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floor jansen
Veterano
# abr/04 · Editado por: Moderador


INTRODUÇÃO

Cantar é um ato sensível e natural em si, de nada adianta complicá-lo se bem que é necessário estabelecer suas bases que são a respiração, a ressonância, a emissão e a articulação.
Os exercícios de técnica vocal são úteis também àqueles que usam as palavras como instrumento de trabalho: advogados, oradores, atores, etc. Elas evitarão a fadiga e a rouquidão originadas pelo uso indevido da voz.
O instrumento vocal não pode ser reformado. Deve-se aprender a manejá-lo corretamente desde o princípio.
Simplificando, o instrumento vocal se divide em 3 partes:
1. O aparelho respiratório
2. O aparelho fonador
3. O aparelho ressonador


O APARELHO RESPIRATÓRIO


O aparelho respiratório é composto pelo nariz, traqueia, pulmões e diafragma.
Fig. 1: As costelas superiores não estão desenhadas para deixar ver os pulmões. A linha pontilhada ao lado das costelas, indica a dilatação das mesma na inspiração. As flechas indicam a descida do diafragma durante a respiração.


1) Laringe
2) Traqueia
3) Pulmão
4) Pulmão esquerdo
5) Diafragma
6) Fígado
7) Estômago
8) Falsas costelas
9) Costelas flutuantes
10) Esterno


O diafragma, amplo músculo transversal que separa os órgãos respiratórios dos órgãos digestivos, desce durante a inspiração para dar lugar aos pulmões.


Fig. 2: Variação dos pulmões e do diafragma durante a inspiração.

1) Traqueia
2) Pulmões
3) Parede do tórax
A) Diafragma em repouso
B) Diafragma descendo durante a inspiração



O aparelho fonador é formado pela laringe e as cordas vocais.


Fig. 3: laringe (corte vertical, vista posterior)

1) Epiglotis
2) Osso ioides
3) Glotis
4) Cordas vocais superiores
5) Cordas vocais inferiores
6) Cartilagem da tiróide
7) Cartilagem cricóides
8) Traqueia



A laringe é também chamada de "voice-box", que quer dizer caixa de voz, uma vez que é a fonte da voz.
As cordas vocais, que de cordas só têm o nome, são ligamentos fixados à laringe ao longo de sua borda interna.


Fig. 4: Abertura da laringe (vista superior)

1) Língua
2) Epiglotis
3) Cordas vocais superiores
4) Cordas vocais inferiores
5) Orifício superior da traqueia (glote)
A) Glote aberta
B) Glote fechada (para a produção de som)


O APARELHO RESSONADOR

O som produzido pela vibração das cordas vocais é muito fraco.
Assim como o som de uma corda de violão deve ressonar na caixa de madeira, o som das cordas vocais deve passar pelos ressonadores para adquirir brilho, amplitude e redondeza.
Os ressonadores mais importantes são os ossos do peito (para os sons graves) e da cabeça (para os sons médios e agudos). A beleza, o timbre e a amplitude da voz, dependem mais de qualidade dos ressonadores que das cordas vocais.

A RESPIRAÇÃO

É impossível ser um bom cantor se não se possue um perfeito controle da respiração.
A respiração natural é a que se realiza durante o sono. Para compreendê-la, basta colocar uma mão sobre o estômago e a outra sobre as costelas, estando deitado. Nota-se que toda a caixa torácica se dilata.
Todo o ar inspirado deve transformar-se em som para que ele seja cheio e puro. Ao emitir demasiado ar para um som, a voz se torna velada e parece estar se ouvindo um escape de gás.
A respiração se realiza em três tempos:

1º tempo: Inspiração pelo nariz ampla e profunda, silenciosa e rápida.
2º tempo: Um instante de suspenso para o bloqueio do ar. As costelas estão separadas.
3º tempo: Expiração - a caixa torácica e o abdomem permanecem dilatados o maior tempo possível
Para facilitar o controle do ar, os músculos devem pressionar suavemente para baixo, tendo a mesma sensação da expiração quando bocejamos.
Uma boa respiração proporcionará nitidez no ataque e no final dos sons, assim como em sua continuidade.

CONSELHOS

Para cantar não é necessário aspirar muito o ar, sem saber como emiti-lo com economia.
O excesso de ar oprime e incomoda o cantor.
As inspirações muito profundas não deverão ser praticadas a não ser nos exercícios respiratórios. Estes têm por objetivo chegar a dominar o mecanismo da respiração e submetê-la ao controle da vontade.
Todo ar deve transformar-se em som. É uma questão de dosagem; e é também o segredo de vozes puras cristalinas.
Quando o ar sai dos pulmões em excesso, forma-se um véu sobre a voz, semelhante ao ruído da agulha sobre o disco.
Cuide sempre para que a expiração termine com o som.
É inútil "esvaziar-se" depois de uma frase cantada. O ar retido nos pulmões permitirá efetuar uma pequena inspiração antes de prosseguir.
Se tiver pouco tempo entre duas frases cantadas para efetuar uma boa inspiração, sempre bem as costelas ao inspirar e bloqueie-as. Deste modo, dominará o fôlego, que resultará numa emissão dócil e regulada de acordo com a extensão da frase.
Deve-se conseguir respirar sem que se ouça ou se veja.
Na fala ou no canto, o costume de pensar no ar, ajudará a não encontrar nunca a falta dele.


OS ÓRGÃOS DA BOCA

A boca tem um papel importante na articulação das palavras e também na transformação do som.
O queixo deve estar livre de toda concentração, podendo subir e descer sem alterar o som.
A língua deve voltar ao seu lugar rapidamente, que é o fundo da mandíbula inferior. A rigidez da língua dificulta as subidas estrangulando o som. Isto acontece, principalmente, com os sons agudos. Fazendo exercícios com a língua fora da boca, se libera a passagem do ar e os sons podem chegar até os ressonadores.
O véu do paladar deve elevar-se para que o som se torne redondo, fechando as fossas nasais e liberando o fundo da garganta.
Os lábios devem obedecer à pronúncia. O som não dependerá de caretas ou contrações dos músculos faciais.

OS RESSONADORES

Os mais importantes ressonadores são os faciais.
A região das cavidades ósseas, entre a mandíbula superior e a testa, é chamada de "máscara". É a região mais importante da ressonância vocal.
"Cantar na máscara" ou "cantar para frente", significa cantar usando os ressonadores faciais. Esses ressonadores, porém, são os mais difíceis de alcançar.
Os ressonadores do peito e da boca, nós usamos corretamente.
A passagem do grave para o agudo depende da adaptação da boca.


