Wumpa Crash Veterano |
# dez/04
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A prova empírica apresentada pelo mundo de hoje demonstra que o sucesso no desenvolvimento está associado ao respeito pelo direito de propriedade. A fórmula do liberalismo de mercado que estimula o progresso - ilustrada pela Holanda e países anglo-saxônicos da "Idade da Razão" do século 18 - ficou comprovada pela transformação da Grã-Bretanha na mais poderosa e rica nação do mundo, seguida logo depois pelos EUA. Desse modo, a data de 1776 é um marco fundamental da modernidade. Mil setecentos e setenta e seis celebra a independência americana e a publicação do inquérito de Adam Smith sobre as causas da riqueza das nações. Mais de 200 anos depois, os dados estatísticos confirmam serem os países onde mais solidamente enraizados se encontram o direito de propriedade e a livre iniciativa empresarial os que se destacam na vanguarda da economia mundial.
Não quero apenas mencionar os europeus - Suíça, Noruega, Luxemburgo, os mais ricos do mundo -, mas as nações asiáticas onde tais princípios estão em vigor. O per capita suíço é de US$ 37 mil, acima mesmo do americano, e nenhum povo do mundo concorre com o helvético na obsessão pelo respeito à propriedade. Comparem ainda a miséria e a fome da Coréia do Norte, onde a agricultura foi coletivizada e a indústria inteiramente dedicada ao armamentismo, com o per capita da Coréia do Sul, US$ 18 mil. Essa renda individual já é mais do dobro da brasileira quando, em 1953, ao término da guerra que a flagelou, era o país mais carente do que nosso Piorão. Comparem ainda Luxemburgo, um país especial de grandes investimentos bancários e empresariais (per capita de US$ 50 mil), com Sierra Leone, Somália, Etiópia, Burundi ou Sudão (entre US$ 500 e US$ 800) - todos sacrificados, há décadas, por genocídios, anarquia, guerras civis, fanatismo islâmico e sangrentas ditaduras totalitárias.
Muita gente graúda, inclusive sacerdotes da CNB do B, insiste que "os pobres estão ficando cada vez mais pobres e os ricos mais ricos". Até a figura respeitável do embaixador Ricupero, que melhor faria se se mantivesse calado, repete a tolice. Acontece que os dois países outrora considerados os mais miseráveis do mundo, China e Índia, possuem hoje, em conjunto, 2,4 bilhões de habitantes, perto de um terço de toda a população do Planeta, e se colocam como a segunda e quarta potência econômica do Planeta. A economia chinesa cresceu tão explosivamente, ao adotar a fórmula "uma nação, dois sistemas" e ao permitir a expansão capitalista acelerada da área litorânea, que seu PIB ppp. é agora calculado em US$ 5,3 trilhões, quase a metade do americano. Quanto ao da Índia, seria de US$ 2,5 trilhões, ultrapassando a Alemanha socialista de chanceler Schroeder.
Para alcançar essa posição privilegiada, a Índia abandonou as receitas marxistas, teimosamente impostas pelo partido do Congresso e pela detestável oligarquia da família Nehru, experimentando um crescimento anual médio de 2,7% sob o atual governo dito "liberal-conservador". Safa-se do horrendo passado africano Moçambique, por exemplo, cujo desempenho excepcional lhe tem permitido um crescimento anual médio de perto de 7% - enquanto Angola continua estagnada sob seus antigos dirigentes comunistas do MPLA.
Venezuela, idem, em que pesem os grandiloqüentes discursos do sargentão bolivariano que a governa. Todos os dados acima podem ser comprovados pelo World Development Report, 2003, do Banco Mundial. O WB publica os indicadores-chaves (key indicators), como população, crescimento demográfico, expectativa de vida e índices de analfabetismo, bem como o PIB segundo o critério do poder de compra da moeda, PPP (purchasing power parity). Cuba não figura no relatório porque dele saiu, envergonhada. Em princípios dos anos 50, quando pela última vez gozou de um governo democraticamente eleito sob o presidente Prio Socarrás, respeitando a propriedade privada e seguindo as leis do mercado, a ilha caribenha era mais rica do que o Uruguai e a Argentina - época em que esses dois países hispânicos não haviam ainda sido escarmentados pelo "justicialismo" e previdencialismo enlouquecidos. Notem ainda o extraordinário paradoxo de ser a mais rica entidade regional da Ásia, Hong Kong, uma antiga colônia da Grã-Bretanha, cuja renda ela hoje supera. Gozando dos mais admiráveis índices de prosperidade, liberdade econômica e respeito pelo direito de propriedade, está hoje a cidade submetida ao governo de Beidjing, teoricamente, de partido único maoísta.
Os mais ricos, em suma, são aqueles que leram Say, Smith, Burke, Bastiat, Ferguson, Bentham, Tocqueville, Mises, Friedman e Hayek; os mais pobres, os que sonharam com Rousseau, Mill, Marx, Marshall, Lenin e Keynes. Povo pobre é povo burro, dizia Nelson Rodrigues. Bob Fields acrescentava que a burrice tem um passado glorioso e um futuro promissor. É isso aí.
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