Blues avançado - Preciso de uma "direção"

Autor Mensagem
Denis Guitar
Veterano
# jun/12
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elciosouza
Entendo o que você está dizendo e concordo plenamente. Mas acho que o conceito de blues pelos americanos vai além da forma estilizada que adotamos, cito o próprio Robben Ford:
1 - Ele se considera um guitarrista de Blues.
2 - Olhe os DVDs de video aula dele:
- "Playing the Blues"
- "The Blues and Beyond", sim, aqui ele vai pro jazz também.
- "The Art of Blues Rhythm"
3 - Olhe os nomes dos cds:
- Blue Moon
- Handful of Blues
- Blues Connotation
- Discovering the Blues Live
- Blues Collection
- Ford Blues Band
4 - O nome da banda que acompanha ele: The Blue Line
5 - O início da BIO dele no site dele: "Robben Ford is one of the premier electric guitarists today, particularly known for his blues playing as well as his ability to be comfortable in a variety of musical contexts. "
6 - Prêmio Grammy: "Robben's 1988 release for Warner Brothers, "Talk to Your Daughter" brought his first Grammy nomination (Best Contemporary Blues Recording)".
7 - Matéria na Vintage Guitar: "He formed the blues-rock trio the Blue Line with bassist Roscoe Beck and drummer Tom Brechtlein...".

Só acho que temos que rediscutir o nosso conceito de blues e saber que o leque é muito mais amplo que o delta blues.

Curly
"O Mozart Mello diz que a solução do blues passa muitas vezes mais pela pegada, pela malandragem do que pelo conhecimento teórico, gostaria de compartilhar um vídeo incrível que mostra bem do que uma pegada destruidora é capaz:"

Mozart sabe tudo e falou tudo nessa frase.

O Blues e sua origem (resumão)-> O blues é música negra americana do delta do rio Mississippi com fortes raízes africanas, brotou nas plantações de algodão, etc.. onde os escravos cantavam para espantar os maus espíritos, para poder suportar a dor e o cansaço do trabalho. A característica da pergunta e resposta tem a sua origem na música africana e era através da improvisação vocal que o blues foi nascendo. Cantava-se uma linha simples e repetitiva (formula do blues) enquanto, um de cada vez, improvisava com liberdade (a liberdade que não tinham na vida). O Blues era isso, era poder viver de forma digna, era se desprender do mal, da impotência, poder lamentar.
Diz-se que, se você conhece o blues de um homem você conhece a alma dele.
A etimologia da palavra blues veio muitos anos depois e é uma referência branca pra linguagem, quer dizer tristeza, dor, lamento, sofrimento.
O fraseado de guitarra no Blues nasceu como a resposta feminina as perguntas de voz masculinas, era o complemento (vide a guitarra do BB King - Lucille - que recebeu esse nome depois de ser salva de um incêndio provocado por 2 homens que lutavam por uma mulher chamada Lucille).
Por isso que blues é expressão, feeling, sentimento na hora de tocar. Acima de qualquer coisa tem que ter alma. Quer solar blues direito, sole com o corpo, toque como se a guitarra fizesse parte da tua alma e as cordas são as suas cordas vocais. Blues se faz da nota certa tocada do jeito certo!
- Olhe o vibrato do BB King
- Olhe o bend do Clapton
- Olhe o purismo do Robert Johnson
- Olhe o slide do Muddy Waters
Todas essas técnicas vieram pra tentar aproximar o som da guitarra ao homem.

Curly
Veterano
# jun/12
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Denis Guitar

Muito bom ! É como o mestre Muddy Waters resumiu a essência do Blues: "tira as calças e enfia lá dentro !", hehe, abç

Rabbit
Veterano
# jun/12
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Ótimo topico! Estou aprendendo muito aqui.

LeandroP
Moderador
# jun/12
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O título do tópico diz Blues avançado - Preciso de uma "direção"

O que estamos propondo são caminhos diferentes, mas que é blues.

LeandroP
Moderador
# jun/12
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Curly

Tenho um amigo que tem um LP do Cactus... A gente enchia a cara e ouvia música na casa dele, aí ele vinha com o Cactus pra fu*** a cabeça de todo mundo.

elciosouza
Veterano
# jun/12
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Denis, mas se vc pegar os clássicos do blues que o Robben toca ele faz um lance que não é puramente blues....tem os lances do jazz e fusion. ele sabe MUITO sobre blues, jazz e rock, mas no final ele executa o lance dele...que não é estritamente blues. se formos pegar um guitarrista que seja estritamente blues, independente do estilo que ele vá tocar,mas vai ser blues, é Eric Clapton. não importa o que ele toque...vai ser blues no fim das contas, entende meu ponto de vista? pra mim, um cara pra dizer que é guitarrista de blues, ele pode tocar qualquer estilo...mas no fim vc saca que ele é de fato blues. é a minha opinião...não quero que ninguém concorde ou aceite...é só a forma como eu encaro o estilo...afinal, sou purista quando se trata de blues....mas esse tipo de conversa é muito mais construtivo, ao contrário de 90% dos tópicos criados aqui no fórum.

renatocaster
Moderador
# jun/12
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Rabbit

Ótimo topico! Estou aprendendo muito aqui.

