A volta do gravador de rolo.

Autor Mensagem
Casper
Veterano
# nov/18


Depois de décadas. Finalmente.

http://www.ballfinger.de/

https://www.bloomberg.com/news/articles/2018-05-08/the-ultimate-analog -music-is-back-ballfinger-reel-to-reel-tape



JJJ
Veterano
# nov/18
· votar


Prezado Véio Casper

V.Sa. sofre de transtorno bipolar? És do signo de gêmeos, como este que vos fala, por acaso?

Primeiro, celebra o fim dos instrumentos orgânicos em favor do sampleamento digital amplo, geral e irrestrito. Agora, me aparece festejando a volta do rolo?!?

viniciusjau
Veterano
# nov/18
· votar


E esse tal de rolo tá aparecendo em todos os estúdios agora rsrs

entamoeba
Membro Novato
# nov/18
· votar


Gostava de fitas cassete.

Ouve oito músicas, vira a fita. Esse lado é ruim. Rebobina. Procura o começo da música, ainda não! Quero a faixa dois. Passou. Volta um pouquinho. Aí! Música. Agora pula para faixa cinco. É essa? Não. Passou. Ou era antes? Só gosto de duas músicas nessa fita. Aperta o rec, faz uma coletânea. Bosta, gravei por cima!

O digital subverteu o ritual de agonia. Hoje, tudo é muito fácil. Bom era aquele tempo em que tudo era um inferno!

Imagine em estúdio! Lembro daquele documentário do Metallica que mostra o editor cortando a fita com tesoura para montar a música. Delícia!

Beto Guitar Player
Veterano
# nov/18
· votar


entamoeba

Nessa época, usávamos muito a caneta bic.

Felipe Stathopoulos
Membro Novato
# nov/18
· votar


Vamos ver até quando vai essa hype.

Quando eu era moleque o lance era tudo analógico.

Depois a coisa foi migrando pro digital, que era o "must" do momento: primeiro os gravadores Tascam em K7, depois o ADAT em VHS, depois CDs AAD, ADD e DDD, e depois começou a "onda" digital propriamente dita que, diziam, iria aposentar tudo que fosse analógico.

Agora até dono de estúdio de fundo de quintal vende as cuecas pra tentar comprar/reconstruir um gravador de rolo...

Não minha opinião o analógico só dá problema. Quem é purista ao ponto de querer gravar apenas em rolo deveria escutar música apenas em tocadores analógicos também: K7 ou, melhor ainda, gramofone.

Enfim, mais uma modinha pra tentar agregar valor ao produto... Depois volta tudo pro digital de novo...

Lelo Mig
Membro
# nov/18
· votar


Casper
JJJ
entamoeba
Beto Guitar Player
Felipe Stathopoulos

Só pra eu saber:

Grava em rolo e depois ouve em MP3?

JJJ
Veterano
# nov/18
· votar


Lelo Mig
Grava em rolo e depois ouve em MP3?

Isso. Com fone chinês de 5 bolsetas.

JJJ
Veterano
# nov/18
· votar


Agora, sem trollagem... o som de um bom rolo é algo de mágico.

The Man Who Sold The World
Veterano
# nov/18
· votar


Lelo Mig

Grava em rolo e depois ouve em MP3?

Grava uma Gibson, num Marshall jtm 45, com um Royer 121, indo pra uma SSL duality delta, comprimindo com um 1176, equalizando com um Pultec e com um Reverb Eventide H3000
Na Master usa Shadowhills, manley, etc
Fora Neumann e La-2a na voz.. etc etc etc
Tudo isso sendo convertido pelo seu Antelope e monitorado pelo seu par de Genelec
Quando o falamos de estúdio, talvez esse seja o lance que pega mais, quando se grava algo de qualidade e lança isso, quanto do seu público vai realmente ouvir sua música com qualidade?
E qual é o ponto onde um pré da Fasttrack ou um Manley Vox box vai ser percebido pelo público?

