Dicas de gramática

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ProgVacas
Membro Novato
# 07/abr/23 08:20 · Editado por: ProgVacas
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Mais grande está errado? Nem sempre! Quando se usa o mesmo substantivo para dois adjetivos está correto. Exemplo: Esta classe é mais grande do que confortável. classe = substantivo grande e confortável = os dois adjetivos.

ProgVacas
Membro Novato
# 07/abr/23 17:19
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Mais uma dos porqueres: O pronome relativo que pode ser utilizado para retomar pessoa ou coisa. Sua regência se dá apenas com preposições do tipo monossilábicas. Exemplos: A cidade em que moro é bastante populosa. Esta é a apostila com que sonhamos. Aquele é o menino por que brigamos.

Wanton
Veterano
# 07/abr/23 17:40
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ProgVacas Aquele é o menino por que brigamos. Estilisticamente, prefiro "por quem". Se fosse algo inanimado, ficaria à vontade com o "por que".

ProgVacas
Membro Novato
# 07/abr/23 21:58 · Editado por: ProgVacas
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Wanton Há uma sutil diferença quanto ao uso desses dois pronomes relativos, que e quem: enquanto o primeiro retoma pessoa ou coisa, o segundo retoma apenas pessoa. Concordo que "por quem" fica mais bonito e melhor foneticamente. Só trouxe o caso pela curiosidade, mesmo. Você já havia notado esse uso na sua escrita? Hoje foi a primeira vez que li sobre ele.

Pedro_Borges
Veterano
# 07/abr/23 22:01
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Wanton Estilisticamente, prefiro "por quem". Mas nesse caso muda o sentido. "Por quem" é uma disputa pela pose ou domínio do menino. "Por que" pode ser o menino que provocou a discórdia. "Quem for mais homem cospe na minha mão". (Risos!)

ProgVacas
Membro Novato
# 07/abr/23 22:08
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Pedro_Borges Nao muda. São quase iguais no sentido da frase. Aliás, são sinônimos, pois dão o mesmo sentido a ela. Não pode substituir nas duas primeiras frases-exemplos que mencionei, porque cidade e apostila são coisas e não pessoas, como é o caso de menino.

Lelo Mig
Membro
# 07/abr/23 22:26 · Editado por: Lelo Mig
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Wanton ProgVacas Aquele é o menino por que brigamos. Aquele é o menino por quem brigamos. Ainda que gramaticalmente as duas formas sejam aceitas e estejam corretas, creio que faz-se necessário observar o exato sentido que se deseja dar a frase. Por que brigamos, o menino neste caso me parece ser a causa. Brigaram "por causa" do menino. Ele é a razão. Por quem brigamos, se refere ao objeto. Brigaram pelo menino. Vixe, pensando bem acho que falei bosta... só "senti" isso, mas tentando explicar... sei lá... (ia apagar, mas vou deixar, quem sabe alguém explique melhor).

ProgVacas
Membro Novato
# 07/abr/23 22:42
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Lelo Mig Deixa aí (risos!) No fim das contas "por quem" é o que usaríamos em situação assim. E por isso mesmo foi uma descoberta de todos, hoje. Porque jamais usaríamos essa coisa horrorosa.

Wanton
Veterano
# 07/abr/23 22:46
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Pedro_Borges, ProgVacas, Lelo Mig Não sei de nada, tô sem gramática aqui. Não sei se foi o que o Lelo quis desenvolver, mas há uma ambiguidade na frase: eles brigaram com um terceiro por causa do menino? Ou brigaram entre si? O menino é um desagregador ou ele está sendo protegido por essas pessoas? Não acho que isso se resolva mantendo a estrutura da frase. É preciso de contexto.

Lelo Mig
Membro
# 07/abr/23 23:06 · Editado por: Lelo Mig
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ProgVacas Wanton Fiquei meio curioso, fui perguntar prá guria chat GPT: (acho que eu tô "meio certo"). - Guria, saberia me dizer se na língua portuguesa as frases: "Eis o menino por que brigamos." e "Eis o menino por quem brigamos.", estão ambas corretas e possuem o exato mesmo significado? Ambas as frases estão corretas na língua portuguesa, mas possuem significados um pouco diferentes. A primeira frase, "Eis o menino por que brigamos", significa que o menino é a causa ou o motivo da briga, ou seja, a razão pela qual brigamos. Já a segunda frase, "Eis o menino por quem brigamos", significa que o menino é o objeto da briga, ou seja, a pessoa pela qual brigamos ou pela qual lutamos. Então, embora as duas frases possam ser usadas em diferentes contextos, é importante notar que elas têm significados distintos e não possuem o exato mesmo significado.

