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Machine Gun Man Veterano |
# mai/09 · Editado por: Machine Gun Man
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ZXC
Pensei que fosse do Oswaldo Montenegro.. acho que ele só "tentou" musicalizar. =)
http://letras.mus.br/oswaldo-montenegro/72954/
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Igão Veterano |
# mai/09 · Editado por: Igão
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Mudei de Idéia [Edited]
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Dogs2 Veterano |
# mai/09
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Igão É minha, beijos.
gostei desse verso
brinks
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Machine Gun Man Veterano |
# mai/09
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Igão É minha, beijos.
Oba, processo. :P
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ZXC Veterano |
# jun/09
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CRUZOU POR MIM... – Fernando Pessoa
Sim, eu sou também vadio e pedinte, e sou-o também por minha culpa, ser vadio e pedinte, não é social é ser adaptável às normas da vida, às normas reais ou sentimentais da vida.... Ser vadio e pedinte, como eu sou, Não é ser vadio e pedinte, o que é corrente. É ser isolado na alma, e isso é que é ser vadio, É ter que pedir aos dias que passem, e nos deixem, E isso é que é ser pedinte...
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ZXC Veterano |
# jun/09
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Elogio da diáletica – Bertold Brech
A injustiça avança hoje a passo firme Os tiranos fazem planos para dez mil anos O poder apregoa: as coisas continuarão a ser como são Nenhuma voz além da dos que mandam E em todos os mercados proclama a exploração; isto é apenas o meu começo Mas entre os oprimidos muitos há que agora dizem Aquilo que nòs queremos nunca mais o alcançaremos Quem ainda está vivo não diga: nunca O que é seguro não é seguro As coisas não continuarão a ser como são Depois de falarem os dominantes Falarão os dominados Quem pois ousa dizer: nunca De quem depende que a opressão prossiga? De nòs De quem depende que ela acabe? Também de nòs O que é esmagado que se levante! O que está perdido, lute! O que sabe ao que se chegou, que há aì que o retenha E nunca será: ainda hoje Porque os vencidos de hoje são os vencedores de amanhã.
Lindoooo!!!
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ZXC Veterano |
# jun/09
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O tamanho das pessoas - William Shakespeare
Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento.
Uma pessoa é enorme para você, quando fala do que leu e viveu, quando trata você com carinho e respeito, quando olha nos olhos e sorri destravado.
É pequena para você quando só pensa em si mesma, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade, o carinho,o respeito, o zelo e, até mesmo, o amor.
Uma pessoa é gigante para você quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto com você. E pequena quando desvia do assunto.
Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma.
Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês. Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas.
Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande. Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.
É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de ações e reações, de expectativas e frustrações. Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente, se torna mais uma.
O egoísmo unifica os insignificantes. Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande...
...é a sua sensibilidade sem tamanho.
Adorei essa reflexão poética.
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LeoBS Veterano |
# jun/09
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O AUTO-RETRATO
No retrato que me faço - traço a traço - às vezes me pinto nuvem, às vezes me pinto árvore...
às vezes me pinto coisas de que nem há mais lembrança... ou coisas que não existem mas que um dia existirão...
e, desta lida, em que busco - pouco a pouco - minha eterna semelhança,
no final, que restará? Um desenho de criança... Corrigido por um louco!
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ZXC Veterano |
# jun/09
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O Silêncio - Mário Quintana
Há um grande silêncio que está sempre à escuta... E a gente se põe a dizer inquietamente qualquer coisa, qualquer coisa, seja o que for, desde a corriqueira dúvida sobre se chove ou não chove hoje até a tua dúvida metafísica, Hamleto! E, por todo o sempre, enquanto a gente fala, fala, fala o silêncio escuta... e cala.
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ZXC Veterano |
# jun/09
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NEM TUDO É FÁCIL – Cecília Meireles
É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste. É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre. É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia. É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua. É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo. É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar. É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo. Se você errou, peça desculpas... É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado? Se alguém errou com você, perdoa-o... É difícil perdoar? Mas quem disse que é fácil se arrepender? Se você sente algo, diga... É difícil se abrir? Mas quem disse que é fácil encontrar alguém que queira escutar? Se alguém reclama de você, ouça... É difícil ouvir certas coisas? Mas quem disse que é fácil ouvir você? Se alguém te ama, ame-o... É difícil entregar-se? Mas quem disse que é fácil ser feliz? Nem tudo é fácil na vida...Mas, com certeza, nada é impossível Precisamos acreditar, ter fé e lutar para que não apenas sonhemos, Mas também tornemos todos esses desejos, realidade!!!