The Man Who Sold The World
Veterano
# nov/18
· votar


Onde é o mínimo e onde é o máximo que podemos trabalhar pra fazer alguma diferença nessa corrente?
No mais, assistam o documentário do Dave Grohl sobre o Sound City, dentre tantas coisas que ele aborda, fala sobre a resistência do estúdio quanto o Protools na década de 80, e sobre ter sido esse um dos motivos pela falência do Sound City

Lelo Mig
Membro
# nov/18 · Editado por: Lelo Mig
· votar


The Man Who Sold The World

Eu usei de ironia, pensando no conceito de ouvinte atual...

A galera nem ouve album, mais. Ouvem playlist do Spotify.

Você pergunta sobre uma banda que eles gostam, eles conhecem "uma ou algumas canções"....não tem mais o conceito álbuns.

Colocar um vinil ou Cd e ouvir inteiro, não é mais a realidade... Os tempos mudaram.

Ouvidos educados por MP3 e foninho de Smartphone.

Por isso, este preciosismo com gravação, equipos analógicos, e discussões sobre qualidade é meio que falácia hoje em dia.

Vejo isso tudo como uma espécie de Big Mac Gourmet...

sandroguiraldo
Veterano
# nov/18
· votar


Já vi alguns produtores tops falando que gravam em rolo e editam em pro tools...

Lelo Mig
Você pergunta sobre uma banda que eles gostam, eles conhecem "uma ou algumas canções"....não tem mais o conceito álbuns.

Foi interessante quando percebi isso pela primeira vez... vou fazer 32 terça que vem, mas me lembro de comprar CD e ser aquele momento bacana, curtir o som lendo o encarte etc...

Um dia cheguei na escola e tinha uma galera nova, todos de preto, cabelo comprido, aí comecei a conversar e perguntei que bandas o carinha curtia, ele me respondeu: "eu não curto bandas, curto algumas músicas do Dragonforce, algumas que acho que é do Iron Maiden" etc...

Foi muito estranha essa ideia de "não curtir uma banda, mas sim algumas músicas deles". É diferente de nós que gostamos de algumas músicas de algumas bandas, mas curtimos outras bandas.

Não sei se me fiz entender, mas eles não conheciam albuns, turnês, nem mesmo o artista muitas vezes...

The Man Who Sold The World
Veterano
# nov/18 · Editado por: The Man Who Sold The World
· votar


Lelo Mig
Eu usei de ironia, pensando no conceito de ouvinte atual...
mas eu concordo com a afirmação, são feitas produções milionárias, mas até onde isso vai mudar a vida de 85% do nosso público? que ouve musica com o fone da samsung...

A galera nem ouve album, mais. Ouvem playlist do Spotify.

concordo, mas os artistas mudaram a abordagem também, cada vez mais são lançados Singles ou EPs ao invés de discos que seguem um conceito.
e nem vem, tu ouvia mixtape gravada no k7 tbm e não tava nem ai kkkkkkk

Mas ainda acho uma boa evolução no mercado musical o Streaming, e podem chover haters, mas ele mudou a forma do engenheiro mixar e masterizar, quando falavamos sobre CDs, aconteceu o previsto.. Loudness war, o nivel de loudness aceitado em um cd é de -9 lufs, ou seja, o pessoal atoxava o limiter na musica, enquanto hoje, se colocar uma musica direto do CD pro Spotify ele vai arrebentar com ela e jogar ela lá pra baixo (deixa menos competitiva)
então, o pessoal ta masterizando com nivel de loudness a -13 ou -14 Lufs, pra ela se manter competitiva e não ser comprimida nessas plataformas
quanto a esse esquema de ouvir uma ou duas musicas de um album, é um luxo que antigamente o pessoal não poderia ter, a não ser que tivesse dinheiro pra ter 400 discos
o mercado mudou, os artistas mudaram, a gente pode ficar chorando, ou a gente pode correr atras do prejuizo (e eu também ouço albuns inteiros) mas as pessoas tem acesso a mais coisas, incluindo álbuns que tem musicas boas e outras nem tanto

Casper
Veterano
# nov/18
· votar


Caro JJJ:

Sim, tenho problemas. Mas confesso envergonhado
que possuo um par de gravadores que coloco para
funcionar de tempos em tempos, só pelo prazer de
ver os rolos e relembrar minha infância. Meu pai é
(até hoje) um grande fã do sistema, e isso de certa
forma me influenciou.

