Resumão sobre valvulados (por valvulados.com)

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Buja
Veterano
# set/17
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Paludo756
MatheusMX
Deu pra dar uma luz?

Total. Era isso mesmo que queria saber. Resumindo, para todas as instancias que compete a mim, um amp valvulado pra mim é inutil.

Preciso de um puramente clean (drive vem de pedal),
com dois inputs (2 guitarras tocando ao mesmo tempo),
com input extra auxiliar (pra tocar uma bt por exemplo),
e se calhar, ainda um input extra de mic,
que seja leve, portatil, potente, de facil manutencao,
que nao me de trabalho de manutencao.

Tudo o que um valvulado NAO É. kkkkk

MatheusMX
Veterano
# set/17
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Buja
Preciso de um puramente clean (drive vem de pedal),
com dois inputs (2 guitarras tocando ao mesmo tempo),
com input extra auxiliar (pra tocar uma bt por exemplo),
e se calhar, ainda um input extra de mic,


Caramba!
Vc precisa de um amp de guitarra ou uma caixa multiuso?
kkkk

Buja
Veterano
# set/17
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MatheusMX
Preciso de um amp cheio de firulas com som de mesa boogie no drive e som de fender twin no clean, e.......barato

acabaramosnicks
Membro Novato
# set/17
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Amplificador com mais de uma entrada não é pra tocar duas guitarras ao mesmo tempo. É uma entrada de impedância maior e outra de impedância menor.
Na prática isso implica em diferentes níveis de compressão e ganho, mas normalmente, tanto o pré como o power são os mesmos pra qualquer entrada.
Sobre o negócio de clean vs drive... Normalmente o Power é o mesmo pra todos os canais, e o pré pode ou não ser o mesmo, quer dizer, nunca é exatamente o mesmo circuito inteiro, mas nem sempre são dois circuitos completamente diferentes, é normal que vários canais tenham partes do circuito em comum.
Quer dizer, tem alguns amps que sim, sujam o canal limpo, tem outros que uma coisa não tem nada a ver com a outra. Sim, é possível que um amp tenha bom timbre tanto no clean como no drive, até porque o timbre é um resultado de vários (todos os) fatores envolvidos, mas normalmente (também não é regra universal) amps de um canal só, como JCM 800, tem foco em um tipo de timbre, logo, é esperado que se sobressaia em sua especialidade.
Só pra complementar, às vezes a diferença de um canal pra outro pode ser somente um filtro diferente no mesmo circuito, um filtro a mais ou a menos, pode ser mais estágios de ganho no mesmo circuito, ou pode ser outro circuito completamente diferente.

Não sei se fui claro...

acabaramosnicks
Membro Novato
# set/17
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Buja
Cê tá querendo um PC com interface de muitos canais e simuladores, ou então um milagre kkkkk

Ismah
Veterano
# set/17 · Editado por: Ismah
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Paludo756
Buja

Normalmente se tem amps de 1 input apenas na atualidade, mas realmente a ideia de " 2 channels " se referindo a dois roteamentos de sinal para processamentos diferentes, vem da ideia de 2 inputs, algo usual nos primórdios das eletric guitars. Muitas vezes para se plugar coisas diferentes e não necessariamente ter drive e clean, já que o drive era rejeitado.

Com a utilização do sinal distorcido, por questões práticas se passou a adotar 1 input, com roteamento interno de sinal...

Buja

Tu estás pensando como programador, mas não é assim que funciona o amp. Mais uma vez lembro que estamos falando de engenharia, nem tudo é exatamente fácil...!

Esqueçamos um pouco o power, e vamos supor que ele tenha headroom infinito, ou seja, pode entrar a tensão que quiser que não irá saturar...
Eu falarei em válvulas da família 12A (12AX7, 12AT7, 12AY7, 12AU7...) porque meu conhecimento maior é sobre amps americanos (leia-se Fender), mas não é diferente para outras válvulas, o que muda apenas são os valores aceitos...
Parto também, da ideia que tu saiba ler o básico num mapa elétrico!

Esquemático 1.0

Primeiramente, uma 12A é um duplo triodo, ou seja há dois triodos, num único case / encapsulamento / bolha. Porque? Não sei, mas custos é uma boa resposta. Isso é na prática, um protótipo do que viríamos a chamar de Circuito Integrado nos tempos mais atuais.

