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El_Cabong Veterano |
# nov/12
Esses dias eu estava pensando. Nos temos hoje em dia ferramentas fantásticas para produção musical em nossas mãos. Eu por exemplo gastei uns miseros R$ 2000 para comprar um notebook Core i7 e uma interface Focusrite Scarlett 2i2. Como eu não gravo bateria acústica essa dupla já está boa pra mim. Mas vamos supor que eu gravasse bateria. Talvez eu gastasse uns R$2500 se a dupla fosse um (Notebook Core i7 + Focusrite Scarlett 18i6).
Eu fico só imaginando que revolução aconteceria se uma dupla destas caisse nas mãos de um grande estúdio de gravação do início dos anos 80 !! - Primeiro, eles iriam imaginar que se trataria de um ARTEFATO ALIENÍGENA. - Segundo, eles descartariam uma parafernália de gravadores de rolo, etc ... - Terceiro, as obras primas que foram feitas nos anos subsequentes seriam feitas de uma maneira muito mais pura. eles poderiam acrescentar na mixagem infinitos instrumentos sem se preocuparem com o acréscimo de ruído que cada pista gravada em gravadores de rolo acrescentaria no resultado final. Enfim !!! As vezes não valorizamos o que temos. E os caras lá no passado penavam com seus equipamentos limitados, e mesmo assim faziam coisas grandiosas.
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Marthin87 Veterano |
# nov/12
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Oque era top antigamente, hoje á o básico de muito estúdio caseiro. Só os Marshall que se tornaram menos acessíveis.
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esdras_63 Veterano
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# nov/12
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Além disso, antigamente no máximo eles tinha 8 canais pra gravar. Hoje em dia, dependendo do seu software, podemos gravar num número muito elevado de canais. Fora isso, muita coisa boa o software trouxe para a produção musical. Imagina voltar no tempo e falar que era possível colocar uma bateria tocada totalmente errada dentro do compasso? Com certeza ninguém acreditaria...
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El_Cabong Veterano |
# nov/12 · Editado por: El_Cabong
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esdras_63 Além disso, antigamente no máximo eles tinha 8 canais pra gravar
Pois é. Uma vez eu fui num estúdio de gravação (já nos anos 90) onde tinha um novíssimo gravador de 8 pistas ADAT da Alesis. Aquilo era o top do tops !!! E o dono do estúdio empolgadíssimo com a aposentadoria de seus gravadores de rolo. ------------------------------ Imagina voltar no tempo e falar que era possível colocar uma bateria tocada totalmente errada dentro do compasso?
Um dos problema que a tecnologia trouxe foi exatamente isso. Muita gente passou a se baseiar nestas correções após a gravação (que são quase mágicas) e ficaram mais malandras. Muita gente não quer se esforçar em estudar canto, porque na hora ele grava desafinado e dessincronizado e tudo é corrigido, e assim é com todos os outros instrumentos.
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Jeff.gomes Veterano |
# nov/12 · Editado por: Jeff.gomes
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El_Cabong Percebi isso, quando eu fui fazer um orçamento de quanto eu precisava para montar um estudio.. dai eu vi algumas interfaces como 2i2 no valor de até 750 reais, e eu pensei, "ah para começar" está bom,... mas se tratando de "home-studio" que o foco é pré-produção e guardar ideias, e até mesmo fzer uma mix/master in box, é algo para se passar muito tempo...
Realmente o melhor que devemos fazer é aprender tirar o melhor que temos que todo ano querer tocar de interface (entre outras coisas)...
Legal a sua reflexão. =]
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Marthin87 Veterano |
# nov/12
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Imagina um Sargent Pepper`s em 2012...
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Adler3x3 Veterano |
# nov/12
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Imagina um Sargent Pepper`s em 2012...
E imagine um Bach, um Beethoven ou um Mozart com os recursos que temos hoje.