Não acho que o som é superior. Tem os problemas
de manipular os rolos, limpara as cabeças, alinhar,
desmagnetizar... enfim, realmente não é um
equipamento para qualquer situação.



Caro entamoeba:

Fira cassete é bastante inferior ao rolo, apesar
de ser prática. O que pega é que a velocidade
da fita é muito baixa, comparando com o rolo.
Mas nesse mundo doido é até possível que
esse sistema volte.

Casper
Veterano
# nov/18
· votar


Caro The Man Who Sold The World:

O usuário final médio nem desconfia que
existe algo como o Manley Vox Box.
Tive a oportunidade de usar, e sei que é
a ferramenta mais pratica para fazer a voz
soar bem que eu já tive a oportunidade de
usar. Se eu tivesse grana comprava um agora.

Ale Lak
Membro Novato
# nov/18
· votar


Pra mim tudo isso é relativo somado a um saudosismo que pode ser muito perigoso pra quem é profissional...

Se era melhor, ou é melhor agora quem está julgando somos nós que vivenciamos isso. Na percepção de um suposto ser humano que nunca teve contato com as duas tecnologias, como seria a reação dele?! Ou como soa a música hoje para um jovem que cresceu ouvindo o resultado digital?!

Eu nasci na década de 80, tirando uma coisa ou outra não me agrada a sonoridade da época tratando-se de mixagem...aquelas baterias super reverberadas, os primeiros sintetizadores, enfim...eu acho brega, porém, muita gente, saudosista, ama e pode dar mil argumentos do porquê acha bom. Normalmente os argumentos são genéricos para qualquer defesa que eu ou você possamos fazer sobre algo que achavamos melhor:
"naquela época era mais difícil fazer as coisas; o som era mais ousado; havia maior criatividade; etc"

O julgamento é relativo pois a percepção também...ninguém pode afirmar de maneira geral que antes era melhor, a menos que essa afirmação seja pessoal exclusiva para você.

Antes havia dinâmica, o som parecia ser mais "quente", as músicas duravam mais...
Hoje tudo é comprimido, o digital soa como digital, rs, as músicas são genéricas...
mas e ai? os tempos mudaram.... não se tem mais tempo e espaço para eternizar muitas músicas hoje em dia salvo excessões das décadas...
As músicas viraram trilhas sonoras de momentos, não são mais foco de expressão como se era antes, hoje existem outros canais para o ser humano manisfestar-se. Hoje temos recursos visuais como por exemplo o youtube que usa a música e a imagem...
As produções mainstream na minha opinião também não devem ser julgadas da forma com que nós músicos, produtores, entusiastas julgamos....de que você pega qualquer um, mete pra gravar, cria um beat, vários loops de instrumentos, e sai por ai vendendo como se tivesse sido um trabalho demérito pelo fato que não houve uma personalidade do "artista" e sua obra!
Tocar qualquer instrumentos bem e dominar a música leva tempo...
Especializar-se na programação dos softwares que usamos para produção, tornar-se um sound designer e dominar a tecnologia digital também.

Enfim...só expondo pontos de vista, claro que eu tenho minha preferência também, mas é apenas uma reflexão nem tanto pelo tópico mas mais pelas respostas, e como eu disse, na minha opinião pra quem é profissional da área, o saudosismo é perigoso. Você pode acabar como a maioria dos velhos dizendo que "na minha época tudo era melhor".
E se para todas as gerações a "sua época era melhor", é porque isso não existe...é a simples seleção natural te tirando do jogo por não ter mais a capacidade, a idade, ou a vontade de se adaptar.

:P

rhoadsvsvai
Veterano
# nov/18
· votar


O publico percebe a diferença sim, pois a massa é acostumada a ouvir musica superproduzida. Musica mainstream, quanto mais massificada e lucrativa, mais caros são os estúdios e os custos de produção.

Lelo Mig
Membro
# nov/18
· votar


Ale Lak

"Eu nasci na década de 80, tirando uma coisa ou outra não me agrada a sonoridade da época tratando-se de mixagem..."


Os anos 80 não servem muito de parâmetro, foram um caso a parte.

É a década ápice da tecnologia, uma enxurrada de equipamentos caindo na cabeça das pessoas.

