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Wanton Veterano |
# jan/23
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Ter que defender a Lei Rouanet para quem se diz liberal é o fim! A gente tem que ficar ensinando a direita a ser de direita, porque nem isso ela sabe.
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ProgVacas Membro Novato |
# jan/23 · Editado por: ProgVacas
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Esqueci de colocar o linque, mas não teria efeito nenhum...
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brunohardrocker Veterano |
# jan/23
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ejames
A matéria não se concentra em casos parecidos com o de destinar 5 milhões à Claudia Raia.
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Wanton Veterano |
# jan/23 · Editado por: Wanton
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brunohardrocker A matéria não se concentra em casos parecidos com o de destinar 5 milhões à Claudia Raia.
Vocês não gostam que as empresas tomem decisões? As empresas preferem Cláudia Raia. É uma merda que vocês vejam a Lei Rouanet como uma lei assistencialista.
Sobre o retorno, pode apostar que ela (Cláudia Raia) dá mais retorno financeiro do que investir em cestaria indígena em Alto Alegre dos Parecis.
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Pedro_Borges Veterano |
# jan/23 · Editado por: Pedro_Borges
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Wanton "Mamata dos artistas" = captar dinheiro para poder trabalhar.
Se você sabe como o dinheiro será utilizado, qual a causa da indignação? Tá puto porque uma lei de incentivo à cultura está incentivando a cultura?
Será? Vejamos as minhas considerações.
Por isso escolheram as empresas como mediadoras dos projetos, né? Empresas adoram estampar suas marcas em projetos sem nenhuma visibilidade.
Será que isso é o bastante? Vejamos.
Black Fire
Teu estado RS recebe projetos da Lei Rouanet?
ejames Agrorocker e Pedrinho...., expliquem aí: como funciona a Rouanet, na visão de vocês?
Não é "arapuca" não, só para eu entender...
A melhor pergunta que você já me fez. Respondendo ela eu respondo a todos listados aqui.
JJJ Grana da Lei Rouanet (feita no governo Collor, é sempre bom lembrar), por mais que se discorde de para quem ou para quê seja destinada (eu também discordo, muitas vezes!), é toda rastreável, totalmente contabilizada e não tem nada às escondidas ou ilegal. E o resultado é sempre palpável (uma peça de teatro, uma exposição, um show...).
Resposta coletiva:
Bom devo dizer aos senhores que, como contador e responsável pela apuração do Imposto de Renda de muitas empresas que passei, conheço a parte tributária dos incentivos culturais seja da Lei Rouanet (Lei nº 8.313/91), seja da lei do audiovisual (8.685/93). Não sou um especialista nessas leis, pois grande parte de seus artigos tratam da execução dos projetos culturais, e o que nos prende é a do enfoque tributário e também das formas de captação. Não interessa a essa discussão quantas colunas e linhas deva ter o projeto e outros detalhes meramente técnicos.
Vou fazer uma explanação simples, que é a parte que nos interessa sobre o cálculo e as formas de capitação e para simplificar o exemplo vou me prender a lei Rouanet. Pois bem, para contribuir com o incentivo a empresa pode destinar até 4% do imposto devido, imposto este calculado à alíquota de 25% sobre o lucro antes dos impostos (o adicional de 10% não entra). Ou seja, 4% de 25% (continha que enrolou a Dilma), assim fica 25% x 4% = 1% do lucro antes dos impostos.
Dessa forma, se um projeto cultural estiver orçado em, por exemplo, R$ 5.000.000,00, o dono do projeto deverá encontrar uma ou mais empresas que somadas atinja a cifra de lucro antes dos impostos de R$ 500.000.000,00, isso mesmo, 500 milhões (500.000.000,00 x 1% = 5.000.000,00). Ou seja, não é em qualquer estado que se encontram empresas com sedes de suas matrizes com esse patamar. Encontrar encontra, mas uma ou outra e aí começa o grande problema e a grande malandragem da classe artística, que explicarei adiante.
Bom, quando o autor do projeto recebe a aprovação ele está autorizado a ir até as empresas para convencê-las a investir em seu projeto e abater no seu Imposto de Renda calculado a alíquota de 25%, repito, o percentual de 4%. E ai o que acontece. O Imposto de Renda é calculado no CNPJ da matriz e, portanto, o abatimento lá vai acontecer e obviamente que vai se abater os gastos com cultura realizados pela matriz, embora ela possa abater os gastos com projetos que foram realizados em outros estados onde tenham filiais, mas na prática isso não acontece.