Fig. 5: Chegada do som aos ressonadores faciais

1) Crâneo
2) Cérebro
3) Seios frontais
4) Seio esfenoidal
5) Fossas nasais
6) Paladar
7) Véu paladar
8) Língua
9) Cordas vocais (laringe)
10) A - Ponto ao qual se deve ter a impressão de enviar o som


EMISSÃO

Existem várias maneiras de se emitir a voz. para verificar cante a nota A (lá) no médio da voz:

1) Com a boca aberta, sorrindo, sem levantar o véu do paladar
2) Com a boca aberta em redondo, elevando o véu do paladar
3) Com a boca aberta em redondo, contraindo o fundo da garganta

Foram empregadas desse modo, três emissões diferentes e bem características.

1) A emissão branca ou chata
2) A emissão redonda ou coberta
3) A emissão sombria ou opaca

O ATAQUE DO SOM

O som deve começar no preciso momento em que começa a expiração. Nenhum ar deve sair transformado em som, que será mais forte conforme seja alimentado pelo ar.
Para se obter um som redondo e agradável, é necessário elevar o véu do paladar. Esta é a posição de um bocejo.
Quando reprimimos um bocejo, os lábios se fecham e o fundo da garganta fica bem aberto; o véu do paladar se eleva e a boca se abre ao máximo interiormente. Nesta posição se emite o zumbido MMM..., que chega infalivelmente aos ressonadores faciais, provocando uma leve viração por trás do nariz.
Uma vez conseguido isto, basta abrir a boca para qualquer vogal, que resultará num som emitido corretamente.
Os defensores dos "passos e registros" reconhecem três registros que são: registro do peito, médio e da voz de cabeça. isto dificulta o estudo do canto pela dificuldade de passar de um registro a outro.
Outros são absolutamente contra essa idéia.
Temos duas experiências que justificam, homogeneizando a voz em toda a sua extensão.

1º) Escolha uma nota aguda e comece uma escala descendente em semitonos com a boca e a laringe distendidas e uma posição de ligeiro bocejo. Execute cada nota tendo a sensação de ser mais alta que a anterior. Dessa maneira não se poderá acusar nenhuma mudança de registro.

2º) Os exercícios efetuados com a língua fora da boca e cantando um E leviana, também mostram a ausência de registro.
Isto prova que os registros são resultados de uma contração inconsciente do fundo da garganta ou da língua.
É importante abrir progressivamente a boca no sentido vertical nas escalas ascendentes, para que o som possa chegar ao "gong" (espécie de gongo metálico, imaginário atrás do nariz).

Para finalizar um som, não deixar faltar o ar. Não há nada mais desagradável. A expiração deve acabar junto com o canto. A voz deve ser nítida, limpa e pura (sem excesso de ar).


ARTICULAÇÃO

As consoantes devem ser pronunciadas com energia, por isto os exercícios deverão ser feitos sobre todas as consoantes e todas as vogais.
Um leve trêmulo que existe em certas vozes, quase sempre é devido a uma expiração mal controlada que causa uma certa pressão sobre as cordas vocais. É um defeito que necessita paciência para ser corrigido.
Eliminando o excesso de ar, as obtém muito bom resultado. O trabalho deverá ser feito sempre em completo relaxamento. Também ajuda muito a colocar dois dedos sobre os lábios levianamente.
A verdadeira força, no canto, se consegue sempre na base de flexibilidade. Por isso o trabalho de relaxamento é tão importante embora ingrato a princípio. O trabalho a "meia-voz", com os órgãos vocais relaxados com a respiração firme, consegue desenvolver, sem esforço nem contração, uma maior amplitude.
DICÇÃO - INTERPRETAÇÃO

Não se pode esquecer qu

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Porém, cuide para não se cansar, especialmente se teve algum problema com a pleura. nesse caso deverá proceder gradualmente com muita prudência

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TÉCNICA DA EMISSÃO

No estudo da técnica vocal não importa a quantidade de exercícios nem a sua variedade.
O importante é fazê-los. Um só exercício perfeitamente realizado é muito mais proveitoso que uma série de escalas cantadas de qualquer modo.
É melhor não fazer nenhum que fazê-lo mal.
Fazer exercícios com a língua para fora ou com os dedos entre os dentes, ajuda a compreender o relaxamento e a manter uma boa posição dos órgãos da boca. para ser completo e eficaz, deve ser uma verdadeira ginástica vocal.
As vozes ásperas devem insistir sobre as vogais "U" e "O". As vozes opacas estudarão mais as vogais "E", "I" e "A".
Os exercícios devem sempre ser feitos em pé.
Os primeiros exercícios se referem à impostação da voz: controle do ar, utilização dos ressonadores, posição dos órgão da boca, relaxamento, continuidade e homogeneidade do som.
Os seguintes desenvolvem a agilidade, flexibilidade, o legato e a musicalidade.

Tudo se pode aprender

Qualquer um que possua sentido musical, bom ouvido e uma voz falada bem timbrada, pode esperar obter bons resultados no estudo do canto.

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EXERCÍCIOS DE TÉCNICA VOCAL

1º Exercício - O Golpe de Arco" do Cantor

Este 1º exercício tem o duplo objetivo de ensinar a encontrar e utilizar as ressonâncias faciais e a suster o som.
Cerre a boca observando sua posição natural de descanso, os dentes ligeiramente separados e o fundo da garganta livre e aberto.
Se você tem tendência a contrair, ensaie um "bocejo reprimido" no interior de sua boca fechada.
Aspire uma quantidade de ar médio e logo bloqueie.
Ataque a nota se golpe de glotis, com o som da consoante "m". Se isto lhe parece difícil, tente fazendo: "Hemm... "aspirando o "h".
Sustenha o som o quanto seja possível, porém termine antes de ficar sem ar, e em forma decrescente.
Acostume-se desde o princípio a efetuar bem o ataque e a terminação.
Para guardar muito tempo o ar e economizá-lo, envie-nos para cima, por detrás dos olhos, tendo a sensação de que o som sai por eles.
Sentirá, então, vibrações por detrás do nariz, podendo verificar se apoiar o polegar e o indicador sobre o osso do nariz.
Nem sempre se encontra logo a maneira de chegar a todos os ressonadores, porém, no transcurso da prática, se notará que a voz irá abrindo novos sítios de ressonâncias, exatamente como se abrem novas portas em uma casa.

2º) Exercício - Movimento da Língua e dos Lábios enquanto se mantém o Som

Este exercício se realiza murmurado as consoantes "M" e "N" sem vogais intercaladas.
Comece exatamente como o 1º exercício.
Depois, sem cortar o som, pronuncie a consoante "N" (sem o "e" final) entreabrindo os lábios e apoiando firmemente a língua contra o céu da boca.
A vibração interna é mais intensa que no 1º exercício, todavia, o som não de mudar sua colocação ao trocar a consoante. Deve ter-se a sensação de ir subindo continuamente. Pense em cada uma escada ou em uma pilha de pratos: cada consoante que pronuncie será um degrau dela, cada vez mais alto.
Temos que subir constantemente para não abaixar o som.



