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Iversonfr Veterano |
# mai/15 · Editado por: Iversonfr
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marcelosz
Tudo começa sabendo como um captador funciona. Captador não é um microfone, não adianta gritar nele que não vai sair sua voz e da mesma maneira ele não "escuta" nenhuma diferença de frequências ressonantes entre diferentes madeiras, ele é afetado apenas pela vibração mecânica da corda. Ele não quer nem saber qual a madeira que ali está, é completamente indiferente. A diferença vale apenas enquanto a guitarra está desplugada ou se é um violão.
Esse video que você postou é completamente falho e pra lá de surrado pela internet a fora. São duas pessoas completamente distintas tocando duas guitarras distintas, simplesmente não tem comparar. Apesar deles teoricamente combinarem de tocar no mesmo lugar (o que provavelmente não foi preciso), cada um tem uma pegada diferente, força diferente etc. Além disso outro fator que pesa demais é a eletrônica. Por serem duas guitas diferentes, os componentes eletrônicos como pots e etc variam, as vezes muito. Essa variação que inclusive tem uma tolerância na produção dos componentes já poderiam apresentar uma diferença, sem contar os amplificadores. Esse vídeo é uma piada no quesito comparação séria.
Tentam nos convencer disso apenas para vender produtos caros e sem sentido. Vendem madeiras a custos absurdos quando na verdade um pedaço de madeira custa muito pouco. Inclusive usam as madeiras que usam simplesmente porque são as mais baratas, boa trabalhabilidade e mais possíveis de serem encontradas em larga escala atualmente para produção, e vendem como santo graal. Basswood, Maple, Alder, Ash, tudo madeira extremamente barata. Não tem mágica, corpo tem que aguentar estruturalmente sem quebrar e pronto. Faça uma comparação séria mantendo todos os componentes e mudando apenas o corpo (por outro idêntico com mesmo posicionamento dos captadores) e verá que não dá diferença nenhuma. A variação mínima que você verá é provavelmente você palhetando em outro lugar, força, etc. Fiz isso com 2 teles quando desmontei uma pra mandar pra pintura e é a mesma coisa.
Coisas que variam absurdamente ao comparar uma Gibson com uma Fender, além da diferença óbvia dos captadores (humb x single), algo que altera em muito é o comprimento da escala e o posicionamento dos captadores em relação ao comprimento nut x ponte. Madeira se influenciasse seria o último item da lista a ser percebido. Quero um dia ter tempo pra fazer novamente o teste e postar como teste cego aqui, seria muito divertido.
Já que você gosta de videos e pelo jeito entende inglês, aqui vai alguns interessantes sobre o assunto feitos de maneira melhor, com mais critério e com ciência. Tem vários videos dele, recomendo dar uma fuçada no canal para ver os outros.
Edit: Gostaria de dizer que nem sempre fui cético. Tanto que você viu que tenho uma guita de mogno maciço e é pesada pra caramba pois eu estava atrás de uma "madeira com bom som". O que aconteceu é que nunca conseguiram me mostrar realmente que a madeira faz diferença, sempre tem algo a mais que altera mais o som. Captadores diferentes, eletronica diferente, corda diferente. Adoraria que alguém com critério realmente me mostrasse e fizesse crer novamente que madeira influencia no som, pois quando descobri o contrário foi uma grande decepção. Porém até hoje só vi achismos, testes tendenciosos, falhos e pessoas que dizem que afeta e que é para eu acreditar nelas pois elas "tem experiência".