Bom, se eu tiver um projeto desenhado pelo Estado de Goiás e pela cultura de Goiás, eu jamais conseguirei captar recursos, pois eu teria que me dirigir às empresas goianas, às suas matrizes e, para o exemplo acima, eu teria que reunir grupos de empresas que, somadas, atingisse aquele nível de lucro. Isso implica dizer que teria que visitar uma quantidade imensa de empresas, que de tal forma inviabilizaria meu projeto. Posso buscar esse incentivo em empresas de São Paulo, por exemplo? Posso, mas não conseguirei e na frente explico melhor.
Onde os projetos se tornam viáveis? No eixo Rio/São Paulo, onde estão a matrizes das maiores empresas do país. Essas empresas as vezes têm filiais nos demais estados, mas o incentivo é centralizado na matriz. Para um projeto desses da Cláudia Raia, basta ir na sede da Votorantim, do Magazine Luiza, da Petrobrás, etc. Aliás, no caso da Petrobrás a indicação para abrir portas, de repente, já vem de Brasília.
Vou contar uma experiência pessoal. Um grupo de professores da Faculdade de Música da UFG resolveram empreender um projeto que era montar uma orquestra sinfônica de Goiânia. A ideia era que esse projeto fosse custeado pelas leis de incentivo a cultura. Eu tinha muito relacionamento com esses professores e também era diretor da Associação Comercial e Industrial do Estado de Goiás, ACIEG e por tal motivo fui designado pelo meu presidente da época para fazer parte da comissão, acompanhar o projeto e prestar o apoio que fosse necessário em nome da entidade.
O projeto era lindo e completo. Previa as apresentações agendadas com penetração turística para a cidade, apresentações públicas pelo interior do Estado e um trabalho de musicalidade pelas periferias da cidade. Os custos seriam de salários/honorários dos músicos, do pessoal envolvido, gastos administrativos, transportes, ajudas aos músicas para aquisição de instrumentos musicais, aluguel de espaços, refeições, hospedagens, etc. etc.
Seguiu-se então vários encontros e finalmente contratarem um pessoal para o estudo de viabilidade econômica e concluíram que a orquestra custaria R$ 3.000.000,00 por ano. Assim teriam que captar recursos junto a empresas que somassem R$ 300.000.000,00 de lucro anual. Chegamos a conclusão que no mercado goiano não conseguiríamos. Temos algumas empresas de porte, algumas com atuação em nível nacional, mas mesmo assim teríamos de peregrinar numa extensão muito grande. Contatamos inclusive a JBS que é uma empresa de origem goiana, mas esta já estava comprometida com o esquemão dos artistas do eixo RJ/SP. Foi exatamente essas palavras que ouvimos.
No início do primeiro mandato do Lula, em 2003, ele tinha um projeto e externou isso em discurso, que era fazer com que os recursos ao invés de capitados pelos titulares do projeto junto às empresas, que as empresas pagassem o imposto integral e apontasse o valor que deveria ir para a cultura na declaração do Imposto de Renda. Assim o governo com essa arrecadação direcionada criava o fundo e colocava-o à disposição de cada estado, de acordo com sua participação no PIB ou outro índice que defina a proporcionalidade. Dessa forma haveria fomento as manifestações culturais de cada região, de cada estado. O projeto era muito bom, mas ele silenciou e nunca mais falou nisso. Certamente a turma "que faz a cultura desse país acontecer" o chamou num canto e deu-lhes alguns "conselhos".
Agora eu pergunto ao Black Fire, tem projetos da Lei Rouanet aí no Rio Grande do Sul? E você sabe a riqueza da cultura gaúcha no campo áudio visual, né?. Imensa. Pergunto aos demais estados, Pernambuco, Mato Grosso, Tocantins, Paraná, Santa Catarina... Tem projetos das leis de incentivo a cultura por aí.
Já andei pelo literal e interior do nordeste. Caramba como é rica a cultura nordestina, o forró, as danças de forró, o frevo, maracatu, baião, xote, o teatro, os violonistas populares, os sanfoneiros, é de encher os olhos....
O objetivo de fomento estatal da cultura é levá-la principalmente aos menos favorecidos do ponto de vista do público alvo, como também apoiar os artistas que ainda não contam com apoio midiático. Projetos como esses conduzidos pela Cláudia Raia utilizam os recursos para pagar todos os gastos incluindo os honorários dos artistas e do dono do projeto.
