Autor |
Mensagem |
Bog Veterano
|
# fev/09
Seguindo a sugestão de um colega forista, para quem pensa no assunto...
Isso vem de um e-mail que eu escrevi esses dias. Já adianto que é longo. Mas se alguém quer fazer mestrado ou doutorado, é bom já ir se acostumando a ler MUUUUUUUUUUUUUUITO.
-----
Então, vamos por partes. Primeiro, o que exatamente é um mestrado/doutorado? Existem 3 coisas para se saber:
1. Mestrado profissional - é uma coisa mais ou menos nova e rara. É parente próximo das especializações latu sensu, mas maior. O foco costuma ser mais para profissionais formados há alguns anos, que querem se atualizar e tomar conhecimentos das novidades. Como eu disse, é meio incomum no Brasil. Ao fim do curso, você se torna um cara atualizado em certas áreas "quentes" da profissão.
2. Mestrado - o classicão é o mestrado dito "acadêmico". Tem foco bem teórico. Mais ou menos metade do curso são aulas, algumas em tópicos meio obscuros e específicos demais para um bacharelado. A outra metade é a dissertação, que não precisa ser um tópico inovador. Você normalmente tem alguma orientação sobre coisas que pode/deve fazer e tal. Apesar de acharem que você sai sabendo um monte sobre um monte de coisas, o mestrado é dito "strictu sensu", você foca em uma coisa bem específica. Por isso, em vez de um cara que manja tudo, o máximo que se pode dizer sobre um mestre é que ele é um cara que aprendeu a trabalhar com pesquisa. Sabe, procurar referências, fuçar, aprender sozinho.
3. Doutorado - antes de tudo, uma coisa: PhD e doutorado são o mesmo grau, mas só alguns países dão o título de PhD (o Brasil NÃO é um deles). O foco é ainda mais específico do que no mestrado, e o peso das aulas é bem menor. No doutorado, o que importa mesmo é a tua pesquisa. E tem que ser inovadora. Doutorado é BEM teórico, e normalmente você fica bem mais "solto" do que no mestrado. Tem que se virar para correr atrás da pesquisa, e o orientador é muito mais alguém para te julgar do que alguém para te dar idéias, muito menos ordens. No fim das contas, você acaba como o maior especialista do mundo em uma coisa minúscula. Sim, mais do que o orientador. A idéia do doutorado não é formar pessoas que manjam demais de tudo, e sim formar pessoas capazes de produzir conhecimento.
Como eu disse, o mestrado profissional é mais para quem já é formado há alguns anos e quer se atualizar. Já o mestrado e principalmente o doutorado não são para qualquer um. Não, nada a ver com a dificuldade do curso, e sim com a utilidade. Como o foco é teórico e acadêmico, você não vai ver as coisas "do mercado" nesses cursos. O mestrado ainda tem sua utilidade, porque você aprende mais sobre certos fundamentos, o que pode ser um diferencial. Já no doutorado, você passa 4 anos ou mais enfiado num mundo totalmente alheio à realidade do mercado. No meu caso, por exemplo, outro dia peguei uma revista Info só por curiosidade, porque falava das profissões no mercado de TI. Minha conclusão foi a de que eu não conheço NADA das ferramentas que o mercado corporativo pede. Se eu fosse entrar neste mundo agora, estaria competindo com gente recém-formada, ou nem isso. Eu só sei um monte de coisas que não interessam ao mundo corporativo!
Por isso, o mestrado acadêmico, e princialmente o doutorado, são para um tipo específico de pessoa: aqueles que querem trabalhar com pesquisa. O foco deixa de ser "produzir a toque de caixa uma solução que deixe o cliente feliz", e passa a ser "investigar a fundo a raíz de uma questão". Onde pesquisadores trabalham?
1. Universidades - muitos professores das universidades, principalmente públicas, são na verdade pesquisadores. As aulas são só um "extra", e isso explica muito da má vontade de certos professores. Aqui, se faz muita pesquisa básica - pesquisa básica são aquelas viagens que muitas vezes parecem não ter muita utilidade, mas de repente, uma idéia pula para fora e aí surgem coisas como "microondas", "laser" e "detecção de pontos de interesse na visão".