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kiki Moderador |
# mai/15
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Iversonfr Tudo começa sabendo como um captador funciona. Captador não é um microfone, não adianta gritar nele que não vai sair sua voz e da mesma maneira ele não "escuta" nenhuma diferença de frequências ressonantes entre diferentes madeiras, ele é afetado apenas pela vibração mecânica da corda. Ele não quer nem saber qual a madeira que ali está, é completamente indiferente. A diferença vale apenas enquanto a guitarra está desplugada ou se é um violão.
opa, calma lá cara! pelo visto você já se dedicou ao assunto, isso é muito bom!
o cap de fato pega o que vibra na corda. mas a madeira muda como a corda vibra. é um sistema mecanico onde a corda está ancorada na madeira, e ela muda sim a vibração da corda.
um exemplo exagerado: imagine uma guitarra de aço e outra de isopor (fingindo que o isopor aguentaria a tensão). a guitarra de aço vai ser tão dura que vai "segurar" a corda, exceto nas frequencias em que ela ressoar junto. isso significa que ela vai soar aguda, estridente. no caso do isopor, a maciez irá deixar os graves vibrarem, mas irá absorver (amortecer) os agudos. exagerando, é o exemplo do video da fender com o corpo de alder e de ash.
um jeito de verificar isso é tocando a guitarra desplugada. o som "natural" dela é o que soa assim. (eu gosto de tocar desplugado de noite ou de madrugada, acho um som lindo).
mas aí eu volto pro que eu falei antes, que no fim é mais ou menos o que voce quer dizer: essa diferença quase não se ouve. e quanto mais processado, menos se ouve mesmo.
eu acho realmente que o povo se preocupa demais com o tipo de madeira, com o íma do captador, com a válvula do ampli, e se esquece de pensar em música. eu fico com a opinião do brian may. http://forum.cifraclub.com.br/forum/3/183604/
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vintagentleman Veterano |
# mai/15
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Mas de novo esse papo?
Sim, madeira é determinante. Se você tem uma guitarra de madeira vagabunda ou daquelas tipo wafer, com camadas coladas, não compensa gastar. Com nada. Brinque com ela, aprenda, cresça e queime, jogue fora, ponha no olho da terceira visão.
Se a madeira for sólida, tipo basswood, ash, mogno, maple freijó, cedro etc, vale o upgrade de captadores.
Só note que não é qualquer madeira que vai bem com qualquer captador.
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marcelosz Membro Novato |
# mai/15
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Iversonfr Eu não conhecia estes vídeos... Entendo a matemática e física que o cara explicou, mas penso mais ou menos na linha que o kiki respondeu: o material que "segura" a corda vai ajudar a definir a "forma" como ela vibra. Assim como a ponte define, o jeito que ela é fixada, o material dela... Pode parecer também "clichê" o que estou falando, mas como bem sabemos: música não é ciência!!! Tem muito mais coisa envolvida. É igual tentar "definir" timbre com formulas matemáticas... Não tem como!
Além disso, vamos simplesmente passar por cima das décadas de experiências de empresas e luthiers do ramo??? Como eu disse noutro tópico: se fosse tudo uma questão mercadológica as guitarras seriam de plástico!!! Bastaria a Fender e a Gibson virar e falar: guitarristas, agora o segredo do timbre é esse corpo de última geração de plástico, esqueçam ash, mahogany ou basswood. Venderiam caro do mesmo jeito, mas com custo de produção mais baixo que nunca. Muito mais barato e fácil de moldar, não precisa de tupia nem CNC, bota na forma e já era!!!! Afinal de contas, captador não é microfone!!! :-)
Talvez a gente esteja se esquecendo que existe a questão "pessoal" envolvida também. Acredito que cada "ouvido" é de um jeito.. sei lá... algo assim. O mesmo se aplica pro mundo dos pedais / amps / VSTs? Cada um "ouve" de uma forma, uns acham que esse é melhor que aquele e tals...
Independente disso tudo concordo no seguinte: "the tone is on your hands"! :-)
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Mauricio Luiz Bertola Veterano
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# mai/15
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kiki vintagentleman Nem sequer entro mais nessas discussões com as pessoas que pensam que a madeira não influencia nada.... Abç
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Ismah Veterano |
# mai/15
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Entendo o que quer dizer, mas num mundo de sinais processados, simulações e tudo mais, a madeira é irrelevante.
