Microfonando com vários mics, mas so com um - reamp

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acabaramosnicks
Membro Novato
# jul/17


Eu sei, o título não faz o menor sentido. Como vc quer microfonar com mais de um mic, mas vc só tem um mic? (eu só tenho um mic)

Pensei em fazer reamp, gravo o sinal cru direto na interface, depois dou play no sinal cru gravado, saindo da interface, passando pelo DI, mando o sinal pro amp microfonado e gravo. Depois faço a mesma coisa só que com o mic posicionado diferente, como a execução é exatamente a mesma, é como se estivesse usando mais de um mic na gravação. Faz sentido? To falando abobrinha, viajando na maionese? Será que dá certo? Será que fica bom?

acabaramosnicks
Membro Novato
# jul/17
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Caso não tenha ficado claro, a idéia é que a execução seja exatamente a mesma por causa de ser reamp, daí cada gravação seria diferente por causa dos settings, seja no rig ou no posicionamento do mic, e depois mistura tudo as diferentes gravações.

MMI
Veterano
# jul/17
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Eu costumo dizer aqui no fórum que num home studio que geralmente é home e nada de studio, microfone é algo a ser evitado. Mas a título de experiência, principalmente com guitarra (guitarra é uma mãe... kkkk), vá lá.

Primeiro estipule o que você quer com 2 ou mais faixas do mesmo take. Sei lá, grave/agudo, seco/reverb, limpo/distorcido... Claro que pode combinar um pouco isso, mas qual o sentido de ter 2 faixas ou mais? Em casa é bem difícil, mas um close-mic e um a 2-3 metros pegando o reverb pode ser legal.

Sendo bem sincero... Já fiz muito reamp, já fiz takes em estéreo e certa vez com um super produtor fizemos em 5.1 todos os takes de um CD. Em casa, com reamp, um só mic, sem muito conhecimento. Vale a brincadeira, mas minha aposta é que bom não fica não.

acabaramosnicks
Membro Novato
# jul/17
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MMI
é home e nada de studio
Por enquanto aqui ainda tá assim, o quarto onde gravo não tem tratamento nenhum, zero.

microfone é algo a ser evitado
mas é tão legaaal =C

Mas a título de experiência, principalmente com guitarra (guitarra é uma mãe... kkkk), vá lá.
Ou a título de gastar tempo e dinheiro com um hobby que não vai dar em resultados mais de diversão do que de uma gravação realmente boa kkkkkk

qual o sentido de ter 2 faixas ou mais?
Sinceramente, não sei. Mas pra quem não sabe o que quer, qualquer coisa basta. Ou quase isso.
Nas poucas gravações que tenho feito por aqui, eu gravo com o mic recuado uns dedinhos da caixa, off axis, pan 100%. Depois faço a mesma coisa no outro falante (2x12 com falantes diferentes), pan 100% pro outro lado. Não fica nada mal (link pro soundcloud). Eu pensei em ter mais de uma faixa porque presumo que dois métodos diferentes de gravação pode dar uma riqueza maior de frequências, dinâmica, ambiência; e talvez seja legal juntar tudo. Claro que também fui influenciado por coisas que leio por aí, como por exemplo isso.

fizemos em 5.1 todos os takes de um CD. Em casa, com reamp, um só mic, sem muito conhecimento. Vale a brincadeira
Com certeza vale! Se eu tiver a oportunidade, vou fazer também uehauehaueha

Ismah
Veterano
# jul/17
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Eu acho que vale a brincadeira. Não se aprende a atirar de espingarda usando um cabo de vassoura...

JJJ
Veterano
# jul/17
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Candidato a Jimmy Page?

Cara... experimenta. O máximo que pode acontecer é... ficar uma merda... kkkkk

Agora, sério: claro que vai haver algum nível de degradação de sinal. Mas isso nem sempre é sinônimo de coisa ruim (tem até plugin de degradação de sinal por aí... rs). O problema maior é o ruído que essas idas e vindas podem gerar.

Ismah
Veterano
# jul/17
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Em guitarra um clock AD de 44.1kHz é muito além do necessário... Sendo otimista até 10 k uma guitarra responde bem, segundo Nyquist, um clock de 20 kHz já bastaria, mas temos clock de 4 vezes o necessário...

Relação s/n geralmente acima de 80dB ou mais...

Não vejo motivos pra ter problemas, mas claro, não vira fazer reamp do reamp...

