Como testar a audição de sua produção musical em estúdio caseiro?

    Autor Mensagem
    Adler3x3
    Veterano
    # abr/14


    Todos sabem que um estúdio caseiro sofre de inúmeras limitações, que não cabe aqui detalhar.
    O problema é real.
    Assim quando exportamos o áudio da DAW e até usamos editores externos para fazer depois uma espécie de masterização caseira.
    Assim gostaria de saber dos membros do fórum como fazem para testar a qualidade do áudio final para escutar em diferentes mídias.

    Por exemplo:
    01- Mídias;
    - Microsystem;
    - Telefone Celular;
    - Tablets;
    - Outros computadores com diferentes caixas de som;
    - Notebooks e derivados sem caixa de som;
    - Som do Carro;
    - Aparelhos de TV;
    - ouvir em mono também;
    - e outros (que podem e devem detalhar);

    02 – Audição
    Alguns sistemas são exclusivos para fones de ouvido.
    Mas se deve ouvir em ambos.
    E como escutar?
    - usando os efeitos do própria mídia, habilitando e desabilitando.

    03 – Análise do áudio.
    O que observar?
    --presença dos instrumentos;
    --embolamento de instrumentos;
    --qualidade do estéreo ou problemas;
    --excesso de graves;
    --excesso de agudos;
    - excesso de médios;
    - no caso de um álbum, consistência e integridade do projeto;
    - nível de volume, em que % começa ocorrer a distorção;
    - e muito mais detalhem;

    04- Anotações
    Fazer anotações do tipo:
    em 3:12 s o baixo esta distorcido;
    em 0:14, a bateria esta com excesso de graves;
    e assim por diante
    por favor detalhem outros problemas;

    05- Conserto na DAW;
    Com base nas informações coletadas temos que proceder os ajustes.

    Com certeza esta faltando muitos outros detalhes no processo.
    Por favor postem as suas dicas.
    Acredito que este post pode ser muito útil para todos.

    Jabijirous
    Veterano
    # abr/14
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    Primeiramente eu vou para o rádio, depois vou para o rádio do meu carro, depois na tv. Cada falante de cada aparelho tem uma resposta de frequência diferente, não tem como fazer A MIX PERFEITA. O lance é soar bem e, se possível, soar todas as frequências principalmente as graves nos falantes pequenos.

    Lelo Mig
    Membro
    # abr/14 · Editado por: Lelo Mig
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    Adler3x3

    Já fiz coisas parecidas, ouvir em aparelhos diferentes e etc., mas cansei, dá muito trabalho e mais me trazia dúvidas e insatisfações do que resultados.

    Depois de pensar bastante sobre o assunto e com ajuda de algumas literaturas de engenheiros de áudio ativos nos anos 60 e 70 *, como Allan Parsons e outros, busquei um outro tipo de solução.

    (*) Por que anos 60 e 70? Porquê nesta época não haviam as condições tecnológicas de hoje, então, parti de um pressuposto que para uma gravação caseira, limitada e tosca, não deveria buscar parâmetros com tecnologias modernas, equipamentos de studios atuais, coisas que não possuo e nem pretendo possuir, seja pelo alto custo, seja pela não necessidade, já que não tenho pretensões profissionais.

    Quando li Inside Out, escrito pelo Nick Mason, do Pink Floyd, fiquei muito entusiasmado com a forma, improvisos, experiências e os recursos utilizados na época. E guardei um paragráfo em que ele, mais ou menos diz isso:

    "Arnold Lane foi gravada num gravador de rolo de 4 canais. Cada pista era jogada para cima da outra, para liberar espaço para um novo overdub. Havia, por conta do tipo de midia da época, uma degradação natural a cada sobregravação. Mas, ainda hoje, fico surpreso com a qualidade final da gravação e da mixagem. Desde cedo, nós do Pink Floyd, aprendemos que seja nos anos 60 ou nos 2020, gravar num studio faz toda diferença. Nem tanto pelos equipos e ambientes, mas principalmente pelos profissionais envolvidos que conhecem cada peça de cada equipamento e o que podem extrair deles."

    Quando li isso, percebi que EU deveria dominar completamente o que eu tinha a minha disposição, parar de sonhar com um microfone melhor ou uma interface mais poderosa (não que não seja melhor, mas de muito pouco adiantaria se eu não aprendesse a tirar leite de pedra).

