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Grimc Veterano |
# 19/mar/24 10:34
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makumbator
sem contar diferentes amps e caixas de som, que dão MUITO mais diferença de timbre que os instrumentos propriamente ditos!
Via de regra, quanto mais próximo do fim da cadeia de sinal, mais influencia no timbre. Esses dias vi um video bem interessante em que um cara compara um rectifier e um peavey 5150 usando regulagens parecidas e os mesmos falantes/microfones num contexto de gravação na mix. Não só não dava pra notar a diferença, como ele trocou de ampli no meio da gravação e foi totalmente imperceptível.
Então se até o ampli pelo menos num contexto de guitarra gravada (ou caixa microfonada no geral, ou algo que substitua isso como IR, que é como ela vai ser ouvida na maior parte das situações) acaba sendo relativamente secundário na definição do timbre final, a guitarra em si vc realmente precisaria de um ouvido de morcego pra sacar a diferença. Não tou nem falando de madeira mais, até a captação não é tão enorme no som quanto algumas pessoas acham.
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Penta_Blues Moderador |
# 12/abr/24 23:17 · Editado por: Penta_Blues
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Boa noite!!!
E aí, rapaziada? Todos bem e com saúde? Se me permitem uma opinião, após um longo inverno hibernando, vou tentar contribuir de alguma forma, já que em outras eras eu criei um tópico pra ajudar na escolha de guitarras e um dos aspectos que abordei foi o da madeira. De lá pra cá, muita coisa mudou, mas o meu parecer sobre a madeira ter influência no timbre final da guitarra permanece o mesmo. Há que se destacar que a quantificação da influência da madeira no timbre é bem subjetiva, pois envolve a audição da pessoa, o que é personalíssimo, já que nenhum de nós ouve o mundo da mesma forma. Já a influência em si, esta sim, é bem objetiva, o que se comprova pelos vários trabalhos acadêmicos que são publicados sobre o assunto por diferentes disciplinas, como Engenharia Florestal e Engenharia Mecânica. Os captadores de uma guitarra geram corrente elétrica por indução, e para que isto ocorra é necessário que as cordas vibrem dentro do campo magnético dos captadores. Estas vibrações ocorrem em diferentes frequências por conta dos diferentes padrões vibratórios de uma corda, gerando diferentes harmônicos à medida que madeiras diferentes interferem de formas diferentes no padrão vibratório das cordas da guitarra. Como os harmônicos caracterizam o timbre de um instrumento, qualquer alteração nestes harmônicos produzirá um resultado diferente no timbre final deste instrumento. O quanto isto é significativo vai depender de quem está avaliando este resultado final. Há diferença? Sim existe. É perceptível? Depende de quem ouve. Qual é a relevância? Depende do que quem avalia está buscando.
Vou fazer uma comparação: Um carro de Fórmula 1 é composto de vários ítens como chassis, motor, pneus, etc. O motor, na minha opinião, é mais relevante para o desempenho do carro do que os pneus, mas a composição da borracha dos pneus e mesmo a calibragem dos mesmos, vão influenciar na velocidade final do carro. O quanto isso vai ser notável, depende também da habilidade do piloto e de sua tocada.
Concluindo, se eu tivesse a oportunidade de pilotar um F1, certamente não faria muita diferença pra mim usar pneus duros ou macios, ou que os mesmos estivessem com 30 ou 32 libras, assim como não fará diferença para um guitarrista novato, que mal percebe a diferença entre tocar a mesma nota em cordas diferentes, a madeira usada em sua guitarra, seja ela cedro, mogno ou alder.
Valeu!!!
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makumbator Moderador
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# 13/abr/24 01:04
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Penta_Blues
Caramba Penta! Vc voltou! Dane-se a madeira, nada mais surpreendente que seu retorno.