Agora vira é fazer reamp de voz gaita etc! Vi um gringo fazendo com pedais de guitarra, e amp. Babei no efeito!

acabaramosnicks
Membro Novato
# jul/17
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JJJ
Candidato a Jimmy Page?
To muito longe disso hehehe

claro que vai haver algum nível de degradação de sinal
Em guitarra um clock AD de 44.1kHz
Não vejo motivos pra ter problemas, mas claro, não vira fazer reamp do reamp

A idéia é usar a mesma gravação várias vezes, gravar diferentes resultados do mesmo reamp. Acredito que não vai zoar o sinal.

Agora vira é fazer reamp de voz gaita etc! Vi um gringo fazendo com pedais de guitarra, e amp. Babei no efeito!
Como assim, grava a voz e depois manda a gravação pro pedal de guitarra e amp? Acho que eu ja vi fazerem isso, mas era ao vivo mesmo, e não reamp.

Ismah
Veterano
# jul/17
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Assim mesmo... Já tinha usado como insert da mesa, e me surpreendi!

MMI
Veterano
# jul/17
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acabaramosnicks

Pois é, microfone pode ser legal, até porque esse conhecimento numa apresentação pode ser necessário. Só que nestas condições de home sem studio, microfone não é uma boa opção. A tecnologia te oferece melhores opções para gravar em casa. Mas guitarra é uma mãe, permite algum resultado com microfone ruim e posicionamento de qualquer jeito, num quarto qualquer.

Você precisa saber o que quer de duas faixas de guitarra, é o primeiro passo. Se você não sabe para onde quer ir, não tem um caminho, sequer um rumo, não vai chegar a lugar nenhum.

Eu pensei em ter mais de uma faixa porque presumo que dois métodos diferentes de gravação pode dar uma riqueza maior de frequências, dinâmica, ambiência; e talvez seja legal juntar tudo.

Você pode sim pensar em mais de uma faixa para realçar frequências, ambiência e eventualmente dinâmica. Só que ao juntar tudo, exatamente a mesma gravação num reamp, você coloca na equação a fase - boa chance de ter cancelamento e problemas. Numa eventual mix, terá que lidar com posicionamento, fase, reverb, tudo diferente.

Usar 2 microfones num amp é interessante Usar 2 microfones é uma excelente ideia em algumas situações. Ouvindo suas gravações, naquela amostra não penso que te daria grandes vantagens mesmo. Em se tratando de close-mic, eu acho muito legal a opção de um ribbon (R121, RNR1) e um SM57. Você usa o ribbon para dar o som vintage dele, com mais graves, bem agradável e semelhante ao ouvido, o SM57 dá uma pitada de médio agudos principalmente. Outra opção legal e um close-mic e um condensador a no mínimo 1 metro (geralmente mais) - esta opção requer uma sala boa e um bom conhecimento da sala para posicionar o amp e o mic.

Gravar em 5.1 é para os grandes. Eu te diria: nem tenta. Fizemos esta gravação em 3 pessoas, o produtor era o melhor engenheiro de som brasileiro que conheço, disparado. Ele se emocionou com nossa paixão, a empolgação para o projeto estava enorme, equipamentos especiais. Nos aventuramos a fazer algo que nunca fizemos, todas as guitarras em 5 microfones. Dois amplificadores sempre, radicalmente diferentes - um hi-gain e um single channel por exemplo, pedais de efeitos em estéreo. Nada de SM57, optamos pelo MD421 nas bocas dos falantes. a uns 2 metros de cada amp, um Neumann U67 apontado para o amp e mais um quinto U67 pegando sala. Foi preciso usar e checar com decibelímetro o som de cada amp e normatizar um teto para as diferentes tomadas (usamos um decibelímetro ligado num MD421). O projeto ficou com os MD421 (close-mic) nos laterais frontais, os U67 distantes para os laterais posteriores e o de ambiência para o central. Tudo foi fotografado e filmado para aulas de produção. Foi uma sessão que valeu por uma vida, a melhor e mais incrível que todos presenciaram, inclusive o dono do estúdio que liberou o melhor equipamento. Sem falar nos instrumentos que rolaram ali... Vixi... Não foi para amadores! Foi tão lindo e complexo que só faria de novo lá, não me arriscaria em casa.

Iversonfr
Veterano
# jul/17
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MMI

Dá uma tese de mestrado essa sua aventura aí hein, muito bacana!

Ismah
Veterano
# jul/17
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Poxa, deixa de spoiler MMI hehehe

Mas apesar de concordar, acho que nosso abiguinho não tem acesso a essa coisa toda... E se quer aprender a usar mic, a achar problema de fase começa assim... Um dos grandes nomes do rock nacional anos 90, começou MONTANDO seu gravador multicanal, com base em toca fitas usados e uma mesa de som de 12 canais...