    Então a primeira coisa que fiz foi criar uma referência sonora.

    Elegi uma lista de canções e sons de diferentes timbres, cores, ambiências, pesos, características sonoras e etc.

    Uma a uma criei equalizações no meu equipamento de reprodução, (Amplificador e monitores) e isso sim precisa ser de qualidade satisfatória, e essa sonoridade é a base comparativa de minhas gravações.

    Ao iniciar minhas mixagens, uso minhas referências e crio os comparativos entre eles, acertando os graves, agudos, brilhos, presenças e etc...alternando entre monitores e fones de ouvido de qualidade.

    Se soar bem em meu som padrão, soará satisfatóriamente em qualquer lugar.

    Se soar ruim no som do ouvinte é porque neguinho tá em um som "meia boca", aí não há o que fazer em relação a isso.

    Afinal, não mixo pensando em ser ouvido em foninho de R$ 1,99... apesar de saber que a maioria vai ouvir mp3/youtube/foninho fuleiro.

    Obs: Quando posto jams, performances e etc, aqui/Youtoba, não tenho essa preocupação, porque o intuito não é um material para ser apreciado como um CD.....são publicações com outros objetivos, então, como dá um trabalho do cão uma mixer "desejando ser perfeita", nem perco muito tempo e uso um plano B, padrão McDonalds de qualidade.


    Obs 2: Outra coisa que Nick Mason cita é que o Floyd nunca usava técnico de studio ao vivo ou vice e versa, porque a escola é outra e nunca funcionava tão bem. Concordo, minha escola é palco, mexi muito (e ainda mexo) com sonorização ao vivo. Fora o fato de saber para que servem os botões da mesa, muito pouco se aproveita em outro ambiente, já que a resposta dos equipos é bastante distinta.

    Adler3x3
    Veterano
    # abr/14
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    Jabijirous
    anotado a dica dos graves nos falantes pequenos.

    Lelomig
    Música de referência.
    Sim faço isto, em cada projeto crio uma track para conter uma música de referência.
    Aparelhos meia boca
    Importante a sua dica de aparelhos ruins "meia boca", isto é certo, não adianta perder tempo.
    Objetivos da Publicação
    Quanto aos objetivos da publicação também concordo
    É o propósito, muitas vezes é simplesmente mostrar um música ou fazer uma simples brincadeira.

    Templates
    O uso das referências de EQ de músicas antigas e especiais também é uma boa dica, a palavra template não se aplica bem, mas é por aí.
    Só que em vez de alocar no aparelho de som, aloca dentro da DAW na Master Track.
    Mas também é útil para se escutar em outros aparelhos dependendo do estilo musical.
    Boa dica, anotada.
    No final neste tópico vou fazer um resumão de todas as dicas boas.
    A última versão do Magix possibilita analisar uma música e carregar uma configuração na Master Track baseado no som original, e estou testando, e em alguns casos percebi que o resultado é satisfatório, mas o programa não gera um relatório dos parâmetros utilizados.
    Já o AMMS faz isto também e salva as configurações com relatórios, mas o resultado não parece tão bom.

    Adler3x3
    Veterano
    # abr/14
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    Todos

    A mídia que acredito que seja mais utilizada nos dias de hoje para ouvir música, talvez seja a do celular.
    E assim pergunto?

    Qual é a configuração (preset) de equalização mais utilizada?

    Jabijirous
    Veterano
    # abr/14
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    Adler3x3

    Difícil tua pergunta. Eu ouvi um engenheiro de som uma vez falando que o disco deveria ter dois tipos de mixagem, a convencional e uma feita para o fone de ouvido.

    Adler3x3
    Veterano
    # abr/14 · Editado por: Adler3x3
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    LeloMig

    Lelo escreveu:
    percebi que EU deveria dominar completamente o que eu tinha a minha disposição, parar de sonhar com um microfone melhor ou uma interface mais poderosa (não que não seja melhor, mas de muito pouco adiantaria se eu não aprendesse a tirar leite de pedra).

    Num processo alternativo posso testar somente nos aparelhos que tenho, e analogamente fazer o que você recomendou:
    - Som da TV; (que é razoável)
    - Som do Carro que é bom; (testar diferentes equalizações)
    - Som do Notebook (que é um pouco melhor que meia boca);
    - Som de um sistema gradiente dos anos 80; (testar diferentes equalizações)
    - Som de um Microsystem Sharp (transição dos anos 80 para 90)
    - Som do Tablet (meia boca);
    - Som do Celular (razoável, e dá para testar alguns EQ)
    Se soar bem na maioria dos aparelhos acredito que a gravação esta boa.