ProgVacas
Membro Novato
# 07/abr/23 23:13
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Lelo Mig O chat está correto, afinal.

Lelo Mig
Membro
# 07/abr/23 23:16 · Editado por: Lelo Mig
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ProgVacas Ele não é 100% seguro, ainda mais em língua portuguesa. Provavelmente há exceções ou até regras para o uso que ele não sabe desenvolver. Mas na falta do Pasquale... quebra um galho. Obs: a primeira vez que usei, para conhecer, fiz uns testes e ela me deu resposta errada em uma questão. Achei até curioso/suspeito.

ProgVacas
Membro Novato
# 09/abr/23 20:27 · Editado por: ProgVacas
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As expressões "na medida que" e "à medida em que" se tratam de construções equivocadas e que devem ser ignoradas! Existem apenas duas formas: À MEDIDA QUE = conjunção proporcional, e NA MEDIDA EM QUE = conjunção causal.

ProgVacas
Membro Novato
# 09/abr/23 20:56
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Nossa... Levei o domingo todo para estudar conjunção. Que coisa complicada. Não falo de reconhecer a conjunção em uma oração, mas saber qual a sua espécie.

ProgVacas
Membro Novato
# 12/abr/23 13:10
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VERBOS DEFECTIVOS São aqueles que não se conjugam na 1ª pessoa do singular do presente do indicativo. Exemplos: Computar; reaver; feder; precaver-se; abolir; demolir; colorir; falir; adir; explodir; ressarcir; impingir; retorquir. Portanto, NÃO EXISTE: Eu computo; Eu me precavejo; Eu me precave; Eu demulo; Eu explodo; Eu fedo; Eu reavenho; Eu reave; Eu abule.

Lelo Mig
Membro
# 12/abr/23 13:16
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ProgVacas Conhecia os verbos defectivos (obs, uma pequena correção: não são só os na 1ª pessoa do singular, por exemplo "Falir" não conjuga Eu, Tu, Ele e Eles), mas olhando sua postagem me ocorreu o porque disso. É só por causa sonoridade? Eu não lembro ou não aprendi o porque. Você saberia dizer? (nem vou procurar)

ProgVacas
Membro Novato
# 12/abr/23 13:40 · Editado por: ProgVacas
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Lelo Mig Fui atrás para saber e diz-se que além da sonoridade, geração de cacofonia, mas nada muito imersivo nas razões. Acho que os sons esquisitos são a principal razão. Lembro-me que minha enteada estava enfezada com um ex namorado e disse numa conversa descontraída que estava com ele só para extorqui-lo. Aí pedi para ela me explicar melhor, e quando chegou na hora de dizer que "aí eu exturco" a gente embaralhou, não sabia qual a conjugação correta, e foi a primeira vez que tive contato com verbo defectivo na vida.

Lelo Mig
Membro
# 12/abr/23 14:05
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ProgVacas eu exturco! Realmente é muito desconfortável dizer isso...kkk, nunca tinha experimentado.

Drinho
Veterano
# 13/abr/23 05:06
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Pedro_Borges …. vigorou o nome de Estados Unidos do Brasil. Portanto, eu nasci nos Estados Unidos, cara, sou chique. Você sabe que existem casais que estão para ter filhos e vão para a Terra da Liberdade fazer o parto? Não sei se é porque confere a cidadania americana a criança ou se é só porque é chique.

Pedro_Borges
Veterano
# 22/mai/23 00:19 · Editado por: Pedro_Borges
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Gente, já que voltou os textões, vamos reativar nosso tópico.

Eu tive relembrando uma questão de gênero, todos. Quando eu escolho me referir às pessoas sem distinção de sexo, então eu uso "todos" e fim de papo, ok?

Agora quando eu quiser fazer referência específica de gênero, então inicio por "todas", pois assim eu já indiquei que fiz a opção pelo gênero, consequentemente, em seguida me dirijo obrigatoriamente a "todos" para incluir o gênero masculino, ok.

Gostaria da opinião de vocês, porém adstrito à gramática e não a ideologias. ProgVacas pode nos ajudar uma vez que a esposa é professora e licenciada em letras.

Wanton
Veterano
# 22/mai/23 02:43 · Editado por: Wanton
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Pedro_Borges

Se você pretende isolar o problema do contexto em que a discussão ocorre, sua dúvida é de estilística. Na boa, use como quiser. Se não for para cagar regra e dizer que os outros não podem usar tal palavra de tal jeito, essa discussão não tem muito mistério.