Ele pode só ter feito merda, mas o barato que isso foi não tem preço !

MMI
Veterano
# jul/17
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Iversonfr

Dá uma tese de mestrado essa sua aventura aí hein, muito bacana!

Foi uma emoção enorme, cara... E ver um cara como aquele produtor emocionado, me convidando para fazer outras sessões, não tem presente melhor neste mundo. Ele enumerou uma lista de guitarristas (até famosos gringos) que ele já gravou, mas até hoje ele cita esta sessão como a melhor sessão de guitarras que ele fez na vida. Foi uma honra ter feito aquilo.

Ismah

Poxa, deixa de spoiler MMI hehehe

Tá bom, tô de boas aqui... :)

Mas apesar de concordar, acho que nosso abiguinho não tem acesso a essa coisa toda... E se quer aprender a usar mic, a achar problema de fase começa assim... Um dos grandes nomes do rock nacional anos 90, começou MONTANDO seu gravador multicanal, com base em toca fitas usados e uma mesa de som de 12 canais...

Na verdade, nem eu, nem o produtor em questão, nem o dono do estúdio... Pouca gente teria acesso aquilo, juntamos forças.

Vale a tentativa, vale a brincadeira. Mas provavelmente bom não vai ficar. E daí para saber se é fase, se é captação, se é técnica, se é plugin, se é sala, se é equipamento que está complicando a vida? Tentar eu nem posso proibir, mas posso sugerir que se domine primeiro 1 só mic. Na hora que se sabe fazer vários sons com um mic, a aventura pode continuar com 2, 3, 5... (eu mesmo não sei fazer com 5 não)

Um monte de gente desta minha geração "pré-interface USB" começou com gravações em K7. No começo os fodões apareceram com as Tascam de K7 que gravavam com 4 canais, um absurdo impensável para se ter em casa - depois foi barateando. Eu tive uma dessa, quando ficou barato, depois fui fazer minha primeira produção mais séria num maravilhoso Pentium I, kkkkkk. Tenho gravinas digitalizadas de K7 dessa época, dá para notar as flutuações do bagulho, aquilo é curioso e vale como referência para mim.

JJJ
Veterano
# jul/17
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MMI
Um monte de gente desta minha geração "pré-interface USB" começou com gravações em K7. No começo os fodões apareceram com as Tascam de K7 que gravavam com 4 canais, um absurdo impensável para se ter em casa - depois foi barateando. Eu tive uma dessa, quando ficou barato, depois fui fazer minha primeira produção mais séria num maravilhoso Pentium I, kkkkkk. Tenho gravinas digitalizadas de K7 dessa época, dá para notar as flutuações do bagulho, aquilo é curioso e vale como referência para mim.

Acabou de resumir os primórdios da minha história de gravação... exceto pelo fato de que, no reino digital, deve ter sido um 386 e não um Pentium...

Ismah
Veterano
# jul/17
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MMI

Bem, ele tem que agradar a si mesmo, e isso pode ser muito bom incentivo. :D

boblau
Veterano
# jul/17
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acabaramosnicks

na minha opinião, a qualidade de uma gravação é extremamente relativa.

Para te animar em fazer tua experiência, pesquise e leia sobre a gravação do Machine Head. Para mim, um dos melhores ambientes de gravação já realizados. A bateria tem um som penetrante, as guitarras e os órgãos são insuperáveis. E foi uma gambiarra geral. Eles simplesmente não tinham estúdio nenhum. Tinham a unidade móvel de 16 canais de gravação dos Rolling Stones, que hoje seria equivalente a um Mac com uma interface de 16 canais... o resto era tentativa e erro nos quartos, corredores, banheiros e salas de um andar de um hotel.

Eu tenho um CD duplo com trechos das gravações que não estão no disco. É sensacional, as fotos são épicas.

Outro excelente exemplo é a gravação das guitarras de Dark Side of The Moon pelo Gilmour, reportada no livro The Black Strat: A History of David Gilmour's Black Fender Stratocaster. Nada de estúdio. Eram salas abertas cheias de microfones, a foto é sensacional.

Portanto, se vc tem tempo, saco, vc pode fazer história! É só ter bom gosto, aptidão gambiarrística e partir pro trampo exorcizado.

Ismah
Veterano
# jul/17
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É menos que um notebook com interface de 16 canais...
Porque só rolava usar 16 canais simultâneos !!! É aqui que tá a graça hehehe

Ningen
Veterano
# jul/17
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É só ter bom gosto, aptidão gambiarrística e partir pro trampo exorcizado.