Num amp, temos geralmente meia 12A, ou seja um triodo, atuando como input buffer. Ela serve apenas para deixar a impedância de entrada constante, indiferente do que acontecer depois. Uma outra forma de ver isso: serve para que a carga que a entrada do amp, representa sobre a guitarra / baixo / orgão / mic / etc, seja sempre a mesma.

Dali as vezes se passa por alguns filtros fixos, apenas para desencargo de consciência contra algumas coisas, e então pela outra metade, que atua como mais um buffer.
As vezes se tem o tone stack direto - normalmente amps com canal clean apenas. Para simplificar as coisas, vamos considerar este último.

NOTA Inicialmente o desejado era som limpo, logo o nível de sinal que ia do pré para o power, não fazia sentido ser variável. Logo o nome " volume " era o nome dado para o controle de ganho na entrada.
Com o advento do áudio amplificado, se começou a espetar mais coisas nos amps, aí além do ganho individual, precisava-se um controle master de sinal para as situações variadas, onde os níveis de SPL necessários também eram variáveis... Até hoje ainda algumas marcas usam a terminologia VOLUME para o nível de sinal que entra no tone stack, e MASTER para o nível de sinal que entra no power.

Esquemático 1.1
Em amarelo a parte do input buffer, com alguns filtros.
Em vermelho, o tone stack.
Em laranja, o output buffer.

Dali sai para o power amp, e pronto! Simples assim. rsrs

ADENDO

Os filtros em geral são contra estrada e saída DC, frequências muito baixas que consumiriam headroom do amp a toa, etc...
Contra saída DC porque se cria um " DC offset " antes do pré-amp, que trabalha em classe A.
Normalmente se usa um filtro RC pra isso, mas calcular a ressonância desse circuito de modo simplão é fácil, pois deriva da engenharia eletrônica, ainda bastante primitiva na década de 50 - creio que mais por desconhecimento dos projetistas, que eram na real amadores, técnicos na melhor hipótese (como o Léo Fender), e não engenheiros...

F = 1 / ( 2π * R * C )

F = Freq
R = Resistência (em Ohms)
C = Capacitância (em Farads)

Um exemplo de filtro.

Serve para diminuir a flutuação subsônica dos 300V sobre a placa da válvula.

1 / ( ( 2 * π ) * R * C )
1 / ( ( 2 * 3,14159) * 22000 * 0,0000010004902402177067 )
Resulta em 7,2307707804445592400694916878538, que pode ser arredondado para 7,23 em... Hertz? Sim, em Hertz,
Mas é preciso separar matemática de eletrônica/física. Ou seja na conta temos radianos por segundo ( rad / s ), e não Hertz.
Não sei dizer a origem, mas essa conta é bem mais antiga que o conhecimento e domínio de eletrônica.

Poderia ser mais alto a sintonia?! Poderia, mas isso tende a dar problemas que não vem ao caso.

Outra coisa! O roll-off é de -6dB / oitava (ou -20dB/década, as vezes importa). Ou seja, em 7,23Hz temos -3dB, em 3,615Hz temos -9dB, em 1,8Hz temos -12dB... etc etc etc

O Lisciel explica bem didaticamente sobre filtros passivos, mas ele se passou em várias coisas, no começo ele confunde HPF e LPF, e na conta... Principalmente na conta ele peca! Mas é fácil de visualizar.

https://www.youtube.com/watch?v=a_RMAyG1ug8

Mas nem tudo são rosas... Nessa discussão está bem explicado a parada mais complexa
http://www.clubedohardware.com.br/forums/topic/1134441-calculo-de-freq uencia-de-ressonancia/

FIM DO ADENDO

Continuo no próximo post...

Ismah
Veterano
# set/17
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Todo amplificador, SS ou tube, tem ganho fixo de X vezes, Y dB, 1: Z ou como quiser quantificar. Um valvulado é basicamente um amplificador de tensão, logo os ganhos de tensão são altíssimos, e os ganhos de corrente, são marginais.

Por um amp ser de ganho fixo, só se consegue diminuir o sinal na saída, diminuindo o sinal da entrada. Até existem circuitos que variam o ganho, mas eles não são muito usuais.

Sensibilidade de entrada, é o valor máximo de tensão aceita, para se ter todo proveito do circuito, sem distorcer... Não é um valor absoluto, e pode variar de circuito para circuito.

