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ProgVacas Membro Novato |
# 05/abr/23 10:12
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Pedro_Borges
Não entendi. O uso de "por cada" é correto. Assume uso diferente de "a cada".
Por cada um de vocês, venho aqui me explicar.
A cada um de vocês dou o privilégio de minha presença.
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ProgVacas Membro Novato |
# 05/abr/23 13:02 · Editado por: ProgVacas
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"Não sei porque" está errado.
O correto é "não sei por que" quando o "que" não termina frase e "não sei por quê" quando a conjunção encerra uma oração, precedida de vírgula ou ponto.
=*
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Lelo Mig Membro
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# 05/abr/23 13:09 · Editado por: Lelo Mig
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ProgVacas
Eu sigo esta "cola", que decorei há muitos anos, quando fui prestar um concurso:
- Por que é separado?
- Porque não é junto!
- Mas por quê?
- O porquê eu não sei!
Têm me ajudado a me virar...
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ProgVacas Membro Novato |
# 05/abr/23 13:27 · Editado por: ProgVacas
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Lelo Mig
Essa cola é ótima, mas particularidades nos conduzem muitas vezes ao erro. o "por que" se usa quando a conjunção empregada (que) pode ser substituída por "qual razão". Assim, como na sua cola, dá a impressão que separado só pode ser usada em perguntas, sinalizadas pela interrogação, quando na verdade o sentido é de dúvida.
Aqui o uso de por que em uma oração afirmativa, que traz uma dúvida:
Por que fez isso não sei.
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Lelo Mig Membro
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# 05/abr/23 13:42 · Editado por: Lelo Mig
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ProgVacas
"dá a impressão que separado só pode ser usada em perguntas"
É verdade, você esta certo. Mas, como eu sempre tive um problema sério com a "regra dos porquês" essa decoreba facilita muito minha vida (eu dou uma turbinada com o teste do "pelo qual") para garantir. Costuma bater nos 90-100% de acerto!
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Pedro_Borges Veterano |
# 05/abr/23 14:20 · Editado por: Pedro_Borges
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ProgVacas
Não entendi. O uso de "por cada" é correto. Assume uso diferente de "a cada".
Gramaticalmente até pode ser, mas costitui um erro à medida que gera uma cacofonia "porcada". "Vi ela", por exemplo é um erro inaceitável e é apenas pela cacofonia. Neste caso a regra manda você mudar toda a estrutura da frase: eu a vi.
Essa frase não teria nenhum problema (quero um pão para mim comer) não fosse a cacofonia. Aí veio a regrinha de substituir o pronome obliquo pelo pessoal, na primeira pessoa antes do verbo no infinitivo.
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Lelo Mig Membro
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# 05/abr/23 14:40
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Uma mão, uma minha, desculpa então, acabou-se tudo, comprar alho, vou-me já, bloco H... etc.
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ProgVacas Membro Novato |
# 05/abr/23 17:18 · Editado por: ProgVacas
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Pedro_Borges
cacofonia
Mas cacofonia não é erro. Trata-se de um fenômeno da Língua Portuguesa. Igual "pôr no gráfico" e mais os exemplos que o Lelo deu.
Vi ela
Isso é erro gramatical e embora gere um cacofonema não pode ser enquadrado assim.
Essa frase não teria nenhum problema (quero um pão para mim comer) não fosse a cacofonia.
Nao acontece nenhuma cacofonia nessa frase, mas um erro de uso pronominal. Você já deve ter ouvido a famosa frase "mim não conjuga verbo".
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Pedro_Borges Veterano |
# 05/abr/23 17:25
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Lelo Mig
ProgVacas
Estou gostando deste tópico que criei. Tomara que seja preenchido com muitas dicas.
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ProgVacas Membro Novato |
# 05/abr/23 18:07
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Pedro_Borges
Dei uma editada no comentário acima.
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Pedro_Borges Veterano |
# 05/abr/23 18:53 · Editado por: Pedro_Borges
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ProgVacas
Nao acontece nenhuma cacofonia nessa frase, mas um erro de uso pronominal. Você já deve ter ouvido a famosa frase "mim não conjuga verbo".