Genial! kkkkk

MMI
Veterano
# jul/17
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boblau

Minha opinião não é bem essa, sem querer confrontar. Eu acho que Machine Head, Dark Side of The Moon, as gravações em Headley Grange entre outras, são épicas, mágicas, referências, coisas absurdas e são marcos da música moderna. Aliás não acho, tenho certeza disso...

São coisas que eu evito falar aqui até porque o pessoal pira e ficam se achando produtores... É verdade, o equipamento evoluiu tanto que hoje daria para ter algo próximo no quarto de um garoto do fórum com computador cheio de programas piratas (em alguns aspectos). Quanto ao local, o que não gosto de falar aqui porque vira um câncer, com a tentativa de enaltecer a gambiarra... A gente vive num mundo sem a tal acústica perfeita. Eu já tive a oportunidade de visitar estúdios gringos dos primórdios, com Sun Studios, Chess records, Stax e outros. Eles tinham (ou tem ainda) sua mágica, mas basicamente são salas que geralmente tem paredes paralelas - crime capital para um "mestre de acústica de estúdio" atual. O fato é que teto assim, paredes assado, bass traps, refletores, absorvedores e o escambau ajudam mas não é fundamental.

O que as referidas gravações tem em comum é que contaram com equipamento muito bom para sua época, e que hoje ainda seria, tirando o que a questão tecnológica e digital suplantou. A questão nem seria esta, o cerne disso é que ali estavam excelentes profissionais, gente que sabia muito bem o que fazia cada um, conseguiam tirar tudo que podiam dali - e tiraram talvez até mais que podiam. Gambiarra tinha e talvez sempre vai ter. Mas tinha gente que sabia usar os defeitos a favor e não contra, como a bateria do Bonham gravada na escadaria de Headley Grange dando um som enorme. Na verdade os caras eram tão bons, mas tão bons, que tiraram som de onde não tinha ou não se imaginava. Um cara desse não serve de parâmetro, com certeza conseguiria fazer um concerto de um peido hoje. Bem diferente da média daqui, por isso que não enalteço a gambiarra desses pontos fora da curva neste fórum. O primeiro passo para o pessoal é aprender a ouvir, ter certeza do que se ouve, do que se capta, das técnicas. Dominando a arte, algumas gambiarras podem virar solução, mas não usar a gambiarra como regra para se tentar esbarrar em resultados. :)

Abs

boblau
Veterano
# jul/17
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MMI

Pra te falar muito a minha verdade, eu acho as gravações de hj em dia, com toda esta tecnologia, muito ruim. Mas muito ruim mesmo. E tenho a percepção de que não se trata da masterização ou da mixagem. Me parece a forma que se capta hoje o som. As coisas estão muito parecidas, como se fosse um leite pasteurizado. É um padrão que se adotou como bom e que não passa de um padrão.

As gambiarras de antigamente me parecem mais reais do ponto de vista de quem conhece um som de sax, piano de cauda, violão flamenco, vozes de um coral, bateria gretsch, baixo de pé, e por ai vai.... essa referência faz com que as pessoas soltem imediatamente um sorriso, sem bem saber o por que.

Acho muito válido resgatar este ambiente mais contaminado.

A música hj parece um cinema 3D. Isto é, um lixo impossível de se assistir sem ficar com dor de cabeça. Aí a gente fica assistindo um filme que a guitarra vai morrer...

acabaramosnicks
Membro Novato
# jul/17
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boblau
eu acho as gravações de hj em dia, com toda esta tecnologia, muito ruim. Me parece a forma que se capta hoje o som. As coisas estão muito parecidas, como se fosse um leite pasteurizado. É um padrão que se adotou como bom e que não passa de um padrão.


As gambiarras de antigamente me parecem mais reais do ponto de vista de quem conhece um som de
essa referência faz com que as pessoas soltem imediatamente um sorriso, sem bem saber o por que.
Acho muito válido resgatar este ambiente mais contaminado.



Isso é meio controverso. Eu não acho a gravação RUIM, talvez por ser mais novo, 23 anos de idade, mas eu acho que essa pobreza de diversidade em si é muito ruim. Como vc disse, há um padrão. Outro dia eu estava lendo o guia de como gravar guitarras pesadas do slipperman (link), e tem uma parte que ele fala uma coisa relacionada com esse assunto. Ele fala algo do tipo: de uns tempos pra cá, houve essa convenção universão mal verbalizada e inconscientemente difundada entre todas as pessoas que o bumbo da bateria não pode ter médio. NADA de médio, o som do negócio tem que ser só um "P", não chega nem a ser PUM, TUM, PÃ, é só o P, mais nada. Acontece que todo mundo do meio da música sabe que um bumbo de verdade, até pela maneira que é contruido, tem uma quantidade (no mínimo) razoável de médios, mesmo que vc deixe a pele solta e o escambau. Hoje, todos os bumbos parecem iguais ou muito parecidos, e olhe só, parece a batida da música eletrônica, que não é um instrumento real!
Ou seja, a referência de som de bumbo é a mesma pra todo mundo, e é uma coisa que no mundo real não existe, e vc tem que gravar essa merda? Ok hahaha não é exatamente um bumbo o que vc quer hahahaha