O projeto inicial, era, ao menos isolar as cordas do corpo e não ter microfonia. Se for pensar, usaria um instrumento de carvalho, pau-ferro, guaicum etc...
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Iversonfr Veterano |
# mai/15 · Editado por: Iversonfr
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marcelosz
kkkkk falei que esse assunto não pode discutir por aqui pois é considerado blasfêmia para muitos e o pessoal até perde a compostura as vezes rs. Isso é igual PT/PSDB, São Paulo/Corinthians etc rs.
O que segura as cordas são a ponte e o nut. Se for uma ponte floyd flutuante ainda, ela nem encosta na madeira do corpo. Se a madeira fosse determinante, a madeira do braço seria mais importante que a do corpo pelo contato com o nut. Bom, esse assunto como viu não tem como continuar por aqui. Se quiser acompanhe esse canal que lhe mostrei e veja todos os vídeos, é bem interessante de assistir. Abs!
kiki
Bacana que você também se dedicou no assunto! Eu também toco bastante desplugado a noite para estudo e a diferença é considerável sim. Pensava assim também e como disse inclusive tenho uma guita de mogno brasileiro maciça que pesa horrores da época que me importava com isso. Porém esse seu raciocínio da madeira absorver tem alguns probleminhas conceituais, mas melhor não tocar no assunto senão acho que tomo até advertência aqui rs. Sempre acompanhei essas discussões e nunca entrei nelas direito, essa foi a primeira vez mas pelo jeito não devia ter entrado rs. Vamos voltar a falar de pedais, amplificadores e círculo de quintas que é mais receptivo e produtivo. Abs!
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marcelosz Membro Novato |
# mai/15
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Iversonfr Valeu, bro! É isso aí, vamos falar de outras coisas! :-)
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kiki Moderador |
# mai/15
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Iversonfr Porém esse seu raciocínio da madeira absorver tem alguns probleminhas conceituais, mas melhor não tocar no assunto senão acho que tomo até advertência aqui rs. conta mais.
se voce falar com argumentos concretos e sem infringir nenhuma das regras não tem motivo pra levar suspensão.
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Ismah Veterano |
# mai/15
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Iversonfr Se quiser acompanhe esse canal que lhe mostrei e veja todos os vídeos, é bem interessante de assistir. Abs!
Não vi... cadê o link?!
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chico da guitarra Membro Novato |
# mai/15
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captores são 90% do som da sua guitarra mais a vezes aqueles 10% fazem toda a diferença no timbre . https://www.youtube.com/channel/UCldlkC0aqM2KpPAHk0jSMFA?view_as=subsc riber
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rcorts Veterano |
# mai/15
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E lá vamos nós.....
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Michel Top Veterano |
# mai/15
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Mauricio Luiz Bertola Nem sequer entro mais nessas discussões com as pessoas que pensam que a madeira não influencia nada.... Abç
Pois é.... mas cada um com seu conceito, não é? Recentemente peguei uma strato de luthier (não citarei marcas aqui) que tinha corpo em Cedro, e resolvi enviá-la para o pessoal fazer um novo corpo em Mogno. Maurício, eu deveria ter gravado um "antes e depois" para postar aqui. A diferença foi enorme! :)
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vintagentleman Veterano |
# mai/15
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Michel Top
Engraçado. TEORICAMENTE, considerando densidades, não deveria dar tanta diferença.
Nesse caso, você deve ter feito um corpo maciço de mogno, enquanto o de cedro era, digamos, econômico. Com peças coladas, alívio de peso etc.
Acho que essa diferença gritante vem daí. Cedro é uma excelente tone wood.