Black Fire
Gato OT 2011
# 22/mai/23 04:24
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Gostaria de dizer apenas que o verbo haver, no sentido de existir, é impessoal, não tem sujeito e deve ser empregado na terceira pessoa do singular independente do tempo verbal.

Se você fala que "há flores", por que caralhos vai dizer que "haviam flores"?

Me irrita demais esse erro.

Obrigado!

Lelo Mig
Membro
# 22/mai/23 10:36
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Pedro_Borges

"então eu uso "todos" e fim de papo, ok?"

Não entendi sua colocação? Todo não têm gênero; sua flexão se dá apenas por eufonia (agradável aos ouvidos).

Todo o pessoal. (não importa se há mulheres, homens, lgbtqiap+, cachorros e gatos).

Toda a turma. (não importa se há mulheres, homens, lgbtqiap+, cachorros e gatos).

JJJ
Veterano
# 22/mai/23 10:49
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Acho que ele se refere ao todos e todas e todes e todxs e tod@s... hehehe

Eu só uso "todos" mesmo... Quando, por qualquer motivo, é preciso "os" e "as", eu não uso "todos e todas" (e muito menos as outras formas absurdas do primeiro parágrafo), eu uso o recurso que já existe há séculos na língua portuguesa: "todos(as)".

Lelo Mig
Membro
# 22/mai/23 10:55
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JJJ

"todes e todxs"

Ahhh tá! todes e todxs prá mim é um achocolatado que vinha com carrinho dentro (uma época com indiozinho), quando eu era criança.

Wanton
Veterano
# 22/mai/23 11:14
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JJJ
Acho que ele se refere ao todos e todas e todes e todxs e tod@s

Essa discussão não faz nenhum sentido nos termos que ele propôs. Se as pessoas decidirem usar isso, a gramática vai ter que se virar para incorporar.

Wanton
Veterano
# 28/mai/23 21:08
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Pedro_Borges

Lá do outro tópico: "mas tudo isso corrobora com o que o senhor do vídeo disse"

Não existe "corrobora com". ´Corroborar é transitivo direto. Esse erro geralmente advém de um equívoco sobre o significado de corroborar, porque nenhum sinônimo seria utilizado dessa maneira.

Pedro_Borges
Veterano
# 28/mai/23 21:51
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Tá valendo.

Wanton
Veterano
# 19/jul/23 10:59
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A bola da vez é a expressão "quem não tem cão caça COM gato". Sempre vem alguém corrigir: quem não tem cão caça COMO gato. Se você não tem um cão de caça, melhor agir como felino, que caça sozinho, solitário, né?

A fórmula é sempre a mesma: você foi enganado a vida inteira, não se fala x, o certo é y! Aí vem uma explicação "lógica" e muita gente segue caindo nessa lorota (por pouco tempo, afinal esta é sua chance de compartilhar esse conteúdo especial com quem você gosta, hein?).

No "Auto da Compadecida", de 1955, Ariano Suassuna colocou duas vezes na boca de João Grilo a expressão "Quem não tem cão caça COM gato". Alguém poderia argumentar que João Grilo é personagem pobre, não deve conhecer ditos populares, ou os conhece já esfarrapados (contém ironia!).

Pois foi outro dramaturgo, o humanista Gil Vicente, que motivou de José Saramago, num livro seu de crônicas publicadas originalmente no fim dos anos 1960, o comentário de que "quem não tem cão, caça COM gato", afinal Vicente não foi Shakespeare nem Molière.

Os tradutores de Saramago e Suassuna para o espanhol escreveram "quien no tiene perro caza CON gato", nessas mesmas passagens.

De qualquer forma, esse dito parece mesmo ser original da língua portuguesa. A ocorrência mais antiga dele que encontrei no Brasil foi numa coluna publicada no Diário do Rio de Janeiro em maio de 1863. Adivinha o que está escrito lá? Caça COM gato.

As correções "lógicas" da "corruptela popular", datam da segunda metade do século XX para cá. Quanto mais recente, mais frequentes. Portanto, a gente está vivendo um período de invencionices, de revisionismo linguístico!


Do Instagram do Prof. Manga, doutorando em linguística pela Unicamp.

Insufferable Bear
Membro
# 19/jul/23 11:12
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Wanton
prefiro a expressão em inglês "a cat is fine too"

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