3º Exercício - A Colocação das Vogais

Agora que você sentiu as vibrações de seus ressonadores faciais e, em consequência, achou o lugar em que colocar-se o som, trataremos de situar as vogais.
Emita o som MM...
Quando sentí-lo bem colocado, abra a boca dizendo: Mma... Mme... Mmi...Mmo... Mmu... (francesa).
Os músculos do pescoço e dos maxilares, devem achar-se completamente distendidos e o interior da boca, aberto, como reprimindo um leve desejo de bocejar.
As vogais devem abrir-se no alto do zumbido Mm... como a flor sobre seu caule.
Estes primeiros exercícios estão destinados especialmente a suster o ar e buscar os ressonadores.
Os resultados com eles obtidos, assim como os que se ganharam os exercícios respiratórios, devem aplicar-se a todos os exercícios seguintes.

4º Exercício - Para Distender o Fundo da Garganta e Amansar a Língua

Este exercício tem por objetivo conseguir a distensão do fundo da garganta e evitar que se contraia a língua.
Pegue entre o polegar e o indicador a ponta da língua com um lenço limpo, naturalmente. Puxe-a para fora da boa. Abra uma boca bem grande. Realize o exercício sobre uma "e" bem aberta, muito suave e quase sem timbre.
Se ao subir na escala vocal a língua resiste e tem tendência a contrair-se na boca, não ceda, pois é justamente nos agudos quando mais se necessita ter a garganta livre. Neste exercício, não busque qualidade nem redondeza no som; só interessa a distensão.
É absolutamente indispensável segurar a língua com os dedos, pois do contrário, ainda que ela não volte a entrar na boca, poderá contrair-se mudando de forma.

Observação importante sobre os exercícios - "Tirando a língua", ou seja, na "emissão fisiológica"
Ao tirar a língua fora da boca, mantendo-a imóvel mediante dos dedos cobertos por um lenço, se imobilizam todos os músculos que governam, assim como os numerosos músculos da laringe e do pescoço.
Só as cordas vocais permanecem livres para produzir o som. É necessário advertir que todas as notas devem poder ser emitidas assim "fisiologicamente" (ou seja, em estado rústico e unicamente pela contração das cordas vocais), pois aquelas que necessitam outros músculos para a dita "emissão fisiológica" são sons artificiais que, não só fatigam a voz, sendo que jamais alcançaram a flexibilidade e a pureza dos sons naturais. (Estão fora desta regra alguns sons sobreagudos das sopranos ligeiras, que se emitem aproximando o véu do paladar à base da língua, no fundo da boca).
As cordas vocais, por si só, devem fazer um esforço de aproximação que constituem uma ginástica fortificante; nos agudos se sente como se a língua puxasse para dentro com todas as suas forças para ajudá-las.
Os exercícios que se fazem "tirando a língua" constituem uma grande ajuda para a reeducação das vozes cansadas. As vozes que perderam a facilidade na emissão pelo abuso de artifícios empregados para alcançar notas, as quais não podiam chegar, devido ao relaxamento e cansaço de suas cordas vocais.
Estes exercícios são também um remédio eficaz para as vozes que têm tendência a "cair": é como a afinação das cordas, que se ajustam à posição requerida para cada nota.
Quando o laringologista quer verificar o estado da voz de uma pessoa, a faz tirar a língua fora da boca para verificar por meio de seu espelho se as cordas vocais se juntam bem na emissão do som "e" em toda a extensão da voz.
Este é o critério para saber se as cordas vocais estão sãs. O emitente laringologista, Dr. Wicart, de Paris, fundamenta todo seu método vocal sobre esta emissão fisiológica na sua importante obra: "O Cantor".
Segundo sua opinião, o exercício com a língua para fora basta para desenvolver e manter a voz dos cantores.
Sem estar totalmente de acordo com ela, devemos reconhecer que a soma desses exercícios aos outros é sumamente eficaz para a reeducação das vozes estropiadas e para impedir a contração dos músculos ao impostar a voz.
Porém cuidado: neste, como no todo, a língua pode ser a melhor ou a pior das coisas; temos que saber utilizá-la com conhecimento de causa.



5º Exercício - Para Abertura da Boca

Este quinto exercício se realiza sobre "u" introduzindo entre os dentes os dois dedos, indicador e médio, um em cima do outro. Os dentes não devem mordê-los e sim tocá-los ligeiramente; os lábios, ao contrário, devem apertá-los com firmeza.
Deve-se ter a impressão de que o som "u" está colocado sobre os dedos, bem adiante, perto dos lábios.
Abra mais a boca ao subir, separando os dedos em forma de forquilha. No agudo deve haver lugar para três dedos... sempre que não sejam demasiadamente grossos.
O interior da boca deve permanecer sempre completamente aberto, na posição de bocejo.

6º Exercício - O Bocejo

Adota-se decididamente a posição de um bocejo bem grande com a boca aberta e levantando o véu do paladar. (Isto provoca um verdadeiro bocejo, mas temos que reprimí-lo ou evitá-lo).
Não deve haver rigidez nem contração; pense no bocejo de um bebê ou de um gatinho.
Efetue o seguinte exercício sobre "a" ou "an" francês, atacando as notas por cima do bocejo, atrás do nariz.
Coloque bem a primeira nota e trate logo de não variar de lugar.
Ascenda cromaticamente até o extremo mais agudo da voz. Este exercício, devido a total abertura da garganta que provoca, é o que permitirá alcançar melhor as notas mais altas.
Importante: A coluna de ar ascende à medida que as notas são mais altas, mediante a elevação do diafragma produzida ao contrair o ventre, elástica e progressivamente.
Nos sons sobreagudos, este movimento se acentua, a boca se abre ao máximo, o véu do paladar se levanta cada vez mais, esboçando-se a atitude do vômito.