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Michel Top Veterano |
# mai/15 · Editado por: Michel Top
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vintagentleman Ambos corpos são maciços e sem emendas (1 peça apenas). As vezes, na prática, a teoria toda vai por água abaixo, não é? :)
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Ismah Veterano |
# mai/15
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Michel Top
Entendi que o Bertola concorda contigo rsrs
E eu também concordo, mas com tanto processamento isso é quase irrelevante. Principalmente quando a guitarra não é maciça.
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vintagentleman Veterano |
# mai/15 · Editado por: vintagentleman
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Galera e Michel Top
Verdade, nem sempre a teoria corresponde à prática. O físico do vídeo que o Iversonfr postou explicou matematicamente a questão, defendendo que a madeira ou qualquer material do corpo, não influencia no timbre e sim espessura e composição da corda, material do nut, da ponte, captação etc. Matematicamente está perfeito, aparentemente. Porém... Vocês se lembram da guitarra de bronze, que pesava um monte e tinha um som horroroso? Tinha um vídeo ou um tópico dela. Pois é... Na teoria deveria funcionar como qualquer outra, de madeira, acrílico etc. Mas na prática, não é o que vemos, né?
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LeandroP Moderador |
# mai/15
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Se o captador não capta a vibração da madeira, a ressonância, como explicar isso:
http://forum.cifraclub.com.br/forum/3/260274/
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killeryoda Membro |
# mai/15
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o pessoal nesses diálogos acaba se equivocando... guitarras, amplificadores, peça assim como tudo na vida são como metais... Não importa se os ligantes são oxidados ou o que quer que seja, o importante é que de uma boa liga no final... Ou seja, a madeira da guitarra tem que casar com as outras peças, que tem que casar com um bom amplificador que tem que casar com os gostos do guitarrista e por ai vai... é uma serie de fatores que influenciam no som final, a madeira é só um deles, e como o "grande" jilney parson (acho que é esse o nome) já dizia: "se o cara é magro com os cabelo cacheado e comeu dois hamburg, então o som dele vai ser diferente do outro que comeu uma feijoada"
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jaboticaba Membro Novato |
# mai/15 · Editado por: jaboticaba
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Cara é o seguinte, uma coisa que existe é: se um corpo recebe uma pressão com uma certa frequencia, esse corpo pode vibrar com essa frequencia, e claro, pode pra algumas frequencias ele vibra mais e outras ele vibra menos, exemplo: ****************** quando vc tá com a guitarra e o amplificador bem alto, dá uma nota, vamos supor um ré sustenido na oitava casa da terceira corda, e vai pra frente dele e coloca a guitarra na frente do falante e o que o acontece: o som do falante induz a vibração desse ré sustenido na sua guitarra, que por sua vez manda esse som pro falante e tem a criação desse feedback, porque suas cordas podem vibrar com essa frequencia, quando vc tira o dedo da casa, a guitarra já não pode mais vibrar com essa frequencia (pode ser que a notas dos harmonicos também vibrem e tudo mais, mas essa não é a questão), outro exemplo não relacionado a música foi um acontecimento em que uma ponte caiu porque soldados estavam marchando com os pés batendo numa frequencia de ressonancia da ponte, coisa que poderia não acontecer se eles tivessem marchando em outra frequencia. ***************** Enfim, todos os corpos reagem diferentemente a vibrações com diferentes frequencias, por exemplo, o ouvido humano se exposto a um som com somente uma frequencia fundamental com o mesmo volume tem a tendencia de ouvir um som de 2kHz com muito mais volume do que frequencias mais baixas e nem conseguem mais ouvir frequencias acima de 20Khz, e assim também ocorre com a madeira, quando vc dá uma nota, a madeira também vai vibrar de acordo com as frequencias da pressão do ar ocasionados pelo movimento da corda e vai gerar um feedback para a própria corda de acordo com sua resposta em frequencia gerando um feedback para a corda e o som dessa interação é captado pelo captador que também tem sua resposta em frequencia para transformar a pressão do ar em corrente elétrica. Sim, e isso é previsto pela matemática.