2. Centros de pesquisa - no Brasil, são poucos, e a maior parte é ligado de alguma forma ao governo. Nesses centros, se faz mais pesquisa aplicada, que pega aquelas viagens da pesquisa básica e tenta transformar em protótipos de tecnologias. Muitos são brinquedos sem utilidade, mas de repente, um brinquedo pula para fora e aí surgem coisas como "forno de microondas", "cirurgia a laser" e "pacote para a reconhecimento de objetos com visão computacional". Note que em universidades se faz pesquisa aplicada também, e em centros de pesquisa se faz pesquisa básica. O que muda é a quantidade e o enfoque.
3. Empresas - no Brasil, são poucas. Muito poucas. No mundo, normalmente são empresas que têm... centros de pesquisa. Em empresas normais, são raros os casos onde você realmente precisa de um mestrado ou doutorado. Certificações e experiência prática podem ter peso igual ou maior.
Quanto ao salário, não é muito diferente do que um profissional "normal" ganha. Na verdade, você passa vários anos ganhando MENOS do que o normal, já que não tem como se dedicar à profissao, principalmente durante um doutorado. Depois que termina, você entra na corrida com pelo menos 4 anos de atraso com relação aos demais. Com um mestrado, você até ganha algum poder de negociação, mas com um doutorado, você PERDE, exceto quando vai trabalhar com pesquisa. As empresas não têm muito interesse em contratar doutores. E o salário de pesquisador não é grande coisa. Quem ganha mais dinheiro mesmo são os executivos e empreendedores, aqueles caras que estavam trabalhando com clientes e abrindo empresas enquanto você estava enfurnado lendo sobre a formação de imagens no córtex pré-frontal dos chimpanzés...
Bom, fica aí aberta a discussão, caso alguém tenha interesse. Vale lembrar que tem muita opinião minha aí, e muita coisa que pode não ser a verdade absoluta, principalmente para áreas muito diferentes da minha.
|
Rizzo Veterano |
# fev/09
· votar
Bog Cara, isso ae! na minha família tem 4 doutores, vou ser mais um \0/
|
Fuinhosila Veterano |
# fev/09 · Editado por: Fuinhosila
· votar
( deixa baixo ) vou ler de novo com mais tempo dps
Belo topico \o/
|
kohler1000 Veterano |
# fev/09
· votar
Fuinhosila
Eu li antes de você editar. Posso te chantagear agora.
|
Bog Veterano
|
# fev/09
· votar
Fuinhosila
Resumidamente:
Na minha área (computação), se o cara quer viver no mundo corporativo, certificações e experiência em projetos contam muito mais do que mestrado/doutorado.
Doutorado é muito mais importante/útil para quem quer lidar com pesquisa. É outra dinâmica, outra forma de encarar as coisas.
Rizzo
Ye!
Só acho importante mostrar que, diferente do que muitos pensam, um PhD não é um cara fodão que manja de tudo. No que eu faço, tenho certeza que sou melhor que meus ex-colegas da faculdade que seguiram o caminho "normal". No que eles fazem, são indiscutivelmente melhores que eu. Não é questão de saber quem é mais ou menos fodão, e sim que as pessoas escolhem profissões diferentes, com caminhos diferentes.
|
Bog Veterano
|
# fev/09
· votar
Fuinhosila
Hhaha, editou tarde demais! =P
|
kohler1000 Veterano |
# fev/09
· votar
Bog
Basicamente então é melhor você tomar o caminho mais fácil, porque aí você vai ganhar mais dinheiro, mais rápido. Enquanto o outro que estudou muito mais está lá ganhando a metade que você =]
|
Bog Veterano
|
# fev/09
· votar
kohler1000
É nada. Eu passei pelo menos 5 anos ganhando menos dinheiro que a maior parte dos colegas que se formaram comigo na faculdade. Moro num cubículo de 15 metros quadrados, enquanto alguns já até compraram apartamento.
Mas jamais trocaria minha vida e minha profissão pela deles. É uma questão de opção de vida mesmo. :)
Mas definitivamente, fazer um doutorado não é o melhor caminho para quem quer ficar rico, principalmente no Brasil.
|
kohler1000 Veterano |
# fev/09
· votar
Bog
Pelo menos aí você pode meter a mão na bunda de qualquer mulher que você conhece ^^
|
Julia. Veterano |
# fev/09
· votar
Bog Bog, vc já "engatou" seu projeto de pesquisas do mestrado no final da graduação ou passou por um processo seletivo?
|
Alessandra Veterano |
# fev/09
· votar
Minha madrinha tá terminando o Doutorado dela na UFRGS, ela sempre amou trabalhar com pesquisa e criação de conhecimento, como ela chama.
