeandroP
Moderador
# abr/12 · Editado por: LeandroP
· votar


aldrovandi

Sim, é por aí mesmo. No começo o legal é decorar os intervalos. Pra isso é bom ter uma escala maior e outra menor como referência. Partindo delas você consegue reconhecer os seus intervalos característicos, que dentro de um contexto harmônico poder julgar se ela é apropriada ou não.

Se eu vou improvisar sobre um acorde dominante que prepara pra um acorde menor, por exemplo, eu procuro uma escala que tenha os intervalos comuns entre os dois acordes. Na hipótese de um improviso sobre "G7 - Cm", eu posso utilizar qualquer escala que postei antes (no outro post) sobre o G7, porém a escala do G7 que tem a 6a menor (ou 13a menor) - (G, A, B, C, D, Eb, F) deve combinar melhor, porque a 6a menor do G7 é a mesma nota da 3a menor do Cm. Fica mais coerente, por assim dizer. Se você tocar a escala de G7 que tem a nota Mi (6a maior) não vai ficar legal porque o Mi é a terça maior de Dó, e o que temos é um Cm sendo preparado, sacou?!

Velho, nunca parei para pensar nisso ! E sempre achei estudar tríades uma merda !

Eu também, até então... Acho que você encontrou um bom motivo. Vai por mim, fará muita diferença na sua forma de enxergar uma harmonia e de improvisar. Tudo é importante, até a coisa mais besta aparentemente.

nichendrix
Veterano
# abr/12
· votar


aldrovandi
É mais ou menos por aí ? Ou seja, não importa desenhos ou nomes , mas sim essa relação de intervalos X acordes ?

Em resumo é isso.

Esse é o problema da maioria dos guitarristas que fazem "blublu", não tem como deixar a coisa muito mecânica pra tocar o tempo todo na velocidade da luz se tu não pensa em patterns. Pega grandes guitarristas de jazz e os grandes violonistas de bossa nova e MPB, tu vai ver que até tem os que tocam rápido, mas não existe muita repetição no que eles fazem.

Eu raramente me preocupo demais com improviso, eu procuro saber o tom da música, saber quais os acordes dela, pra saber que tríades e tétrades tem ali, daí o resto sai na brincadeira. Porque qualquer intervalo possível estará no máximo a 3 semi-tons (casas) de uma nota do acorde.

LeandroP
Moderador
# abr/12
· votar


Ou seja, não importa desenhos ou nomes , mas sim essa relação de intervalos X acordes ?

Exatamente!

Cada intervalo provoca uma sensação diferente sobre um acorde, mesmo que este intervalo faça parte dele. Tensão, relaxamento, resolução. É isso o que ouvimos de verdade.

LeandroP
Moderador
# abr/12 · Editado por: LeandroP
· votar


nichendrix

Li uma vez sobre a regra dos 50%.

Você tem 50% de chance de estar certo ou errado. Na guitarra isso pode ser apenas uma casa de diferença.

nichendrix
Veterano
# abr/12
· votar


LeandroP
Li uma vez sobre a regra dos 50%.

Você tem 50% de chance de estar certo ou errado. Na guitarra isso pode ser apenas uma casa de diferença.


Isso, na verdade se tu pensar que só existem 12 intervalos, são raras as vezes que tu vai meter uma nota fora e a nota seguinte ou a anterior não vão estar na tonalidade da música. Se usar triades e tetrades fica mais fácil ainda achar.

LeandroP
Moderador
# abr/12
· votar


nichendrix

É verdade. E nada que um bom bend ou um slide não possam resolver heuahea.

nichendrix
Veterano
# abr/12
· votar


LeandroP
É verdade. E nada que um bom bend ou um slide não possam resolver heuahea.

Vez por outra vendo videos de grandes guitarristas, dá pra ver esses bends e slides salvadores... hehehehehe

aldrovandi
Veterano
# abr/12
· votar


Demais Leandro e Nich.......