Só não é cacofonia porque foi criada a regra e, portanto passou a ser erro de gramática. Neste caso eu chamei erradamente de cacofonia. Ou seja, cacofonia é aquilo que gramaticalmente esteja correto, porém a pronúncia produz um som desagradável, não harmônico ou outra palavra fora da ideia pretendida. No caso em análise, penso que a regra foi criada para evitar mim morar, mim matar, mim comer, mim foder, mim mijar, mim fazer o 2 (risos!)...
Com todo respeito aos cristãos, mas isso aí é igual ao fato de na Bíblia dizer a respeito de Cristo: "ninguém vai ao pai senão por mim... todos conhecerão Jesus". - Putz, e os que já se foram a dez mil anos (inclusive o Raul Seixas)? Aí, criarem a passagem, se não me engano em Apocalipse, de que todos ressuscitarão no dia de juízo para conhecer Jesus. O escritor bíblico deu uma remendadinha.
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kafka à beira-mar Membro Novato |
# 05/abr/23 19:24
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Não sei se foge muito do propósito do tópico, mas aí vai:
Nunca aceitei bem o uso da palavra "estadunidense" para se referir aos Estados Unidos e seu gentílico. Sempre me pareceu errado tanto do ponto de vista gramatical, mas quanto do ponto de vista lógico/racional. Americano sempre foi a terminologia que preferi usar, por esses dois argumentos:
- O nome do país é América. Tal qual os nomes oficiais dos Estados Unidos Mexicanos ou Estados Unidos do Brasil, sempre os chamamos de mexicanos e brasileiros, nunca estadunidenses(?) / logo, Estados Unidos diz respeito puramente ao seu modo de organizar em federação, e não é portanto nome próprio de país;
- África do Sul, gentílico: sul-africano. Existe outra meia dúzia de países que se localizam no sul do continente africano, logo o gentílico da África do Sul abrange todos os países?
Se é muita pretensão desses países de roubarem o nome do continente para si próprios eu não sei. Mas é, ao meu ver, a forma mais correta de se referir a esses dois países. Não entrei no mérito histórico do imperialismo ianque, me mantenho somente nesses dois argumentos. Mas daqui a 50 anos, quando eles perderem a hegemonia mundial, será que ainda problematizaremos esse gentílico?
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Pedro_Borges Veterano |
# 05/abr/23 19:38
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kafka à beira-mar
Assinei embaixo professor.
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ProgVacas Membro Novato |
# 06/abr/23 07:11
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Vou estudar mais um pouco de Lingua Portuguesa, agora.
Mas antes de começar, esses recortes que fazemos aqui, como o que o Bruno fez recentemente em um comentário meu, onde eu citei muitas coisas e elaborei um argumento, mas ele pegou apenas um trecho bem curto e respondeu, incrivelmente tem uma regra de interpretação de texto para isso. Vou repassar e colocar no tópico.
kafka à beira-mar
Ja usei "estadunidense". Uso às vezes, ainda, não me incomoda.
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ProgVacas Membro Novato |
# 06/abr/23 07:42 · Editado por: ProgVacas
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incrivelmente tem uma regra de interpretação de texto para isso
Trata-se de uma tipologia textual chamada DISCURSO INDIRETO LIVRE.
Consiste em um elo momentâneo entre a fala do personagem e o discurso do narrador, de modo que não se saiba com clareza se aquelas palavras ou pensamentos sejam de um, de outro ou de ambos. Trata-se de um discurso sem autor definido, sem marcas próprias.
"Aires, por fim, sentiu-se traído e vilipendiado. Quem mandou ser ingênuo e confiar sempre em todos e qualquer um, menos em si mesmo e achar que o mundo era sempre o melhor dos mundos possíveis? [...]"
(Machado de Assis)
Claro que a gente adapta, recorta e tal, de acordo com o que a diagramação do site nos permite. Mas se encaixa.