E são apresentados ao grande público que deveria ser alvo? Claro que não, são direcionados a classe média alta e a elite. E tem mais, os ingressos são pagos, ou seja, além de já terem a remuneração garantida pelo incentivo ainda ficam com a bilheteria.
Será que a cultura só é cultura se for monopolizada nas mãos dos atores da Globo ("o pessoal que faz a cultura acontecer nesse país")? Será que Bruna Surfistinha é cultura?
Na verdade isso tem servido como complemento salarial do pessoal da Rede Globo nos períodos de entre safra, entre uma novela e outra.
Conclusão: A lei Rouanet é utilizada para um dos mais descarados desvios de dinheiro público e para uso político partidário, somente, nada de "cultura".
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Pedro_Borges Veterano |
# jan/23 · Editado por: Pedro_Borges
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ProgVacas Bruno, o dinheiro que financia os artistas pela Lei Rouanet é privado, não público.
Por que isso lhe incomoda?
Leia esse link e pare definitivamente de se importar com isso.
Claro que é público, ele é deduzido do Imposto de Renda. Se a empresa não quiser deduzir esse valor ele é pago como imposto e não como incentivo. Falou besteira professor.
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Pedro_Borges Veterano |
# jan/23
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Wanton Sobre o retorno, pode apostar que ela (Cláudia Raia) dá mais retorno financeiro do que investir em cestaria indígena em Alto Alegre dos Parecis.
A Lei não se destina a isso e a empresa que destina recursos não tem nenhum retorno financeiro, apenas mídias nos projetos.
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ejames Membro Novato |
# jan/23
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[b]Pedro_Borges Legal, fez uma crítica inteligente ao real problema da lei, que é a centralização dela, e depois cagou tudo com "globolixismo" e ainda coroou com moralismo barato...
Contatamos inclusive a JBS que é uma empresa de origem goiana, mas esta já estava comprometida com o esquemão dos artistas do eixo RJ/SP. Foi exatamente essas palavras que ouvimos. Certamente a turma "que faz a cultura desse país acontecer" o chamou num canto e deu-lhes alguns "conselhos".
Claro, foram a Globo e a Claudia Raia, pessoalmente, que corromperam a moral ilibada da JBS e seu grande apreço pelo fomento da cultura.
No início do primeiro mandato do Lula, em 2003, ele tinha um projeto e externou isso em discurso
Mas não tem que agradar o mercado? Pois é...
Será que Bruna Surfistinha é cultura?
Sim.
Na verdade isso tem servido como complemento salarial do pessoal da Rede Globo nos períodos de entre safra, entre uma novela e outra.
Conclusão: A lei Rouanet é utilizada para um dos mais descarados desvios de dinheiro público e para uso político partidário, somente, nada de "cultura".
Vai provar isso ou vai ficar na mesma do apartamento do Roberto Gil?
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Lelo Mig Membro
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# jan/23
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Defendemos que o Estado deva estar onde não há lucro e, de repente, vocês defendem que a Lei Rouanet seja aplicada em grandes artistas que "dão retorno financeiro"?
Há um contra senso aqui.
A Lei Rouanet foi desviada de seu propósito inicial, não alavanca os iniciantes e pequenos artistas e favorece artistas consolidados e projetos obscuros como milhões para site de poesia de Maria Bethânia ou livro com a história da Claúdia Leite. Não dá prá passar pano prá uma merda dessas não.
É preciso parar de defender o indefensável independente da corrente ideológica por trás do discurso. O projeto precisa ser revisto e alterado. Urgente!
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Wanton Veterano |
# jan/23
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Pedro_Borges Certamente a turma "que faz a cultura desse país acontecer" o chamou
Você não pode alegar isso, né? É mera suposição.
E são apresentados ao grande público que deveria ser alvo? Claro que não
De novo, está partindo da ideia de que a lei é assistencialista.
Conclusão: A lei Rouanet é utilizada para um dos mais descarados desvios de dinheiro público e para uso político partidário, somente, nada de "cultura".
A sua crítica é boa, mas a conclusão extrapolou os problemas apontados.
É claro que a Lei Rouanet não deveria existir. Seria muito melhor se o Ministério da Cultura trabalhasse com um bom orçamento e dispusesse de mecanismos para distribuí-lo de modo a fomentar a produção artística em todo o País. Empresas não deveriam ter voz nisso.
