Transformador FG4001 TrueReverb, JCM800 e outros - construção ou modificação

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macaco veio
Veterano
# mai/17


Li recentemente no site do Handmades que o pessoal está na dúvida sobre as características deste trafo. As informações lá estão sendo dada erradas e como tem muitos participantes do cifraclub que participam lá também espero que leiam aqui e se propague a informação correta do trafo original para os interessados. Eu não participo lá pelas regras rígidas, aqui se tem mais liberdade.

Este trafo é um dos mais bem construidos que já vi (nos detalhes que enroladores de trafos não dão atenção) e serve para varios amplificadores com duas válvulas 6L6 (e EL34 se colocar um fio mais grosso para os filamentos).

É um trafo caro e super dimensionado para este tipo de amplificador (se consegue fazer um trafo menor e mais econômico para esses amplificadores) e ninguem constroi mais trafos exatamente como este é feito, mas a qualidade deste nem se compara.

É um trafo facil de desmontar e modificar se for o caso pois o carretel não tem abas laterais e tem 3mm de espessura o que fica facil de tirar as lâminas sem deformar a bobina (existe uma razão de ser tão grosso).

Características (exatamente como o original)

primário 110V + 110V
secundário 345V CT 345V com derivação para 57,5V para o bias (na real é 340V + 340V é feito com 5V a mais para compensação de perdas, 140mA
filamento 3,33V CT 3,33V 4A
2,4 espiras por volt

lâminas 3,8 cm de perna central por 5,2 cm de empilhamento (104 lâminas de meio milímetro de espessura, não precisa exatidão, uma lâmina a mais ou a menos não tem importancia)

Como é enrolado

Secundário junto ao núcleo - são necessários quatro terminais para saida dos fios (os terminais são a propria ponta dos fios) são eles A B C D

345V - Começa pelo terminal B e enrola 12 camadas de 69 espiras (total 828 espiras) de fio 29 AWG.
As espiras são espaçadas entre si por mais ou menos a mesma espessura do fio.
Cada camada é isolada com papel manteiga ou semelhante

As camadas que vão ficando por cima tendem a se encaixar nos espaços das expiras das camadas de baixo.
Termina o enrolamento no terminal letra C

345V fase invertida - Começa no terminal D e enrola 10 camadas de 69 espiras (690 espiras) agora enrolando no sentido contrário do primeiro enrolamento de 345V e termina no terminal A.
A partir do terminal A se enrola continuando no mesmo sentido mais duas camadas de 69 espiras (138 espiras) e temina também no terminal letra C. Também fio 29 AWG e tudo isolado com papel como anteriormente.

assim se tem : A (57,5v bias) - B (345v) - C (terra) - D (345v fase inversa), é feito assim para que o terra fique a camada sempre por cima.

Primario de 110V - 264 espiras de fio 21AWG (este é no trafo original), para 127V serão 305 espiras.
Enrolamento no mesmo sentido do primeiro secundário, fio sobre fio, sem espaçamento (bem encostado umas espiras nas outras).
Primário de 220V - Faz-se a derivação para 110V (ou para 127V) e continua enrolando no mesmo sentido mais 264 espiras (110V), ou 223 espiras (93V) se for escolhido a opção de 127V. O fio agora é o 23 AWG.
tudo fio sobre fio, enrolamento apertado e sem papel

Faz-se o Sanduiche eletrostático (não vou explicar, que enrola trafo sabe) quem se aventurar cuidado se o aluminio der a volta completa o trafo esquentará muito.

Enrolamento de filamentos

Por cima de tudo e agora enrolado na mão.
enrola 8 espiras de fio 15 AWG (para 6L6) ou 14 AWG se quizer mais corrente. Como são apenas 8 espiras o enrolamento não chega até o outro lado (claro), enrola até a metade da camada, deixa a ponta pra cima, emenda nesta ponta e continua mais 8 espiras completando a camada até a beirada do outro lado.
depois de isolado com papel (a grossura do papel depende da altura que ainda sobrar) dobra-se estas duas pontas que ficaram pra cima por sobre o papel. Elas serão o terra de filamentos.
Dessa forma a partir desse terra se tem 8 espiras indo para um lado e 8 espiras indo para o outro lado tendo assim a reversão de fase.

