Poemas e poesias :)

Autor Mensagem
Black Fire
Gato OT 2011
# out/08
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(...)nadie diga palabra que llegara un noble militar un general el sabrá como hablarles con el cuidado que trata el caballero a sus lacayos el general ya llega con mucho boato y muy bien precavido con sus soldados las ametralladoras están dispuestas y estratégicamente rodean la escuela desde el balcón les habla con dignidad esto es lo que les dice el general que no sirve de nada tanta comedia que dejen de inventar tanta miseria que no entienden deberes son ignorantes que perturban el orden que son maleantes que están contra el país que son traidores que roban a la patria que son ladrones que han violado a mujeres que son indignos que han matado ha soldados son asesinos que es mejor que se vayan sin protestar que aunque pidan y pidan nada obtendrán vayan saliendo entonces de ese lugar que si no acatan ordenes lo sentirán desde la escuela el rucio obrero ardiente responde sin vacilar con voz valiente usted señor general no nos entiende seguiremos esperando así nos cueste ya no somos animales ya no rebaños levantaremos la mano el puño en alto vamos a dar nuevas fuerzas con nuestro ejemplo y el futuro lo sabrá se lo prometo y si quiere amenazar aquí estoy yo dispárele a este obrero al corazón(...)
(o cara que escreveu não devia conhecer vírgula)

Trecho da "Cantata de Santa María de Iquique" de Luis Advis
http://es.wikipedia.org/wiki/Cantata_de_Santa_Mar%C3%ADa_de_Iquique

Chespirito
Veterano
# out/08
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No meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra!

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.

Carlos Drummond de Andrade

POSITIVE
Veterano
# out/08 · Editado por: POSITIVE
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Minow
Veterano
# out/08
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A um passarinho

Para que vieste
Na minha janela
Meter o nariz?
Se foi por um verso
Não sou mais poeta
Ando tão feliz!
Se é para uma prosa
Não sou Anchieta
Nem venho de Assis.

Deixa-te de histórias
Some-te daqui!



Vinícius De Moraes

BokuWa
Veterano
# out/08
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NÃO: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.

Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!

Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) —
Das ciências, das artes, da civilização moderna!

Que mal fiz eu aos deuses todos?

Se têm a verdade, guardem-na!

Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?

Não me macem, por amor de Deus!

Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?


Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia!

Ó céu azul — o mesmo da minha infância —
Eterna verdade vazia e perfeita!
Ó macio Tejo ancestral e mudo,
Pequena verdade onde o céu se reflete!
Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.

Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!

Pseudonimum
Veterano
# out/08
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Lisbon revisited!

Dogs2
Veterano
# out/08
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Encomióstico

Na esbóltica tesnalha de cavílica,
Escomirando a flântula combúria,
Cautolosia o serpifal da escúria,
Com três hipóticos getais de fílica.

Porém, no pifo, atrás da massenúria
Contamilando a estáfila clastílica,
Cortenovava a sístola esmepílica,
Com menões, com terris e sem mortúria.

E esses portoses áltios se rortam
Na extrêmica perfina do terfalho,
Enquanto as tílicas emchunda se amortam!

E nessa alvítica chalinda em balho,
Eu me consfilio, e em sínase se extortam
Os comaris dos sanafrais de analho!

José Augusto Carvalho

ZXC
Veterano
# out/08
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Alma Perdida

Toda esta noite o rouxinol chorou,
Gemeu, rezou, gritou perdidamente!
Alma de rouxinol, alma da gente,
Tu és, talvez, alguém que se finou!

Tu és, talvez, um sonho que passou,
Que se fundiu na Dor, suavemente...
Talvez sejas a alma, a alma doente
Dalguém que quis amar e nunca amou!

Toda a noite choraste... e eu chorei
Talvez porque, ao ouvir-te, adivinhei
Que ninguém é mais triste do que nós!

Contaste tanta coisa à noite calma,
Que eu pensei que tu eras a minh'alma
Que chorasse perdida em tua voz!...