As empresas entraram no jogo porque elas têm mais facilidade para gastar sem ter que dar justificativas. O pior é que criticam as escolhas das empresas, mas quem leva a culpa é o governo. Coisas de tempos de bolsonarismo, em que o que importa é deixar o povo indignado com qualquer bobagem.
Espetáculos como o da Cláudia Raia não representam a maior parte dos investimentos da Lei Rouanet, segundo o link postado pelo ejames, mas deve ser o tipo que dá mais retorno. Uma crítica séria da lei analisaria os projetos pequenos que são financiados, e se preocuparia menos com o clickbait para fisgar bolsomínions sedentos para terem sua loucura reforçada.
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ejames Membro Novato |
# jan/23 · Editado por: ejames
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Lelo Mig A Lei Rouanet foi desviada de seu propósito inicial, não alavanca os iniciantes e pequenos artistas e favorece artistas consolidados e projetos obscuros como milhões para site de poesia de Maria Bethânia ou livro com a história da Claúdia Leite. Não dá prá passar pano prá uma merda dessas não.
Para um propósito ela funciona muito bem: beneficiar grandes empresas. Antes de ser uma lei de incentivo à cultura, é uma lei de incentivo fiscal.
É preciso parar de defender o indefensável independente da corrente ideológica por trás do discurso. O projeto precisa ser revisto e alterado. Urgente!
Com certeza. O ponto é que o candidato do Bruno passou 4 anos no governo, não fez absolutamente nada para corrigir os problemas reais da lei e ele se manteve pianinho. 21 dias de governo e ele vem aqui se escandalizar como se o caso da Claudia Raia fosse algum tipo de benesse do PT.
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Wanton Veterano |
# jan/23
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Lelo Mig É preciso parar de defender o indefensável
Não se trata de defender, mas de refinar a crítica. A crítica feita à Lei Rouanet segue a cartilha bolsonarista.
O vício dessa lei é o vício do mercado. Empresas não querem incentivar a cultura, querem estampar a sua marca em lugares visíveis.
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Pedro_Borges Veterano |
# jan/23
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Lelo Mig
Clap Clap Clap (aplausos)!
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Pedro_Borges Veterano |
# jan/23
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ejames Para um propósito ela funciona muito bem: beneficiar grandes empresas. Antes de ser uma lei de incentivo à cultura, é uma lei de incentivo fiscal.
Opa falou besteira. Acho que você não viu os exemplos dos cálculos. A empresa não tem nenhum benefício fiscal. Tanto faz pagar imposto como destinar ao projeto. Ela paga o mesma coisa numa ou noutra situação.
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Wanton Veterano |
# jan/23
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Pedro_Borges A empresa não tem nenhum benefício fiscal. Tanto faz pagar imposto como destinar ao projeto.
Quem falou besteira foi você. Empresas gastam uma baba em publicidade. A Lei Rouanet permite que essas empresas estampem suas marcas nos espetáculos que elas financiam. Se não houvesse benefícios, as empresas optariam por pagar os impostos. Mobilizar pessoal para atender aos projetos da Lei Rouanet tem custo.
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ejames Membro Novato |
# jan/23
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Wanton Empresas gastam uma baba em publicidade. A Lei Rouanet permite que essas empresas estampem suas marcas nos espetáculos que elas financiam.
A gana de meter um discursinho de "globo mamata petê" é tão grande que o mais puro óbvio é deixado de lado.
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ProgVacas Membro Novato |
# jan/23
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Wanton ejames
O pior é o sujeito que escreve um navio bosteleiro desse tamanho aí.
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Wanton Veterano |
# jan/23
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ejames ProgVacas
A análise do Pedro não é ruim, ele trouxe muita coisa interessante para o debate. A meu ver, o problema são aqueles hábitos de querer achar os culpados ligados à esquerda.
O cara esteve envolvido com um projeto cultural junto a uma orquestra, isso é foda pra caralho. Lamento muito que não tenha avançado. Também já fiz projetos que não foram para frente e sei o quanto isso é frustrante.
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brunohardrocker Veterano |
# jan/23
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Tem nada de bolsonarismo não. Certa feita a Claudia Leite teve milhões liberados e teve até mais repercussão.