7º Exercício - Ressonadores, Articulação, Legato

Este exercício se realiza sobre "ling", "lul" ("u" francesa) e "ble".
Ling: pronuncia um "L" bem firme e logo o "I", tendo a sensação de colocá-la contra o paladar, mandando-a para frente. Tudo isso sempre em um ligeiro bocejo.
Sobre a segunda nota diga "ing", passando rapidamente sobre o "I", para fazer a voz vibrar em "NG", bem perto do nariz.
O intervalo de 3ª que separa as duas notas, exige uma ligeira distensão da mandíbula.
Não se deve pronunciar "E" entre os dois "ling" (segunda e terceira notas), e sim, parar sobre a vibração "NG" até a emissão da sílaba seguinte.
Sobre a terceira nota diga "lin" sem demorar-se em "li", e sim, mandando em seguida, a vibração "NG" até o nariz (ressonadores).
As quatro últimas notas se cantam do mesmo modo, tendo o cuidado de não deixar baixar a voz nos terceiros descendentes: ao catá-las, deve-se ter a sensação de subir.
Lul: ("U" francesa), pronuncie como antes, um "L" bem enérgico. O "U" deve colocar-se bem à flor dos lábios.
Faça vibrar a 2ª nota sobre o "L" final de "ul", mantendo a língua firmemente apoiada contra o paladar (com a garganta bem aberta).
Esta vibração sobre o "L" é muito pura, porque todo o ar se concentra no som pelo movimento de língua.
Sobre a terceira anota do exercício cante "lul" passando rapidamente pelo "U", para fazer vibrar o "L".
Ao descer, siga as mesmas indicações que para "ling". É difícil pronunciar "ling" e "lul" senão na "tissitura" da própria voz. Quando, ao subir, comece a sentir alguma dificuldade, troque as sílabas por "ble" dobrando as consoantes.
Legato: Durante todo o 7º exercício, se tratará de ligar o máximo possível as notas, sem fazer "portamento", ou seja, sem deslizar a voz de uma nota para outra, passando por sons intermediários. Temos que cuidar igualmente da articulação para que não rompa a continuidade do som, o que quebraria a linha melódica.


8º Exercício - A Grande Escala

A escala grande é, dito pelos grandes cantores, "o exercício mais necessário para todas as vozes".
Tome bem o ar e bloqueie-no, pois essa escala exige um perfeito controle do mesmo.
Deve-se cantar sobre "U-I".
Por meio da pronúncia correta de "U", se consegue abrir bem a garganta e o interior da boca. Imediatamente se passará para o "I" sobre a mesma nota, tendo a sensação de que está colocada muito mais alta que o "U", como se fosse sair por entre os olhos.
Mantendo firmemente a nota e o "I" se prepara a subida até a nota seguinte sobre "U". Essa passagem de uma nota à outra, deverá ser flexível, como o movimento que fazemos ao caminhar, quando apoiamos primeiramente um pé e o levantamos logo, com naturalidade.
Quase sempre, no princípio, os alunos não conseguem subir com soltura mantendo bem aberto o fundo da garganta. Nesse caso, podem pronunciar "A-U-I" não cortando nem deixando escapar o som.
Como cada nota deve ser mantida durante um bom tempo, acontece quase sempre de terminar o ar antes da quarta nota.
Para que isso não aconteça, é recomendado que se economize o ar como se tivessem que cantar uma nota a mais.
Este truque sempre dá bom resultado e a última nota sai tão firme como as anteriores.
Deve-se terminar sempre decrescendo.
Na descida, como sempre, "temos que subir".
Ao atacar o primeiro "do" imagine ter uma laranja dentro da boca e outra no funda da garganta, por sobre as quais deve passar o "A-U-I".
Quando a escala desce, o "I" que havia deformado um pouco no agudo, pelo bocejo, deve tornar-se cada vez mais "I", mais clara, como mordendo-a.
A Escala Grande deve ser cantada em toda a extensão da voz, subindo cada vez mais, cromaticamente.
No agudo, se tem a sensação de que a garganta está exageradamente aberta, para caber melhor o som. quando os sons estão bem colocados as vibrações são tão fortes no agudo, que não é raro alguns ficarem aturdidos.
A coluna de ar deve suster com firmeza o ar e seguí-lo em sua subida, elevando o diagrama )do que se consegue contraindo progressivamente o ventre).
Há outro modo de suster o som com o ar nas subidas fortes que é, ao contrário, empurrando todos os músculos para baixo. Este recurso dá muito resultado, principalmente para os homens e nos têm voz grave, em geral. Assim sempre se consegue grande firmeza e potência, mas não tanta flexibilidade nem altura de voz como a primeira maneira.
A primeira é adotada pelo método italiano, ao passo que a última se presta muito ao canto wagneriano.

9º e 10º Exercícios - soltura da Mandíbula Inferior

Diga "da...a", "da...a", três vezes sobre a mesma nota, abaixando energicamente o queixo ao dizer "da" e subindo no "e".
A língua, depois de haver encostado no paladar para pronunciar o "d", volta rapidamente à sua posição inicial e se tem a sensação de que é ela quem empurra a mandíbula para baixo.
Colocando os dedos na frente das orelhas, pode-se seguir o movimento de abertura das juntas da mandíbula.
Repita o mesmo sobre: "za", "za", "za", "za", "za".
Abra bem a boca, nas segundas, terceiras e quartas notas que são agudas.
A última, grave, deve colocar-se no alto, próxima a sua oitava superior.

11º Exercício - Concentração do Ar no Som

Se realiza sobre "DDU" ("U" francesa).
Duplique o "D", para poder enviar o "U" bem adiante, entre os lábios. quando a vogal está colocada bem adiante, o som ressoa na parte anterior da boca.
Pode-se imaginar que canta em um globinho colocado ente os lábios, na frente dos dentes. Sobretudo não sopre ao cantar o "U": levante uma parede imaginária na frente do seu ar, ou que precisa reter um cavalo muito veloz com as rédeas.
Todo o ar deve converter-se em som.
Isto pode se controlar por meio de uma vela acesa: coloque-a diante da boca, a dez centímetros de distância, no máximo. Sua chama não deve oscilar enquanto você canta.
Se o exercício está bem feito, todo ar fica no som para enriquecê-lo.
Este exercício deve ser feito subindo cromaticamente na extensão da tessitura.
Quando se chega ao alto médio, o globinho se desloca para o centro da boca.


12º Exercício - Condução dos Sons Graves aos Ressonadores

Temos dito que por mais graves que sejam os sons, devem recorrer sempre aos ressonadores faciais para serem enriquecidos com seus hormônios e assegurar a homogeneidade da voz.
Por meio deste exercício, se encontrarão muito facilmente os ressonadores faciais nos sons graves. Se comprovará, ademais que não é necessário buscar as ressonâncias do peito nas partes graves: elas surgem por si, deverá se ter o cuidado de não apoiá-las ali, pois os sons graves têm seu ponto de apoio no mesmo lugar que os outros sons.
Aspire fortemente o "H".
Passe rapidamente pelas vogais, para fazer vibrar a nota no duplo "N", com a língua apoiada firmemente contra o paladar.
Se o exercício está bem realizado, é impossível não encontrar as ressonâncias faciais, ainda que para as notas mais graves da voz.

