Movimento Ocupe Wall Street

Autor Mensagem
Comuna CCCP
Veterano
# out/11 · Editado por: Moderador


Ocupar Wall Street é um recado dos indignados
Reuters

Manifestantes se preparam para marcha pelo centro financeiro de Nova York nesta terça-feira (11)
Marcelo Semer
De São Paulo

No filme "Capitalismo: uma história de amor", o cineasta Michael Moore chama a viatura de polícia para denunciar a apropriação de trilhões de dólares do governo pelo sistema financeiro. Sarcástico, envolve a agência de um banco com a faixa amarela de "cena do crime".

"Trabalho Interno", documentário vencedor do Oscar, mostra como gastavam suas fortunas os responsáveis pelas instituições que ao final provocaram o crash: mansões, piscinas, aviões e prostitutas.

Com a economia dos Estados Unidos em franco declínio desde então e com o seu declínio provocando há três anos crises ao redor do mundo, é o caso de concordar com a ativista canadense Naomi Klein em seu emocionado discurso no movimento Ocupe Wall Street: o mundo não devia se perguntar o que vocês fazem aqui, mas porque demoraram tanto?

Desde 17 de setembro, manifestantes ocupam o centro financeiro dos Estados Unidos com o mesmo composto de frustração, espontaneidade e engajamento nas redes sociais que geraram a primavera árabe e os acampados nas praças europeias.

Os indignados, enfim, chegaram ao coração do poder.

Em pouco mais de três semanas, o movimento cresceu e se espalhou a grandes e médias cidades norte-americanas, inclusive a capital.

Parte do expressivo silêncio da mídia nesse tempo pode se explicar pelo compromisso dos manifestantes com a não-violência.

Não houve vitrines quebradas, saques ou incêndios que pudessem provocar comoções em nome da lei e da ordem, que sempre atraem a grande imprensa.

O movimento não tem lastro em partidos, nem propostas formais a serem por eles encaminhadas. Não se dirige a questionar o governo -mas algo que no seu imaginário está muito acima dele, o poder de quem faz a economia.

Por este motivo, não cercam a Casa Branca ou o Congresso -mas Wall Street, onde reside o dinheiro e o 1% que o comanda.

"Nós somos os 99%", dizem os manifestantes. E relatam pelas redes sociais o calvário que a depressão econômica e a falta de esperança têm provocado: perda de emprego, de cobertura de seguro de saúde, crédito educativo e as residências retomadas após a crise.

Em 2008, os financistas finalmente puderam mostrar ao mundo que não havia limites para o próprio enriquecimento sem causa.

No início do movimento, a polícia chegou a prender 700 manifestantes, mesmo sem atos de violência. A Fox News, porta-voz do reacionarismo ianque, equiparou os ocupantes de Wall Street a militantes nazistas. Mas os liames de solidariedade que permeiam a manifestação e seu caráter ao mesmo tempo crítico e apartidário, só fizeram aumentar, com o passar do tempo, as adesões e as simpatias.

Mais do que a crise gerada pela desregulamentação do sistema financeiro, por quem vendeu a ideia de que o mercado sem regras é o melhor controle, a forma de resolvê-la é que revolta o turbilhão de indignados mundo afora.

Quem criou a crise se arroga no direito de ditar suas soluções.

E as lições são simples: dinheiro público aos bancos privados, socializando os gigantescos prejuízos, e cortes de verbas que atingem em chofre a população menos protegida, em empregos, salários, aposentadorias, educação, saúde.

Não há botes para todos no Titanic da economia e os primeiros a se safar do naufrágio são justamente os que o provocaram. Por que, afinal, a injustiça em escala mundial haveria de ficar tanto tempo sem reação?

Ninguém sabe ao certo até onde o movimento pode chegar. Se vai se esgotar no simbolismo ou será o ponto de partida de uma nova governança.

Mas a desconfiança crescente na capacidade de governos e oposições de cuidarem da coisa pública, recolocando o Estado acima do interesse das grandes corporações, é um sinal que os homens do poder não deviam ignorar.

A democracia está se reinventando sem intermediários. Vai sofrer para achar o seu caminho. Mas sofrerão mais os que não perceberem que algo está em transformação.