Para modificar um trafo antigo deste de 110V para 127v não precisa desmanchar o trafo todo, desenrola até o enrolamento de 220V e completa o enrolamento de 110V (264 espiras) com mais 41 espiras de fio 21 AWG. Depois refaz o resto do secundário com o fio 23 que foi desenrolado só que agora com 223 espiras apenas.
Refaz o sanduiche e secundário de filamentos.
Caso a bobina fique mais alta para encaixar na lâmina, então se refaz o filamento com fio 18 AWG enrolado duplo ficando assim a camada mais fina.
Com esse guia qualquer enrolador caprichoso será capaz de fazer igualzinho.

SergioTrindade
Veterano
# mai/17
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Muito útil.
Só não entendi porque usar isolamento de camada com papel manteiga em um transformador de força.
Já ouvi dizer que alguns fabricantes no Brasil Fazem isso, mas não sei qual seria o motivo prático.
Além disso, aumenta muito a chance de encher demasiadamente o carretel e não caber a laminação.

Matec
Membro
# mai/17 · Editado por: Matec
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Bem macaco veio

Como você está falando de dados fornecidos por mim, lá no Handmades, posso tentar justificar algumas das suas "acusações" rsrs.

Tenho procurado insistentemente por informações corretas sobre os dados dos transformadores dos Gianninis antigos, tanto os de força como os de saída.
Não existem informações oficiais.
Então números fornecidos por mim podem ter erros.

No fim do ano passado recebi 2x Thunder Sound II para revisão, ambos com os FG4001 um de 1968 e outro de 1969. Ambos tinham fontes operando, apesar dos capacitores estarem já deteriorados. Fiz as medidas de tensão com entrada de 119v que é o básico aqui em casa o valor HT deu 370v-ct-370v os filamentos no total ficaram com 6,5v medidos nos terminais e 3,2v-ct-3,2v através do chassis

Outros modelos de transformadores, e outros valores de tensão, foram obtidos pesquisando em respostas de foristas de todos os sites que mencionavam algum Giannini, inclusive aqui do Cifra.Isso levando em conta os possíveis erros de leitura, baterias de multímetros descarregadas, e outros possíveis imprevistos.

É claro que esse método pode gerar erros, que assim que eu possa, vou corrigir.

Vamos agora aos dados que você forneceu:

Primário tensão de entrada 110v
HT 345v-ct-345v
Fil- 3,3v-CT-3,3v

Se fosse entrada de 119v (aqui em casa)
HT 373V-ct-373V -Não está mal
Fil 3,57-ct-3,57 está acima de maneira já preocupante

Não há grande diferença no HT
A diferença maior fica no filamento .
Só que aqui eu medi 3,25v . Pode ser erro de precisão do meu multímetro.

Lá no Handmades o rapaz mediu com tensão de entrada de 129v
HT 405v-ct-405v
Fil 3,83-ct-3,83

Com entrada de 110v seria:

345v-ct-345v Match!
3,26-ct-3,26v Good!

Com entrada de 119v:

374v-ct-374v Good!
3,54v-ct-3,54v, Good!

Bem acho que isso resolve.
"Acusações" comprovadas :(
Parece que vou ter que arranjar um multímetro melhor para medir VAC de baixa tensão.

Agradeço novamente sua ajuda, se você tiver mais dados sobre os Gianninis pode passar. Estou tentando fazer uma database correta e essas informações ajudam muito.

Obrigado!