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Schelb Veterano |
# 13/abr/24 09:19
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Meu estômago revira a cada at atualização desse tópico. Mas achei interessante esse exemplo do carro de formula 1. O que as pessoas não entendem é que a diferença de timbre na madeira, nesse exemplo, seria como se você deixasse o piloto correr nesse carro de F1 aí, com 30 libras e 32 libras e depois perguntasse qual corrida foi melhor, daí vamos dizer que ele dissesse que com certeza mais libras deixou o carro mais firme e rápido. Mas quando fosse olhar o resultado da prova, ele tinha voltas que hora eram melhores com uma calibragem, hora com a outra e no final o tempo total tivesse sido o mesmo. Porque assim, já tem estudos mostrando que não tem diferença objetiva no timbre, mas as pessoas continuam acreditando que seus ouvidos são capazes de identificar uma diferença, sendo melhores do que instrumentos de medida. Povo diz sentir diferença até em capacitor com o tone aberto .. é impressionante.
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JJJ Veterano
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# 13/abr/24 10:58
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Penta_Blues
Hoje vai chover canivete...
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Penta_Blues Moderador |
# 13/abr/24 13:10 · Editado por: Penta_Blues
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Bom dia!!!
makumbator Eu deveria ter voltado bem antes, né?... rsrs Ainda bem que a Moderação sempre esteve bem ativa com vc, o Panucci, o Bahia e os demais moderadores que se mantiveram na minha ausência.
Schelb Porque assim, já tem estudos mostrando que não tem diferença objetiva no timbre, mas as pessoas continuam acreditando que seus ouvidos são capazes de identificar uma diferença, sendo melhores do que instrumentos de medida. Existe sim diferença objetiva; os gráficos obtidos com leitura em osciloscópio mostram isso. Inclusive uma das pesquisas existentes destacou que no cedro o segundo harmônico é maior do que o primeiro, o que dá uma sensível diferença no timbre. Agora, esta diferença ser perceptível é que pode ser subjetiva, pois depende em grande parte da acuidade auditiva de cada um. Por exemplo, à medida que envelhecemos, perdemos a percepção das frequências agudas. Isso significa que a minha percepção da perda de agudos por capacitância num cabo longo vai ser diferente da sua. VC possivelmente notará mais perda de agudos num cabo de 10m do que eu. Nem todas as pessoas são melhores que instrumentos de medição, mas certamente existem pessoas que "afinam" motores somente pelo barulho que fazem, o que nenhum instrumento de medição pode fazer. E só pra concluir, ouvidos absolutos são capazes de identificar as mais sutis diferenças não só na afinação como nos diferentes harmônicos que compõem o timbre de um determinado instrumento.
Povo diz sentir diferença até em capacitor com o tone aberto .. é impressionante. Neste ponto eu vou deixar de lado até mesmo a modéstia... rsrs Até eu, que não sou nenhuma sumidade musical, percebo bem a diferença que um capacitor dá no circuito de uma guitarra, mesmo que o tone esteja todo aberto. Tanto assim que existe uma modificação muito conhecida que é fazer o "no load" no potenciômetro de tone. Isso é relativamente simples de constatar. Ouça a sua guitarra com o tone todo aberto e depois conecte o captador direto no jack. Caso seja possível vc fazer esta experiência, depois me conta as suas impressões. :)
JJJ Faaaaaaala, meu camarada! Passei no seu "brechó" lá no YT... rsrsrs
Valeu!!!
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Lelo Mig Membro
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# 13/abr/24 14:00 · Editado por: Lelo Mig
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Este exemplo teria algum sentido se ao tocar duas guitarras de Ash elas soassem iguais entre si e diferentes de uma de Maple, por exemplo. Isso não ocorre.
O fato de nenhuma guitarra soar igual já desmonta qualquer teoria. Até porque não existe absolutamente nenhuma evidência científica (muito pelo contrário, os testes controlados em laboratório apontam justamente o oposto).
As variantes são tantas e tão incontroláveis como a diferença de pressão atmosférica ou umidade do ar numa corrida de fórmula 1. Uma pressão maior nos parafusos de fixação da ponte terá maior relevância que a madeira do corpo.