Eu preferi seguir pelo caminho da especialização ao invés do mestrado > doutorado, não que não me interesse por pesquisa, mas quero focar mais no trabalho de campo mesmo.
Não descarto a possibilidade acadêmica de fazer mestrado, mas quero primeiro me especializar, pra depois fazer esse tipo de plano.
|
Zuzza Veterano |
# fev/09 · Editado por: Zuzza
· votar
Bog Excelente tópico... Engraçado que eu tava pensando em fazer um similar... =) Concordo com 95% das coisas que vc falou. Só que, na minha profissão, a gente pode se dedicar ao mestrado/doutorado e ainda ganhar por fora (fora das pesquisas), trabalhando particular, por exemplo. Eu penso sim em fazer mestrado. Vou prestar a prova no meio do ano e, mesmo que eu passar, ainda vou decidir se vou me dedicar às pesquisas ou não. Tenho outras propostas legais de ''emprego'' e preciso pensar direitinho... Dar aulas não é algo que me agrade, mas me dedicar às pesquisas... NHAMMMM, diliça! hehehehe
Mais uma vez, parabéns pelo tópico.
=*
|
Bog Veterano
|
# fev/09
· votar
kohler1000 Pelo menos aí você pode meter a mão na bunda de qualquer mulher que você conhece ^^
!?!??!?!
Julia.
Eu já sabia que queria fazer mestrado quando me formei, mas passei normalmente pelo processo seletivo, como qualquer um.
Alessandra
Sim, como eu disse, questão de opção. O que me assusta é que eu conheci muito doutor que não pensa assim, acha que o que eles fazem é mais importante, interessante e melhor do que o que os outros fazem. Também conheci o contrário, pessoas que trabalham no "mundo real" e acham que esse mundo meio viajante da pesquisa é completamente inútil.
Uma ÓTIMA coisa de ter vindo pro Japão foi ver todas as pontas sendo amarradas, e onde cada coisa tem importância.
Zuzza
:)
Então, no mestrado ainda é tranquilo de levar. Eu mesmo trabalhava durante o mestrado, mas fazia só 6 horas por dia, num instituto de pesquisa. Já no doutorado, complicou muito: como bolsista do governo japonês, eu não PODIA trabalhar, a pesquisa era o meu trabalho.
A decisão muitas vezes não é mesmo fácil. Na época do mestrado (2003), eu recusei uma proposta para ganhar 3500 reais em Manaus, para ficar fazendo meu mestrado e trabalhando 6 horas por dia por 850. Mas não me arrependo.
Só uma coisinha que eu acrescento é que tem muito professor de federal que não tem a menor noção sobre como é o mundo fora da academia. Caras que fizeram parte do grupo PET, iniciação científica, mestrado e doutorado com bolsa, e já engataram a carreira de professor. Eu particularmente acho que é interessante que o professor tenha um pouco mais de visão sobre o trabalho fora da academia, nem que seja com pesquisa. Por isso, acho que valorizo bastante a experiência que tive trabalhando no Brasil, e a que estou tendo trabalhando aqui. :)
|
kohler1000 Veterano |
# fev/09
· votar
Bog !?!??!?!
Não é aí que andar com a mão na bunda da mulher é normal? Pelo menos li em algum lugar isso.
|
stenyosullivan Veterano |
# fev/09
· votar
Bog presente o/
depois eu respondo o seu email, vi que chego, mas nao da pra ler com calma agora =P, abç ate+
|
ZXC Veterano |
# fev/09
· votar
Bog
Eu comecei um mestrado em Ética e Filosofia Política, para melhorar minha condição e meu diálogo, na docência acadêmica em filosofia...e esse ano "ganhei" o cargo de diretora de pesquisas e projetos na rede do munícípio para qualificação de docentes, mas é direcionado aos temas escolhido por um bando de lerdas..nem tem valor mesmo.
Pesquisas com visão laica bibliográfica...sem poder colocar um senão... em suma, uma bosta! Nos projetos posso colocar um pouco de pimenta...mas me fazer entender por um bando de docentes bancários sem atualização e papagaios de pensadores clássicos é osso...ahahaha
Lembrei de tu quando li esse texto...olhaaaaaaa!!! http://noticias.br.msn.com/bem-bizarro.aspx?cp-documentid=17554723
;)
|
Carla Andréa Veterano |
# fev/09
· votar
Bog
Parabéns pelo tópico, querido.