É fácil ver como uma gravação muitas vezes pode ter um timbre BOM porém diferente do timbre REAL simplesmente olhando um review de amplificador de guitarra entry-level, tipo marshall mg15, sei lá. Aliás, é engraçado como isso acontece muito com guitarras também, eu tive uma referência de timbre de guitarra no metal moderno que é quase que impossível se obter no mundo real, o som que vc escuta do sm57 na boca do v30 é muito diferente do som de verdade, nas primeiras vezes que eu toquei em um amp TOP foi até estranho, pq eu esperava um timbre específico e me foi entregue outro. Não to dizendo que um timbre é melhor ou pior que o outro, mas vale reiterar que muitas vezes o que vc escuta na gravação não é tão próximo da realidade.

Por exemplo, quando vc coloca um condenser na sala, a gravação apesar de muitas vezes não ficar exatamente boa, fica mais próxima do que a gente escuta de verdade do que qualquer mic próximo do amp. Pra fazer o negócio ficar bom a partir daí é pra quem manja. Eu acho válido tentar tirar timbres diferentes do padrão que todos seguem, não necessariamente de um ambiente mais contaminado, mas pode até ser isso também, tem que experimentar sem preconceitos, sem estar esperando um resultado específico antes mesmo de se ter um resultado, tem que escutar o novo (inovador) e o velho e ver se te agrada. É engraçado como a moda sempre tem a retomada do vintage hehehe



MMI

Eu acho que Machine Head, Dark Side of The Moon, as gravações em Headley Grange entre outras, são épicas, mágicas, referências, coisas absurdas e são marcos da música moderna. Aliás não acho, tenho certeza disso...
Quanto ao local, o que não gosto de falar aqui porque vira um câncer, com a tentativa de enaltecer a gambiarra...
o cerne disso é que ali estavam excelentes profissionais, gente que sabia muito bem o que fazia cada um, conseguiam tirar tudo que podiam dali - e tiraram talvez até mais que podiam. Gambiarra tinha e talvez sempre vai ter. Mas tinha gente que sabia usar os defeitos a favor e não contra

Ora, mas justamente pra chegar lá tem que passar pelos estágios menores, como por exemplo fazer gravações sem equipamento adequado em um ambiente inadequado e sem ter muita noção de como usar um compressor ou um gate porque nem saber o que é um ratio ou um threshold ainda. Pra aprender tem que pesquisar, ler, aprender, e tem que treinar também, ver como os resultados são gerados na prática, o que influencia no que, e por aí vai.

Fazendo um paralelo, grandes gênios da matemática vieram até mesmo antes de cristo e faziam cálculos absurdos de fodas com recursos, digamos, "limitados" - Tipo um ábaco e carvão na parede heauehauheauheau
É muito provável que a gente tenha que se matar pra chegar em resultados próximos, e usando recursos muito mais avançados que facilitam tudo pra gente, calculadora digital e científica, papel e caneta, computador, etc etc etc... mas vai dizer que não vale a pena?

Voltando pro assunto, eu sou super a favor de "enaltecer a gambiarra", tem mais é que meter as caras, todo mundo gravando essa merda toda e aprendendo todo mundo junto. Eu mesmo vou meter papelão nas minhas paredes aqui em casa pq tem azulejo nas paredes. Uma hora vc chega numa sonoridade no mínimo aceitável (provavelmente pior do que o machinehead, mesmo se vc tiver mais recursos que eles tinham), e se ao invés disso ficar uma merda, grava de novo, tente outras coisas, pesquise mais.