Pode me trazer o ouvinte com a "acuidade auditiva" que quiser e te garanto que ele não passa num teste cego para dizer de que madeira é construída determinada guitarra. Na real não identifica nem uma guitarra de fibra de carbono ou de papelão.
De qualquer maneira este assunto, como disse o Schelb, revira o estômago...hehehe.
Na real, entrei só prá dizer:
Bem vindo de volta Penta_Blues!!
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Penta_Blues Moderador |
# 13/abr/24 14:09 · Editado por: Penta_Blues
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Boa tarde!!!
Lelo Mig Faaala, meu velho! É muito bom voltar a ter contato com antigos amigos de fórum, mas principalmente, ser recepcionado por aqueles que eu não deveria ter perdido o contato.
Pode me trazer o ouvinte com a "acuidade auditiva" que quiser e te garanto que ele não passa num teste cego para dizer de que madeira é construída determinada guitarra. Na real não identifica nem uma guitarra de fibra de carbono ou de papelão. Aí é que está o "X" da questão, na minha opinião. Não se trata de testar a habilidade de alguém reconhecer uma guitarra feita de maple ou de mogno, assim como não há necessidade de identificar se o captador é um Seymour Duncan ou um Dimarzio. Tudo se resume em entender que há diferenças, que nem sempre tais diferenças serão percebidas, mas que uma vez percebidas devem ser consideradas dando-se a devida relevância de acordo com o que se está procurando. O erro, pra mim, está em querer considerar apenas uma variável quando existem inúmeras variáveis como vc bem disse.
Valeu!!!
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Lelo Mig Membro
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# 13/abr/24 14:50 · Editado por: Lelo Mig
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Penta_Blues
Eu gosto de ser o pentelho da vez nesse assunto "influência da madeira", porque para os mais velhos e experientes isso têm um peso menor, mas a galera jovem, dá um peso muito grande ao assunto e despreza até mesmo a história.
Nunca em tempo algum a influência do tipo de madeira foi considerado, nem em instrumentos acústicos, nem nos tempos antigos.
O instrumento era feito com a madeira da floresta mais próxima do Luthier e o que era importante mesmo era a qualidade, com relação a resistência, durabilidade, facilidade de manuseio, peso e preço.
Somente com alguns séculos de fabricação de inúmeras violas da gamba ou alaúdes, por exemplo, que começou a se comparar a sonoridade de um instrumento fabricado com madeira X ou Y. Ainda assim, há quem diga que a qualidade do verniz influi mais num violino do que sua madeira. (não vou entrar no mérito, não tenho conhecimento para afirmar sobre isso).
Instrumentos de madeiras nobres são melhores não por "sonoridade" mas pela óbvia qualidade. Jogue um pedaço de compensado no quintal e um pedaço de jacarandá. Exposto a sol e chuva o compensado estará podre em 3 meses e o jacarandá aguentara anos.
Se em instrumentos seculares, acústicos, de construção complexa esta comparação não é tão relevante imagina num instrumento elétrico de construção super simples que nasceu ontem, como as guitarras elétricas?
Existe um preciosismo com guitarras e guitarristas que nasceu com a cultura shredder dos anos 80, músicos que por vaidade necessitaram elevar a guitarra a uma complexidade que ela não têm. Até então, guitarrista nem músico era, era no máximo um maconheiro que fazia barulho.
Qualquer Zé Ruela, com um pouco de força de vontade, faz uma guitarra no fundo de quintal. Pode até ficar ruim, mas dá prá tocar. Já um violão, um Zé Buceta não faz, nem ruim.
Guitarrista é bicho vaidoso, pára de dar palco para estes narcisos...kkkk
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JJJ Veterano
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# 13/abr/24 16:21 · Editado por: JJJ
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Penta_Blues Passei no seu "brechó" lá no YT...
Só mercadoria de primeira... hehehe
Lelo Mig Qualquer Zé Ruela, com um pouco de força de vontade, faz uma guitarra no fundo de quintal.
Concordaria com você, não fossem os trastes... É bem chato.