Pensando assim até fica mais 'fácil".....e também coerente.....

Abçs e deixa eu começar a estudar as tríades e tétrades de verdade ! kkk

LeandroP
Moderador
# abr/12
· votar


nichendrix

Pô, eu ouço buddy guy e percebo que ele faz isso com muito feeling e maestria. É muito legal quando você percebe que o cara criou uma "armadilha" e sai dela sem nenhum arranhão. É de entortar a espinha.

lcsrs
Veterano
# abr/12
· votar


Por exemplo, ta rolando um C eu sei que as notas que compõem essa triade são C E G eu posso então por exemplo me guiar pelo campo harmônico de C sabendo quais notas o compoem e sempre repousar na nota de tal acorde certo?
Mas sabendo somente as notas no braço da guita sem se guiar pelos intervalos sabendo sempre onde repousar somente se guiando por tal nota no braço, não seria até mais fácil do que se guiar pelos intervalos? Pois do mesmo jeito o cara sempre saberia o que está tocando, pois todas as demais notas também fariam parte do campo harmonico e as notas que seriam repousadas seriam apenas as do acorde.
Ou isso seria meio que reinventar a roda? hehe

LeandroP
Moderador
# abr/12 · Editado por: LeandroP
· votar


lcsrs
Mas sabendo somente as notas no braço da guita sem se guiar pelos intervalos sabendo sempre onde repousar somente se guiando por tal nota no braço, não seria até mais fácil do que se guiar pelos intervalos?

Se você quer tocar somente em Dó, sim.

Na verdade você acaba sabendo as notas, mas não são elas que importam.

Quando você ouve uma música qualquer, você não está reconhecendo as notas, mas os intervalos. As sensações que os intervalos provocam. Isso é o que o ouvido percebe. Um som alegre de uma terça maior, o som triste de uma terça menor, a tensão formada por um trítono ou uma segunda menor. É isso que o seu ouvido escuta, e não Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si.

Tanto é, que se você não souber, e ouvir uma música com uma guitarra afinada meio tom abaixo (o que é muito comum por sinal), você só vai sacar este lance de afinação quando pegar uma guitarra com afinação padrão.

"Pô, o cara tá tocando o acorde G na 3a casa com corda solta, eu tô ouvindo isso e o acorde na verdade é um Gb"...

Não é?!

nichendrix
Veterano
# abr/12
· votar


LeandroP
Pô, eu ouço buddy guy e percebo que ele faz isso com muito feeling e maestria. É muito legal quando você percebe que o cara criou uma "armadilha" e sai dela sem nenhum arranhão. É de entortar a espinha.

Nem me fale, mês que vem vou ver pessoalmente... hehehehehhehe

lcsrs
Mas sabendo somente as notas no braço da guita sem se guiar pelos intervalos sabendo sempre onde repousar somente se guiando por tal nota no braço, não seria até mais fácil do que se guiar pelos intervalos? Pois do mesmo jeito o cara sempre saberia o que está tocando, pois todas as demais notas também fariam parte do campo harmonico e as notas que seriam repousadas seriam apenas as do acorde.
Ou isso seria meio que reinventar a roda? hehe


Cara, o lance é o seguinte, pelas notas do acorde, braço, tu tem que processar muita informação, tem que saber o acorde, saber as notas dele, e saber quais as outras notas e qual o intervalo dela em relação as notas do acorde.

Por intervalos tu só precisa saber os shapes das triades e tetrades ao longo do braço, ou seja saber o desenho dos acordes e saber onde está cada intervalo em relação aos teus dedos, isso se repete pra todas as triades e todas as tetrades com aquele desenho.

Nunca que processas 4 ou 5 informações vai ser mais rápido e fácil que processar 2.

Enviar sua resposta para este assunto
        Tablatura   
Responder tópico na versão original
 

Tópicos relacionados a Dicas para pensar em notas enquanto sola/improvisa.