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OverZakk Veterano |
# nov/12 · Editado por: OverZakk
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Eu acho que as coisas aconteceram em seu devido tempo, talvez se antigamente existisse a tecnologia de hoje, não teríamos as musicas que foram feitas em sua época, acho que é característico, cada época tem que ter seu som, sorte nossa que temos muita informação a nosso favor, mas isso gerou uma banalização, as coisas ficaram mais fáceis de conseguir, com isso uma queda na valorização cultural, talvez se Bach ou Mozart vivessem hoje, não fariam a mesmas músicas como teriam feito em sua época, é minha opinião!
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brunowebguitar Veterano |
# nov/12
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Imagina um Sargent Pepper`s em 2012... Provavelmente seria uma porcaria. A tecnologia ajuda em muitas coisas, mas no geral, gera gente preguiçosa. Concordo com tudo o que o OverZakk disse.
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Adler3x3 Veterano |
# nov/12 · Editado por: Adler3x3
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"Eu acho que as coisas aconteceram em seu devido tempo"
Imagine. Estamos forçando a barra ao transpor os compositores fora da linha do seu tempo. Estamos só imaginando.
A verdade é que existem muito outros pontos envolvidos e é uma questão que não dá para resolver. Assim o overzakk tem razão.
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OverZakk Veterano |
# nov/12
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Estamos forçando a barra ao transpor os compositores fora da linha do seu tempo. Estamos só imaginando.
Realmente é forçar a barra, mas se formos imaginar, vamos fingir que alguém construiu uma maquina do tempo e foi la buscar eles hehe, eles gastariam bem menos tempo, e fariam musicas com mais facilidade, isso é fato, bota na mão de mozart um Kronos e vai salvando os MIDIs a Ópera esta pronta hehe!
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El_Cabong Veterano |
# nov/12
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brunowebguitar A tecnologia ajuda em muitas coisas, mas no geral, gera gente preguiçosa
Disse tudo !! O GRANDE mal da tecnologia é este !! Gerar preguiçosos !!
O ideal é quando a tecnologia caí na mão de perfeccionistas !!
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Jeff.gomes Veterano |
# nov/12
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Galera.. uma coisa que as vezes não é analisado é a arte em questão.
Muitas das vezes analisam como foi gravado, com o que foi gravado e deixam de ver o que foi gravado...
Se a musica for boa, e a galera gostar não importa com o que foi gravador e como foi gravador (desde que fica boa, que soe agradavel aos novos ouvidos). Acredito que a musica deixa de ser arte quando precisa de uma boa master para salvar e ficar agradavel. Ela tem que soar boa logo na mix, ser bem gravada e deu...
A tecnologia está para ajudar, mas as vezes com a tecnologia ai, ficamos dependente dela..
Se Bach ou Mozart com foi citados, estissem hojem, poderiam sim fazer as mesmas musicas, desde que eles deixassem ser levados por suas influencias e coração ao inves da facilidade que a tecnologia nos oferece.
Uma musica pode ser boa, sendo voz e violao como com uma imensa produção.. O nosso coração e sentimento que deve dizer o que vamos usar e não o que temos nas mãos dizer o que vamos tocar...
A tecnologia está ai para ser nossa submissa e usarmos para nos ajudar, e não fazer ela uma facilidade e deixamos de lado nosso sentimentos e gosto musical por algo que chegou agora...
Acho que ninguem vai me entender, nem eu mesmo me entendi lendo, pirei aqui e não falei nada kkk'
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Marthin87 Veterano |
# nov/12
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Adler3x3 Não consigo imaginar. Naquele época era muito difícil ter uminstrumento afinado. brunowebguitar Imagino a diferença em masterização, qualidade de som e não a criatividade dos músicos, mas concordo que, com tantas facilidades, a execução talvez não seria a mesma.
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El_Cabong Veterano |
# nov/12
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Jeff.gomes Acho que entendi o que tu quis dizer. Eu por exemplo gosto de usar a tecnologia até certo ponto !!!!
As vezes se vê por aí algumas coisas do tipo. Pacote de ritmos, performances em MIDI, loops de guitarras, ... Eu me nego a usar isso !!