É muito fácil gravar um bom timbre hoje em dia plugando a guitarra em linha na interface e usando um preset no guitar rig. Mas perde a magia do negócio, e corre o risco de chegar em um timbre que mais um milhão de pessoas chegaram. Então tem mais é que meter um microfone escroto num amp escroto dentro do banheiro cheio de reverb direto na entrada de mic onboard do pc positivo só pra ver no que dá. Se ficar uma merda, vc pode voltar pra opção mais fácil do guitar rig a qualquer momento, mas não vejo motivos pra não tentar.
Se quiser uma gravação igual do machine head, provavelmente irá se frustrar, estará sendo ingênuo, mas não é por isso que vai ficar necessariamente ruim.
Esperar por perfeição, recursos adequados ou equipamentos tops não vale a pena, até porque na realidade da maioria isso nunca vai existir, pq a maioria faz por hobby. Mas uma boa composição pode surgir de qualquer lugar, até mesmo do hobbysta, e quem sabe não vem alguém e faz uma gravação decente usando a sua composição, a sua idéia? Todos saem ganhando! Vale a experiência, vale o passatempo, é muito legal trabalhar com isso, muito prazeroso.

boblau
Para te animar em fazer tua experiência, pesquise e leia sobre a gravação do Machine Head. Para mim, um dos melhores ambientes de gravação já realizados.
Outro excelente exemplo é a gravação das guitarras de Dark Side of The Moon pelo Gilmour, reportada no livro The Black Strat: A History of David Gilmour's Black Fender Stratocaster. Nada de estúdio.

É, eu conheço o machine head. Os caras deram nó em pingo dagua usando luva de boxe hahahahaha

E daí para saber se é fase, se é captação, se é técnica, se é plugin, se é sala, se é equipamento que está complicando a vida? Tentar eu nem posso proibir, mas posso sugerir que se domine primeiro 1 só mic. Na hora que se sabe fazer vários sons com um mic, a aventura pode continuar com 2, 3, 5...

Acho que eu mal domino um hahahaha

_____________________________
passando uma régua pra trazer novidades

Sábado não deu pra fazer nada, domingo perdi muito tempo pesquisando coisas aleatórias, soldando coisas, depois tocando guitarra, tocando bateria, etc... gravei somente uma linha de guitarra pra fazer o reamp, e gravei uma faixa pra cada mic, uma vez só. Foi mais pra sentir o que está por vir C:
Estou bem ansioso pra gravar mais!

- Peguei emprestado um condeser grande (behringer c1) cardióide, um par de condenser direcionais (behringer c2), e um dinâmico que eu não lembro a marca e modelo.

- Fiz reamp, foi um sucesso! O sinal que chega do amp foi um pouquiiinho mais fraco do que a guitarra de verdade, mas o boost tá aí pra isso, né? Deu certo.

- Descobri que meu mic dinamico é meio paia. Muito comprimido e de timbre questionável. Nem sei como cheguei naquele resultado postado lá em cima. Esse dinâmico que eu peguei emprestado, mesmo não sendo de marca e modelo famosos no mercado deram um timbre bom com pouco (na verdade nenhum) trabalho, com muito mais dinâmica e riqueza de detalhes.

- Não sabia que condensadores são tão sensíveis assim. Gravei o C1 na altura da minha cabeça a uns 2 metros do amp e ele pegou som pra caramba.

- Misturando o som dos mics deu um som bem diferente de tudo que estou habituado, ainda não ficou bom de verdade mas acho que dá pra chegar em um resultado bacana a partir daqui.

Conforme eu for gravando e misturando coisas eu vou postando resultados aqui, e talvez umas gravações também.

Lelo Mig
Membro
# jul/17
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boblau

...pesquise e leia sobre a gravação do Machine Head.

Concordo! Já havia citado o Machine Head em um outro tópico sobre gravações aqui no fórum. É um marco, uma série de fatores levaram este álbum a ser uma das melhores coisas já feitas em todos os tempos, incluindo a gravação.

MMI
JJJ

"Um monte de gente desta minha geração "pré-interface USB" começou com gravações em K7."

Que maravilha!!....rs.

Sou um pouquinho mais velho que vocês... Quando comecei ainda não havia o porta studio. Desta feita, as primeiras gravações caseiras eram feitas usando mais de um toca fitas convencional e mesa de som.

Grava-se (uma base guia) num K7... depois ouvindo essa base grava-se Guitarra em outra K7, Baixo em outra, Teclado em outra e assim sucessivamente. Depois coloca-se 5, 6 toca K7 em simultâneo e equaliza numa mesa..... Dava um trabalho do cão! degrada sinal pra caramba, difícil conseguir fazer todos os K7s "girarem" com a mesma velocidade, tem centenas de motivos prá dar errado e ficar ruim... mas era uma delícia!

Para um moleque dos anos 70, louco por audio, sem internet e sem video game como eu...

Depois comprei um Toca Fita de Rolo... Jimi Hendrix gravou "em casa" com eles... e estamos ouvindo seus álbuns até hoje.

Quando a Tascam lançou o Porta Studio.... ahhh......foi o equivalente de uma interface de audio hoje. Só que era mais bonita e tinha mais "botãozinhos"...rs

Como diria o DeRos......."meu amigo que beleza!"