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Pedro_Borges Veterano |
# jan/23 · Editado por: Pedro_Borges
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Wanton
De novo, está partindo da ideia de que a lei é assistencialista.
Wanton não é a idéia, mas ela deveria ser assistencialista sim, mas não se prestar ao tipo de assistencialismo que está acontecendo.
A meu ver, o problema são aqueles hábitos de querer achar os culpados ligados à esquerda.
É o que salta aos olhos. Milhões para um site de poesia da Betânia, milhões para um livro da Claudia Leite, milhões para um espetáculo da Claudia Raia destinado a elite, milhões para o cineasta que resolveu contar a história (linda história) da Bruna Surfistinha, e por aí vai.
O caso da Cláudia Raia, ela elogiou publicamente a indicação da secretaria de cultura. 2 ou 3 dias depois vem uma voz do planalto: - Seu projeto que estava engavetado foi aprovado, miga!
A impressão é que esses projetos não são idealizados, eles são forjados. Ou seja, o projeto em si é a última parte a ser pensada. O ideia inicial é como por a mão na grana. Alguém pergunta - Como faço para por a mão em x milhões? - Ah, faz um projeto qualquer, tipo... sei lá, um site de poesias!
Porque a gente diz que é o pessoal da esquerda? Porque é recorrente desde o primeiro governo Lula que isso ocorre em grande escala e os beneficiados são sempre a classe artística que o apoia. Aliás Wanton, eu até penso que esse pessoal só é de esquerda por conveniência.
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Pedro_Borges Veterano |
# jan/23
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Wanton Empresas gastam uma baba em publicidade. A Lei Rouanet permite que essas empresas estampem suas marcas nos espetáculos que elas financiam
Wanton, as empresas estampam suas marcas só porque têm o direito, não porque seja uma espaço interessante. Que efeito sobre o público de uma só visita ao espetáculo, da marca CSN, por exemplo. O espetáculo pode ficar uma semana em cartaz, mas cada pessoa verá uma única vez. Essa é uma empresa que não depende de publicidade. 70% de seu produto é exportado e os outros 30% são vendidos internamente para grandes metalúrgicas, que por sua vez já conhecem a marca e seus produtos.
Publicidade para surtir efeito tem que ser difundida através de muitas e muitas inserções/visualizações.
Vou acrescentar uma informação para aqueles que estão ainda fazendo confusão que a empresa se beneficia com os projetos e para os que acham que o dinheiro não é público.
Suponhamos que uma empresa tenha que pagar R$ 100,00 de IR. Então ela emite um DARF de R$ 100,00, paga e arquiva. Mas se essa empresa resolver apoiar um projeto AV então ela emite o DARF de R$ 96,00, paga e arquiva e separa R$ 4,00 e deposita a favor do projeto. Nos dois casos ela está pagando R$ 100,00.
A diferença é que no primeiro caso ela paga o DARF, arquiva e ponto final. No segundo caso ela, além de arquivar o DARF para exibir à Receita, ela tem que arquivar uma série de papéis, tais como projeto, aprovação, recibo de depósito e uma memorial contendo, dentre outras coisas, a Declaração do Imposto de Renda. Portanto, ela terá mais trabalho e zero de economia. Veja que o R$ 4,00 é dinheiro público que deixou de ser recolhido como IR.
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Pedro_Borges Veterano |
# jan/23 · Editado por: Pedro_Borges
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https://g1.globo.com/economia/noticia/2023/01/20/lula-na-argentina-apo s-lava-jato-como-bndes-pode-voltar-a-cena-em-obra-no-pais-vizinho.ghtm l
Wanton, tempos atrás, ainda na época da campanha presidencial nós discutimos sobre a questão da retração industrial e a falta de uma política e mesmo de incentivos governamentais. Agora a gente se depara com essa notícia que o BNDES vai financiar um gasoduto na Argentina. Como você vê esse fato?
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brunohardrocker Veterano |
# jan/23
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Um cara de esquerda que tocou num ponto sobre os projetos da Rouanet no debate foi o Ciro. Que os projetos eram centralizados no eixo Rio-Sao Paulo e era preciso que artistas regionais, locais, de todos os cantos do país fossem incentivados.
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Black Fire Gato OT 2011 |
# jan/23
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Pedro_Borges Teu estado RS recebe projetos da Lei Rouanet?
Não sei, não me interesso pelo assunto.