Peraí Sr. Computador !! Quem cria as coisas aqui sou eu !! Te contenta em ser uma simples ferramenta !!
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OverZakk Veterano |
# nov/12
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Não consigo imaginar. Naquele época era muito difícil ter um instrumento afinado.
Acho totalmente o contrário, naquela época musica era coisa de Burgues, da alta nobreza os instrumentos eram feitos a mão e muito bem por sinal, não igual a hoje que são feitos para atender demanda. Na minha opinião os antigos mestres da musica deveriam ter seus ouvidos maravilhosamente apurados, e dizer que é difícil achar um instrumento afinado é meio que falar uma mentira.
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.omni Veterano
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# nov/12
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Oque era top antigamente, hoje á o básico de muito estúdio caseiro.
Discordo veementemente. Os microfones, prés, mesas e todos os outboards são os mesmos há décadas. O que era top ontem continua top hoje e microfones ruins hoje seriam ruins há 35 anos atrás. A diferença é que agora a gente tem a facilidade de ter um sistema de gravação em casa e não precisa gastar dinheiro com fitas, pode gravar um milhão de takes e editar o que quiser. A maior revolução é essa. Tirar som é exatamente igual ao que era, nada mudou. A nossa interface barata hoje é o equivalente ao cassete de 4 canais dos anos 80. Só que hoje a gente tem virtualmente tudo na mão pra fazer o que quiser e (tirando o custo de investimento), de graça. Acho que a maior revolução foi o MIDI e a música eletrônica, essa todo mundo pode fazer com qualidade no quarto, não precisa tentar seguir um padrão de timbres que infelizmente só se consegue com o mesmo tipo de infra estrutura de "antigamente".
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Marthin87 Veterano |
# nov/12
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OverZakk Comenta aí uns cinco luthier bons da época e suas técnicas. As cordas eram de triba, chapa. De novo estou falando da dificuldade da época e não do talento do profissionais. Claro que afinavam com minuscia mas com muito esforço, saca? Compara as cravelhas de um violino com uma ponte Floyd..
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brunowebguitar Veterano |
# nov/12
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Marthin87 Sem dúvidas a qualidade do audio seria muito superior. O que eu quis dizer é que com tantas facilidades tecnilógicas talvez os músicos não tivessem feito um trabalho tão bom quanto foi feito... Não que hoje não existam bons músicos ou bons albuns, tem muitos sim, mas tem muito mais bandas sem talento nenhum gravando coisas do que tinha naquela época. Imagina se a Britney ou a Demi Lovato vivessem naquela época??? Será que fariam sucesso sem os milagres da tecnologia???
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Marthin87 Veterano |
# nov/12
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brunowebguitar Sem Overdubs muitos seriam anônimos. .omni Existem equipamentos antigos que ainda competem com as novas tecnologias e são referência e outros que são abominados e abolidos pelos próprios da época. Um exemplo ridículo é as Fender detonadas nas mão de Hendrix.
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.omni Veterano
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# nov/12
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Marthin87 Existem equipamentos antigos que ainda competem com as novas tecnologias
80% do esquipamento que se encontra em um estúdio é tecnologia que existe há 40 anos.
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Jeff.gomes Veterano |
# nov/12
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El_Cabong é por ai kkk' Acho que usar algumas coisas, para ir fazendo uma pré-produção e ir visualizando a musica, até ai tudo bem.. Mas na hora de gravar mesmo, tem que ter suor do músico. Músico exigente por melhor que seja sempre fala "poxa, da para fazer mais uma ae?" kkk'. Somente para não precisar resolver nada no pc.
.omni Sobre os mic, é bem isso mesmo, eu tinha até esquecido de falar. Sendo que estes dias eu estava lendo algumas coisas e até vi alguns videos sobre, "mic vintage" com anos de vidas, raros e caros, por serem otimos.