Porta Studio Tascam 1980

acabaramosnicks
Membro Novato
# jul/17
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Lelo Mig
Rapaz, fiquei imaginando aqui vários moleques tentando sincronizar os k7, perdendo o dia inteiro com essa merda, no final o som ficando um lixo, e todo mundo super feliz heuaheuaheuaheuaheu
Quando eu era bem pequeno, há uns 15 anos atrás rsrsrs o k7 já estava quase morrendo, os que eu tinha já eram muito velhos e talz, naquela época eu nem sabia pra que servia o botão com a bolinha vermelha, só sabia que apertava junto com o play.

Curioso como essa degradação de sinal, até um certo ponto chega a ser até desejável. Já vi gente falando de gravar tudo digital e depois passar na fita pra "esquentar" o som, tem até plugin pra degradar sinal heauheauehauhe

Mas fala se não é verdade, esses equips antigões são muito bonitos! O senso estético mudou de tal maneira e tentou se sofisticar tanto que aquelas coisas malucas com cara de coisa do futuro que tinha antes são as coisas normais de hoje. Olha só o novo Civic, parece uma nave espacial kkkkk
As vezes eu curto mais o visual das coisas antigas, até a decoração aqui em casa é meio misturado retrô com moderno. Vintage é vida, cara. A minha interface aqui tem dois VU meter, eu piro olhando as agulhinhas mexendo, é muito daora!

Lelo Mig
Membro
# jul/17 · Editado por: Lelo Mig
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acabaramosnicks

Pois é cara! Eu acho que devemos nos manter antenados, acompanhar as novas tecnologias, suas facilidades e vantagens, olhar para o futuro.

Mas, não confundindo história com saudosismo, é bom, também um olhar para o passado.

Me incomoda um pouco, hoje em dia, por conta da facilidade que a tecnologia trás, o empobrecimento cultural que vêm com esta facilidade.

Exemplo: 90% das pessoas ligam e assistem suas TVs e não fazem a miníma ideia de como isso ocorre e como é possível. (Transmitir e receber imagem e som pelo "ar" capta-la em sua residência).

Eu não acho que todo mundo têm que ser técnico em TV, engenheiro eletrônico ou físico. Mas, saber o básico teórico de seu funcionamento.

O mesmo vale para qualquer coisa... incluindo a gravação. E, estes processos, toscos, simples, antigos, precários, improvisados, se feitos com um certo empirismo científico resultam em aprendizado.

JJJ
Veterano
# jul/17
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Lelo Mig

Eu comecei em k7 mono, cara... aqueles tijolinhos National Panasonic.

Agora, quando chegou o Porta Studio... tákipariu... era um sonho realizado!

Ainda hoje acho esse formato maravilhoso. Deviam ter evoluído o Porta Studio caseiro pra 8 canais, com uma fita maior (VHS HiFi talvez? Ou um "mini-rolo"?). Eu seria um feliz usuário de um desses, mesmo com toda parafernália digital atual...

Eu tenho um digitalzinho aqui de 4 canais. Não é a mesma coisa. Nem de longe. Não tem a "cola" mágica da fita magnética...

Lelo Mig
Membro
# jul/17
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JJJ

"Não tem a "cola" mágica da fita magnética..."

Só como informação, sabiam que todos os bancos de dados sérios e importantes do mundo são armazenados em fitas magnéticas até hoje?

acabaramosnicks
Membro Novato
# jul/17
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Lelo Mig
Me incomoda um pouco, hoje em dia, por conta da facilidade que a tecnologia trás, o empobrecimento cultural que vêm com esta facilidade.

Cara, eu não fico triste por isso porque é efeito colateral. Se hoje é muito mais provável que antes que um futuro gênio da música seja descoberto com facilidade por ser fácil de gravar e aparecer, também é fácil pra todos os outros zé manés gravarem seu lixo. Fazer o que. Justamente por dificuldades gerais que morrem de fome no brasil e mundo a fora pessoas com talento absurdo, e isso foi reduzido. Mas pra se ter baixo custo no produto ele tem que ser massificado, tem que vender pra muita gente que vai gravar coisa ruim. Tipo eu hehehehe


Eu não acho que todo mundo têm que ser técnico em TV, engenheiro eletrônico ou físico. Mas, saber o básico teórico de seu funcionamento.

Eu acho triste saber que muitas vezes a ignorância é opcional, e mais triste ainda saber que os "grandes" incentivam a massa a optar por ela. Eu particularmente sou muito curioso, gosto de saber de tudo um pouco.