Matec
Membro
# mai/17
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macaco veio

Pretendo publicar também a sua ótima "receita" para a construção/reforma dos FG-4001 lá no Handmades. Mas antes peço sua permissão.

No caso de você pensar um dia em ingressar no Handmades não creio que você tenha nenhuma dificuldade. As únicas regras do fórum que fazem o pessoal chiar são as regras de Português, abreviações e internetês. Coisas que aparentemente não são problema para você.

SergioTrindade
Veterano
# mai/17
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macaco veio
Um dia desses vou enrolar um trafo desses.
Desenhei o esquema para simplificar a montagem.
Seria isso mesmo o roteiro que você descreveu?
https://photos.google.com/u/1/share/AF1QipM7liaRFAr1ri-rMSbkO4CUSNf4AU 9aBTfOIBzoN4gHJkhfzdQEYEaau5_peBxkSg/photo/AF1QipNR7OneSSAnlDtLZG1yuXp Xgp_tlwxtYUDV1yoH?key=Ul9EZGZ6T2Jyc0YyTDVRSGVlLUZzSHlKblhRWHp3

macaco veio
Veterano
# mai/17
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SergioTrindade
era um papel marron parecendo papel de pão só que mais fino e bem acetinado. O carretel é era feito de papel mais grosso enrolado varias vezes (uma bobina de papel) até da 3mm, assim as esquinas onde o fio dobra ficavam bem arredondadas.

Eu desenrolei o trafo todo ( a uns 30 anos atras) e contei todas as espiras. Não havia praticamente impregnação de verniz nenhuma, o enrolamento era apertado mas livre sem cola e assim aproveitei o mesmo fio. Depois que enrolei tudo de novo modificando para 127V no final não coube na janela porque as 41 espiras o fio era mais grosso e porque o papel que usei não era tão fino. Desenrolei tudo deixando só o secundário que eu já tinha enrolado, troquei a camada sobre o secundário com papel mais fino e fiz o sanduiche eletrostático todo mais fino, ai coube apertadinho.

Matec
Eu tenho até hoje o true reverb II que comprei novo no inicio dos anos 70 e o meu veio com FG4001 (Li por ai que alguns foram feitos com o trafo do True reverb III, não sei se é verdade). Já tive o true reverb III (napa vermelha com dois falantes de 10) que vendi depois porque era muito mal montado, o painel branco parecia painel de fogão Dako, kkkk, este o trafo não tinha canecas, não me lembro bem mas acho que tinha um empilhamento mais estreito. A única coisa que era melhor nele que o true reverb II era o tanke de reverber, tinha uma especie de alavanca que empurrava a molas pra cima de encontro a um abafador que não deixava elas balançarem ao transportar o combo. tanke made in Brasil da Reverplay.

Uns 5 anos depois que comprei o True II ligamos um contrabaixo nele e a bobina do falante pulou pra fora, eu ainda era muito burro na época e achei que o falante era muito fraco para o combo, 12 polegadas com um imã pequeninho com uma chapa quadrada de metal em volta, comprei um Novik com imã grande e encostei o falante velho ate que ele sumiu (não sei que rumo deu). Hoje eu fico lembrando e acho que o falante era de Alnico, kkkk.
Pode divulgar o trafo sem problema, postei pra isso mesmo.

SergioTrindade
Veterano
# mai/17 · Editado por: SergioTrindade
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macaco veio
Me refiro ao desenho no link.
É um diagrama para usar na hora de fazer o enrolamento.