    Mas comente como é o seu processo para achar os defeitos?

    JJJ
    Veterano
    # abr/14 · Editado por: JJJ
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    Como eu estou plenamente ciente das limitações de um home studio, pra fazer uma gravação que fique "legal" em vários dispositivos, eu tento ouvir nos seguintes:

    1 - no próprio computador, com fones bons (uso o Boss AE2 ou o Shure SRH440).
    2 - no próprio computador em um par de caixinhas ativas (uso Edifier R1200T).
    3 - no próprio computador, ligado em equipamento de som comum, que é um meio onde muitos vão acabar ouvindo (uso um Mini System Sony Genezi MHC-EX6).
    4 - num laptop, com um fone Koss Porta Pro (também um dos fones mais comuns, dentre os que tem um som decente).
    5 - no iPad (ou outro dispositivo móvel), com o fone Koss Porta Pro.
    6 - no iPad (ou outro dispositivo móvel), com fones vagabas (porque sei que muita gente vai ouvir desse jeito... infelizmente).
    7 - EDIT (tinha esquecido) - no carro, claro...

    Porém, ultimamente, para evitar esse extenso "circuito de audição", tenho confiado um pouco mais nos olhos, em vez dos ouvidos! Há muitas ferramentas de análise espectral e outras formas de visualização de ondas, algumas incorporadas às próprias DAWs e softwares de mixagem. Uma vez que se entende como funciona uma mix e o papel de cada instrumento nela, muita coisa pode ser ajeitada só no visual. Claro que a ideia final terá que vir dos ouvidos, mas dá pra encurtar bem o caminho com alguns atalhos visuais prévios.

    Adler3x3
    Veterano
    # abr/14 · Editado por: Adler3x3
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    Jabijirous
    Jabi escreveu:
    Eu ouvi um engenheiro de som uma vez falando que o disco deveria ter dois tipos de mixagem, a convencional e uma feita para o fone de ouvido.

    Já pensei nisto, e observe que para colocar música lá dentro da Apple é usado um programa especial para preparar o áudio para ser escutado lá.
    Assim conclui-se que conforme a mídia de destino é recomendável usar diferentes masters de acordo com o propósito.
    Se for para escutar nas rádios da internet, um tipo, se for para cd outro tipo, e assim por diante.
    Seria isto uma tendência?
    Uma vez que considerando a grande variedade de mídias é impossível fazer uma mix no estilo antigo.

    Adler3x3
    Veterano
    # abr/14 · Editado por: Adler3x3
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    JJJ

    Bom post, agregou bem.
    Dicas anotadas.

    Por incrível que pareça , ontem mesmo esta pensando neste sistema visual que você comentou.
    Mas pensei assim: depois de tudo gravado com algum conhecimento, dá para ir distribuindo os instrumentos nas tracks, e fazendo análises do espectro e altura das ondas e até sem ouvir nada, só ajustando aqui e ali.
    E depois quando se fosse dar um efetivo play e escutar, já deveria de inicio soar razoavelmente.
    Neste sentido também sou visual.
    Mesmo sem escutar nada, considerando que as tracks foram bem gravadas, por este método por incrível que pareça dá para conseguir um bom resultado sem ouvir nada.
    É dá emprego até para um mixador surdo.
    Pois o mesmo vai analisar as ondas sonoras, vai prevenir clips, vai saber se tem excesso de graves e agudos, e vai saber até ajustar.
    Pois quando um sentido fica desligado os outros sentidos ficam mais apurados.
    Rss....
    E como trabalho mais com instrumentos virtuais, as vezes a forma da onda, de tracks individuais ou da track geral, me dá inspiração para compor outra track (com outro instrumento e com variações), só no modo visual, e também ajuda a humanizar um midi, pois você distribui a altura das velocidades de acordo com a forma da onda.
    É uma excelente forma de humanizar o midi.
    Claro tem que dar um bom zoom no máximo possível que o sistema permite.

    JJJ
    Veterano
    # abr/14
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    Adler3x3
    depois de tudo gravado com algum conhecimento, dá para ir distribuindo os instrumentos nas tracks, e fazendo análises do espectro e altura das ondas e até sem ouvir nada, só ajustando aqui e ali.
    E depois quando se fosse dar um efetivo play e escutar, já deveria de inicio soar razoavelmente.