Depois de décadas de evolução lenta e gradual, nos 80 surgem a cada semana um novo ampli, um novo efeito, um novo rack.

Baterias eletrônicas, guitarras midi, centenas de equipos digitais...

Então, houve um excesso. Na música, no processo de gravação/equalização/masterizacão, no cinema, na moda, enfim, todo mundo queria experimentar os novos brinquedos.

Tanto é, que ao ouvir hoje, o som dos 80 é muito mais datado que os dos 70. O cinema também....você vê um filme dos 80, identifica na hora.

Não é uma critica a decada, mas um fato.

JJJ
Veterano
# nov/18
· votar


Lelo Mig

Assino embaixo.

Casper
Veterano
# nov/18
· votar


Caro Lelo Mig:

Tanto é, que ao ouvir hoje, o som dos 80 é muito mais datado que os dos 70.

É exatamente isso. Mas como passei
minha adolescência nessa época, o
dano cerebral é irreversível. Essa estética
hiper processada é algo que me atrai.

Gated reverb, crash Box, dynamic delay,
todas essas tosquices queimaram meus
neurônios.

Besuntado de Tonga
Membro Novato
# nov/18
· votar


que rolo

Lelo Mig
Membro
# nov/18
· votar


Casper

Pode ver que eu não falei mal, só constatei o fato.

Eu também gosto de alguns excessos oitentistas. Nada contra...foi a assinatura da década.

No geral, hoje, prefiro o som dos 70, mais encorpado e mais simples.

Mas algumas sonoridades, como este exemplo, são um deleite, uma orgia sonora:



Casper
Veterano
# nov/18 · Editado por: Casper
· votar


Caro Lelo Mig:

Excelente exemplo de um som dos anos 80.
Guitarra com processamento digital exagerado,
aquele reverb maroto na caixa (na verdade reverb
em tudo), teclado fazendo aquele PAD característico
etc... Eu gosto bastante.

Para ilustrar, mais uma produção
alemã da época (1983):



Lelo Mig
Membro
# nov/18
· votar


Casper

Nina Hagen - New York é dukaraleo em todos os sentidos!!

Casper
Veterano
# nov/18
· votar


Caro Lelo Mig:

Retomando o assunto: realmente não acho
que o gravador de rolo agrega as qualidades
mágicas que lhe são atribuídas.
Uma compressão moderada e um equalizador
bem utilizado e está feita a mágica.

Por exemplo:



Só ouço compressão e roll-off de agudos.
O resto é placebo.

Estou enganado?
Existe a magia?

Lelo Mig
Membro
# nov/18 · Editado por: Lelo Mig
· votar


Lelo Mig

Acho que pessoas como eu e você somos românticos. O que mais importa, em verdade, não é necessariamente o som que ele entrega, mas o magistral mecânismo de engenharia mecânica que envolve. Aquelas maravilhosas engrenagens que giram em velocidades diferentes, compensando as velocidades conforme aumenta ou diminuem as tensões, regulados por minúsculos sistemas de freios e molas e etc...

Isso é maravilhoso....a tecnologia dos 50, 60 e 70 é absurdamente bela...

Alguém, romântico como eu, se importa se a engenhoca abaixo, por exemplo, funciona ou é pratica? O que importa é que ela é linda!

Maquina de Escrever Partituras

Esse mundo onde tudo tem de ser extremamente prático é meio ordinário.

Casper
Veterano
# nov/18
· votar


Caro Lelo Mig:

Concordo 100%. Mas, se hoje eu
fosse um profissional da área e
tivesse que escolher entre usar
um Rolo Otari ou uma Interface
Apollo, eu ficaria com a segunda.

Mesmo sendo lindo olhar para
o Otari.

Lelo Mig
Membro
# nov/18 · Editado por: Lelo Mig
· votar


Casper

Sem dúvida quando a conta tem de fechar, quando se tem que ter algum lucro para pagar as contas, ou não ter o tempo ou recursos desejado para se dedicar, não há muito espaço para romantismo.

Casper
Veterano
# nov/18
· votar


Vão direto para 10:50 :



Enviar sua resposta para este assunto
        Tablatura   
Responder tópico na versão original
 

Tópicos relacionados a A volta do gravador de rolo.