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Lelo Mig Membro
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# 06/abr/23 09:15 · Editado por: Lelo Mig
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kafka à beira-mar
Acho que quem mais usa o termo estaduniense aqui no fórum sou eu. E no meu caso é de forma propositalmente pejorativa.
Gramaticalmente, nos léxicos, americanos, norte americanos ou estadunidenses estão corretos. Mas eu falo/escrevo estaduniense mesmo, proposital.
Penso que americanos somos todos nós. Norte americanos eles, mais os Canadense. Então, foda-se que se apropriaram e querem ser chamados pelo nome do Continente.
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Wanton Veterano |
# 06/abr/23 10:34 · Editado por: Wanton
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Lelo Mig
E no meu caso é de forma propositalmente pejorativa.
Também uso assim. No começo, achei que era correto, mas a ficha já caiu faz tempo. kafka à beira-mar tem razão, não é lógico chamá-los assim. Por outro lado, não é justo chamá-los de outro jeito. Ianques, talvez? Também dá ruim. Estadunidense contém um quê de provocação.
Minha saída favorita é trocar o nome do continente. Foda-se o Américo Vespúcio! Quem liga para ele? Deveríamos pesquisar palavras dos povos originários, do México para baixo, a gente escolhe a mais bonita troca.
Ou chamemos de Silvânia, já que que tem muito Silva por essas bandas. O hino seria "era só mais um Silva que a estrela não brilha / ele era funkeiro, mas era pai de família."
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brunohardrocker Veterano |
# 06/abr/23 11:34
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kafka à beira-mar
Essa coisa do gentílico, pega por exemplo nós brasileiros. Nós nos referimos a nós mesmos no sufixo como uma profissão. Todos os outros são mexicanos, argentinos, italianos, mas nós não somos brasilianos.
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Lelo Mig Membro
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# 06/abr/23 11:45 · Editado por: Lelo Mig
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brunohardrocker
"...mas nós não somos brasilianos."
Já que o tópico é sobre gramática, vale uma informação aqui: Este negócio de "brasileiro", não é exatamente um erro, mas sim um daqueles casos, onde o costume oral se impõe a "regra gramatical".
Acontece que este tipo de denominação quase nunca se dá pela forma como "nós nos auto intitulamos". Nessa época nem haviam quem se considerasse "brasiliano" porque ou eram índios ou portugueses e filhos de portugueses que se consideravam portugueses. Então os estrangeiros generalizavam chamando todos de brasileiros que, se referia inicialmente, apenas aos que comercializavam pau-brasil. Fomos descobertos em 1500 e o primeiro registro em que os portugueses se referem a nós (nominalmente) é como "brasileiros" em documento prá lá de 1700. Nunca fomos chamados de brasilianos, ainda que pela língua portuguesa seria o mais correto.
No entanto o uso de outros gentílicos como brasiliano, brasílico, brasílio e brasiliense (esse último também atribuído aos habitantes de Brasília), não estão errados e podem ser utilizados.
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kafka à beira-mar Membro Novato |
# 06/abr/23 12:10
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Wanton
Exato! Os únicos que poderiam reivindicar o nome do país "América" seriam aqueles países do Caribe, já que foi onde Colombo primeiro chegou. O resto veio depois! Mas o meu ponto é também levantar essa questão do gentílico enquanto discussão política e histórica. Será que, no exemplo que eu dei da África do Sul, existe essa mesma discussão por lá? Quem pode ser chamado de sul-africano? É interessante perceber como essa confusão se faz tão presente aqui no continente americano... temos américa do norte, américa central, américa do sul, américa latina, são tantas divisões e que muitas vezes mais atrapalham do que ajudam. Por mim tanto faz como as pessoas chamam, sempre visualizei a comunicação do seu ponto de vista objetivo: passar uma mensagem e fazer-se entender a quem ouve! Se o "americano" quer reivindicar o nome do continente só pra ele, mal sabe a soberba que é não ter um nome que te dê uma identidade perante seus irmãos... acho muito mais carregado de valor você dizer "sou brasileiro", "sou argentino", sou mexicano" do que "sou americano"! é tão genérico...
brunohardrocker
Lelo Mig
É verdade, parando pra pensar o mais "correto" seria brasiliano, né? Vez ou outra converso com espanhóis e com latino-americanos, e é comum eles se referirem aos brasileiros como "brasileros" e "brasileños". Essa última forma talvez seja a mais aceita no espanhol europeu, pela distância dos continentes! Acho que o pessoal do nosso continente usa muito "brasilero" pela proximidade que tem com a gente.