    Essa é a ideia!

    dá para conseguir um bom resultado sem ouvir nada.
    É dá emprego até para um mixador surdo.


    Não exagera também, né? uahuahuhauhauahuahua

    MMI
    Veterano
    # abr/14
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    Adler3x3

    A mídia que acredito que seja mais utilizada nos dias de hoje para ouvir música, talvez seja a do celular.
    E assim pergunto?
    Qual é a configuração (preset) de equalização mais utilizada?

    Pode até ser que isso vá mudar ou já esteja mudando e eu não percebi, mas não vejo alguém mixando/equalizando/masterizando para celular.

    Vamos pegar talvez o que seja uma referência para muita gente, um dos álbuns mais vendidos e apreciados da história, The Dark Side of the Moon do Pink Floyd. Ele não foi gravado nem produzido para mídias eletrônicas, algo que hoje poderíamos chamar de "old school". Anos mais tarde foi remasterizado para sair em CD, e mídias eletrônicas, pode-se até discutir que entra um pouco da "loudness war" (e dependendo da sua música referência, de álbuns recentes, entra para valer) etc. Só que este álbum tem que soar bem no LP da época, no toca CD da sala, no carro, no iPod, no celular, no fone caro, no fone do camelô. Afinal, é a referência, se você perde espectro sonoro no seu aparelho, problema seu, mas é daquele jeito que ele deve soar.

    Se você for considerar o alto falantes do celular, e não nos fones, acho que música nenhuma do mundo soa bem, não tem razão para mixar para aquilo. A não ser que sua mix seja para um ringtone ou mesmo para uma música de espera de atendimento telefônico automático, mas aí é tão óbvio e restrito que nem vale a pena falar. Mas ok, muita gente usa com fones, mas aí a qualidade dos fones varia muito, não vejo como nem porque mixar com isso na cabeça. Só se for meter volume com compressão (quem sabe um brick wall limiter e prega a música nesse paredão, kkkkk), loudness war na cabeça para dar "qualidade", mas acho que não é por aí.

    Quanto ao que escutar, como analisar, quais mídias usar na análise...

    Cada um tem seu jeito, não tem uma receita. O que não varia é o basicão.

    O mais dificil numa mix sempre vão ser os graves, então reserve umas 3 vezes do tempo que você vai usar para mixar os agudos a eles. A maior cagada que eu posso fazer numa mix é fazer com um subwoofer. Só se for música dance, eletrônica, mas não é minha praia, então não faço nem amarrado. Tem que estar desligado sempre, no meu sistema de monitoramento nem tem sub mais, atrapalha demais e estraga tudo.

    Na verdade, a primeira regra é mirar no hi-fi, na mais alta qualidade, o sistemas de baixa qualidade vão no embalo, mas tem que soar bem no sistema de som caríssimo e de alta definição. Por isso sua mix TEM que soar bem em super monitores, em ambientes cuidadosamente tratados, depois que vai para caixas mais ou menos em ambientes loucamente reverberantes, vai funcionar também.

    O segredo está no conhecimento, na prática. Tenho certeza que de nada vale colocar alguém com pouco conhecimento num super estúdio, com o que tem de melhor em monitores e ambiente. O primeiro passo é dominar muito o seu equipamento e seu ambiente, mesmo longe do ideal. Tem que ouvir todos os dias seus monitores falarem, ouvir tudo neles, seja do youtube, seja o jogo de futebol, seja MP3 ou o que for. Tem que saber precisamente, depois de anos ouvindo, como um bom baixo, uma boa guitarra, um bom violão, uma boa bateria, um bom piano ou o que for, soam neste equipamento para pensar em equiparar sua mix. Depois de fazer uma pré-mixagem, vai testar nos aparelhos que você domina como soam, tanto quanto seus monitores. O carro que o Jabijirous falou é uma boa, nas grandes cidades a gente passa horas trancado no carro ouvindo música e aprende como aquele aparelho responde, mesmo inconscientemente - o segredo é saber como soa, saber o que procurar na mix. Uma dica legal é nessa hora ter um equipamento bem dominado, mas nessa hora incluir um com subwoofer para ver como estão funcionando seus graves num sistema desses. Se desafie a tirar um som perfeito de graves nos seus monitores sem subwoofer, para que na hora de tocar em um aparelho outro com subwoofer ele funcionar perfeito. Quando conseguir com frequência, você está dominando os graves, o mais difícil.