LeoBS Que lindo...autoria?
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Chespirito Veterano |
# jun/09 · Editado por: Chespirito
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Para que você não fique triste Achando que não te reparo, Saiba que o amor incondicional realmente existe, E que neste improviso quero expressá-lo.
Não é necessário se conhecer o irmão ou irmã, Basta apenas saber oferecer, Sem nenhum tipo de discriminação, Aquilo que se espera receber.
O tempo é curto, passa tão rápido, Não o desperdicemos com futilidades. Por que você não cria o hábito De produzir momentos de felicidade?
Então abra um sorriso, E me permita aproveitar este espaço Para dizer-lhe que tens um amigo, Vem, se aproxime, e me dê um voto de sua total confiança.
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ZXC Veterano |
# jun/09
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INSUFICIÊNCIA DOS DITAMES DA RAZÃO CONTRA O PODER DE AMOR -Manuel Maria Barbosa Du Bocage
Sobre estas duras, cavernosas fragas, Que o marinho furor vai carcomendo, Me estão negras paixões n'alma fervendo Como fervem no pego as crespas vagas:
Razão feroz, o coração me indagas, De meus erros a sombra esclarecendo, E vás nele (ai de mim!) palpando, e vendo De agudas ânsias venenosas chagas:
Cego a meus males, surdo a teu reclamo, Mil objetos de horror co'a idéia eu corro, Solto gemidos, lágrimas derramo:
Razão, de que me serve o teu socorro? Mandas-me não amar, eu ardo, eu amo; Dizes-me que sossegue, eu peno, eu morro."
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ZXC Veterano |
# jul/09
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Se
Se sou amado, quanto mais amado mais correspondo ao amor. Se sou esquecido, devo esquecer também, pois amor é feito espelho: tem que ter reflexo...
(Pablo Neruda)
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ZXC Veterano |
# jul/09
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PRECISO DE ALGUÉM
Que ouça as minhas tristezas e neuroses com paciência. E, ainda que não compreenda, respeite os meus sentimentos.
Preciso de alguém, que venha brigar ao meu lado sem precisar ser convocado; alguém Amigo o suficiente para dizer-me as verdades que não quero ouvir, mesmo sabendo que posso odiá-lo por isso.
Nesse mundo de céticos, preciso de alguém que creia... Preciso de alguém como você.
(Rola que é de Chaplin, de verdade de Cris Passinato)
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Julia. Veterano |
# ago/09
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Lady Lazarus, de Sylvia Plath.
Tentei outra vez, Um ano em cada dez Eu dou um jeito -
Um tipo de milagre ambulante, minha pele Brilha feito abajur nazista, Meu pé direito
Peso de papel, Meu rosto inexpressivo, fino Linho judeu.
Dispa o pano Oh, meu inimigo. Eu te aterrorizo? -
O nariz, as covas dos olhos, a dentadura toda? O hálito amargo Desaparece num dia.
Em muito breve a carne Que a caverna carcomeu vai estar Em casa, em mim.
E eu uma mulher sempre sorrindo. Tenho apenas trinta anos. E como o gato, nove vidas para morrer.
Esta é a Número Três. Que besteira Aniquilar-se a cada década.
Um milhão de filamentos. A multidão, comendo amendoim. Se aglomera para ver
Desenfaixarem minhas mãos e pés - O grande striptease. Senhoras e senhores,
Eis minhas mãos Meus joelhos. Posso ser só pele e osso,
No entanto sou a mesma, idêntica mulher. Tinha dez anos na primeira vez. Foi acidente.
Na segunda quis Ir até o fim e nunca mais voltar. Oscilei, fechada
Como uma concha do mar. Tiveram que chamar e chamar E tirar os vermes de mim como pérolas grudentas.
Morrer É uma arte, como tudo o mais. Nisso sou excepcional.
Desse jeito faço parecer infernal. Desse jeito faço parecer real. Vão dizer que tenho vocação.
É muito fácil fazer isso numa cela. É muito fácil fazer isso e ficar nela. É o teatral
Regresso em plena luz do sol Ao mesmo local, ao mesmo rosto, ao mesmo grito Aflito e brutal:
"Milagre!" Que me deixa mal. Há um preço
Para olhar minhas cicatrizes, há um preço Para ouvir meu coração - Ele bate, afinal.