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Lelo Mig Membro
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# 06/abr/23 12:24 · Editado por: Lelo Mig
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kafka à beira-mar
brunohardrocker
"o mais "correto" seria brasiliano, né?"
Sim, porque "eiro" costuma ser mais usado para designar ofício (profissões, ocupação) lugar onde se guarda algo e coletivos (tinteiro, galinheiro, formigueiro, vespeiro). Mas estas regras de sufixo costumam ter muitas exceções.
E, como já disse, é preciso contextualizar que por quase 300 anos o Brasil se resumia a meia dúzia de galpões espalhados ao longo do litoral (Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo) onde se depositava o pau brasil que era cortado pelos poucos brancos que aqui viviam e pelos índios que eram "sócios", e coletados a cada três meses pelos portugueses (as vezes negociados com espanhóis e franceses). Esta gente se referia ao "povo daqui", como os brasileiros (aqueles que extraem e vendem o pau brasil). A corte portuguesa e os primeiros exploradores portugueses (bandeirantes) só começam a chegar e se estabelecer, fundar cidades, depois de 1800. É muito tempo de "eiro", não tinha como "brasiliano" vingar.
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brunohardrocker Veterano |
# 06/abr/23 13:29
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Lelo Mig
kafka à beira-mar
um daqueles casos, onde o costume oral se impõe a "regra gramatical".
Então sejam os americanos, sejam os estadunidenses, se valeriam desta justificativa também.
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Lelo Mig Membro
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# 06/abr/23 15:28 · Editado por: Lelo Mig
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brunohardrocker
"...se valeriam desta justificativa também."
Tá, mas ninguém "invalidou" o fato deles se autodenominarem americanos. Até porque eles também têm um contexto histórico, dos primeiros colonos, irlandeses (na grande maioria) que foram "fazer a América".
A diferença é que nós também somos americanos e eles não são brasilianos. Mas ninguém invalidou deles se auto denominarem como quiserem, nem eu de chama-los de estadunienses, errado mesmo, sem o D, de propósito.
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Pedro_Borges Veterano |
# 06/abr/23 16:55
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Eu concordo com o Kafta. O país se chama América (Estados Unidos da América), portanto gentílico americano. México (Estados Unidos do México), portanto gentílico mexicano. Estados Unidos do Brasil, brasiliano, porém não foi assim pelas razões muito bem explicadas pelo Lelo.
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ProgVacas Membro Novato |
# 06/abr/23 21:59
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República Federativa do Brasil, desde 1889.
Façam-me o favor.
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ProgVacas Membro Novato |
# 06/abr/23 22:00
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Na verdade não sei bem desde quando, mas o nome é esse. Acredito que seja desde a Proclamaçao da República, em 15/11/1889.
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Pedro_Borges Veterano |
# 06/abr/23 22:06
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ProgVacas
Desde 1889 a 1968 vigorou o nome de Estados Unidos do Brasil. Portanto, eu nasci nos Estados Unidos, cara, sou chique.
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kafka à beira-mar Membro Novato |
# 06/abr/23 22:29
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Então somos republicanos!
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ProgVacas Membro Novato |
# 06/abr/23 22:33
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Pedro_Borges
Bom saber, obrigado.
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Wanton Veterano |
# 06/abr/23 22:45
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Pedro_Borges
Nascer nos Estados Unidos é tão chique quanto comer uma fatia de pizza ensebada na fila da Splash Moutain.
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