Fonte

Comuna CCCP
Veterano
# out/11 · Editado por: Comuna CCCP
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Eu acho isso lindo, um movimento realmente diferente que ataca onde realmente importa.

Ps. Valeu

Black Fire
Gato OT 2011
# out/11
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Não tem como dar credibilidade a um movimento que envolva Michael Moore e Noam Chomsky.

tambourine man
Veterano
# out/11
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depois de um mês de ocupação é que a notícia saiu na imprensa

¬¬

Comuna CCCP
Veterano
# out/11
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Black Fire
tambourine man

Felizmente, ou infelizmente, eu vejo mais pontos positivos do que negativos nessa manifestação...

tambourine man
Veterano
# out/11
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Comuna CCCP

se for aquele papinho de gerar mais empregos ou o moralismo da economia real contra a financeira...

Comuna CCCP
Veterano
# out/11
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tambourine man

Acho que não é isso não, até porque eles não propõe nenhuma ideologia.
As corporações é que tem o dever de parar de se alavancar, como se não tivesse limites e usar seus recursos de melhor forma e mais distribuído.

torresmo vermelho
Veterano
# out/11
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tambourine man
Comuna CCCP

Realmente o horizonte das reivindicações é muito limitado, eles ainda acreditam que dá pra reformular o sistema. É a velha história de usar uma roupa listrada na vertical para parecer mais magro.

Mas é muito interessante, pois se o movimento se fortalecer, principalmente a união ser mantida, pode ser uma base para o momento em que as mudanças reais forem inevitáveis.

Konrad
Veterano
# out/11
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Pela primeira vez eu coloco um pouco de fé num movimento desses.

Está mais do que na hora de haver uma mudança significativa (eticamente falando) nesse sistema. A tal da suspensão ética que os velhinhos de Chicago pregavam está levando os EUA (e o resto do mundo, que copia o ideal) para o buraco.

Mas, não acredito em mudanças rápidas.

kiki
Moderador
# out/11
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Mas, não acredito em mudanças rápidas.
pois é, mudanças de cunho economico e politico levam seculos...

Kensei
Veterano
# out/11
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Mas uma hora tem que começar, né.

Konrad
Veterano
# out/11
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kiki
Kensei

Tomara que tenham começado.

kiki
Moderador
# out/11
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Kensei
dependendo do ponto de vista, já começou faz algumas decadas ne?

ce deve saber isso melhor que eu, mas já vi interpretações de que nos anos 1980 já começou uma crise do "capitalismo financeiro" (cada um dá um nome) que vem se arrastando até hoje; outros acham até que foi em 1929!

eu queria que pelo menos desse tempo de a gente ver um pouquinho dessa mudança.

Konrad
Veterano
# out/11
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kiki
1980 já começou uma crise do "capitalismo financeiro" (cada um dá um nome) que vem se arrastando até hoje; outros acham até que foi em 1929!

eu queria que pelo menos desse tempo de a gente ver um pouquinho dessa mudança.


hahahah. Não é minha área, mas quem disse isso ai é bem ingênuo.

As crises mudam o verniz, mas a madeira é a mesma. Mudou nada. Ganância, lobby, bolhas, rompimento, "ajustes" que prejudicam a maior parte da população..... c'est tout la même chose.

Kensei
Veterano
# out/11
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kiki
Em 1987 teve uma "mini" crise, originária no mercado financeiro. Mas foi passageira, uns costumam se referir a década dessa maneira "the wall street takeover".

Lembra do primeiro filme do Oliverstone "wallstreet: poder e cobiça", é desse período aí.

Kensei
Veterano
# out/11
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Konrad
As crises mudam o verniz, mas a madeira é a mesma. Mudou nada. Ganância, lobby, bolhas, rompimento, "ajustes" que prejudicam a maior parte da população..... c'est tout la même chose.

Totalmente de acordo.

Kensei
Veterano
# out/11
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"Trabalho Interno", documentário vencedor do Oscar, mostra como gastavam suas fortunas os responsáveis pelas instituições que ao final provocaram o crash: mansões, piscinas, aviões e prostitutas.