E há um preço, um preço muito alto Para cada palavra ou cada toque Ou mancha de sangue
Ou um pedaço de meu cabelo ou de minhas roupas. E aí, Herr Doktor. E aí, Herr Inimigo.
Sou sua obra-prima, Sou seu tesouro, O bebê de ouro puro
Que se funde num grito. Me viro e carbonizo. Não pense que subestimo sua grande preocupação.
Cinza, cinza - Você fuça e atiça. Carne, osso, não há mais nada ali -
Barra de sabão, Anel de casamento, Obturação de ouro.
Herr Deus, Herr Lúcifer Cuidado. Cuidado.
Saída das cinzas Me levanto com meu cabelo ruivo E devoro homens como ar.
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maggie Veterana |
# ago/09
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Julia. +1
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alexandrememphis Veterano |
# ago/09
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ZXC Machine Gun Man Cara, esse poema "A Força" chama-se, de fato, "Metade" e é, com toda certeza, de autoria de Oswaldo Montenegro.
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alexandrememphis Veterano |
# ago/09
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Um poeta português, certa vez, quis reivindicar a autoria de "Metade". Todavia. disse que o havia escrito em 1980, quando no álbum "Trilhas" de Montenegro, lançado em 1977, já havia registro do poema.
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EnrickAlves Veterano |
# ago/09
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Autopsicografia - Fernando Pessoa
O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração.
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ZXC Veterano |
# ago/09
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Na ilha por vezes habitada - Saramago
Na ilha por vezes habitada do que somos, há noites, manhãs e madrugadas em que não precisamos de morrer. Então sabemos tudo do que foi e será. O mundo aparece explicado definitivamente e entra em nós uma grande serenidade, e dizem-se as palavras que a significam. Levantamos um punhado de terra e apertamo-la nas mãos. Com doçura. Aí se contém toda a verdade suportável: o contorno, a vontade e os limites. Podemos então dizer que somos livres, com a paz e o sorriso de quem se reconhece e viajou à roda do mundo infatigável, porque mordeu a alma até aos ossos dela. Libertemos devagar a terra onde acontecem milagres como a água, a pedra e a raiz. Cada um de nós é por enquanto a vida. Isso nos baste.
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ZXC Veterano |
# set/09
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Nãos - D. H. Lawrence
Lute, menino, sua luta de nada, vá à luta e seja homem. Não seja um bom menino, um bom moço, sendo tão bom quanto você pode ser e concordando com todas as matreiras, manhosas verdades que os fingidos encenam para se protegerem e à sua ávida, glutona, gulosa covardia de escolados grosseiros.
Não corresponda à queridinha que acaba por custar sua macheza e te fazendo pagar. Nem à velha mamãezona que orgulhosamente se gaba de que você vai ser um dos que vão chegar.
Não conquiste opiniões valiosas, abalizadas opiniões valendo obrigações do Tesouro, de homens de todo tipo; não fique devendo nada ao rebanho engordado para o matadouro.
Não queira ter meninos bons, bonitinhos, os quais você terá de educar para ganhar a vida; nem meninas gostosas, uns docinhos, que vão achar muito difícil trepar.
Também não queira uma casinha, com os custos que você terá de agüentar ganhando a vida enquanto a vida se perde, e o susto da morte um dia vem te agarrar.
Não se deixe sugar pelo sup-superior, não engula a isca da cultura a chamar, não beba, não vire um cervejado senhor, aprenda, isto sim, a discriminar.
Mantenha-se inteiro e lute atento, empurrando daqui ou empurrando de lá, e tendo à noite o consolador sentimento de que um pouco de ar você fez entrar.
No chiqueiro do dinheiro esse ar renovado você pôs pelo buraco que na prisão pôde abrir, fazendo o pouco que podia, empenhado em que o Cristo ressuscite como forma de agir.
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Julia. Veterano |
# set/09
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Achava que não podia ser magoada - Sylvia Plath.
Achava que não podia ser magoada; achava que com certeza era imune ao sofrimento — imune às dores do espírito ou à agonia.
Meu mundo tinha o calor do sol de abril Meus pensamentos, salpicados de verde e ouro. Minha alma em êxtase, ainda assim conheceu a dor suave e aguda que só o prazer pode conter.
Minha alma planava sobre as gaivotas que, ofegantes, tão alto se lançando, lá no topo pareciam roçar suas asas farfalhantes no teto azul do céu.
(Como é frágil o coração humano — um latejar, um frêmito — um frágil, luzente instrumento de cristal que chora ou canta.)