13º Exercício - Preparação para os "Pianos"

Começa-se por pronunciar o "I" bem na frente, justamente atrás dos incisivos superiores, um "I" penetrante, com a boca aberta ao máximo e como querendo morder o som.
Depois, trata-se de chegar à vogal "U" francesa, fazendo dela um som pleno, puro, etéreo, suave, estável e tão tranquilo como se pudesse ser mantido quase indefinidamente.
Para conseguir "I", entre o primeiro "I" e "U", o interior da boca se estira para cima; os lábios se adianta para pronunciar o "U", e se tem a impressão que ela dá uma volta até o fundo da boca, indo ressoar no alto por detrás dos olhos, com uma pureza surpreendente: é um som de flauta em uma catedral; sua calma e sua firmeza se mantém por um fio de ar.
Realizando bem este exercício, chega-se a adquirir a ciência dos "pianos" mais tênues, mais puros e mais estáveis. Poder-se-á sustentar as notas indefinidamente, chegando inclusive a esquecer que se canta.
É por meio deste exercício, e partido deste "pianíssimo" que se deve iniciar o estudo dos sons "filados". Aumenta-se lenta e progressivamente a intensidade deste som admiravelmente colocado. Como sempre, no som mantido, deve-se continuar apontando-o para o alto e repetindo-se mentalmente a vogal.
Estando esse som muito bem colocado, o ar não escapa e poder-se-á conservá-lo facilmente para o "diminuindo" que deverá ser também lento e progressivamente.
Isto tudo será mais fácil exemplificando e explicando oralmente.

14º Exercício - Sons Picados

Um som picado é um som atacado como qualquer outro, ou seja, nitidamente.
O que faz dele um som "picado" é a grande rapidez que o cortamos, como se o queimássemos.
Sobretudo, este corte deve ser muito nítido, e o ar não deve transbordar nem durante sua realização, nem depois da mesma.
Os sons picados podem ser comparados às bolas lançadas por uma raquete contra o tabique (imaginário) colocado atrás do nariz que seria como um muro contra o qual se exercitam os tenistas.

15º Exercício - Os Intervalos

Os intervalos deverão ser trabalhados primeiramente do agudo ao grave e, logo depois, do grave ao agudo. Tomemos, por exemplo, a quinta. para uma voz não trabalhada, poderia parecer difícil executar sem mudar o luar de colocação da voz e... cuidado com os registros. Mas pode-se vencer esta dificuldade começando pela nota mais alta e trazendo bem perto dela a nota grave, tendo a impressão de que se canta uma mais alta que a anterior e, deste modo, não se alterará a homogeneidade vocal.
Uma vez colocada bem alto a nota grave, cante imediatamente a quinta ascendente.
Deve-se trabalhar no mesmo modo todos os intervalos até chegar a se acostumar a tornar sempre a nota grave ao lado da aguda cada vez que se canta um intervalo relativamente grande.


16º Exercício - Escalas Descendentes e Oitavas

Se realiza sobre o "E" com a boca meio aberta (dois dedos de altura). Fixe bem o "do". Mantenha-o firmemente em seu lugar, cuidando que tudo permaneça imóvel no interior da boca (condições essencial nos sons mantidos).
Nesta posição bucal, "suba" a escala descendente, fazendo todas as notas chegarem ao mesmo lugar de ressonância: é como se as notas fossem, nessa subida, à procura do "do".
Só para as últimas notas graves, a boca poderá voltar a fechar-se imperceptivelmente, enquanto a voz, e o "E" se aclaram.
Deste modo, no "do" grave, permanecerá muito perto do primeiro e se pode voltar a cantar a oitava, sem nenhuma dificuldade, com a maior homogeneidade, baixando ligeiramente o queixo.
Este exercício deve ser praticado em toda a extensão da voz. À medida que se sobe, deverá abrir-se cada vez mais a boca e a garganta para atacar a primeira nota.
Nas escalas descendentes deve-se acentuar ligeiramente a segunda nota, cuja precisão assegura a das notas seguintes.

17º Exercício - O Trinado

O trinado é o único exercício vocal que se efetua realmente na garganta, por meio de uma sacudida mecânica da laringe. Isto se pode comprovar, apoiando os dedos contra o pescoço, na altura da Maçã de Adão (ou seja, a laringe).
Começamos a trabalhar o trinado sobre a terça. Depois sobre a segunda (trinado propriamente dito).
A fusa provoca uma sacudida da laringe. Esta sacudida, ao repetir-se, se transforma em uma oscilação regular que não é outra coisa senão o trinado.
Certas vozes podem cantar o trinado com muita facilidade, enquanto outras devem exercitar muito antes de poder fazê-lo.
Os italianos antigos exercitam o trinado repetindo muito rapidamente a mesma nota sobre a letra "I

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# abr/04
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Esse post entra pro guiness, hauhauahauhauhauhauha.... o maior de todos os tempos

floor jansen
Muito bom esse material, mas tah faltando as fotos ilustrativas. Vc tem esse material completo para me passar por email???

floor jansen
Veterano
# abr/04
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TENHO...REPETE O E-MAIL...VOU T COLOCAR NA MINHA LISTA, AÍ TUDO O Q EU TIVER EU T PASSO.

fernando canuto
Veterano
# abr/04
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MUito dezzzzzzzzzz tudo isso. Ainda vou ler o resto, pois estou na metade!

Gippe
Veterano
# abr/04
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floor jansen
obaaaaa
rafa_chrono@hotmail.com

floor jansen
Veterano
# abr/04
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Gippe
peguei...vou mandar....
fernando canuto
é 10 mesmo....

FáBiO LiOnE
Veterano
# abr/04
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floor jansen
manda o resto!!por e-mail!!brigadinhuuu =***

floor jansen
Veterano
# abr/04
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FáBiO LiOnE
tá bem....

FáBiO LiOnE
Veterano
# abr/04
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floor jansen
brigadinhu

floor jansen
Veterano
# abr/04
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FáBiO LiOnE
d nada amor...

FáBiO LiOnE
Veterano
# abr/04
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floor jansen
smack smack...;)

thunderbreaker3
Veterano
# mai/04
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floor jansen
mto grande nao li, manda por ae email ae fofa plz
aprendeu tudo isso com o dedé??