macaco veio
Veterano
# mai/17
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SergioTrindade
o desenho está certo, o supressor eletrotático tem um fio separado que vai no terra. O que não ficou muito bem claro no desenho é o enrolamento pra os filamentos.
É uma camada apenas dividida no meio, o meio é o terra, partindo do meio 8 espiras vão para um lado (morre numa beirada do carretel) e outras 8 espiras vão para o outro lado (morre na beirada oposta) e assim ficam em sentidos contrários. Pode começar enrolando por uma das beiradas parando no meio e fazendo a derivação, e continuando no mesmo sentido, mas achei mais facil começar pelo meio, prende duas pontas no meio, ao enrolar o fio passa por cima do durex e segura, enrola na mão, enquanto enrola um lado o outro lado o fio fica espalhado pelo chão (é uns 2 metros de fio cada lado). No final isola com papel e dobra as duas pontas do meio passando por cima de uma das metade da camada ate a beirada. A ponta do outro lado tambem passa por cima pra ficar tudo de um lado só.
No desenho está parecendo que são duas camadas uma por cima da outro, e é uma camada só dividida.

SergioTrindade
Veterano
# mai/17 · Editado por: SergioTrindade
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macaco veio

O sanduíche eu pensei em ligar no escudo externo do trafo montado (fita de cobre) que é aterrada.
Eu entendi o negócio dos filamentos.
O desenho com um enrolamento encima do outro é apenas conceitual no diagrama. O sentido de cada um está indicado pelas setas (as duas no mesmo sentido).
O Center tap, eu nem puxaria, já que a redução de "hum" com dois resistores é mais eficiente.
De qualquer forma, vou aprimorar o desenho com o aterramento do sanduíche e da fita externa.
Valeu!

macaco veio
Veterano
# mai/17
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O sanduíche eu pensei em ligar no escudo externo do trafo montado (fita de cobre) que é aterrada.
Pode ser, mas pode ser também que aconteça um loop de terra ai. A caneca vai estar encostada no anel de cobre, os parafusos no chassi, se o ponto estrela estiver muito longe dos parafusos vai ter um loop entre o fio terra do trafo e os parafusos. Como está tudo muito perto pode ser que não aconteça nada. Mas eu não entendo o porque da caneca e o anel junto, as duas coisas fazem a mesma função.
já que a redução de "hum" com dois resistores é mais eficiente. não acho não, Os filamentos feito dessa forma as duas pontas de fio tem o mesmo comprimento e resistências iguais (na realidade uma ponta tem uns 4cm mais comprido por passar por cima de uma borda do carretel ate a outra borda). Feito com resistores de 1% de erro, supondo dois resistores de 470 ôhms, se tiver o erro daria 4,7 ôhms que é maior que que algum possivel erro na resistência dos fios. A menos que se tenha um potênciometro entre os dois resistores para ajustar (e ai já são 3 componentes a mais).
Este trafo não da hum (não dá ruido de fundo, o true reverb ligado parece que está desligado) é calculado com 8700 gauss, a vibração é muito baixa e não dá ronco no chassi. O carretel grosso de papel e aberto isola bem a magnetrostrição do núcleo para a bobina (carretel de plástico fechado vibra muito mais). O primário no meio induz melhor (por baixo e por cima) e mantem distante o enrolamento de bias do enrolamento de filamentos. O único inconveniente é o secundário de alta tensão que costuma dar uma pequena diferença de tensão entre as duas fases, o enrolamento de cima tendo maior comprimento de fio tem maior resistência e sempre dá uns milivolts a menos o que causa flutuação na fonte que não é estabilizada (se põe uma espira a mais pra compensar costuma passar e dar milivolts a mais), além do trabalho que é de enrolar secundario duas vezes. Ainda assim mesmo tendo mais alta resistência na fiação eu acho melhor que trafo de um enrolamento só ou trafo com dois mas com fonte dobradora (essa flutua mais ainda). O center tap é que é justamente o ponto crucial da coisa. Se algum dia for enrolar um faça o carretel um pouquinho mais fino pra ter segurança que vai encaixar sem problema na janela.

marfu
Membro
# mai/17 · Editado por: marfu
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Li recentemente no site do Handmades que o pessoal está na dúvida sobre as características deste trafo. As informações lá estão sendo dada erradas e como tem muitos participantes do cifraclub que participam lá também espero que leiam aqui e se propague a informação correta do trafo original para os interessados. Eu não participo lá pelas regras rígidas, aqui se tem mais liberdade.
Pois eh...
Eu também, pela terceira vez me baniram do handmades... talvez por usar reticências ( ...)