Pretendo fazer mestrado, mas fico com um receio muito grande de como é esse universo e como vai se encaminhando dentro da tese defendida, da pesquisa... na verdade, o ponto de partida é o que me deixa mais insegura. Mas vou tentar sim, daqui há 2/3 anos.
Uma coisa que observo é que muita gente opta por um mestrado ou doutorado por pura vaidade, no meu caso farei das palavras de ZXC as minhas: "para melhorar minha condição e meu diálogo, na docência acadêmica...". Que é onde pretendo atuar assim que tiver total experiência com a praxis que minha área exige.
Excelente tópico, parabéns novamente! :)
|
Ibanez GSA 270dx Veterano |
# fev/09
· votar
1. Mestrado profissional
espero que o mestrado profissional nao se banalize aki no Brasil, como ocorreu com o MBA... o MBA tem o objetivo de especializar certos profissionais que ja tem experiencia de mercado e ja é formado ha no minimo uns 5 anos, ou seja, nao é qualquer um que pode fazer, as empresas inclusive pagam pra alguns funcionarios fazerem, e os cursos selecionam muito os concorrentes... infelizmente qualquer facul hj bota o nome MBA em seus "cursos" de especializaçao na area de negocios, sendo que hj apenas as instituiçoes serias mantem cursos de MBA do jeito que devem ser (digo USP, FGV, Ibmec, ESPM e por ai vai)...
espero que o mesmo nao aconteça com o Mestrado Profissional, que tem mais ou menos a mesma intençao do MBA, porem pode compreender diferentes areas (especialmente engenharia), enqt o MBA é so pra area de negocios mesmo
eu espero me formar bem e conseguir um bom emprego numa grande empresa e crescer nesta empresa, para que ela me veja como alguem qualificado e que valha a pena investir, e assim me possibilitar de fazer um Mestrado Profissional
|
Fuinhosila Veterano |
# fev/09
· votar
kohler1000 Agora ele ja viu hehehe
Bog aiuhaiuhauiahhi nem da nada, resolveu a duvida
|
adnz Veterano |
# fev/09 · Editado por: adnz
· votar
Bom tópico, parabéns! Tiraste muitas dúvidas!
E também me deixou um pouco triste, mas tudo bem.
|
Devil Boy Veterano |
# fev/09 · Editado por: Devil Boy
· votar
Na Alemanha nao existe Mestrado.
Para quem ja possui o diploma de graduacao no Brasil, o proximo passo academico e fazer a Staatsexamen(um atestado de conhecimento feito pelo governo alemao em determinadas especialidades) e tentar entrar diretamente no Doktorat(que confere o titulo de PhD). Contudo o peso das aulas e do orientador ainda e significante, pelo menos no meu caso. A grade que o cara tem me passado insiste MUITO em Etica e Filosofia da Ciencia, coisas que eu passei a maior parte da faculdade negligenciando.
O mais proximo que se tem do Mestrado brasileiro e a Habilitation, que e obter por meio de uma tese de pos-doutorado o titulo de Professor Doktor e o direito de ministrar aulas, sendo que o tempo para ser "habilitado" leva algo em torno de 7 anos.
O meu caso foi um tanto inusitado: durante toda a faculdade eu me preparei para o lado mais pratico da coisa, para ganhar dinheiro rapido mesmo. So que na epoca em que me formei, eu ja ganhava razoavelmente bem com um emprego publico, so advogava esporadicamente, ja tinha uma relativa bagagem teorica(estudava Economia e Ciencia Politica por diversao mesmo) e, com a conclusao do curso, passei a ter um tempo livre consideravel. Resolvi dar uma de doido, mudei meus planos de ultima hora e comecei a estudar como um condenado para compensar o tempo perdido e tentar me aventurar no "outro lado da Forca".
Foi um excelente investimento de tempo, levando em conta que hoje ganho mais com uma bolsa academica do que ganharia como advogado em inicio de carreira, alem de que quando terminar, se resolver voltar a pratica, o curriculo extra so vai valorizar a mao-de-obra, ja que sao ramos de conhecimento complementares. E como tenho dupla nacionalidade, ainda ha a alternativa de ficar em definitivo e continuar a carreira por aqui mesmo.