Patryk
Veterano
# mai/04 · Editado por: Patryk
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floor jansen
nossa... muito bom mesmo!!! o thunder (num eh o thunderbird da mtv nao... huehuehue eh o thunderbreaker mesmo!!! heheheh) mi falou desse topico, dai vim correndo... com o mouse e o teclado pra kah!!! hueheuheu... hehe

mas tipo... Axo ki nunca ngm fez isso aki no forum di canto... nao soh no forum di canto como em qualquer forum di qualquer lugar!!! serio mesmo!!! nem os foruns da grangaiada ki eu visitu nunca vi ngm tao legal a ponto di perder moh tempao pra ajuda os necessitados!!!(eu!!! heheh) mas concerteza num foi perca de tempo!!! e vc concerteza vai ser recompensada com muito sucesso ;)

mas ein... parando di puxa saco!!! hehe to brincando... num eh puxa a bola nao(xiiiii num devia te dito isso... pego meio mal... mi perdoe!!! nao encare isso no mal sentido ;) ), arnn.... aproveitando sua bondade e boa vontade tbm!!

hehehe mi envia pur e-mail tumem?! hehehhe por favore!!!!

taki ó: patrykrose@hotmail.com ;)!hehehe

brigadinhu!!! hehehehe
ah outra coisa... oq eh esse "véu paladar"? axo ki eh uma pergunta meio idiota!!! mas eu num sei!!! faze uq!!! tem ki perguntah!!! hehehehe

agora xim...
brigadinhu!!!
fuiz

Patryk ^^

leonamcampos
Veterano
# mai/04
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floor jansen
Se não for abusar d+, manda para leonamcampos@ig.com.br que eu ficarei muito contente.
Obrigado desde ja.

the_painkiller
Veterano
# mai/04
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Patryk
ten + q me agradecer :PPPP

floor jansen
kram isso q eh kerer ajudar, o texto imenso mtas horas perdidas, vc merece pelo - 1 obrigado e algums elogios por ter feito isso

FáBiO LiOnE
advinha kem eh??????????????
acertou sou eu o thunder banido d novo uhihuhuihiuhihi essa eh minha sina desde a semana passada :P

GabrielGuerra
Veterano
# mai/04
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floor jansen

Cara, parabéns pelo post! Muito elucidativo e enriquecedor.
Pode me passar teu email? Gostaria de trocar uma idéia com você!

Meu email é gabrielguerra@lifestorm.net
Me escreve!

Um abraço

Gabriel Guerra
www.lifestorm.net
Baixe os Mp3 | Conheça o Projeto | Leia os Artigos
...................................................

floor jansen
Veterano
# mai/04
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thunderbreaker3
qual seu e-mail?

Galera, tô mandando no e-mail d vcs....

guipixote
Veterano
# mai/04
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floor jansen
se naum for pedir demais hehe
manda pra guilherme@pdh.com.br
muito obridaguuuuuuuuuuu
e meus parabéns!!!!!!!

floor jansen
Veterano
# mai/04
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guipixote

to mandando...

FáBiO LiOnE
Veterano
# mai/04
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the_painkiller
De novo você!!

Sir Nightfall
Veterano
# mai/04
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floor jansen
otima materia mto util mesmo parabens.


e ai galera hehhehe to de volta na area, tava com saudades de vcs

Amomusica
Veterano
# mai/04 · Editado por: Amomusica
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floor jansen

Gostei muito do material que vc postou neste tópico, apesar de ser a primeira vez que nos falamos, gostaria de te pedir o favor de me mandar o arquivo completo que vc tem por e-mail

Meu endereço é: andravalladares@hotmail.com

Eu tb tenho uma apostila de técnica vocal (com 25 páginas) que irei te mandar assim que vc me enviar esse material, ok?


Vou postar aqui os primeiros capítulos, pq o restante tem muitas figuras e não dá para postar:


I - VOZ, CORPO E MENTE

O templo humano

Se alguém lhe perguntar com que você canta, certamente você dirá que é com a boca – e talvez nem responda a uma questão tão idiota. De fato a indagação é pertinente, pois, não cantamos apenas com a boca, mas com o corpo e a mente.

Isso quer dizer que precisamos de uma boa condição física (não me refiro aos músculos de Silvester Stallone ou a cintura de Giselle Büchen) e muita concentração (quem sabe até igual ao um monge).

O bom estado do corpo é imprescindível para uma performance satisfatória. Não apenas da garganta, mas todo o templo humano. A começar pela postura. A coluna reta é uma exigência elementar.

Um grande número de músculos interage quando falamos ou cantamos. É preciso que eles tenham sido preparados para um funcionamento extenso. Por esta razão nós adotaremos alguns exercícios físicos para aquecimento muscular. Não desconsidere essa prática sob pena de provocar tensão muscular e limitar seu rendimento.

Não é à toa que se ouve dizer que “o homem canta com a alma”. A concentração é uma espécie de veneração, uma expressão sentimental. Difícil imaginar alguém cantar sem emoção ou prazer. Com efeito, devemos estar envolvidos com o canto assim como o ator está para o personagem que representa. A nossa afinação depende muito dessa concentração.


O canal vocal

Você detesta aula de biologia? Eu também, mas...

Vamos viajar um pouco na teoria cientifica e saber sobre o canal vocal. O som produzido é exteriorizado pela boca e ainda pelo nariz – sim, pelo nariz. O som é produzido e qualificado por uma série de elementos em nosso corpo.

O ar da nossa respiração é uma espécie de matéria prima. É ele que ecoa nossa voz através do esforço de alguns de nossos órgãos (diafragma, pulmões, cordas vocais...). Para que tudo isso saia perfeito, necessário se faz que os órgãos estejam com saúde.

É recomendável que se cante em pé e com a cabeça levemente erguida. A explicação é que assim o diafragma trabalha melhor, ou seja, acomoda mais e melhor, o oxigênio além do som sai reto pelo canal da garganta. Você já reparou isso nos corais?


Respiração correta

Quem não ouviu aquela citação clássica de marcha “Barriga pra dentro e peito pra fora” na hora respirar? Aí está o mal-entendido. Na hora de inspirar (receber) o ar o sujeito estufa o peito e espreme as tripas fazendo com que o diafragma se retraia impedindo que o oxigênio entre tranqüilamente. E depois para expirar (soltar) o ar que mal entrou, ele incha a barriga de nada – sem contar a careta que faz.

A forma correta de trabalhar a respiração é receber o ar (de preferência pelo nariz) em boa quantidade. Na hora de soltar o ar, use o nariz (e a boca quando for cantar).

O diafragma é um grande auxiliar para a respiração. Trata-se de um músculo localizado próximo ao abdome que se estica e encolhe conforme nossos impulsos. Ao relaxar, ele abre a caixa torácica para guardar o ar e a fecha ao se encolher. O diafragma também movimenta os pulmões, que por sua vez elimina o gás carbono do corpo junto com o ar. Na verdade, quando inchamos ou retraímos a barriga por própria vontade, é com ele quem trabalhamos.

Portanto, na hora de inspirar, relaxe o diafragma para receber bem o oxigênio e o encolha para expirar o ar velho.


Cadê o gogó?