Ontonces os administradores do handmades que se danem !!!
( perdão MATEC, mas vc sabe... já conversamos sobre isso.)

E habemos paciência...

Voltando ao trafo:
Justamente neste post do true reverb III, onde coloquei minha opinião e os valores do trafo ( bem próximos ou iguais ao que o macaco veio postou.

Minha maior bronca com estes trafos é que tem tensão de entrada de 110V , e assim os filamentos de valvulas novas são bastante comprometidos.

Matec
Membro
# mai/17
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marfu
Sim eu entendo o seu lado.

E foi por sua postagem naquele tópico e a do macaco veio aqui, que eu estou revendo os números que eu postei sobre os transformadores dos Giannini.
Com os transformadores tendo entrada com 110v tudo vai mudar pra baixo. Resta ver se todos os modelos se mantiveram com entrada em 110v ou se no meio do caminho houve uma mudança pelo menos pra 120v ou outra tensão qualquer.

Haja desinformação!

Saúde.

SergioTrindade
Veterano
# mai/17
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macaco veio
O loop te aterramento só produz ruído quando tem iteração com os estágios de preamplificação.
Todos os amps que monto eu desconsidero o center tap dos filamentos (e todos são extremamente silenciosos). Uma vez eu testei e comparei as duas soluções (medindo a tensão ac direto no altofalante com o amp desplugado e volume no máximo) e vi que os resistores fazem melhor o serviço.
Não é à toa que a maioria dos grandes fabricantes usam esse recurso, em detrimento do custo de fabricação.
Em amps de alto ganho eu uso dois resistores e um trimpot de "hum balance".
Com relação à diferença entre a tensão nos secundários de alta tensão, eu já tinha pensado nisso.
O correto é fazer o balanceamento, como fazemos nos transformadores de saída de áudio.
Antes de enrolar o secundário dos filamentos, tem que fechar o trafo e medir a saída. Dependendo da diferença, basta acrescentar ou desenrolar algumas espiras do secundário de fora.

SergioTrindade
Veterano
# mai/17
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No caso do sanduiche, a fita interna não faz parte do circuito, é apenas um escudo eletromagnético, logo não há ground loop.

Com relação à fita de cobre por fora, eu nunca comparei mas é um método além de recomendado pelas empresas que enrolam trafos (pelo menos as que conheço), é amplamente usado em por empresas que fabricam amps valvulados como Marshall, Mesa Boogie, etc.
Exemplos:
http://www.tubeampdoctor.com/en/shop_Mains_transformers_Mains_Transf_f or_Marshall/
http://www.tubeampdoctor.com/en/shop_Mains_transformers_Mains_Transf_f or_Peavey/
http://www.tonymckenzie.com/triple_rectifier.htm
http://www.hammondmfg.com/jpeg2/290YX_B.jpg
http://www.hammondmfg.com/jpeg2/290RX_B.jpg

Para mim que faço isso por mero hobby, não faz diferença colocar uma fita de cobre num trafo e soldar as bordas um fio de aterramento.
Mas para esses caras que fabricam muitos milhares de amps, isso implica em um bom acréscimo custo de mão-de-obra. Por isso, imagino que não seja simpatia.

macaco veio
Veterano
# mai/17
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Em amps de alto ganho eu uso dois resistores e um trimpot de "hum balance"
Realmente assim fica beleza. Eu nunca comparei, pensava que muitos fabricantes de amplis faziam assim pra ficar facil de enrolar o secundário de filamentos.
Quanto a fita de cobre realmente quando não tem caneca ou tem só de um lado com certeza ela deve ajudar, mas com canecas dos dois lados talvez seja dispensavel a menos que o amplificador seja muito compacto com tudo perto do lado. De repente é mehor pôr por garantia.