(Florbela Espanca)

ZXC
Veterano
# out/08
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O DIABO E A MULHER LOIRA

O diabo veste vermelho
no corpo da mulher loira;
aquela que faz sexo uma
noite inteira e na manhã
ulterior ainda quer amor.

O diabo veste vermelho
e baila na voluptuosidade
do balanço da mulher loira,
beija com o fervor de um vulcão
aquela boca da mulher-demônio.

O diabo veste vermelho
e enfeitiça pelos olhos
aquele que atrever-se
em fitar o belo olhar
flamejante da mulher loira.

O diabo veste vermelho
para pintar de paixão
a áurea dos passantes,
para domar pelos visos
a mais castiça inocência.

O diabo traja vermelho
e a mulher se veste de loira
para alternar-se quando quiser
entre deusa e fêmea; o bem
e o mal; o satânico e o divinal.

O diabo veste vermelho
e a mulher se veste de demônio
para unidos encantar o mundo,
e quando separados atear fogo
em pontos diversos da terra.

(Ivan Luís Corrêa da Silva)
Publicado no Recanto das Letras em 30/04/2008

Black Fire
Gato OT 2011
# out/08
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Alguém(?) disse que chegará um nobre militar, um General. Ele saberá como falar-lhes, com o cuidado que trata o cavaleiro a seus lacaios. O general já chega com muito boato(?) e muito bem precavido com seus soldados. As metralhadoras estão dispostas e estrategicamente rodeiam a escola

De uma sacada os fala com dignidade. Isto é o que diz o general:

«Que não serve pra nada tanta comédia. Que deixem de inventar tanta miséria. Que não entendem deveres, são ignorantes. Que perturbam a ordem, são meliantes.

Que estão contra o país, que são traidores.

Que roubam a pátria, que são ladrões.

Que violaram mulheres, que são indignos.

Que mataram soldados, são assassinos.

Que é melhor que vão embora sem protestar, e mesmo que peçam e peçam, nada obterão.

Saiam então desse lugar que, se não acatarem as ordens, pagarão.».

Na escola, «O Rucio», trabalhador ardente, responde sem vacilar com voz valente,

«Você, Senhor General, não nos entende, seguiremos esperando a qualquer custo.

Já não somos animais, já não há rebanhos, levantaremos a mão, o punho ao alto.

Vamos dar novas forças com nosso exemplo e o futuro saberá, eu prometo.

E se quer ameaçar, aqui estou eu, dispare neste trabalhador no coração».


Trecho da "Cantata de Santa María de Iquique" de Luis Advis

ZXC
Veterano
# out/08
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Anelo
Só aos lábios o reveles,
Pois o vulgo zomba logo:
Quero louvar o vivente
Que aspira a morte no fogo.

Na noite em que te geraram,
Na noite que geraste, sentiste,
Se calma a luz que alumiava,
Um desconforto bem triste.

Não sofres ficar nas trevas
Onde a sombra se condensa.
E te fascinas o desejo
De comunhão mais intensa.

Não te detem as distâncias,
Ó mariposa! e nas tardes,
Á vida de luz e chama,
Voas para a luz em que ardes.

"Morre e transmuda-te:" enquanto
Não cumpres esse destino,
És sobre a terra sombria
Qual sombrio peregrino.

Como vem da cana o sumo
Que os paladares adoça,
Flua assim da minha pena
Flua o amor o quanto possa.