JJJ
Eu seria um feliz usuário de um desses, mesmo com toda parafernália digital atual...
O problema é que, como eu disse acima, pra baratear tem que massificar. Pra ganhar o mesmo tanto de dinheiro vendendo pra alguns poucos felizes usuários como você, o negócio teria que ser bem caro, será que vc pagaria o preço? Provavelmente, dos poucos que gostariam de ter pra usar, menos pessoas ainda pagariam o suficiente pra ser rentável.

Se eu tivesse a oportunidade perderia pelo menos um mês inteirinho brincando com um desses; mas nem ferrando que eu pagaria dinheiro algum pra ter um desses pra mim. Eu só brincaria com um desses se fosse de algum tio meu ou coisa do tipo, prefiro mil vezes minha interface USB.

JJJ
Veterano
# jul/17 · Editado por: JJJ
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acabaramosnicks

será que vc pagaria o preço?

Mas quando a tecnologia estava "sedimentada", o preço não era alto. Se eu pude comprar um Tascamzinho de 4 canais, nas épocas de dureza, com certeza não era muito caro! kkkkkk

prefiro mil vezes minha interface USB.

Cara... nada se compara a um botão de verdade. Clicar num desenho de botão numa tela, pra quem operou algum tipo de gravador real, é brochante, por mais recursos que os softwares atuais tenham.

Claro que eu não abriria mão das maravilhas digitais. Mas, se existisse um gravador analógico caseiro, de pelo menos 8 canais, ace$$ível, cheio de botõezinhos e faders e atualizado em termos de hardware e fitas e tal, eu preferiria "mil vezes" do que QUALQUER interface USB! rs

Depois de tudo gravado e pré-mixado no gravador, aí sim, poderia mandar tudo pro computador pra masterizar digitalmente.

Esse seria o setup caseiro dos meus sonhos.

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Quando clico no "membro novato" aí embaixo, diz que você cancelou o cadastro no FCC...

acabaramosnicks
Membro Novato
# jul/17
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JJJ
Mas quando a tecnologia estava "sedimentada", o preço não era alto. Se eu pude comprar um Tascamzinho de 4 canais, nas épocas de dureza, com certeza não era muito caro! kkkkkk

Acho que vc não entendeu o que eu quis dizer. É que vc falou que Deviam ter evoluído o Porta Studio caseiro pra 8 canais, com uma fita maior (VHS HiFi talvez? Ou um "mini-rolo"?).. O que eu to dizendo é que se eles tivessem de fato evoluido o porta studio hoje, vc provavelmente não teria dinheiro pra comprar ou a patroa não deixaria gastar toda essa fortuna no equip, porque a demanda por esse equip seria muito pequena, encarecendo o produto. Nãos eria igual antes que vc se mata pra comprar algo caro, seria algo do tipo que custa tão caro que nem se eu tivesse muito dinheiro eu teria vergonha de gastar tanto em um único equipamento de tenologia retrógrada pra usar só por hobby.

Cara... nada se compara a um botão de verdade. Clicar num desenho de botão numa tela, pra quem operou algum tipo de gravador real, é brochante, por mais recursos que os softwares atuais tenham.


Eu nunca gravei alguma coisa apertando um "botão de verdade", aqui eu aperto no máximo a barra de espaço do teclado uehauehauehau
O mais próximo disso no meu mundo acho que seria mexer nos pots de uma mesa de som, de fato é mais divertido do que clicar e arrastar os volumes do DAW, por exemplo, mas eu ainda prefiro a praticidade e resultados do DAW mexendo uma pista de cada vez do que ter que fazer tudo "live" na mesa de som pra gravar de uma vez, digamos assim. O segundo caso provavelmente seria mais divertido, mas é muito pouco prático, entro novamente na questão do "se eu tivesse oportunidade, faria, mas não vou investir nisso".

Será que não existe um gravador tipo esse que tenha tipo um conversor A/D no final e grave em um pendrive? kkkkkk
Sei lá, to viajando aqui...
O que vc faria hoje, com um PortaStudio 8 canais?

Quando clico no "membro novato" aí embaixo, diz que você cancelou o cadastro no FCC...

Então, realmente meu cadastro está cancelado. Não sei porque, mas não volta nem a pau. Eu tenho que colocar meu login e senha todas as vezes antes de postar, daí ele redireciona pra tipo um 404 do cifraclub, mas posta normal.

JJJ
Veterano
# jul/17
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Ah, agora saquei.

Existem gravadores digitais de 8 canais ou mais. Analógicos só os caros de estúdio. Analógico caseiro acho que não existe. Mas se alguém souber, avise!!!

Cara, você pode postar estando cancelado??? Eu hein...

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