Mas o melhor de tudo e algo que simplesmente nao tem preco: nao sou mais governado pela corja do PT(e afins) e aqui a putada marxista nao tem vez nas escolas e universidades. =)
|
Zuzza Veterano |
# fev/09
· votar
Bog Então, no mestrado ainda é tranquilo de levar. Eu mesmo trabalhava durante o mestrado, mas fazia só 6 horas por dia, num instituto de pesquisa. Já no doutorado, complicou muito: como bolsista do governo japonês, eu não PODIA trabalhar, a pesquisa era o meu trabalho. Mas aí paga-se razoavelmente bem, não é? Aqui no Brasil, uma bolsa de doutorado tá 2,5 mil reais..
A decisão muitas vezes não é mesmo fácil. Na época do mestrado (2003), eu recusei uma proposta para ganhar 3500 reais em Manaus, para ficar fazendo meu mestrado e trabalhando 6 horas por dia por 850. Mas não me arrependo. Com certeza... São opções que a gente tem que fazer e acabou. Nem sempre, no começo, é a mais ''sensata''... Mas, para algumas pessoas, acaba valendo a pena.
Eu particularmente acho que é interessante que o professor tenha um pouco mais de visão sobre o trabalho fora da academia, nem que seja com pesquisa. Concordo. Tenho professor que tem pós doutorado na Espanha e fala cada coisa q dá medo...
Na realidade, eu gosto de trabalhar, pôr a mão na massa... Particularmente, com cirurgia e gosto da rotina da clínica. Mas eu sou fortemente atraída pela linha de pesquisa, que foi o que eu me propus a fazer desde meu primeiro ano de faculdade. Gostaria de conciliar os dois (e no mestrado até que dá), mas no doutorado fica um pouquinho complicado... Mas eu vou tentar. =)
Bjão e boa sorte aí.
|
Julia. Veterano |
# fev/09
· votar
Bog Entendo. Eu fiz essa pergunta porque no meu curso a monografia já pode levar para um mestrado. Obviamente todos devem participar do processo seletivo, mas em alguns casos facilita.
Enfim, comecei a graduação agora e a minha intenção é dar continuidade à vida acadêmica. Mas tem muita água pela frente, então não vou me precipitar.
Mas as coisas que você falou me animaram. É exatamente isso que eu procuro.
Abraços. Parabéns pelo tópico.
|
Bog Veterano
|
# fev/09
· votar
kohler1000 Não é aí que andar com a mão na bunda da mulher é normal? Pelo menos li em algum lugar isso.
Hhahaha, bom, aqui é mais normal que aí, mas assim... da TUA mulher, não de qualquer uma que você conheça, né!!!
ZXC
Putz, trabalhar com educação mais de base deve ser um inferno. Esses professores que seguem religiosamente teorias mirabolantes e sem sentido, coisas sem qualquer fundamento ou validação, indo só pelo discurso bonitinho e "engajado"... Eca!
Quanto às formigas, essas já são parte do passado. =( Agora, meu negócio é visão computacional. Nossa, é muito doido!
Carla Andréa
Eu não acho que seja tanta vaidade, mas muita gente faz pensando que com isso vai garantir um salário melhor - quando em muitas áreas, existem jeitos bem mais simples e garantidos de se conseguir isso.
No meu caso, foi necessidade mesmo, eu trabalho com pesquisa, e quero ser professor universitário quando voltar para o Brasil.
|
Bog Veterano
|
# fev/09
· votar
Ibanez GSA 270dx
Eu achei uma presepada isso que fizeram com o MBA por aí. Agora qualquer faculdadezinha de fundo de quintal tem.
Mas eu mesmo tenho minhas pulgas atrás da orelha com mestrado profissinal, em muitas áreas. Acho que é o tipo de curso que só vale a pena se os professores forem pessoas com as fuças no mercado.
adnz me deixou um pouco triste
Uai, mas por que?!
Devil Boy
Hheeh, bom, eu falei com base na minha experiência. Então o que eu disse vale muito mais para áreas como computação e engenharia. Também ouvi falar que existem alguns modelos diferentes de graduate courses, dependendo do país. Aqui e no Brasil, sei que seguem mais ou menos o esquema dos EUA e da Inglaterra. Bom saber que tem países onde as coisas são diferentes.
outro lado da Forca Boa sorte aí no outro lado da Forca (qual seria, o de dentro do laço? hahhaha).