(Tradução de Manuel Bandeira - Johann Wolfgang von Goethe)

Chespirito
Veterano
# nov/08
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Sem Saída

A Vida Maldita
Me pede uma fuga
Me mostra uma sina
Me leva à loucura

A vida me pede
Um mundo ideal
Mas tudo que eu vejo
É muito anormal

Não vejo saída
A não ser a de correr
A levar uma vida
Que me faça sofrer

Que me leve a mente
De manhã quando acordo
Que destruí mais um dia
E que talvez não haja outros

Quem me gera e acompanha
Me beija e me espera sorte
Sabendo não ser surpresa
A rápida notícia da minha morte

Destruo a vida dos outros
Para a manter essa minha
Que já nem vale tanto
Porque não há muito não amo

Alunicinados momentos
Parecem nunca ter fim
Mas ele chega bem rápido
E o lucro é pra mim

Meu serviço é estranho
Destruo famílias
Acabo com vidas
Lhes tiro o sustento
Me mostro a saída

Meus heróis morreram cedo
Só eu os entendia
E ao passar de cada dia
Cada vez mas lhes entendo

Porém num dia de pouca sorte
Bem obscura é a morte
Quando a casa cai
E me pedem de volta
Tudo que um dia tirei

É o fim
A vida é mesmo assim
Sem saída

Como um animal castigado
Aprendi a viver
Pensando que nasci mesmo
Pra chorar e sofrer

Sem saída estamos
Cada dia um pouco mais
Porque somos do povo
Não conseguimos demais

Bem, chegou a hora
A história acabou
Essa estrada tão imensa
Que ninguém nunca terminou

Lembro da infância querida
Penso na vida bandida
E com a mente arrependida
Penso que sou sem saída

Mila Turunen
Veterano
# nov/08
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Poética

Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto espediente protocolo e manifestações de apreço ao sr. diretor.

Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo.

Abaixo os puristas.
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis

Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo.

De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc.

Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbados
O lirismo dos clowns de Shakespeare.

- Não quero saber do lirismo que não é libertação.

Manuel Bandeira

Grow
Veterano
# nov/08
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Seca é a manga do fruto
Doce é teu braço e a cama
Densa é a cor do escuro
Foice é o nome que chama

Oriunda da força que cobre
Dependente de minha voz
Infecunda beijou a morte
Destino fiel e atroz

Chespirito
Veterano
# nov/08
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Amor Distante

Eu não sei de onde você vem
Mas posso ouvir seus passos chegando
Posso sentir seu cheiro
Posso sentir você perto de mim.

Eu nem sei quem você é
Mas sei que você está aí
E que em algum dia feliz da minha vida
Você aparecerá
E dirá que veio pra me proteger
Pra me ajudar
Pra me completar.

E eu sem dúvida estarei lá
Só pra contemplar
O sorriso que paira sobre esse seu rosto seguro
No qual seus cabelos negros voam
Com o vento que vem dos aplausos dos anjos
Ao admirar e invejar esse nosso amor.

Sou um dos poucos que ainda acredita no amor
Porque acredito em você

Acredito nessa princesa
Nessa fada
Que tem o poder atar-me si como num feitiço
Como uma feiticeira
Que eu faço questão de me enfeitiçar.

Acabou
Acabou tudo

Não há mais nenhum poeta
Não há mais nenhum pensador
Não há mais nenhum sonhador

E pra que vou sonhar?
Se você é meu sonho concretizado?
Se você é a resposta pra todas as perguntas?
Se você me faz sentir mais liberto do que nunca

Se você afaga meus problemas
Se você me faz sentir
Como se não houvesse mais nada a não ser nós dois

Parece sonhar alto demais
Mas ainda que todos digam não
Eu continuo a dizer sim


Porque dentro de mim sei que por mais distante que estamos
Sempre estivemos juntos
Sempre nos conhecemos

Pois sempre fomos só uma parte desconhecido um do outro

Às vezes caio na realidade
Parece que meu sonho acaba
E eu canso de esperar

Mas uma esperança que me cega
Me faz insistir nessa loucura
Me faz te ter
Como o único alvo a alcançar.

Por enquanto ando por aí
A te esperar
A sonhar
Escrevendo bobeiras
Sobre a beleza de amar.