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Lelo Mig Membro
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# 13/abr/24 17:03 · Editado por: Lelo Mig
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JJJ
Faz uma fretless, mete um monte de nota aleatória à 180 Bpm e, de quebra, paga de sheddrer jazzista metal prog fusion!
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JJJ Veterano
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# 13/abr/24 21:59
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Lelo Mig
Fretless sim, dá pra alguém "apenas esforçado" fazer.
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makumbator Moderador
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# 14/abr/24 08:20
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JJJ
Guitarrista normal tem medo de instrumento fretless. Eles acham misterioso e mágico.
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JJJ Veterano
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# 14/abr/24 15:56
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makumbator
Baixo fretless é normal (até porque o baixo elétrico deriva de instrumentos clássicos sem trastes mesmo). Pra guitarra é meio aberração...
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makumbator Moderador
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# 14/abr/24 16:43
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JJJ Pra guitarra é meio aberração...
Ok boomer!
Hahahaha!
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Schelb Veterano |
# 14/abr/24 20:22
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Como o Lelo Mig falou ali, as guitarras iguais com madeiras e regulagens iguais já soam diferentes, daí a pessoa quer comparar uma guitarra com a outra, de memória, sem levar em consideração as outras sei la quantas variáveis e dizer que percebe uma diferença. O que acontece é que guitarrista escuta com o olho. Se ele acha que uma guitarra vai soar melhor que a outra por sei la que motivo, a probabilidade de ele escutar isso é muito grande. É assim com tudo.
Penta_Blues Até eu, que não sou nenhuma sumidade musical, percebo bem a diferença que um capacitor dá no circuito de uma guitarra, mesmo que o tone esteja todo aberto. Tanto assim que existe uma modificação muito conhecida que é fazer o "no load" no potenciômetro de tone. Eu sei que tem uma diferença considerável entre ter um circuito de tone na guitarra e não ter circuito de tone. Quando eu digo diferença entre capacitores que as pessoas relatam é em um mesmo circuito, trocando um capacitor cerâmico ou de poliester pra um paper in oil. Nesse caso, com o tone aberto, não dá pra dizer que tem diferença, e é muito mais fácil provar isso do que o lance da madeira. A crítica é: se a pessoa acha que tem diferença nesse tipo de coisa, fica difícil argumentar outras coisas mais difíceis de provar.
E assim, eu acho até chato ficar discutindo isso aqui, mas eu acho importante insistir, porque esses mitos ficam fazendo a cabeça dos guitarristas que ficam lá sonhando em ter uma guitarra com madeira X, capacitor Y, potenciômetros Z, captadores W .. e a lista vai embora. Quando na verdade na maior parte isso é só publicidade e nome. Daí o rapaz que não tem dinheiro fica doente pra comprar um instrumento que custa um rim pra se satisfazer, e isso acaba sendo uma lógica consumista. Sei que aí tem outros fatores, que uma guitarra bem construída pode trazer, mas a pessoa ficar correndo atrás desses detalhes que não são reais. Vai pagar mais caro por uma madeira que na verdade é uma madeira barata na américa do norte e usada por pura conveniência pelas montadoras, mas só essa madeira vai entregar o verdadeiro timbre ... Eu vejo por exemplo o apelo de comprar um kit Roslen de elétrica sendo que você teria o exato mesmo resultado com componentes muito mais baratos. Ou então essa coisa mesmo da madeira que as marcas de entrada exploram tendo uma linha mais barata em basswood e outra em ash mais cara. Ou mesmo as diferenças de preços entre captadores nacionais e importados que se você testar lado a lado não vai ter diferença alguma. E é bizarro, que as vezes a pessoa tem uma ótima guitarra, que gosta do som, gosta da pegada, peso, acabamento, mas fica com aquela coisa assombrando o seu play de que a madeira ali não é a melhor, de que bom mesmo seria se tivesse um capacitor Pio, que seria completamente diferente se ali tivesse um captador seymour, dimarzio etc. Vai passando o tempo o cara desgosta do instrumento e troca por um motivo que na real era irrelevante.