O OVERdrive, basicamente é quando entra um sinal de amplitude maior que a máxima admitida, e a não há como passar para mais de 300V, ou menos de 0V. Em tese, temos o "meio da onda" em 150V.

ADENDO

No circuito de exemplo, há um resistores limitando a corrente máxima, logo a potência máxima, que pode ser dissipada pela válvula. Eles são calculados a priori com base na corrente máxima que pode circular na válvula sem que ela se auto-destrua.

P = V² / R
P = 300² / 200 000
P = 90000 / 200 000
P = 0,45W

I = P / V
I = 0,45 / 300
I = 0,0015 A ou 1,5mA

Vai lá olhar do datasheet da RCA a corrente máxima...
http://drtube.com/datasheets/12ax7-rca1962.pdf

FIM DO ADENDO

Descobre-se que o fator de amplificação é de 100 dB*.

*** Não tenho certeza se o fator é expreso em vezes ou dB, mas acho que dB. Vou confirmar e retorno depois. ***

100dB, significam 1000 vezes... Logo a sensibilidade de entrada é de 100dB abaixo da saída. Bem se a saída máxima é de 300V, na entrada o máximo que pode haver são 300/1000 = 0,3V.

Entretanto existem resistores para atenuar a tensão de entrada!

Esquemático 1.4

Digamos que se queira overdrive, e então se use um EHX LPB1 na entrada do circuito acima para injetar uma tensão >0,3V na 12AX7...
Isso faz com que os picos fiquem achatados, e se tenha um princípio de onda quadrada...
Mas porque não embutir esse booster? Foi basicamente o que se fez!
Nada mais que adicionar estágios de ganho desnecessários, para criar distorção. Nasceu assim o amp e alto ganho, meados da década de 60...
Relação com heavy metal? Nenhuma quase, foi só o gênero que mais usou amps de alto ganho...

E por muito tempo se usou assim... Só que um dia bateu vontade de usar clean e drive, e nasceu o amp de " 2 canais " chaveáveis a distância...



O ganho do clean, é o nível de sinal que entra no estágio de pré-amp.
O ganho do drive, é o nível de sinal que entra nos estágios adicionais.

O master, nada mais é que um controle do nível de sinal que entra no power. Se há um master para o drive, controla o nível de sinal que sai dos estágios adicionais e entra no power.

Se fala tanto em distorção de power... A diferença mais básica é que o som de distorção do pré, mesmo o melhor deles, tende a ser assimétrica por ser classe A. E a distorção de power, é comumente simétrica por ser classe AB.
Óbvio, que em amps classe A, a distorção tanto de power como de pré é assimétrica. Todo modo pouco se fala em distorção de power nesses amps, geralmente de baixa potência... Distorção de power é algo mais usual aos amps de alta potência, e power classe AB.

Obviamente, é uma maneira BEM simplista a explicação sobre cada coisa... Existem muitas partes ali no meio que foram ignoradas, muitas maneiras de se fazer cada coisa, e cada maneira com um resultado diferente...

Paludo756
Membro Novato
# set/17
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Buja
Resumindo, para todas as instancias que compete a mim, um amp valvulado pra mim é inutil.
Não fala isso. Primeiro te pergunto se tu já conhece realmente um som valvulado. Embora o forte dos valvulados seja o timbre do overdrive gerado pela válvula, e também a combinação destes com clipagens de diodos, um valvulado executanto um som clean tem também suas vantagens.
Há uma infinidade de artistas que utilizam amplificadores valvulados clean, e é aí que os Fender brilham mais. O Ismah mesmo é um usuário de Fender com som limpo, me corrija se eu estiver errado, e eu acho que ele está certo.
Um amplificador valvulado tem grande vantagem no Power, um amplificador All Valve, mesmo clean, responderá com mais dinâmica, e terá um som mais encorpado, devido à compressão das valvulas, além de apresentar um som mais 'quente'.
Então assim cara, antes de tirar conclusão através de um fórum na internet, vá em uma loja testar, ou em um estúdio, faça uma comparação, e só depois afirme com certeza que valvulado é tudo que você não quer, é até estranho alguém afirmar isso.