    A outra dica é da GAS. Pois é, nisso aí existe uma clara relação de preço e qualidade. Não adianta ter monitoração que não dá para confiar, ambiente também. Então o investimento é bem vindo, tem que tirar o escorpião do bolso (tem cara que não é nem escorpião, é uma invasão inteira de aliens furiosos que tem no bolso... kkkkk). Um equipamento, eventualmente plugin (não acho que sirva muito...) de correção de ambiente ajuda.

    Adler3x3
    Veterano
    # abr/14 · Editado por: Adler3x3
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    MMI

    Gostei.
    Vou ler com mais calma e interpretar melhor.
    Esta dica dos graves com subwoofer é muito boa (não tinha pensado nisto), e as outras dicas também.

    Uma coisa é certa no som do carro tem que soar bem sempre, se soar bem aqui é um indicativo que a mix esta num bom caminho.

    Além do ambiente a maior deficiência dos estúdios caseiros é a monitoração, por isto que temos que usar o método de tentativa e erro para tentar acertar.

    Adler3x3
    Veterano
    # abr/14 · Editado por: Adler3x3
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    JJJ

    Não exagera também, né? uahuahuhauhauahuahua

    Mas imagine o maketing e divulgação que daria para um Estúdio ter um surdo no seu quadro de funcionários.
    Mas ele é muito bom no visual, e assim de forma indireta ajudaria os outros a encontrar problemas.
    Ele vai enxergar coisas que os outros não conseguem enxergar.

    E hoje em dia existem incentivos governamentais e outros a chamada "responsabilidade social", e as empresas estão empregando deficientes físicos.
    Porque não empregar um surdo?
    O bom é que não precisa de monitores e nem de fone de ouvido.

    E lembre Beethoven fez a Nona Sinfonia praticamente surdo.

    JJJ
    Veterano
    # abr/14
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    Adler3x3
    E lembre Beethoven fez a Nona Sinfonia praticamente surdo.

    Ele "só" compôs, não masterizou! hehehe

    Adler3x3
    Veterano
    # abr/14 · Editado por: Adler3x3
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    post duplo

    Lelo Mig
    Membro
    # abr/14 · Editado por: Lelo Mig
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    Adler3x3

    O nosso amigo MMI, que entende do "baguio", meio que reforçou o que eu havia dito, quando escreveu:

    "Na verdade, a primeira regra é mirar no hi-fi, na mais alta qualidade, o sistemas de baixa qualidade vão no embalo,"

    Em resumo, um aparelho bom irá denunciar as falhas e deficiências de uma má gravação. Num aparelho ruim, você nunca terá certeza se a gravação é ruim ou esta sendo corrompida pela má qualidade dos dispositivos reprodutores. Então esqueçam os "maus reprodutores"......nunca irão acertar se mirar neles.

    Creio, que de certa forma, e mesmo que com algumas técnicas diferentes, eu e o MMI, dispensamos o "achismo" e usamos métodos científicos.

    E para se fazer ciência, necessita-se de um método lógico, que possa ser comparado e se necessário padronizado.

    Antes de sair gravando é preciso estabelecer uma norma, um esboço teórico....quem sai apertando botão sem saber o porque ou de que ponto, geralmente se perde rápido.

    O mesmo acontece se você sair ouvindo em tudo quando é midia que estiver a seu alcance. No máximo, irá padronizar para soar bem na média. E média, não é o melhor.

    1- Lógica da gravação
    2- Lógica da equalização
    3- Lógica da masterização

    O que se grava, em que ordem, de que forma, à partir de que referências.
    O que se equaliza, em que ordem, de que forma, à partir de que referências.

    E sobretudo saber o porque dessa lógica.

    "Mas comente como é o seu processo para achar os defeitos?

    1- Não equalizo logo após gravar. Manja degustador de café, que têm de beber água antes de cada gole para zera o paladar? A lógica é a mesma......espero meus ouvidos "esquecerem" os sons gravados.

    2- Equalizo à partir de um parâmetro lógico, determinado e esboçado antes, à partir de uma questão simples: "Como quero que esta canção soe?"