E tem gente que acha que não tem gogó. O que ocorre é que a garganta é um dos mais sensíveis lugares do corpo humano. Isso porque é por onde respiramos e ingerimos comida e bebida – nem sempre com a qualidade desejada. Desta feita, a qualidade do som dependerá bastante da condição física do seu gogó.

Cordas vocais são membranas (tecidos que envolvem os órgãos) sustentadas pela laringe, que vibram e produzem e qualificam os sons no ato da expiração. São elas que determinam o seu timbre vocal e a variação dos tons entre grave (grosso) e agudo (fino).

Também os movimentos da faringe, língua e da boca dão características aos sons. É preciso, portanto, ter um certo domínio sobre elas.


Cuide bem do seu gogó:

·Evite álcool para não ressecar os órgãos.

·Fuja de comidas ou bebidas muito quentes ou estupidamente geladas. Há um limite de temperatura aceitável.

·Cigarro é inadmissível.

·Acidez dos alimentos pode prejudicar a parte bucal.

·Não grite jamais. A vibração desordenada das cordas vocais danifica seu potencial.

·Mantenha sua boca sempre hidratada. A sede faz estragos.

·A ingestão de bons alimentos (especialmente frutas) ajuda a conservação bucal.

·Um gargarejo de água e sal (uma pitadinha de nada) regularmente funciona como soro. Atenção; nada de sal em excesso, conhaque ou vinagre. Caninha 51 também nem pensar.
Se liga nessa

O grande maestro do nosso corpo é o cérebro e dele parte todos os impulsos (ordens) a serem obedecidos pelos órgãos. Conclusão, o estado de espírito é fator determinante na hora de soltar a voz. Então, você terá dificuldades em entrar no palco sabendo que seu cunhado bateu com seu carro. Do mesmo modo, não faria melhor se soubesse que acertou o grande prêmio da mega-sena (e quem iria ao palco depois de um prêmio desses?).

Como já dissemos, a concentração define a afinação. Isso porque a distração faz o cérebro perder o controle da vibração das cordas vocais – que é coisa muito sensível. Além do mais, se as cordas não forem bem adestradas não produzem o som esperado. Por isso que tem gente que não tem afinação; não tem controle sobre os órgãos.

Se você é um deles e quando quer cantar um “A” sai um “Ô”, esqueça seu passado e se prepare para sua nova carreira.


II - AULA PRÁTICA


Aquecimento físico

Você já conhece o valor do seu corpo para a voz. Por esta razão, iniciemos a aula prática com exercícios de alongamento e relaxamento. Use roupas leves e folgadas para não dificultar os movimentos.

1.Alongamento: de pé, levante os dois braços e vá se esticando suavemente para cima como se quisesse alcançar uma corda que está um pouco acima de sua cabeça. Mantenha os pés bem fixos no chão. De 1 a 3 minutos.

2.Relaxamento: movimente os braços e as pernas livre e suavemente para ativar melhor a circulação sangüínea e aquecer a musculação (dê chutes curtos no vento e simule natação, por exemplo). De 3 a 5 minutos.

3.Respiração: conforme os padrões teóricos aplicados anteriormente, trabalhe sua respiração e aproveite para entrar em estado de concentração máxima. Procure sentir o ar entrando e se espalhando em seu corpo através do sangue. Trabalhe os impulsos cerebrais para as partes do seu corpo (como leves movimentos dos dedos das mãos e pés). De 2 a 3 minutos.

4.Acorde o diafragma: se você leu todo o capitulo anterior (duvido) sabe da relevância deste músculo. Portanto, vamos desenvolver ainda mais suas atividades; inspire e expire rapidamente dando sopapos no diafragma como se estivéssemos bombardeando o abdome. De 1 a 2 minutos.

5.Aquecimento muscular do pescoço: abaixe completamente a cabeça (coluna reta, por gentileza) e comece a ergue-la vagarosamente até onde puder enquanto inspira. Segure o ar por algum tempo e desça a cabeça e vá soltando o ar devagar. Sincroniza o tempo do movimento com a respiração. Ou seja, o tempo do movimento deve ser igual ao da respiração. Vá retardando o tempo do movimento e da respiração aos poucos até alcançar a média de 30 segundos para levantar a cabeça (e inspirar), 10 para prender o ar e 30 para abaixar a cabeça (e expirar o ar). ATENÇÃO: observe sua capacidade. Se der para prolongar mais ainda o tempo, faça-lo. Do contrário, diminua o limite. Execute de 5 a 10 vezes nesse sentido e depois inverta a ordem do movimento e a respiração.

6.Aquecimento muscular do pescoço II: semelhante ao exercício acima, sincronize a respiração de acordo com os movimentos do pescoço. Entretanto, troque o movimento vertical pelo horizontal; ponha a cabeça no limite que ela se move para um lado e vá virando para o outro trabalhando a respiração.

7.Acionamento bucal: faça movimentos com a boca (caretas mesmo) para acionar a musculatura da boca; abrindo e fechando, esticando para os lados, etc.


Esses exercícios devem ser executados a cada aula prática ou de 2 a 3 vezes por semana.


III - PROPRIEDADES DA VOZ


Som e tonalidade

Som é tudo quanto podemos escutar – inclusive o estralo do cabo de vassoura da mulher quando o cara chega tarde em casa. A voz humana quando falada, o barulho de um motor ou um trovão são sons simples e puros. Mas existem alguns sons com uma particularidade especial; tonalidade. Sons com uma variação de tom tornam possível a existência da música. Sem a diferença de tons não há melodia.

Quando falamos não emitimos tonalidade e, no entanto, cantamos ao produzir sons com a variação de tons.


Timbre

É a identidade sonora. Ninguém é capaz de confundir o piano de um placa de zinco sendo arrastada. Portanto, cada som teu seu timbre e ele é quem caracteriza cada som.

O timbre é quem difere o som de uma guitarra de um violino, mesmo que eles toquem o mesmo tom. Também serve para distinguir a voz de uma pessoa. Considere ainda que, por parecidas que sejam duas vozes, há discriminação técnicas entre elas. Não é à toa que existem muitos equipamentos de segurança por reconhecimento da voz.


Clareza

Enquanto tem tanta gente querendo aprender a cantar há outras que, sequer, sabem falar. Uma propriedade fundamental da voz é a clareza. Se você fala e por três vezes a outra pessoa não entende e pede para repetir não quer dizer necessariamente que ela seja surda. Você pode não estar pronunciando bem o que fala.


Aprenda a falar

Dizem que carioca é tão preguiçoso que nem falam a palavra toda. Discordo disso porque não são apenas os cariocas.