Por isso que acho que essa insistência em tonewood e noutros mitos é um grande desfavor no universo da guitarra.
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renatocaster Moderador
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# 15/abr/24 09:47
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Lelo Mig
Nunca em tempo algum a influência do tipo de madeira foi considerado, nem em instrumentos acústicos, nem nos tempos antigos.
Então, mas teve um momento de virada de chave, onde a indústria começou a focar neste quesito em suas campanhas de marketing para fomentar esse lado, de dar muita importância às madeiras na construção de um timbre.
A medida em que as novas marcas consideradas de "boutique" foram surgindo ali pelo final dos anos 70 e adentrando pela década de 80 (Music Man, PRS, Tom Anderson, Pensa Suhr, Valley Arts, Fodera, etc) isso foi ganhando cada vez mais ênfase.
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Lelo Mig Membro
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# 15/abr/24 13:32 · Editado por: Lelo Mig
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renatocaster
Mas é só marketing que cresceu com a pira dos shreds nos 80.
Gibson e Fender, que são referência, as mais tradicionais e, de certa forma, cobiçadas guitarras, nunca consideraram a "sonoridade da madeira" em suas fabricações, e sim o material (de boa qualidade) mais fácil e disponível para a fabricação na época.
Essa "virada de chave" é só balela.
Cara, não dá prá comparar uma guitarra elétrica com um Violão, Violino, Violoncelo, Guitarra Portuguesa e oscarái. A construção de instrumentos acústicos é infinitamente superior, cheia de cálculos, "leques estruturais", "almas" (para transmitir a vibração entre os tampos), cálculos de acústica, resposta e pressão sonora e etc. etc. etc.
Se em acústicos a preocupação com a madeira é muito mais no quesito qualidade, resistência/durabilidade, leveza e beleza, o que dirá numa guitarra elétrica?
Na real, com todo o respeito, mas mano que só faz e conserta guitarra elétrica, nem luthier de verdade é.
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renatocaster Moderador
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# 15/abr/24 14:40
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Lelo Mig
Cara, não dá prá comparar uma guitarra elétrica com um Violão, Violino, Violoncelo, Guitarra Portuguesa e oscarái. A construção de instrumentos acústicos é infinitamente superior, cheia de cálculos, "leques estruturais", "almas" (para transmitir a vibração entre os tampos), cálculos de acústica, resposta e pressão sonora e etc. etc. etc.
Com certeza, instrumento elétrico tem toda uma cadeia de sinal a ser avaliada em um determinado timbre que pode ser obtido, desde o captador captando a vibração das cordas até chegar no alto falante do amplificador.
Só nessa análise bem básica e simplista a gente já pode considerar que há muitos outros fatores mais importantes do que a madeira usada na construção do instrumento (isso quando é feito de madeira, hehehe), e que possuem infinitamente mais relevância no resultado final.
E digo mais, muitos handmades e fabricantes de instrumentos estão carecas de saber disso, só que quando são perguntados sobre o tema eles costumam tergiversar, dando respostas evasivas do tipo "sim, a madeira influencia, porém depende..." e por aí vai. Não podem ser contudentes pq sabem que existe um lobby no mercado a ser atendido, por essa questão envolvendo madeiras em guitarras sólidas.
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Penta_Blues Moderador |
# 16/abr/24 18:57 · Editado por: Penta_Blues
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Boa noite!!!
Lelo Mig Guitarrista é bicho vaidoso, pára de dar palco para estes narcisos...kkkk Bons pontos de vista, mas esse aqui eu nem posso refutar... kkkkk
Gibson e Fender, que são referência, as mais tradicionais e, de certa forma, cobiçadas guitarras, nunca consideraram a "sonoridade da madeira" em suas fabricações, Eu concordo, e aproveitando que tais marcas se tornaram referência, como toda boa referência, todos aqueles que queriam obter o mesmo resultado sonoro, passaram a buscar materiais, entre eles as madeiras, semelhantes para se chegar a resultados semelhantes. Eu concordo que não se pesquisava a "madeira ideal" (até porque não existe), mas a partir do momento que o público gostou do resultado e buscou por este resultado, padrões começaram a surgir.