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Ismah Veterano |
# mai/15
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LeandroP Se o captador não capta a vibração da madeira, a ressonância, como explicar isso
A voz se deve pela simpatia de frequências, e ela fica horrível porque vc não capta o espectro todo, apenas algumas frequências e um pouco de harmônicos... Ao menos não conheço quem cante com potência suficiente pra ressonar madeira.
O que o jaboticaba diz tem fundamento. A história da ponte tem grande chance de ser fictícia, mas é plausível.
Volto à dizer... A madeira influencia, sim, mas é algo que beira o insignificante. Junto com coisas como material da ponte, do nut, traste etc... Agora tira o captador de uma guitarra da sua posição 1cm pro lado...
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rcorts Veterano |
# mai/15
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Ai ai.... eu fico me esquivando de entrar novamente neste tipo de discussão, mas chega um momento que o impulso é maior. Correndo o risco de ser apedrejado (pelos dois lados), vamos lá.
Primeiro que essa discussão tem alguns problemas conceituais bem complexos, por isso, sim, por um lado a madeira tem grande influência no timbre final de uma guitarra, mas não, não é na mesma proporção de instrumentos acústicos.
A primeira questão é: trata-se de um instrumento elétrico. Diferentemente de instrumentos acústicos, nos quais a ressonância das madeiras devolve a onda sonora diretamente para o ar (ou seja, escutamos o som produzido acusticamente), em instrumentos elétricos o som é produzido através de captação das vibrações das cordas (que são influenciadas e influenciam o conjunto) porém transduzido em ondas elétricas sujeitas a todo tipo de equipamento ou nó que estiver presente na cadeia. Na situação mais simples possível: guitarra/captadores > cabo > ampli > falante, o som acústico em si já foi extremamente alterado. Se acrescentar cadeias de pedais e mais cabos, diferentes potenciômetros, capacitores, e etc... aí que o som acústico se altera completamente.
Outro problema é que o timbre pode ser fundamentalmente modificado pelas próprias ferragens (um nut de osso e um roller nut por exemplo, afetam de formas bem diferente o timbre) pelo tipo de ponte, tamanho da escala, posição dos captadores, calibre das cordas, valores de potenciômetros, etc.. No entanto, isto não implica necessariamente que a madeira não influencia nada no timbre, porque todas estas variáveis influenciem no timbre. Não tem lógica nisto. Todavia... em meio a tantas variáveis, novamente pode se chegar na conclusão de que se em um instrumento acústico as madeiras influenciam em 90% do timbre, talvez em um instrumento elétrico essa influência gire em algo em torno de 30 a 40% (só um chute sem embasamento).
Mas o maior problema conceitual que percebo é o seguinte: normalmente nestas discussões, pelo menos como percebo, costuma-se estabelecer distinções entre diferentes madeiras, enquanto na verdade uma distinção mais lógica devesse ser entre a qualidade das madeiras. Isso sim, no meu ponto de vista, pode ser interpretado como fator determinante no timbre final.
Não faz o mínimo sentido ficar discutindo a diferença entre mogno, maple e basswood, quando existem guitarras ruins e boas feitas com todas estas madeiras (dentre tantas outras). Existem guitarras excelentes com corpo de basswood e braço de maple, assim como guitarras com corpo e braço de mogno ou madeiras similares.
Penso que influencia muito mais no timbre o tipo de corte da madeira, por exemplo. Já vi stratos baratas com braço de maple, com um som (mesmo acústico) chocho e sem ressonância, enquanto outras tem um som vivo, brilhante. Me lembro de ter visto um video da Fender Custom Shop no qual o luthier fala que o importante é equilibrar as madeiras. Por exemplo, um braço de maple feito a partir de um blank em quartersawn tende a soar bem mais agudo e brilhante do que outro feito em rift-sawn. E que um corte flat-sawn pode soar mais aveludado, mas que precisa de um reforço pois sua estabilidade é menor que a dos dois cortes anteriores.