Eu mesmo sou um que tenho o sonho de ter um amplificador valvulado, tenho dois transistorizados em casa, só pra estudo, porque o som deles não me agrada não. Estou precisando de um SS pra fazer eventos com a banda, estou pensando no Meteoro GS100, que o Ismah está me indicando, mas um Marshall DSL40C, ou um Orange 15 watts, ambos all valve, seriam do meu maior interesse, mas quando você tem dois filhos pra alimentar e sua mulher está sem emprego, vale ficar só no sonho mesmo.
Ainda tenho a sorte de ter estúdios aqui perto de casa com Amplificadores Valvulados excelentes, como:
Randall RM100
Randall RD100
Marshall JCM800
Marshall JCM900
Mesa Boogie Dual Rectfier
Marshall Haze
Marshall DSL40C
Vox AC15
Peavey (esqueci qual)
Ensaiar com a banda se torna muito prazeiroso, pois sempre variamos os estúdios e tenho oportunidade de tocar nestes amplificadores valvulados, e um dia sonho em ter um. Não tem problema nenhum em ter um SS e sonhar com um Valvulado, será só mais um no time.

Ismah
Veterano
# set/17 · Editado por: Ismah
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Honestamente? Eu concordo com o Buja!
Tenho sim o valvulado, mas na maioria das vezes que to tocando, é com o Vox Pathfinder de estudo...
Porque é mais prático ligar o amp agora e sair tocando, do que sair do conforto do meu quarto, e ir pro "estúdio" no porão, ligar o valvulado, ligar o board, ligar o note ao sistema de som...
Pode chamar de preguiça, e eu mesmo sou ciente disso! Só comecei a estudar mesmo, quando coloquei o amp no quarto, e as guitarras a mão...

Mas fora isso, cara, valvulado é uma hype muito grande... É mais fetiche do que de fato resultado... O Vox soa MAIS OU MENOS, tem suas manhas, tá fuçado etc...

O Ismah mesmo é um usuário de Fender com som limpo, me corrija se eu estiver errado, e eu acho que ele está certo.

É mais ou menos um Fender... Mas posso te citar a Acústicos e Valvulados (as vezes o Daniel usa tremolo e reverb do amp)...
O Claudinho Furhman ( Dedo de Dama / Ataque Colorado / apoio Charles Master) toca com valvulado no clean... A própria Dinamite que toca com valvulado mas no clean - até tem planos montar um set analógico de novo, mas a praticidade da POD vence...

O Rafa Schuler (e os Mostardas / Rock de Galpão) que usa guitarra -> wah -> amp sempre no drive, dosa clean/drive pelo volume... E o James Andrew (Tequila Baby) usa um Meteoro MHA3000 em 4x12, mais isso em back up. Ele usa um pedal de fuzz, mas é algo BEM específico, feito artesanalmente.

Acho que até o Jacques Maciel (Rosa Tattooada) tá usando pedal no clean... Malta usa uma MultiFX, Nenhum de Nós usa MultiFX (acho que Digitech ou Line6, mas usaram muito tempo o Guitar Rig)...
O Vera Loca, tem parceria com o Andy Serrano (Serrano Amps), ACHO que não usa drive do amp... Deixa ele meio crunch e pau na mula...
Nem o Angus tá usando só amp, tá usando o clássico Schaeffer-Vega e um booster da Rocktron...

É tudo gente que PODE usar valvulado, tem bolas pra exigir isso, e pode socar a bota no valvulado na maioria das vezes... Não usam SS porque tem um contexto...
Mas drive de amp, eles usam só no estúdio... Aliás, a grande massa dos grandes nomes faz isso, só pela praticidade...

responderá com mais dinâmica, e terá um som mais encorpado, devido à compressão das valvulas

Tu tem que decidir se ele é dinâmico ou comprime, os dois não dá! rsrs

Ismah
Veterano
# set/17
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Buja
Diagrama de blocos de um valvulado.

Paludo756
Membro Novato
# set/17
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Tu tem que decidir se ele é dinâmico ou comprime, os dois não dá! rsrs

Claro que dá, tu que não entendeu. Estou falando do Power Valvulado em comparação ao SS, tem mais compressão e tem mais dinâmica ué.

Ismah
Veterano
# set/17
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Compressão = menos dinâmica.

Paludo756
Membro Novato
# set/17
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Compressão em Valvulado >>> Compressão em Solid State
Dinâmica em Valvulado >>>> Dinâmica em Solid State

The End?

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