Cara, não dá prá comparar uma guitarra elétrica com um Violão, Violino, Violoncelo, Guitarra Portuguesa e oscarái. Tem razão! O que muita gente esquece é que uns trabalham com ondas acústicas e a outra com ondas eletromagnéticas, e isso dá margem a erros grosseiros como dizer que captador não é microfone (e não é mesmo) e que por isso madeira não altera timbre.
Schelb A crítica é: se a pessoa acha que tem diferença nesse tipo de coisa, fica difícil argumentar outras coisas mais difíceis de provar. Isso realmente acontece, eu concordo. Se bem que existem pessoas que dizem sentir o gosto diferente quando um café passa por um coador de pano ou de papel. Vai saber... Mas no caso da madeira, perceptível ou não, há resultados científicos comprovados em trabalhos publicados por conclusão de cursos na área de Engenharia Florestal e Engenharia Mecânica. Agora, realmente o quanto estas diferenças são relevantes ou perceptíveis é grande ponto de debates, controvérsias e perdas de amizade... rsrsrs De maneira geral, eu concordo com a sua argumentação no sentido de que se dá mais importância do que se deveria e que se perde um tempo enorme que poderia ser melhor aproveitado tocando mais guitarra, seja ela feita da madeira que construiu a Arca de Noé ou de papelão, como disse no nosso camarada Lelo Mig
renatocaster Com certeza, instrumento elétrico tem toda uma cadeia de sinal a ser avaliada em um determinado timbre que pode ser obtido, desde o captador captando a vibração das cordas até chegar no alto falante do amplificador. Concordo em gênero, número e grau!
...e que possuem infinitamente mais relevância no resultado final. Esse é o ponto da discórdia, pois apesar de ser um fato que outros fatores alteram muito mais o timbre do que a madeira altera, os extremos acabam atrapalhando a gradação deste componente da equação. Dizer que a madeira não influencia em nada é um erro, tanto quanto dizer que determinado timbre só pode ser alcançado se a guitarra for construída com determinada madeira. Quando se quer alcançar um resultado, 2+2 é tão 4 quanto 3+1...
Valeu!!!
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renatocaster Moderador
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# 17/abr/24 08:18 · Editado por: renatocaster
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Penta_Blues
Fala aí, meu camarada!
Esse é o ponto da discórdia, pois apesar de ser um fato que outros fatores alteram muito mais o timbre do que a madeira altera, os extremos acabam atrapalhando a gradação deste componente da equação. Dizer que a madeira não influencia em nada é um erro, tanto quanto dizer que determinado timbre só pode ser alcançado se a guitarra for construída com determinada madeira. Quando se quer alcançar um resultado, 2+2 é tão 4 quanto 3+1...
Sei lá, acaba sendo uma questão de ficar discutindo o sexo dos anjos, hehehe. Sabemos que há formas para calcular e quantificar a influência da madeira no timbre da guitarra através de testes e tudo mais, e eu nem tenho a pretensão de desafiar a ciência a este ponto.
A questão é até que ponto vale a pena gastar recursos e energia com isso, para se obter um resultado meramente demonstrativo numa determinada condição (de amostragem), ao meu ver.
Por exemplo, eu posso pegar uma strat com corpo em basswood e outra com o corpo em alder e com todo o resto dos componentes exatamente iguais, e ficar testando até exaurir meus ouvidos e poder chegar a uma conclusão tipo "é, realmente tem uma certa diferença entre uma e outra". Isso, claro, na percepção do ouvido humano (que também tem variáveis de uma pessoa pra outra), e não de uma máquina.
Depois vc soma todos os outros recursos que vc costuma usar para definir o seu timbre (cabos, efeitos, drives, amp, multiFX, etc) e todo esse processamento de sinal faz com que essa singela diferença com a influência da madeira se esvair até chegar ao ponto de nem ser notada mais.
tanto quanto dizer que determinado timbre só pode ser alcançado se a guitarra for construída com determinada madeira.