SergioTrindade
Veterano
# mai/17
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Quanto a fita de cobre realmente quando não tem caneca ou tem só de um lado com certeza ela deve ajudar, mas com canecas dos dois lados talvez seja dispensavel a menos que o amplificador seja muito compacto com tudo perto do lado. De repente é mehor pôr por garantia.

Eu também pensei nessa hipótese, mas muitos fabricantes usam a fita em trafos fechados, a exemplo dos hammond no link acima (a qual já fazia trafos p/ valvulados muito antes de eu nascer), ou mesmo os trafos dos peaveys como esse http://www.tubeampdoctor.com/product_info.php?category_id=177&products _id=1500&mySID=IpRd02Qlds3NUNW27YYA-3
De qualquer maneira, não entro no mérito dessa discussão porque nunca fiz nenhum teste prático nem procurei entender as implicações teóricas. Para mim é mais fácil passar a fita, aterrar e bater 3 vezes na madeira.

SergioTrindade
Veterano
# mai/17
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Pelas minhas contas, para incluir mais um secundário de 5V/2,5A (para válvula retificadora GZ34/5AR4) basta incluir mais um enrolamento de 12 ou 13 espiras com fio 17AWG.
Esse enrolamento tem que ser bem isolado dos vizinhos porque o filamento da retificadora é ligado ao anodo (B+).
Acredito que seja melhor enrolar esse secundário sob o último enrolamento de 6,3V.

macaco veio
Veterano
# mai/17
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SergioTrindade
Acho que para fazer isso teria que começar ele do zero com um carretel de espessura mais fina senão eu acho que não cabe não. Fazer o secundário de filamentos com fio 18 AWG duplo (pra ficar mais baixo) que daria a espessura do 15 AWG e ficaria uma camada mais uniforme pra receber uma outra camada por cima.
Na época que reenrolei este trafo eu não sabia calcular não (pelo menos não como sei hoje), foi lá pelo fim dos anos 80 ou inicio de 90, mas eu ja tinha reenrolado e modificado muitos outros trafos (desde os anos 70). A espessura dos fios eu comparei com fios que eu conhecia a espessura de outros trafos pois eu não tinha como medir, mas hoje fazendo o cálculo a numeração dos fios batem.
Pelos meus cálculos são 117W no secundário com 10% a mais no primário são 129W, tem uma folga de 700 mA para os filamentos se usar todas a válulas do true reverb. Se tirar a do reverb e a do vibrato serão mais 600mA o que daria 1,3A, faltariam 1,2A para esses 2,5A a mais, considerando densidade de corrente 2,5. Os fios do primário têm uma pequena folga de corrente e poderia se considerar uma densidade maior (um pouco abaixo de 3), assim eu acho que aguenta sim. O secundário de alta também tem uma folga de corrente, não consome tudo que foi previsto no cálculo. Como eu disse eu acho este trafo exagerado. Ainda dá pra diminuir o empilhamento um pouquinho e ficar em torno de 10000 gauss, mas no meu true é 5,2 cm. Eu tenho a impressão que esse trafo é copia modificada do Drake do JCM800 (a medida é a mesma).
Nos anos 70 eu consertei uma porção desses amplis da giannini (acho que quase todos, alguns eu remontei todo porque as fenolites deles quebravam), mas não tinha a curiosidade de anotar nada.