    3- Equalizo cada pista individualmente SEMPRE, buscando o melhor de cada instrumento, sem pensar na Mixagem. Só tomo cuidado com efeitos/alterações que possam comprometer o conjunto, como ambiências, compressões e efeitos.

    4- Ao mixar, o conceito muda. Parto do pressuposto que cada "indivíduo" esta perfeito, então "o que tenho de fazer para eles soarem bem juntos?"

    5- Este processo de equalização/finalização é ouvido alternadamente em fones e monitores da MELHOR qualidade disponível e só este som final em HI-FI me interessa.


    Obs: Minhas MIX começam numa PLANILHA DE EXCELL....hehehe e terminam num Hi FI.

    Celular com foninho fuleiro não são fatores considerados.

    Adler3x3
    Veterano
    # abr/14
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    JJJ

    Ele fez mais do que isto, ainda regeu.
    Mas o importante é destacar que a técnica a que você se referiu funciona.
    Isto é devemos prestar a atenção nos detalhes dos espectros de ondas que os softwares proporcionam.

    Casper
    Veterano
    # abr/14
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    CaroLelo Mig:

    3- Equalizo cada pista individualmente SEMPRE, buscando o melhor de cada instrumento, sem pensar na Mixagem.

    Entendo isso como uma receita para o desastre. O melhor de cada
    instrumento não interessa, na mixagem. O que interessa é como
    ele vai contribuir para o todo. Aprendi isso vendo umas sessões
    de mixagem profissionais (apenas como bisbilhoteiro).
    Tudo que não contribui atrapalha. O grave de um violão, se não é
    o caso de ele aparecer, por exemplo, é limado sem dó, com um filtro
    passa altas mesmo (não um equalizador suave). Esse som, isolado,
    é chato de ouvir, mas na mixagem entra de forma a contribuir sem
    atrapalhar.

    MMI
    Veterano
    # abr/14
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    Lelo Mig

    Falamos quase a mesma coisa. Só tem alguns detalhes, preferências pessoais e experiências muito próprias, que cada um faz do seu jeito.

    Acho que não tem um método científico não, é mais chegar num padrão de qualidade através de métodos. Mas para mim acaba entrando um pouco no "achismo", busco o que eu acho bom, o que eu acho que vai funcionar. Apesar de buscar o que eu acho que está bonito, e o belo é bem relativo, acaba indo ao encontro de um lugar comum, um padrão do que seria bacana. E é verdade, tem uma lógica, eu achei (achei mesmo???) o meu caminho das pedras e como buscar o resultado. Ou seja, vai muito de praticar, entender os processos e descobrir o caminho, tem sua lógica sim.

    1- Não equalizo logo após gravar. Manja degustador de café, que têm de beber água antes de cada gole para zera o paladar? A lógica é a mesma......espero meus ouvidos "esquecerem" os sons gravados.

    Eu equalizo. Não é nada definitivo, mas já sei por onde começar e começo o "processo de polimento", que vão dias, mas cada vez mexendo menos, cada vez mais detalhes. O descanso auditivo é importante e necessário, não dá para fazer rápido nem numa tacada só. O próprio ouvido perde frequências quando se ouve por horas seguidas, então o descanso é preciso.

    A questão é que sempre que eu ouço, vou achando alguma coisa e acabo mentalmente já pensando algo como "na virada de 1:50 o baixo e a guitarra embolaram, preciso pegar o EQ paramétrico no baixo em 200 Hz, com Q em 1.5 e baixar -3 dB - nem sempre são os parâmetros certos, mas muitas vezes é próximo disso, é o caminho que vou buscar.

    2- Equalizo à partir de um parâmetro lógico, determinado e esboçado antes, à partir de uma questão simples: "Como quero que esta canção soe?"

    Sempre!

    3- Equalizo cada pista individualmente SEMPRE, buscando o melhor de cada instrumento, sem pensar na Mixagem. Só tomo cuidado com efeitos/alterações que possam comprometer o conjunto, como ambiências, compressões e efeitos.

    Primeiro batalho o individual, para depois batalhar no conjunto. Ou seja, a faixa isolada tem que estar boa, para depois fazer o conjunto soar bem. Nem sempre o individual soa bem no conjunto, as vezes é preciso mudar o individual para encaixar o conjunto. Não é só a equalização, vai compressão, pan, reverb etc. Aqui, no individual, tomo muito cuidado com os transientes e sempre cuido da fase.