Esse é o ponto que mais me pega, pq muita gente vende essa narrativa para alimentar a alta subjetividade que rola nesse campo. Tipo, afirmar que uma guitarra construída com um tipo de madeira A soa mais grave ou mais aguda do que com um tipo de madeira B, e assim por diante. Mas é aquilo, né...no campo da subjetividade vale tudo, hehehe!
Abraços!
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Lelo Mig Membro
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# 17/abr/24 10:29 · Editado por: Lelo Mig
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renatocaster
"afirmar que uma guitarra construída com um tipo de madeira A soa mais grave ou mais aguda"
Exato!! À ponto de, entre inúmeros casos, Jimmy Page ter gravado algumas músicas do Led Zeppelin com Fender Strato e David Gilmour do Pink Floyd ter gravado algumas com Gibson Les Paul, e ninguém é capaz de dizer quais são estas canções sem consultar os técnicos de som ou registros de studio da época.
Obs: O solo de Another Brick on The Wall, por exemplo, foi gravado com uma Les Paul.
Obs 2: Esperando alguém dizer: Huumm, bem que eu sentia que Another Brick tinha um som de Mogmo!
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renatocaster Moderador
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# 17/abr/24 11:04
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Lelo Mig
Exato!! À ponto de, entre inúmeros casos, Jimmy Page ter gravado algumas músicas do Led Zeppelin com Fender Strato e David Gilmour do Pink Floyd ter gravado algumas com Gibson Les Paul, e ninguém é capaz de dizer quais são estas canções sem consultar os técnicos de som ou registros de studio da época.
Acho que historicamente esse sempre foi o normal né, se o cara queria um tipo de som diferente, ele procurava isso usando uma guitarra diferente, com configurações diferentes e caractéristicas diferentes.
Não sei se existe algum relato de alguém falando coisas do tipo: "ahn, nesse álbum aqui eu usei uma strato de alder para os sons mais agudos e médios, e depois uma strato de mogno (ou alguma outra que valha) para os sons mais graves". Ainda que isso implicasse em ser duas stratos tradicionais, com captadores single, ponte trêmolo, chave de 5 posições, etc...
Eu vejo mais os caras falando de terem usado muitos amps diferentes no estúdio para uma mesma gravação, como por exemplo pro canal limpo usar um tipo de amp, pro canal sujo usar outro, pros solos usar uma terceira opção, e por aí vai...
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Penta_Blues Moderador |
# 17/abr/24 15:24
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Boa tarde!!!
renatocaster Lelo Mig Os argumentos são muito válidos! E só pra corroborar: 1- qualquer resultado cientificamente registrado sobre mudança nas frequências de acordo com a madeira empregada (e mais um monte de eventuais fatores que já vimos serem citados, como diâmetro da corda, espessura do bloco da ponte, tipo de palheta, material do nut, etc) vão sumir com a simples troca de falantes de uma caixa acústica. 2- Jimmy Page deu uma entrevista certa vez, em que dizia que nem se lembrava de qual equipo usou numa determinada gravação. E isso nunca o impediu de tocar qualquer canção. O que me faz pensar que nem mesmo ele se preocupa em reproduzir exatamente o mesmo timbre todas as vezes que toca a mesma música. Apesar de tudo isso, insisto que não é razoável negar que existem diferenças entre as diversas espécies de madeiras empregadas, independentemente de serem ou não percebidas por todos, ou afirmar categoricamente que a madeira não altera o timbre.
Isso faz diferença na minha busca pelo meu timbre ideal? Sinceramente não. Me faz querer adquirir outro instrumento? Acho que não. É relevante? Muito pouco, ou quase nada. É um mito? Não, pois não ser audível não significa ser inexistente.
Valeu!!!
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Buja Veterano |
# 17/abr/24 16:31 · Editado por: Buja
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Eu cheguei a conclusao pessoal De que a madeira influencia deve sim no som do instrumento solido, Mas a diferença é tao minina que eu nao sei apontar qual é E qualquer elementozinho altera o timbre, até uma palheta diferente altera.