Enfim, são inúmeros problemas conceituais nesta discussão. Mas o maior de todos são as generalizações. Nem todo mogno é bom para uma Les Paul. às vezes uma Les Paul com corpo de basswood pode ter ótimo timbre, enquanto outra com corpo de mogno pode ser uma bosta. Vai depender da qualidade das peças desse basswood e desse mogno.
Por outro lado, afirmar que a madeira (principalmente a do corpo) não tem influência nenhuma no timbre, é praticamente jogar no lixo a experiência prática de luthiers com décadas de profissão e experimentações.
Chega, falei demais.
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Ismah Veterano |
# mai/15
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rcorts +1 Disse o que eu queria.
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danielrmatos Veterano |
# mai/15 · Editado por: danielrmatos
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Acho que o rcorts falou quase tudo. kkkkk. Claro que é simples pensar que o som vem só da vibração das cordas captadas pelo captador - é fácil pensar que não há nenhuma influência da madeira, a princípio eu pensava assim. Faça o seguinte teste: toque a guitarra e coloque a mão na ponta do headstock e você sentirá a vibração das cordas com bastante força. A maneira que a corda vibra é que é captada, e onde ela está fixada influencia nisto, agora de que forma e como cada parte influencia é outra história. Tive um acidente ano passado e fiquei 2 meses em casa, daí aproveitei e li bastante sobre isso. É realmente algo não 100% claro. Eu me convenci que basswood não é uma boa madeira pra strato (nessa época eu tinha uma squier de basswood que quando fui comprar comparei com uma fender mexicana na loja e lembro que gostei muito mais do som da fender, mesmo eu sendo muito leigo naquele tempo, só que eu não tinha grana e fiquei com a squier). Testei várias stratos de basswood e nenhuma soava com o que eu me lembrava do som de uma fender. Mas um belo dia eu achei um vídeo de uma strato de baswood que soava perfeitamente como uma fender clássica, fiquei de cara. Será que o som não vem realmente das madeiras? Comprei algumas guitarras do ano passado pra cá, uma cort de alder que eu tentei de todo jeito fazê-la soar tão legal quanto uma igual que eu vi em um vídeo (troquei captadores, sadles), nada de obter nem perto do mesmo resultado, acabei vendendo. Comprei uma tagima T635 nova, ela não tinha o som exatamente como eu queria, mas pensei que com a substituição dos captadores ficaria como eu esperava, mas só consegui o resultado que eu esperava depois de mexer bastante nela, inclusive eu acho que o som ficou legal depois que eu coloquei um calço de papel pra aumentar a angulação do braço, até hoje não sei se foi exatamente isso, mas eu achei um cara que falou a mesma coisa de uma guitarra igual. O fato é que essa é a strato que eu mais gosto hoje, tenho atualmente 3: essa de marupá, outra SX de Ash que é linda, mas não soa tão bem quanto eu gostaria e uma que eu comprei o corpo de Alder de uma fender KWS, com todas as ferragens fender (com big block), comprei um braço de marfim de uma tagima antiga (de uma peça só, braço e escala), coloquei trastes inox, captadores Malagoli Custom D.G., enfim, era pra ficar animal, mas o som dela ficou muito ardido, não gostei muito, gastei quase 3.000 e não ficou como eu queria, ainda penso o que fazer com ela - acho que vou tentar com um braço diferente, com escala de rosewood (que aparentemente soa menos 'ardido'). Enfim, não há uma regra clara: guitarra com corpo de madeira X, com braço de madeira Y e escala de madeira Z vai soar como guitarra tal. Creio que a construção influencie bastante nisso também, talvez o tipo do corte, ou o que o cara da fender fala ali no vídeo, que ele 'casa' os braços com o corpo. Se não fosse só as madeiras, bastava por captadores de fender em uma strinberg que ela soaria como fender. Abraços a todos. :)
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rcorts Veterano |
# mai/15
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danielrmatos Enfim, não há uma regra clara: guitarra com corpo de madeira X, com braço de madeira Y e escala de madeira Z vai soar como guitarra tal. Creio que a construção influencie bastante nisso também, talvez o tipo do corte, ou o que o cara da fender fala ali no vídeo, que ele 'casa' os braços com o corpo. Se não fosse só as madeiras, bastava por captadores de fender em uma strinberg que ela soaria como fender.