    4- Ao mixar, o conceito muda. Parto do pressuposto que cada "indivíduo" esta perfeito, então "o que tenho de fazer para eles soarem bem juntos?"

    Como eu disse, o indivíduo pode estar bem, mas tem que funcionar no conjunto. Nem sempre acontece, se não estiver legal, volte para a fase 1. rs

    5- Este processo de equalização/finalização é ouvido alternadamente em fones e monitores da MELHOR qualidade disponível e só este som final em HI-FI me interessa.

    Exato. O foco é soar o melhor possível na mais alta fidelidade. Os aparelhos e fones mais vagabundos vem no embalo. O som do carro para mim é uma boa referência de um aparelho um pouco mais fora do ideal. E é bom testar com um subwoofer.

    Lelo Mig
    Membro
    # abr/14
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    Casper

    A resposta do MMI no item 3 e 4, são exatamente o mesmo procedimento que eu utilizo e elas respondem por mim.

    Eu respondi de forma "generalizada", mas não radical. Exemplo: Eu equalizo um violão com o melhor som possível (e isso é subjetivo, pessoal e relativo à canção também), mas depois na MIX, se algo naquele violão "perfeito" individualmente choca com o todo ou outro instrumento, eu aparo as arestas necessárias. Mas, confesso, não sei equalizar individualmente pensando no todo, talvez defeito meu, por isso recorro ao perfeito individual e "limo" depois se necessário. Provavelmente o profissional do studio a que você se refere já sabe, de antemão, como o UM ficará bom quando somado ao TODO. Não tenho esta competência.

    MMI

    Quando falo em ciência, falo em metodologia e objetivo. Mas não resultado matemático, já que a subjetividade, gostos e preferências pessoais determinam esse final. (além do equipamento disponível).

    Nefelibata
    Veterano
    # abr/14
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    Casper

    O grave de um violão, se não é
    o caso de ele aparecer, por exemplo, é limado sem dó, com um filtro
    passa altas mesmo (não um equalizador suave). Esse som, isolado,
    é chato de ouvir, mas na mixagem entra de forma a contribuir sem
    atrapalhar.


    Eu DETESTO gravações em que fazem isto. Mata o som do violão, desfigurando o timbre que fica parecendo o de um cavaco quebrado. Isso pra mim é preguiça/incompetência de conciliar melhor as frequencias.

    Claudiornr
    Veterano
    # abr/14
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    Lelo Mig

    Tocou no ponto. Realmente, ouvia minhas mix em todos os lugares e com isso só arrumava um jeito de ficar desapontado no final. Hj, além do meu estúdio, escuto no meu celular e no carro (pq são lugares que ouço música normalmente), mas não grilo. Criei o meu padrão sonoro, a minha assinatura, e fiz isso ouvindo muita música, diferentes álbum e artistas usando os meus monitores de referência, no meu estúdio, até que cheguei no que eu queria. Hj, quando gravo algo novo, sempre dou uma comparada com as minhas coisas anteriormente gravadas pra ver se está dentro desse meu padrão. Se estiver ali, OK.
    Tem que estar bom onde eu ouço música, e eu não ouço música na TV.

    Lelo Mig
    Membro
    # abr/14 · Editado por: Lelo Mig
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    Claudiornr

    Eu acabei agindo desse jeito, principalmente, por conta da prática do ao vivo (minha escola), que é muito diferente e me criou um costume que me atrapalhava em studio, explico:

    - Ao vivo, a preocupação número 1, não é a qualidade. Qualidade é a 2.

    A primeira é "se fazer ouvir"...ou seja, como resolver a problemática de tornar o artista audível em toda área coberta pelo evento.
    - Ser ouvido no fundo sem estourar os tímpanos de quem esta na primeira fileira.
    - Ser ouvido nas laterais e no meio.
    - Diminuir os atrasos sonoros que provocam a "embolação" do som.
    - Achar o meio termo entre agudos sem zunidos e super graves sem definição.
    - Fazer o artista se ouvir e ouvir seus parceiros de banda.
    - Resolver as problemáticas retornos x microfonias.

    Isso tudo é muito difícil.

    Após ajustar isso o melhor possível a "qualidade" fica limitada a esta zona de limites auditivos, a equalização não pode "estragar" a audição total.

    E, por último, definido um padrão de qualidade, você "fecha"! Porque ela irá variar o tempo todo, em função do fluxo de pessoas, intempéries, alterações que a própria banda irá fazer em seus equipos, movimentação dos músicos e etc.