Eu acho que a madeira altera porque, .... porque ....., bom, porque é um material diferente.
Alias, acho até que a mesma prancha de madeira, cortada da mesma arvore, produz dois instrumentos com timbres que não tem como soar absolutamente igual.
Mas na boa, mete isso na mix e pronto. Qual elemento mudou o timbre? Madeira? pffff.....
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Penta_Blues Moderador |
# 17/abr/24 18:10
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Boa tarde!!!
Buja Eu acho que a madeira altera porque, .... porque ....., bom, porque é um material diferente. Bom, porque talvez alguém tenha se dedicado a colocar isso no papel: http://repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/32348/1/analise dinamicaguitarraeletrica.pdf https://repositorio.ifsp.edu.br/server/api/core/bitstreams/c9722c06-d2 4e-4500-b1bf-204e364b06e4/content https://www.mundoflorestal.com.br/arquivos/guitarra_final.pdf
Valeu!!!
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Wanton Veterano |
# 18/abr/24 00:32 · Editado por: Wanton
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Já dá para chamar de madeiraplanismo?
Penta_Blues Apesar de tudo isso, insisto que não é razoável negar que existem diferenças entre as diversas espécies de madeiras
Acho que essa categoria "espécie" é útil para a biologia, mas duvido muito que ela tenha serventia para agrupar tábuas em função do seu perfil de vibração, de modo que isso gere uma assinatura perceptível aos ouvidos.
Se usarem parâmetros como densidade, flexibilidade ou dureza, fica um pouco mais crível, mas ainda assim...
https://www.mundoflorestal.com.br/arquivos/guitarra_final.pdf Orientador: Mário Rabelo de Souza.
Fui mais um a encher o saco do Mário Rabelo para escrever meu TCC.
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Penta_Blues Moderador |
# 18/abr/24 13:45 · Editado por: Penta_Blues
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Boa tarde!!!
Wanton Já dá para chamar de madeiraplanismo? Boa... kkkkk Mas eu acho que estou mais para parafrasear Galileu quando a Inquisição o obrigou a negar o Heliocentrismo: vou dizer que não existe; mas que existe, existe. Eu admito, e concordo plenamente, que uma eventual influência exercida pela madeira utilizada na fabricação da guitarra seja quase irrelevante, mas discordo que não exista. E os resultados apresentados em análise dos harmônicos gerados pelas diferentes madeiras comprovam tal influência. A controvérsia fica então por conta da percepção, algo subjetivo e não mensurável por equipamentos. Unindo resultados objetivos e percepções subjetivas, a minha opinião é a de que se existem resultados diferentes, é possível que alguém perceba. Resta então a relevância, algo pessoal e que, portanto, merece respeito. Eu, por exemplo, dou importância ao timbre resultante do conjunto todo do instrumento e atribuo maior relevância aos componentes mais práticos para alteração, como captadores, cordas, capacitores e potenciômetros.
Fui mais um a encher o saco do Mário Rabelo para escrever meu TCC. Poxa! Que coincidência bacana vc ter sido orientado pelo mesmo orientador de uma fonte de consulta que eu deixei indicada aqui!!! Agora, qual é a possibilidade disso acontecer? Aposto que alguns vão dizer que é a mesma de achar alguém que ouça a influência da madeira no som da guitarra... kkkkkkk
Valeu!!!
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Buja Veterano |
# 18/abr/24 14:42
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As vezes fico pensando num dialogo assim:
Fulano: "A madeira tem influencia no som da guitarra" Ciclano: "Seil não, que prova você tem disso?" Fulano: "Ah tá, e que prova voce tem de que não há influencia?" ...
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Penta_Blues Moderador |
# 18/abr/24 16:31
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Boa tarde!!!
Buja Esse é um diálogo que eu nem ousaria participar, pois é tipicamente uma falácia do apelo ao argumentum ad ignorantum.
Valeu!!!
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