Estamos! :)

derek_70
Veterano
# jun/12
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Quando eu percebo que música está virando matemática eu fujo na hora.
Talvez seja por isso que há 20 anos eu não toco nada, ou talvez seja por falta de talento ou até preguiça mesmo. Felizmente não dependo de música pra viver.

Só sei que pra blues, vc precisa basicamente de penta menor e da penta maior. Tocando duas casa pra baixo em relação a menor, vc tem a escala maior. É claro que dá pra explicar isto com termos muito mais rebuscados e complexos e aqui fica minha crítica a quem complica as coisa pra poder vender aulas.

O que já ouvi da boca de grandes mestres dos blues como Clapton, BB King, Buddy Guy e até num show do Nuno Mindelis é que aprenderam tocando partes de um vinil a exaustão e tentando repetir os likcs. Aprenderam intuitivamente.

Pegue algum album do BB King ou Buddy Guy das antigas e tente fazer o mesmo.

Figonzalez
Veterano
# jun/12
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derek_70

Realmente o blues é bastante intuitivo. Mas o negócio é que eu consigo tirar um som até legal "intuitivamente", até mesmo porque nunca fiz aula nem nada, só que eu tambem queria entender o porque daquelas notas saca? Por isso que eu quis entender o blues além das pentas menores e maiores

Tomaz.
Veterano
# jun/12
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Depois de tudo que foi dito, fiquei meio receoso de postar algo.

Tem esse site aqui que fala bastante sobre texas blues e sobre Stevie Ray Vaughan.
http://steviesnacks.com/

derek_70
Veterano
# jun/12 · Editado por: derek_70
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Figonzalez você não precisa saber todas as regras de acentuação pra saber onde colocar os acentos nas palavras (na verdade das 15 a única regra que eu me lembro é que todas as proparoxítonas devem ser acentuadas).

Acho que em música é a mesma coisa. Eu duvido que o BB King ou o Buddy Guy saberiam do que se trata 10% do que foi escrito na página anterior mas intuitivamente eles sabem muito mais que aquilo, apenas de instinto.

Mais uma dica, beba da mesma fonte que os mestres beberam:

o ídolo do Stevie Ray Vaughan era um cara chamado Lonnie Mack:





o ídolo do Clapton era um cara chamado Freddie King:



o ídolo do Hendrix era um cara chamado Buddy Guy:



o ídolo do BB King era um cara chamado TBone Walker:




e por fim um cara que era ídolo tanto do Hendrix quanto do SRV, Earl King:




Figonzalez
Veterano
# jun/12
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derek_70

Valeu pelos sons...

vou ouvir!

bezerrabru
Veterano
# set/12
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elciosouza
se formos pegar um guitarrista que seja estritamente blues, independente do estilo que ele vá tocar,mas vai ser blues, é Eric Clapton. não importa o que ele toque...vai ser blues no fim das contas, entende meu ponto de vista? pra mim, um cara pra dizer que é guitarrista de blues, ele pode tocar qualquer estilo...mas no fim vc saca que ele é de fato blues.

Falou e disse, concordo plenamente.

derek_70
você não precisa saber todas as regras de acentuação pra saber onde colocar os acentos nas palavras (na verdade das 15 a única regra que eu me lembro é que todas as proparoxítonas devem ser acentuadas).

Acho que em música é a mesma coisa. Eu duvido que o BB King ou o Buddy Guy saberiam do que se trata 10% do que foi escrito na página anterior mas intuitivamente eles sabem muito mais que aquilo, apenas de instinto.


Outra que eu concordei de mais, de verdade...

Mas parabéns a rapaziada que mostrou um conhecimento fora do comum sobre a música, tanto em sua teoria quanto na prática. Muito daqui será útil para vários guitarristas, sendo para tocar a "pureza" do Blues ou estilos que derivam do mesmo, como o Fusion...

E claro, obrigado pela "aula" solidária que rolou aqui... Acho que todos aprenderam um pouco com este tópico.

d.u.n.h.a.
Veterano
# set/12
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Acho que estudar outro estilo faz muito bem pra quem quer tocar um blues diferenciado. Jazz é o que a galera mais estuda, no último ano foi o estilo que eu me dediquei, mas pro estilo que eu curto a mistura acabou não ficando tão legal. Agora to focado no country, misturando com blues e rock dá uma sonzera muito boa.

Marthin87
Veterano
# set/12
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d.u.n.h.a.
Você que passeia por outros estilos. Sentir facilidade em mesclar com o Blues?

LeandroP
Moderador
# set/12
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derek_70
Quando eu percebo que música está virando matemática eu fujo na hora.