SergioTrindade
Veterano
# mai/17
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macaco veio
Você usou uma bobinadeira ou enrolou na mão?
Com uma boa máquina, dá para economizar bastante espaço na janela do carretel.
Com um núcleo grande desses, deve caber mais um enrolamento de 5V para a retificadora.

macaco veio
Veterano
# mai/17
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bobinadeira improvisada com acelerador de motor de dentista no pé, (meu pai era dentista, nunca tive problema de furar placas por exemplo), guiado na mão e contando as espiras. Enrolar na mão com carretel aberto fica muito dificil. Da pra fazer um carretel com abas laterais, em loja de sapateiro tem um papelão bastante rígido de sola interna de sapato, já utilizei este papelão em trafos. Uma vez abri um Valiant que as placas de circuito tinha sido feita com esse papelão (ou será que era um Phelpa, já não me lembro, acho que era Valiante mesmo), estavam até meio impenadas pelo calor.
Apesar deste trafo ser grande não sobra espaço não, na hora de enrolar o primário tem que por um papel mais grosso pra começar e ainda assim as espiras insistem em escorrer para fora do carretel e não dá pra deixar pouca margem na lateral, melhor fazer um carretel mais fino.

Matec
Membro
# mai/17
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macaco veio

Você tem alguma informação sobre os transformadores FG5066 (que são os equivalentes dos FG4001 para o TR3 e o TS3)? O nosso colega Marfu fez algumas medições e parece que a tensão de entrada nesse caso poderia ser de de 115v.

Se tiver informações sobre outros Gianninis pode postar que nós agradecemos.
Abs

macaco veio
Veterano
# mai/17
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Acho que é 115V mesmo, acho que o true reverb 3 foi lançado em 73 ou 74 (pelo menos em Minas as tensões já não eram mais 110V), eu acho que foi o seguinte, a Giannini mandou fazer uns paineis bonitos pra o true reverb 2, quando os paineis acabaram ela resolveu ela mesmo fazer os paineis e lançar o true 3, pintou uma lâmina de branco e escreveu as letras com um silk screen horrivel de mal feito. Eu tive que abrir meu true 3 varias vezes pois dava defeito direto, dava uns estalos que na época eu não acha o defeito, era um emaranhado de fio numa montagem porca muito diferente do true 2 que era caprichado. O trafo era aberto sem canecas e acho que o empilhamento era menor (não era Wilkason mais não), apenas equivalente ao FG40-01 pois era fonte com dobrador e com certeza enrolamento separado para o bias. Devo ter medido a tensão varias vezes mas não lembro, provavelmente era 170V + 170V. Todo muito mal feito, alias os amplis bem feito da Giannini eram os antigos, o tremendão 3 era outra mer** mal feita. Acho que o FG40-10 do tremendão 1 era 2,1 espira por volt e no mínimo 5,6cm de empilhamento, acredito que deve ter sido enrolado como o 40-01 mas nunca abri não. Eu conhecia um enrolador que de vez em quando soltava alguma coisa, eu ia pedir ele pra modificar o trafo do meu true 2 mas ele me pediu meio caro e acabei fazendo eu mesmo.

marfu
Membro
# mai/17
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Boa noite.
Estou com os dois aqui Matec, guardei pra desmontar, mas ainda não fiz.

Retirei de 01 true reverb3 e de 01 thunder sound3, (o face eh amarelo creme, e não branco).
Se quiserem eu messo outra vez, mas revisei um monte antes de mandar o e-mail.
As medições confirmaram:

primario: 110VAC

Sec A ; 6,4 ( 3,2+3,2)
SecB : 330 VAC ( 165+165)
SecC : 60 VAC

Foram realizadas medições em 115VAC, 127VAC e 110vac.

As relações de transformação entre todas as tensões e primário foram verificadas, e conferidas. Os valores são proporcionais em todas as tensões.

Foram realizadas medições com 02 transformadores do modelo 5066 e a variação foi de menos de 1 Volt.