Pseudonimum
Veterano
# nov/08
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Roses are #FF0000
Violets are #0000FF
All my base
Are belong to you

Chespirito
Veterano
# nov/08
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Teatro da Vida

Não adianta tentar
Nem implicar
Nem fingir voltar pro que já foi

Ficam só as lembranças
Coisas de criança do que um dia foi bom

O tempo passa e tudo muda
Por mais que doa assim sempre será

A vida nos leva
A onda carrega
E leva o passado pro fundo do mar

Mudam os atores
Mudam o seu jeito
Muda de tal modo
Difícil de acreditar

No nosso teatro
Somos marionetes
Do tempo que leva
Tudo de nós

Mas no fundo do peito
Ainda temos respeito
Por um passado saudoso que não vai voltar


Amigos se fazem
Irmãos se desfazem
A vida desfaz de nós

O tempo não pára
O tempo nem pausa
O tempo é uma arma
Sem vida e sem voz


Mas foi tudo tão lindo
Foi tudo tão belo
Não dá pra esquecer

Por mais que se tente
Na alma da gente
Um passado vivente
Não dá pra morrer

Hannah Liimatainen
Veterano
# nov/08
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Não vou colar poemas nem nada. mas eu adoro Baudelaire, Augusto dos Anjos :)

ZXC
Veterano
# nov/08 · Editado por: ZXC
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Meu nome é MULHER
No princípio eu era a Eva
Nascida para a felicidade de Adão
E meu paraíso tornou-se trevas
Porque ousei libertação.

Mais tarde fui Maria
Meu pecado redimiria
Dando à luz aquele que traria a salvação
Mas isso não bastaria

Para eu encontrar perdão.
Passei a ser Amélia
A mulher de verdade
Para a sociedade

Não tinha a menor vaidade
Mas sonhava com a igualdade.
Muito tempo depois decidi:
Não dá mais!

Quero minha dignidade
Tenho meus ideais!
Hoje não sou só esposa ou filha
Sou pai, mãe, arrimo de família

Sou caminhoneira, taxista, piloto de avião
Policial feminina, operária em construção.
Ao mundo peço licença
Para atuar onde quiser
Meu sobrenome é Competência
O meu nome é Mulher!!!

Autor desconhecido)

O Possesso

Cobriu-se o sol de negro véu. Como ele, ó Lua
De minha vida, veste o luto de agonia;
Dorme ou fuma a vontade; sê muda e sombria,
E no abismo do Tédio esplêndida flutua;

Eu te amo assim! Se agora queres, todavia,
Como um astro a emergir da penumbra que o acua,
Pavonear-te no palco onde a Loucura atua,
Pois bem! Punhal sutil em teu estojo esfria!

Acende essa pupila no halo dos clarões!
Acende a cupidez no olhar dos grosseirões!
Em ti tudo é prazer, morboso ou petulante;
Seja o que for, escura noite ou rubra aurora;

Uma por uma, as fibras do meu corpo arfante
Gritam: Ó Belzebu, meu coração te adora!

(Baudelaire)

Christina Amaral
Veterano
# nov/08
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Chespirito
Amor Distante


De quem é, man?

Chespirito
Veterano
# nov/08 · Editado por: Chespirito
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Christina Amaral

A/D

Christina Amaral
Veterano
# nov/08
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Chespirito
O.o

Chespirito
Veterano
# nov/08
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Em busca de mim mesmo

Eu vejo no vermelho dos meus olhos
Um misto de raiva e dor,
Que num relance se encontra
Com um pouco de culpa e amor.

Sou uma metamorfose ambulante
Que muda de jeito e mente
Em um segundo
Em um instante.

Sou como um lagarto que muda de pele
Pela própria necessidade
E tudo que eu ouço
''Isso é coisa da idade''.

Falar é uma coisa
Sentir outra bem diferente
Pois a gente só sente mesmo quando é na carne da gente.

Tudo me faz pensar
E isso me faz penar.

Porque na vida há tantos caminhos
Como no céu
Na Terra
No mar.

O que eu faço na vida?
Qual eu vou trilhar?
Quem sou eu na verdade?

Isso eu me pergunto todo dia
Nessa vida que é um misto de alegria
Como uma dor ruim de acabar.