Então de súbito meu mundo escureceu E as trevas encobriram minha alegria. Restou uma ausência triste e doída Onde mãos sem cuidado tocaram e destruíram
minha teia prateada de felicidade. As mãos estacaram, atônitas. Mãos que me amavam, choraram ao ver os destroços do meu firma- mento.
(Como é frágil o coração humano — espelhado poço de pensamentos. Tão profundo e trêmulo instrumento de vidro, que canta ou chora.)
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Kensei Veterano |
# set/09
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Empatizei.
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Julia. Veterano |
# set/09
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Ariel - Sylvia Plath.
Êxtase no escuro, E um fluir azul sem substância De penhasco e distâncias.
Leoa de Deus, Nos tornamos uma, Eixo de calcanhares e joelhos! – O sulco
Fende e passa, irmã do Arco castanho Do pescoço que não posso abraçar,
Olhinegra Bagas cospem escuras Iscas –
Goles de sangue negro e doce, Sombras. Algo mais
Me arrasta pelos ares – Coxas, pêlos; Escamas de meus calcanhares.
Godiva Branca, me descasco – Mãos secas, secas asperezas.
E agora Espumo com o trigo, reflexo de mares. O grito da criança
Escorre pelo muro E eu Sou flecha,
Orvalho que avança, Suicida, e de uma vez se lança Contra o olho
Vermelho, fornalha da manhã.
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Julia. Veterano |
# set/09
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Fagulha - Ana C.
Abri curiosa o céu. Assim, afastando de leve as cortinas.
Eu queria entrar, coração ante coração, inteiriça ou pelo menos mover-me um pouco, com aquela parcimônia que caracterizava as agitações me chamando
Eu queria até mesmo saber ver, e num movimento redondo como as ondas que me circundavam, invisíveis, abraçar com as retinas cada pedacinho de matéria viva.
Eu queria (só) perceber o invislumbrável no levíssimo que sobrevoava.
Eu queria apanhar uma braçada do infinito em luz que a mim se misturava.
Eu queria captar o impercebido nos momentos mínimos do espaço nu e cheio
Eu queria ao menos manter descerradas as cortinas na impossibilidade de tangê-las
Eu não sabia que virar pelo avesso era uma experiência mortal.
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Konrad Veterano |
# set/09
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Julia. Sylvia Plath.
Além de genial poetisa, uma linda mulher....
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Konrad Veterano |
# set/09 · Editado por: Konrad
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Sheep in Fog (Sylvia Plath)
The hills step off into whiteness. People or stars Regard me sadly, I disappoint them.
The train leaves a line of breath. O slow Horse the color of rust,
Hooves, dolorous bells - All morning the Morning has been blackening,
A flower left out. My bones hold a stillness, the far Fields melt my heart.
They threaten To let me through to a heaven Starless and fatherless, a dark water.
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Julia. Veterano |
# set/09
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brunoliam Verdade. :)
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ZXC Veterano |
# set/09
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Saudade - Pablo Neruda
Saudade é solidão acompanhada, é quando o amor ainda não foi embora, mas o amado já...
Saudade é amar um passado que ainda não passou, é recusar um presente que nos machuca, é não ver o futuro que nos convida...
Saudade é sentir que existe o que não existe mais... Saudade é o inferno dos que perderam, é a dor dos que ficaram para trás, é o gosto de morte na boca dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade: aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos: não ter por quem sentir saudades, passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.
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ZXC Veterano |
# set/09
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A um ausente - Carlos Drummond de Andrade
Tenho razão de sentir saudade, tenho razão de te acusar. Houve um pacto implícito que rompeste e sem te despedires foste embora. Detonaste o pacto. Detonaste a vida geral, a comum aquiescência de viver e explorar os rumos de obscuridade sem prazo sem consulta sem provocação até o limite das folhas caídas na hora de cair.
Antecipaste a hora. Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas. Que poderias ter feito de mais grave do que o ato sem continuação, o ato em si, o ato que não ousamos nem sabemos ousar porque depois dele não há nada?
Tenho razão para sentir saudade de ti, de nossa convivência em falas camaradas, simples apertar de mãos, nem isso, voz modulando sílabas conhecidas e banais que eram sempre certeza e segurança.
Sim, tenho saudades. Sim, acuso-te porque fizeste o não previsto nas leis da amizade e da natureza nem nos deixaste sequer o direito de indagar porque o fizeste, porque te foste.
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