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Adler3x3 Veterano |
# nov/12 · Editado por: Adler3x3
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Na década de 70 eu tinha um par de microfones da Hitachi com um gravador cassete estéreo muito bom. Na época dava para fazer boas gravações considerando os recursos à disposição.
A maior besteira que fiz na minha vida, foi depois deixar os meus filhos brincarem com os microfones, e acabaram destruindo tudo. E até hoje não tenho microfones da mesma qualidade.
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makumbator Moderador
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# nov/12 · Editado por: makumbator
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Marthin87 Comenta aí uns cinco luthier bons da época
Guarneri, Stradivarius, Tourte, Lafleur, Lupot,...entre muitos outros. Só a nata...
As cordas eram de triba
Eram de tripa. E ainda hoje se usa tal material em instrumentos visando uma interpretação histórica extrema(quando se quer o máximo de "realismo"). Já toquei contrabaixo acústico com corda de tripa (ainda se fabrica), e há problemas de durabilidade (é fácil arrebentar) e a afinação precisa ser conferida com mais frequência do que as de metal, mas é perfeitamente possível tocar afinado.
E o som é mais aveludado e bonito (apesar de ter menos potência sonora). Tanto é que há encordoamentos para a família de violino que buscam imitar esse som através do uso de alma de perlon por baixo da cobertura de metal (que tem um pouco do som bonito da corda de tripa com a durabilidade, estabilidade e maior potencia sonora do metal).
É um mito achar que os músicos de um passado remoto não tocavam afinado. Como sempre, havia os mais afinados e os menos afinados (o que refletia o talento, oportunidades de estudo e esforço de cada um, mais ou menos como ocorre ainda hoje).
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Calime Veterano |
# nov/12
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Marthin87 Comenta aí uns cinco luthier bons da época e suas técnicas.
Kra, não me leve a mal...mas está de fato falando sério?
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Calime Veterano |
# nov/12
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Marthin87 Comenta aí uns cinco luthier bons da época e suas técnicas.
Kra, não me leve a mal...mas está de fato falando sério?
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Calime Veterano |
# nov/12
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Sobre o tema do tópico, o kra que fica imaginando é o Hendrix, tendo todos esses recursos nas mãos...ele buscava isso como ninguém, possibilidades de extrair o máximo de gamas de timbres, nuances, etc...
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El_Cabong Veterano |
# nov/12 · Editado por: El_Cabong
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O engraçado é que hoje em dia alguns estúdios, gravam seus instrumentos da forma digital do tipo (96kHz / 24bits) extremamente pura, e depois de tudo feito eles acrescentam aquela distorção característica das fitas magnéticas de rolo, para dar aquele toque vintage.
Quando eu era guri nos anos 80 eu me lembro de ir em estúdios de gravação, e ver os caras reclamando, chingando e excomungando justamente esta distorção causada pela fita magnética. - Puxa!! Quando é que vai ser inventado alguma coisa que grave sem ruído e distorção nenhuma?? Algo que depois a pessoa escute, e isto seja como se o instrumento estivesse sendo tocado alí na sua frente, completamente puro e real ??
Se estes caras dos anos 80 soubessem que foi realmente inventado o que eles queriam, mas as pessoas do século XXI gravariam suas músicas e depois acrecentariam esta distorção de fita magnética. Acho que eles dariam um tiro na cabeça !!! kkkkkkk
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OverZakk Veterano |
# nov/12
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Bem eu gosto dessa distorção natural da fita, e bonito, mas tem gente que não gosta, mas acho que deve ser uma característica de cada caso, por exemplo musica eletrônica, na minha opinião não precisa passar com um rolo, mas uma musica ala Opeth ficaria murcha sem a fita, minha opinião!
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Adler3x3 Veterano |
# nov/12
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Música de verdade só escutando ao vivo.
Uma vez assisti um documentário lá pelos idos nos 80, de um maestro, que afirmou que a música gravada para cds não era música de verdade. E sim uma ilusão, pois num nível mais baixo tudo se resume a meros bytes, ou a 0 (zero) e um (1).
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