Somos todos perdidos
Assumidos ou não.

Somos todos perdidos
Dizendo estar sãos.

Isso é tudo disfarce
Pra mostrar coragem
Coisa de meninos
Com ou sem idade.

Chespirito
Veterano
# nov/08
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Já perdoei erros quase imperdoáveis,
tentei substituir pessoas insubstituíveis
e esquecer pessoas inesquecíveis.

Já fiz coisas por impulso,
já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei me decepcionar, mas também decepcionei alguém.

Já abracei pra proteger,
já dei risada quando não podia,
fiz amigos eternos,
amei e fui amado,
mas também já fui rejeitado,
fui amado e não amei.

Já gritei e pulei de tanta felicidade,
já vivi de amor e fiz juras eternas,
"quebrei a cara muitas vezes"!

Já chorei ouvindo música e vendo fotos,
já liguei só para escutar uma voz,
me apaixonei por um sorriso,
já pensei que fosse morrer de tanta saudade
e tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo).

Mas vivi, e ainda vivo!
Não passo pela vida...
E você também não deveria passar!

Viva!
Bom mesmo é ir à luta com determinação,
abraçar a vida com paixão,
perder com classe
e vencer com ousadia,
porque o mundo pertence a quem se atreve
e a vida é "muito" pra ser insignificante.

Charles Chaplin

créditos da raylha_mislene!!!

Stonebreaker
Veterano
# nov/08 · Editado por: Stonebreaker
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Salve o tricolor paulista
amado clube brasileiro
tu és forte, tu és grande
dentre os grandes és o primeiro

ZXC
Veterano
# dez/08
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Eu te odeio, disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la.
Eu te odeio, disse muito apressada.
Mas não sabia sequer como se fazia.
Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma.

Clarice Lispector

Headstock invertido
Veterano
# dez/08 · Editado por: Headstock invertido
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"subi no pé de alface
pra tirar abacaxi
lembrei que era tempo de manga
quando eu desci roubaram minha bicicleta."

"estava na varanda
olhando alua
redonda como um tijolo
quando olhei pra baixo
os matos estavam secos
e eu vi um teiú."

"estava trepado
no coqueiro,
esperando meu amor passar
como ele nao passou
eu desci."


[com esses eu me emociono]

Hannah Liimatainen
Veterano
# dez/08
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Bom, não sei se já foi algum do Baudelaire, mas aí vai :)

Spleen

Eu tenho mais recordações do que há em mil anos.
Uma cômoda imensa atulhada de planos,
Versos, cartas de amor, romances escrituras,
Com grossos cachos de cabelo entre as faturas,
Guarda menos segredos que o meu coração.
É uma pirâmide, um fantástico porão,
E jazigo não há que mais mortos possua.
- Eu sou um cemitério odiado pela lua,
Onde, como remorsos, vermes atrevidos
Andam sempre a irritar meus mortos mais queridos.
Sou como um camarim onde há rosas fanadas,
Em meio a um turbilhão de modas já passadas,
Onde os tristes pastéis de um Boucher desbotado
Ainda aspiram o odor de um frasco destampado.
Nada iguala o arrastar-se dos trôpegos dias,
Quando, sob o rigor das brancas invernias,
O tédio, taciturno exílio da vontade,
Assume as proporções da própria eternidade.
- Doravante hás de ser, ó pobre e humano escombro!
Um granito açoitado por ondas de assombro,
A dormir nos confins de um Saara brumoso;
Uma esfinge que o mundo ignora, descuidoso,
Esquecida no mapa, e cujo áspero humor
Canta apenas os raios do sol a se pôr.


Chespirito
Veterano
# dez/08
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Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos –
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.

Assim será a nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos –
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.

Não há muito que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez, de amor
Uma prece por quem se vai –
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.

Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte –
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.

(Vinícius de Moraes)

james_the_bronson
Veterano
# dez/08
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Feliz Natal
Não me bane porque eu sou legal

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