    Nós, tentamos manter, dentro do padrão pré estabelecido, procurando corrigir a equalização e volumes durante um show.......mas não é preciso, não é estável........lidamos com essa "turbulência" o tempo todo.

    Essa parte é muito diferente de um studio... e bastante stressante....hehehe.

    Por conta disso, eu demorei a me acostumar a estabelecer um padrão de qualidade e manter o "barco na rota".

    Ouvir em tudo quanto é midia é como equalizar ao vivo, onde o som muda a cada minuto.

    Casper
    Veterano
    # abr/14
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    Caro Lelo Mig e Nefelibata:

    Lembrem-se sempre que eu sou um amador e débil mental
    que tenta aprender, então paciência com o Véio.

    Tenho a nítida impressão que o mixador profissional tem
    a tarimba necessária para cortar de imediato o que ele
    já tem certeza que vai atrapalhar. Obviamente eu não tenho
    experiência nem próxima disso, meu método é de tentativa
    e erro (como a maioria aqui do FCC). Mas confesso que
    passei recentemente a filtrar mais que costumava frequências
    baixas, mas isso tem uma explicação mais prática e menos
    filosófica: no tipo de música que faço, o bumbo e o baixo
    (ambos sintetizados) preenchem o espaço de forma
    satisfatória, e mais que isso - não deixam espaço para mais
    muita coisa ser encaixada.

    Também por isso, regras não são universais.

    Adler3x3
    Veterano
    # abr/14 · Editado por: Adler3x3
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    Todos

    Quanto fiz a pergunta de como achar defeitos na gravação?
    Não me referi a gravação original e mixagem em si, que é um processo anterior na DAW.

    E sim no som que escutamos nas diversas mídias (som do carro, celular, microsystem etc...)

    Mas mesmo assim os detalhes do processo anterior também são uteis, e faz parte ter que voltar atrás.

    Adler3x3
    Veterano
    # abr/14
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    Lelomig

    Sim a ciência e todos os processos tem uma lógica.
    Mas música é acima de tudo arte, e tem espaço para o imponderável.
    Muitas vezes um erro sem propósito numa harmonia ou solo, pode gerar alguma coisa boa.
    E na música eletrônica um erro no sintetizador as vezes gera um timbre bom ao acaso.
    Já fiz muitos acertos errando, ou fazendo uma coisa que não queria uma digitação errada e tal, mas esta coisa deu certo. (claro na maioria das vezes não dá certo, e é erro mesmo.

    Adler3x3
    Veterano
    # abr/14 · Editado por: Adler3x3
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    Mixagens e Mixagens
    Masterizações e Masterizações

    Amadora
    O próprio músico em seu home estúdio faz tudo.
    E como tem mais tempo disponível em sua própria casa é mais detalhista.
    Pode fazer acertos usando a automação e criando variações na linha do tempo dos efeitos, se importando muito com a música e com o resultado do som final.

    Profissional

    Para pequenos e médios usuários
    Como ganha por hora ou por música, e os valores não são tão altos assim, faz um trabalho meia boca, aplicando o conhecimento geral, tem bons equipamentos e softwares, mas faz um trabalho "expresso", de modo a mais adequar o som a forma comercial de distribuição.
    Não se importa tanto com a música o foco esta mais em tornar o som audível.
    E vai cortando tudo o que não soa bem de cara, tende a usar certos padrões.
    Já no home studio dependendo do conhecimento vai mais a fundo e conserta a coisa mantendo o instrumento bom, não sai cortando a torto e a direita.

    Estes estúdios de trabalho expresso são úteis somente para os músicos e bandas que não tem conhecimento nenhum (ou ainda muito sofrível) de home studio, e para gravações.
    E obviamente tem um ambiente e melhores recursos de hardware e software para fazerem gravações, bem superiores a um home studio.

    Para grandes usuários

    Agui o trabalho vai aos mínimos detalhes e se gastam centenas e milhares de horas, de toda uma equipe trabalhando, aborda todos os aspectos tanto musicais como de técnica de som.
    Revisam tudo nota por nota.

    Assim um bom trabalho nos detalhes no home studio pode conseguir um resultado melhor que no segundo caso.

    Jabijirous
    Veterano
    # abr/14
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    Lembrando que estúdio de mixagem é uma coisa, estúdio de masterização é outra completamente diferente.

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