O fato é que devemos ter mais qualidade ao pronunciar os verbetes. Dê atenção especial a todas as silabas para que fique claro o quer dizer. Enrolar a fala é prática de quem esqueceu a letra da música na hora do show. No entanto, a clareza é um dos quesitos avaliados os calouros.

Cuidado para não fazer a junção de duas ou mais palavras na hora de falar. Isso pode deturpar o significado da mensagem. Espie essa clássica cantada (e funciona):

“Ô, meu bem; meu coração por ti gela!”.

Pronuncie as ultimas palavras juntas e confira o resultado (um belo fora).

Atenção especial com palavras iniciadas vogal. No caso de “América”, pó exemplo, separe bem o “A” de “me”. Já em “Ambrósio” é diferente; separe “Am” de “bró”.

Palavras terminadas em “te” não são iguais que com “t”. No primeiro caso o “e” deve soar bem, enquanto que no outro o som é rápido e quase imperceptível.

Exemplos; “carinhosamente” e “pierrot”. Aliás, letras consoantes como d, f, p, t, e v isoladas no fim da sílaba não devem ser pronunciadas como são faladas no alfabeto. No ABC lemos v como “vê”. Porém, na palavra Tchaikovsky seu som é um “v” rápido. A onomatopéia (representação escrita dos sons) “zzzzzz” não deve ser lida como “zêzêzê...”. Apenas como o som seco de z prolongadamente.

Em geral, respeitando a divisão silábica, procure falar mais ou menos articuladamente. Ou melhor, ar-ti-cu-la-da-men-te. Isso vale para quando for cantar também.

Palavrões (palavras enormes) devem ser ligeiramente divididos em duas ou três silabas na hora de serem pronunciadas. Ex. “Tessalonicenses” pode lido com uma divisão bem rápida em “Tessalo-nicenses”.


Volume

Quando dizemos “Fale mais alto”, estamos pedindo para que o outra aumente o volume do som. Contudo, na música (com sons variáveis de tonalidade) alto e baixo diz respeito a grave e agudo (veremos isso mais tarde). Nesse caso devemos especificar “mais volume” ou “menos volume”.

O volume da voz esta atrelada diretamente à força com que jorramos o ar boca a fora. Daí a necessidade de uma boa respiração e conservação dos órgãos internos.

Cada um tem seu limite para o volume. Não force jamais o volume da sua voz. Nem ao cantar, nem ao falar. Mas é possível dar mais consistência a ela com o decorrer do treinamento adequado, buscando o que você tem e não desenvolveu.


Variação do tom

Em torno do som grave (grosso) e agudo (fino) construímos a melodia, ou seja, a música em si. Existe, portanto, uma escala de tonalidades representadas por notas musicais com padrão internacional a serem executadas por instrumentos ou pela voz humana. Cantar consiste em representar fielmente (não esqueça disso) as notas musicais estabelecidas na melodia. Para tanto, é mister dominar a voz.

Para saber a importância dessa variação, pegue uma música (pode ser “Parabéns pra você”) e cante numa nota só e veja se agrada – verifique se não tem ninguém estranho por perto.


IV - AULA PRÁTICA

Aquecimento físico

Favor realizar os exercícios de aquecimento físico passados na aula prática passada. Só após prossiga. Não seja teimoso!


Aquecimento vocal

Esse exercício serve para desenvolver o controle vocal dos sons. É importantíssimo para o desenrolar da voz. Não ignore a boa postura e também esteja bem hidratado (com água natural).

1. Moído: feche a boca e comece soando som “hummmmm” igual a uma vaca preguiçosa. Note que o som (grave) fica armazenado na faringe (cavidade no começo da garganta). Inicie com um tempo de 10 segundos para o som, pare, respire fundi e recomece aumentando o tempo de execução do som. 10 vezes.

2. Fonfom: o mesmo exercício acima, desta vez, trazendo o som para o nariz.

3. Staccato: vamos repetir o exercício 1 e 2 em staccato (você não sabe o que é staccato?). Quer dizer, som cortado em seqüências rápidas e fortes. “Hum... hum... hum... hum”. Use o diafragma para impulsionar o som.

4. Pianinho: é semelhante ao staccato, mas com uma diferença; soe baixinho.

5. Exercício: agora de boca aberta, trabalhe nos moldes acima um “psiu” com o som de “ssssssss”. 10 vezes normal e 10 staccato.

6. Exercício: ainda seguindo o modelo anterior, execute “Zzzzzzzzzzz”. 10 vezes normal e 10 em staccato.

7. Exercício: vamos trabalhar o volume calculando o tempo de execução e dividindo em dois; do zero para o mais alto possível e daí para o zero novamente. Ou seja, vá aumentando o som e depois diminuindo. Faça duas vezes com cada som já treinado.

8. Exercício: agora para relaxar, produza o som “Ffffffff” semelhante a um pneu vazando ar. Em seguida, uma chuva; “Xxxxxxxxx” e finalmente, uma metralhadora; “Rrrrrrrr”. Para este último, coloque e tremule a língua no céu da boca. 5 vezes cada.


Exercício de fonologia

Procure pronunciar bem os textos a seguir:

“O sapo sabia que a sapa soube que se sabiá soubesse saber que ser seria sabido será sábio”.

“Apapiru jadad irab ramát. E coso mular terbiá, ycalabjiady rifar teerã. Mojerikitu raja caluberê ati jivá, e pot unire qal deliatibá”.

OBS: se algum vocábulo do ultimo texto for algum palavrão em algum idioma que você conheça, leve em conta minha ignorância. Trará-se apenas de um jogo de silabas criadas para trinar a articulação.

FáBiO LiOnE
Veterano
# mai/04
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Amomusica
Andrinha...manda para o meu e-mail!!essa apostila!!obrigadinhu!

thifm
Veterano
# mai/04
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Alguem pode enviar para mim tb?

thifm@ibest.com.br

Valeu!

Amomusica
Veterano
# mai/04
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FáBiO LiOnE

Só se for agora, bebê... eu já tinha até me esquecido que tinha essa apostila no pc, só lembrei qd vi esse tópico, senão já teria mandado para vc. Bjos

thifm
Ok. Já estou mandando.

floor jansen
Veterano
# mai/04
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Amomusica
vou t passar o material....

esse material q vc tem foi muito comentado na PV, e foi motivo d riso entre muitos....o autor é muito divertido, porém sem credibilidade...é bem engraçado o texto. Vc tem o nome do autor, pq todo mundo na PV quer saber....

Sir Nightfall
Veterano
# mai/04
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Amomusica
manda pra mim tb se nao for mto incomodo per favore :)

nando.felipe@terra.com.br

floor jansen
manda pra mim tb o material q vc vai passar pra ela por favor se nao for incomodar...

nando.felipe@terra.com.br

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