Aliás, vejam esse filme hein, é muito bom mesmo. E sobre putas, bah, isso é o de menos, e é a mais pura realidade aqui no Brasil mesmo.

torresmo vermelho
Veterano
# out/11
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Konrad
As crises mudam o verniz, mas a madeira é a mesma. Mudou nada. Ganância, lobby, bolhas, rompimento, "ajustes" que prejudicam a maior parte da população..... c'est tout la même chose.

O que muda é que o ciclo das grandes crises está cada vez mais curto e abrangente, e alguns aspectos já se mostraram irreversíveis. O fim do estado do bem-estar social na Europa está aí. As guerras neo-colonialistas no Oriente Médio estão aí. A história está aí, a crise estrutural está aí. Ou acaba esse modelo de crescimento infinito num planeta de recursos finitos, ou acaba o planeta. Ou pelo menos os humanóides.

kiki
Moderador
# out/11
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Konrad
Kensei
As crises mudam o verniz, mas a madeira é a mesma. Mudou nada. Ganância, lobby, bolhas, rompimento, "ajustes" que prejudicam a maior parte da população..... c'est tout la même chose.

ah sim, mas se for desse ponto de vista, aí é a mesma coisa desde o começo do capitalismo... exploração do trabalhador rural e expulsão dos campos, exploração na industria...
e ai teve crises nos séculos XVIII, XIX...
e a cada período o capitalismo se reinventa, e no século XX ele tomou essa forma financeira. o que eu disse ali era pensando só nessa parte.

torresmo vermelho
Ou pelo menos os humanóides.

eu acredito mais nessa opção.
o planeta é forte, ele aguenta.

Excelion
Veterano
# out/11 · Editado por: Excelion
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Wall Street incorpora tudo que eu mais odeio em mim mesmo.


Não sei, nasci nesse sistema econômico e gostaria que fosse diferente. Mas depois de Marx temo que qualquer reação anti-capitalismo (literalmente) caia naquela vagabundisse pseudo-comunista que nunca dá em nada ou acaba pior. Pobre Marx, criou uma legião de mentecaptos. Ninguém quer saber em pensar em algo novo que de fato funcione.


Aí voltamos para aquela velha dicotomia azul x vermelho e pro século 18 de quebra.

Comuna CCCP
Veterano
# out/11
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Excelion

Na verdade, essa politica terrorista americana contra qualquer ação que mexa no bolso das grandes corporações é que deixa as pessoas bitoladas e torna qualquer movimento que pede melhor distribuição de renda em comunista ou nazista, conforme exemplo do texto:

A Fox News, porta-voz do reacionarismo ianque, equiparou os ocupantes de Wall Street a militantes nazistas.

Joseph de Maistre
Veterano
# out/11
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Michael Moore

Parei aqui.

Joseph de Maistre
Veterano
# out/11
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Naomi Klein

Parei aqui de novo. Tentei continuar lendo, mas não deu mesmo.

Joseph de Maistre
Veterano
# out/11
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essa politica terrorista americana contra qualquer ação que mexa no bolso das grandes corporações é que deixa as pessoas bitoladas e torna qualquer movimento que pede melhor distribuição de renda em comunista ou nazista

E expropriar o que é dos outros é coisa de comunista e nazista mesmo.

Sou totalmente contra os bailouts aos financistas (que foram precisamente uma forma de redistribuição de renda), mas ficar invejando o patrimônio alheio não é a minha.

Comuna CCCP
Veterano
# out/11
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Joseph de Maistre

Ta, tá... com crtz multi, agora vai lá no Tea Party preparar a reunião da KKK.

Joseph de Maistre
Veterano
# out/11
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Comuna CCCP


tambourine man
Veterano
# out/11
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capital fictício >>> vocês

Die Kunst der Fuge
Veterano
# out/11
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Tchaikovsky >>>>> qualquer discussão sobre qualquer assunto.

ogner
Veterano
# out/11
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http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2011/10/15/marcha-dos-indignados-mob iliza-milhares-ao-redor-do-mundo-neste-sabado-925588239.asp

Vaaamooo Porr@!! Chega!! O sistema ta podre!!

Comuna CCCP
Veterano
# out/11
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ogner

Muito legal ver todos esse movimento acontecendo, eu sinto que as pessoas estão realmente cansadas desse jogo financeiro sujo e que grandes mudanças irão ocorrer dentro do nosso tempo de vida.

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