Espero que seja útil.
Tambem tenho 01 true reverb2 e thunder 2, mas os trafos nao sao originais.

marfu
Membro
# mai/17
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Outra coisa Interessante:
Os capacitores axiais da fonte, nos amps da série "2" eram em uma placa interna, e os da série "3", grandes presos no chassis.
Suspeito que isso tem relação com a história do Sossego, pois os palmers, seguiram com capacitores axiais, internos, na fonte.
No Palmer que tenho, da ate pena de mecher, de tao organizado que é!

macaco veio
Veterano
# mai/17
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marfu
era isso mesmo, um amarelo creme esbranquiçado ou branco amarelado encardido contrastando com a napa vermelha feio toda vida.
Seria legal se der pra voce medir o empilhamento de cada um e a altura total (ou a largura) da lâmina pra ver se todos conferem com 3,8 de perna central da lâmina. O empilhamento é pra saber o núcleo.
Se medir a resistência ôhmica do enrolamento de alta tensão (no true 3 acredito que vá dar algo em tornos de uns 20 ohms de cada lado), da pra calcular o valor da espira volt usada. Só ai ja decifra o trafo todo.
Se verificar as posições dos fio nas laterais dá pra ver como foi enrolado (o que que está por cima ou por baixo quando é possivel de ver). Ai fica facil de detalhar mais ainda. Acredito que seja útil pra todos os interessados.

marfu
Membro
# mai/17
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era isso mesmo, um amarelo creme esbranquiçado ou branco amarelado encardido contrastando com a napa vermelha feio toda vida.
kkkkkk
Realmente feio !!!

Difícil compreender a regressão, vendo o painel do 2.
Assim que puder , faço este levantamento e coloco aqui.

Ismah
Veterano
# mai/17
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Matec

Se me permitir, o novato vai se meter!

Tenho procurado insistentemente por informações corretas sobre os dados dos transformadores dos Gianninis antigos, tanto os de força como os de saída.

Isso procede em parcialidade! Existem catálogos técnicos da Giannini e da fabricante que eu esqueci o nome e faz 40min que estou pensando. rsrs
Esqueça achar em PDF, vai ter de garimpar com os antigos técnicos. Em SP é possível que se encontre entre os dinossauros da Santa Efigênia.
ACHO que o CarlosAdolphs também pode ter. Eu só sei de DOIS que tem, um deles até me forneceria gratuitamente, mas teria de viajar 400km para o sul do estado, e o outro me pediu mil reais pra fazer as cópias. Como nenhum dos casos é lá de grande interesse meu, e seria mais uso particular, pois é raro de pintar aqui um amp desses, deixei pra lá.

Matec
Membro
# mai/17
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Ismah

Eu permito, mesmo porque não há uma regra ou força que impeça você de palpitar.... (que pena...).

Mas na prática sim, continuo procurando informações CORRETAS e confiáveis.
Eu tenho todos os catálogos e folhetos disponíveis sobre os Gianninis e seus transformadores Willkason.

O problema é que não existem muitas informações "Oficiais", e um bocado de informações que vão passando de um para outro, nem sempre corretas, quase nunca comprovadas.

Eu tenho tentado desmistificar algumas dessas "Lendas", com a ajuda de pessoas como o macaco veio e o Marfu, que realmente sabem da necessidade desse conhecimento. E isso é bom para todos.

Você sabe existe esquema oficial da Giannini que está errado? Se você precisar mandar consertar os transformadores que tostaram, qual as tensões que essa peça vai ter? O transformador de saída do Duovox 100B serve no Duovox 120B?

São coisas que mais dia, ou menos dia, alguém estará perguntando.
E pouca gente pode responder com certeza.

Matec
Membro
# mai/17
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Eu sei que o Carlos Adolphs sabe muito sobre os Gianninis, e já garimpei as informações que ele deixou aqui no Cifra ao longo dos anos.

Em São Paulo pode ter informações, mas não na Santa Ifigênia, e sim em algum lugar lá na Pompéia, onde mora o Sossêgo, que atualmente só quer isso mesmo.

Sobre esse seu conhecido que cobra R$1000,00, esqueça, ele deve estar passando fome.

Ismah
Veterano
# mai/17 · Editado por: Ismah
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Parei de ler no "(que pena...)".

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