Exatamente como eu penso. O X da questão está nesse trecho do seu texto. Acho que não tem como fazer nenhuma assertiva certeira de que corpo de madeira X com braço de madeira Y irão soar de uma determinada maneira, pois não é apenas o tipo de madeira que importa. No entanto, como você mesmo citou, algumas guitarras a custo nenhum parecem "liberar" o timbre esperado (mesmo sendo feitas com madeiras tradicionais).
Enfim, hoje penso que a madeira influencia sim no timbre (ressonância, ataque, etc...), mas atribuo muito mais ao tipo de corte, tempo de secagem, tratamento adequado da peça (e habilidade do luthier em saber equilibrar as peças), do que propriamente à madeira X ou Y. E ainda tem aquela boa e velha consideração de que uma guitarra com excelente madeiras mas com péssimas ferragens, captação e parte elétrica pode também não timbrar nada agradável.
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Ismah Veterano |
# mai/15
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Iversonfr
R.I.P. my friend - vi só agora o post lá em cima =0
Se não fosse só as madeiras, bastava por captadores de fender em uma strinberg que ela soaria como fender. [2]
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vintagentleman Veterano |
# mai/15
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danielrmatos
Cara, é público e notório que tudo influencia.
A madeira usada, como ela é cortada e secada, a quantidade de peças do corpo, se há ocos, se o braço é colado, o material do nut, a qualidade das ferragens, quanto ao timbre especialmente a ponte, a qualidade geral da parte elétrica, os captadores etc.
Há sim fórmulas consagradas do que vai bem com o quê. Os bons fabricantes dominam essas técnicas, resultando em produtos consagrados.
O curioso de tudo isso, é que a luthieria é um pouco como o futebol, no sentido de haver alguma imprevisibilidade.
Às vezes você monta conjunto com componentes de primeira que não "jogam bem" juntos. Não é uma ciência exata.
Outra coisa: eu era daqueles que metiam o pau no basswood. Hoje curto a madeira para superestratos. Faz-se guitarras versáteis com ela.
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Luke Strat Veterano |
# mai/15
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Para stratos eu particularmente gosto muito do som do Alder, principalmente as peças mais leves, a resposta de graves e notóriamente percebível quando comparado com exemplares de madeiras mais pesadas, além de dar uma dar nas costas rsrsr Resumindo, para stratos pelo menos: madeiras pesadas e muito densas = som agudo, mais sustain e ausência de graves. Madeiras mais leves = som com definição de graves melhores, o Swamp Ash é mais leve porém mais duro, o que adiciona uma quantidade maior de agudos, Alder leve têm agudos mais comportados, porém ambos quando são leves dão resposta de graves melhores e mais fortes, o que é muito interessante para Stratocasters tradicionais, resumindo, contribui para mais Punch e deixa o som mais "percussivo".
P.S.: Coincidentemente as Fenders Custom Shop são todas muito leves, madeiras bem secas, (tanto quanto os exemplares de Alder quanto os de Ash, nesse caso usam Swamp Ash) os veios do maple usado no braço são muito regulares e seguindo o sentido correto para construção do mesmo, outro detalhe é a espessura do braço, na maior parte das vezes são braços "parrudos" e gordos o que ajuda muito no resultado final do timbre do instrumento, ou seja, de fato guitarra de gente grande hehehe
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