Zuzza Aqui no Brasil, uma bolsa de doutorado tá 2,5 mil reais..
A minha não era muito maior que isso, principalmente depois que Real se valorizou. Eu ganhava um pouco mais que o salário mínimo do Japão - que, sendo um país com muito menos desigualdade que o Brasil, é REALMENTE o suficiente para uma pessoa ter uma vida digna. Mas eles também pagavam todas as taxas da universidade, e a passagem de ida e volta (mas a de volta eu não usei, já que fiquei por aqui). Então, mesmo não ganhando horrores, eu pude viver tranquilo. Só que ganhava menos do que os meus amigos que ficaram no Brasil trabalhando, ou seja, se o meu objetivo fosse ganhar mais, fazer doutorado não seria lá a melhor opção.
Julia.
Opa, que bom que você se animou! Achei que ia era desanimar quem lesse, com esse papo de "mundo teórico", heheh.
todos
Obrigado aos que gostaram do tópico! Achei que ia ser uma onda infinita de "nem li"s, hehehe
|
Zuzza Veterano |
# fev/09
· votar
Bog Pois é... Orra, tá difícil fazer doutorado e não arrumar uma grana por fora, ou vc não vive direito, não. Mas fala aí, estudar, pesquisar, desenvolver novas coisas, é uma delícia sem limites... Eu adoro estudar, por isso tenho essa ''caidinha'' por mestrado e doutorado, embora não queira dar aulas. Ir para outros países tbm é uma coisa cabível, mesmo q signifique ganhar um pouco menos, pq as condições de trabalho e estudo(pelo menos na minha área), são muito superiores aos daqui, do Brasil... Só depende de uma boa oportunidade e tou caindo fora. ;-)
|
Wrvieira Veterano |
# fev/09
· votar
Bog
Excelente tópico!
O que tenho notado no mercado é o que vc mencionou mesmo: as empresas preferem as certificações e experiência, que levam a um desenvolvimento mais prático do profissional, ao invés de valorizar um foco mais teórico, acadêmico (e diria ainda abstrato).
Aliás, as empresas adoram ver no currículo do profissional algum mestrado ou doutorado, mas pouquísimas se habilitam em investir nisso. Uma pena mesmo...
Eu fiz uma especialização lato sensu e queria muito fazer um mestrado. Mas a realidade profissional acabou me desmotivando, pois não há nenhum incentivo por parte da empresa, uma vez que é necessário um investimento muito grande em termos de $$ e tempo para pesquisa e estudo.
E discordo que os mestrados profissionais são raros no Brasil. Acho que depende da área. Na parte de administração e gestão empresarial, o curso já é muito comum.
|
Bog Veterano
|
# fev/09
· votar
Zuzza Mas fala aí, estudar, pesquisar, desenvolver novas coisas, é uma delícia sem limites...
Opa, com certeza! Acho que você tem algumas coisas típicas de pesquisadores: tem curiosidade, aceita ver o mundo como ele é e não como gostaria que fosse (passo fundamental para quem quer mudar algo!), e consegue discutir trocando argumentos e não farpas.
O que eu mais gosto de trabalhar com pesquisa é poder ir fundo na raíz de algum problema, lidando sempre com coisas novas e desconhecidas.
O que eu menos gosto é: 1. A imensa maioria das pesquisas não tem efeitos práticos no "mundo real". 2. Cada artigo submetido é uma chuva de pedradas. Uma hora a gente sempre desanima. NUNCA o que você faz tá bom, e ainda tem que aguentar aqueles que nem entenderam o trabalho criticando coisas nada a ver. Pior ainda é quando o cara ENTENDEU o trabalho e prova para você que você gastou 2 anos fazendo besteira. :/
|
adnz Veterano |
# fev/09
· votar
Bog Ganhar menos que os outros. =P
|
Bog Veterano
|
# fev/09
· votar
Wrvieira E discordo que os mestrados profissionais são raros no Brasil. Acho que depende da área. Na parte de administração e gestão empresarial, o curso já é muito comum.
É verdade, mas é até um outro tipo de mestrado... o que proliferam MESMO são aqueles MBAs sem-vergonhas, como alguém já falou ali em cima, heheh.
Mas com certeza, como eu sempre estou ligado à computação e engenharia, o que eu falo vale muito mais para essas áreas!
|