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Pedro_Borges Veterano |
# jan/23
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Black Fire Não sei, não me interesso pelo assunto.
Ué, então não palpita.
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Black Fire Gato OT 2011 |
# jan/23
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Pedro_Borges Ninguém se interessa por esse assunto de verdade. Só os artistas mesmo.
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Lelo Mig Membro
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# jan/23 · Editado por: Lelo Mig
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ejames Wanton Pedro_Borges brunohardrocker
Minha colocação não têm intenção política, até porque, a Lei Rouanet foi publicada em 1991, no governo do Collor.
Inicialmente eu não acho a Lei ruim, mas ela ao longo do tempo mostrou muitas falhas e demasiadas brechas para oportunismo e roubo. Não há uma fiscalização efetiva do quanto realmente é gasto pelos artistas, não há controle de quanto o artista lucra com o investimento. Exemplo, suponha que a artista XYZ consiga 3 milhões de incentivo e lucre 30 milhões com o espetáculo... como fica esse lucro? Qual a prestação de contas dessa porra? O artista enfia no bolso e foda-se? Também aceito que alguém me empreste grana para eu "apostar no mercado financeiro", por exemplo.
Também virou moeda política para compra da classe artística que têm muita força de opinião e influência. Artista no Brasil precisa parar de ser tratado como uma classe superior as demais.
A Claudia Raia tá grávida caraio! Gestação, parto, licença maternidade... vai montar espetáculo quando? Porra mano, vai no banco pedir dinheiro para montar uma oficina mecânica prá ver o que acontece.
Têm que rever muita coisa que se mostrou equivocada ao longo destas décadas.
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brunohardrocker Veterano |
# jan/23 · Editado por: brunohardrocker
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Lelo Mig
Exatamente! Uma medida que coibiria e muito este oba oba de artista milionário, seria limitar os recursos a um valor que não seja atrativo para essa classe. Tipo, é 300 mil contos e acabou! Vamos fazer quermesse, teatro de rua, qualquer manifestação cultural regional, e nelas terá espaço para publicidade de empresas interessadas. Qua seja tratado como incentivo, como assistencialismo, tanto faz. Quem precisa de grana publica é o artista pequeno. Tabto quanto quem mais precisa de renúncia fiscal é empresa pequena.
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Wanton Veterano |
# jan/23
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Pedro_Borges Wanton não é a idéia, mas ela deveria ser assistencialista sim
Eu não concordo. Incentivo à cultura é uma coisa, assistência social é outra. Eu quero ver o cinema brasileiro recebendo grana para fazer filmes fodas como Cidade de Deus, sabe? Tem que pôr grana, senão projetos ambiciosos não saem do papel. Se você reduz tudo a assistencialismo, fodeu!
Publicidade para surtir efeito...
Trabalhei por uma década dentro de agência de propaganda e entendo um pouquinho dos paranauês. Quem é de fora do meio só enxerga a publicidade como uma ferramenta para divulgar e vender produtos diretamente para o público, mas o negócio vai muito além disso. Uma das coisas sabidas no meio é que a publicidade serve para mostrar para quem quiser ver que uma empresa está bem das pernas. A força de uma marca atrai investimentos, dá credibilidade, afeta a razão de quem julga tomar decisões racionais.
Trocar dinheiro "perdido" com impostos por publicidade gratuita é um puta negócio. Se não fosse, a Lei Rouanet não teria pegado. É como você disse: as grandes empresas estão cagando para projetos fantásticos que levem uma orquestra para pequenas localidades, elas querem mostrar a sua marca onde importa! A Lei Rouanet, gostem ou não, funciona nesses termos. A Lei Rouanet segue a lógica do mercado, aquela que eu tanto falo que detesto.
Black Fire Ninguém se interessa por esse assunto de verdade. Só os artistas mesmo.
E os indignados. Eles nem querem saber do que se trata, só querem um motivo para se indignar.
brunohardrocker Tem nada de bolsonarismo não.
Claro que tem! Toda indignação vazia é insumo para o bolsonarismo.
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Drinho Veterano |
# jan/23
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Sobre a lei Rouanet, é um dos raros casos em que abaixo as orelhas para concordar com os abestados que fazem o L e simpatizantes em geral.
Se tira dinheiro do governo, direta ou indiretamente sempre é bom e tem que continuar. Se beneficia quem não precisa, não vejo motivo para surpresa, essa gente pratica esse tipo de coisa desde sempre.
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