Isso não tira a magia do blues ou de qualquer outro gênero, por mais simples que seja. Enquanto eu espero a intuição pra improvisar, a banda já está terminando a música. E o blues não é apenas I, IV, V maior ou menor, e ouço nas músicas do Buddy Guy por exemplo. Concordo com a espontaneidade, de vir do coração, da alma. Isso é quando está tocando. Quando está estudando um gênero que aprecia, não se deve desprezar essa matemática, que vejo como um mero joguinho, como o dominó e a tabuada do 7.

Buddy Guy - Suffer In Mind

http://www.youtube.com/watch?v=E2vyl2N6r8I

clebergf
Veterano
# set/12 · Editado por: clebergf
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Excelente tópico, que maravilha tenho que ler isso com calma depois, estou estudando blues no momento e nada melhor do essas dicas maravilhosas que vi aqui... :)

Minha pequena contribuição, um vídeo bem legal do B. B. King, onde ele recomenda as pessoas a estudarem...essa é legal para aqueles que acham q só pq o B. B. King não estudou formalmente então não é necessário...

Eu sou do time que acha que quanto mais você conhece e estuda mais condições você tem de deixar a sua alma e o seu coração falar por você na música, ao estudar vc está internalizando os conceitos e teorias e na hora de tocar é o momento de colocar para fora tudo isso, e no caso do blues com muito feeling... xD



clebergf
Veterano
# set/12
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Denis Guitar

Cara, não sei se tu ainda acompanha o tópico, mas fiquei curioso com o fato de vc não comentar o uso de arpejos nos solos/improvisos...vc não comentou pq não costuma usar ou pq passou apenas um pontapé inicial para a brincadeira?

d.u.n.h.a.
Veterano
# set/12
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Marthin87
d.u.n.h.a.
Você que passeia por outros estilos. Sentir facilidade em mesclar com o Blues?


Não muito cara. É que o blues agarra na gente de um jeito que nunca mais sai, começo tocando um jazzinho na bebop e quando vejo to dando bend na pentatonica rsrsrs Mas dá pra criar umas coisas bem legais.

conandrade
Veterano
# set/12
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Para mim, o mais importante (toque "bem" ou toque "mal), é a ATITUDE do blues.

Como assim?

Clapton, naquele "Sessions for Robert", diz que não consegue "imitar" Robert Johnson, pq o 'timming' dele é distinto. É como se não fosse "métrico". Ou seja, não segue um padrão. Claro que não! Vcs acham que o cara tinha dinheiro pra ter aulas!? rs
Ele não só "se virou" como fez o blues dele, conseguiu botar pra fora toda a angustia que lhe infernizou. Com a viola, assim como os outros, fez dela sua companheira.

O Clapton é muito bom, provavelmente sabe muito mais que o Robert Johnson. Mas... e daí?! - no bom sentido! Clapton é moisés, abriu caminho.

Bixo, de onde o blues veio? Por que ele veio? Para que ele veio? Suas raízes.

A guitarra/viola é um instrumento para expressão de um sentimento. É por isso que é arte. Quando o Robert Johnson disse que "went down in a crossroad" de joelhos, é pq ele FOI. Quando o Elmore James fala de Dust My Broom, se não me falha a memória, refere-se ao seu vício em cocaína.

O Clapton é desse naipe. Teve uma vida f*dida mesmo tendo sucesso e reconhecimento! Não é a toa que toca o que toca; que canta o que canta, e como canta!

O Ozzy Osbourne por exemplo, pqp blues puro naquele metal dele. Vc fica desesperado com ele, vc 'bola', enfim... ele te leva onde ele FOI. Não é questão, apenas, de "gênero musical", se me permitem.

Quer aprender blues? Viva a vida intensamente, ponha-a na sua música e:

Use as notas para dizer o que vc quer. Pentatonica ou não, vai ser consequencia.

Isso é blues! E vc nem precisa "tocar blues".

Todos os guitarristas classicos do blues querem dizer algo com seus licks. Se vc tentar jogar um verso da letra da música naquela melodia; naquele "lick", vc vai conseguir com muita facilidade.

Por isso que o B.B. é King. Ele te dá moral; te descasca; bota vc no chão ou no céu; com uma facilidade e intensidade de uma negona mae de quinze filhos.

Um professor de literatura disse uma vez, que gostava de aprender a falar latim pq vc "diz muito com poucas palavras". É exatamente isso que o B.B. King faz.

Ao contrário do Stevie Ray Vaughan. Que de vez enquando lida com raios. Seus solos é como o de uma mulher soluçando, chorando, para não perder algo de muita preciosidade.

Enfim... é mais ou menos o que penso sobre o blues e a música!
Abraços

bezerrabru
Veterano
# set/12
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conandrade

Outra bela definição, principalmente no trecho Use as notas para dizer o que vc quer. Pentatonica ou não, vai ser consequencia.

LeandroP
Moderador
# set/12 · Editado por: LeandroP
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O blues tem uma longa história, e foi evoluindo com o passar do tempo. Muito do blues se faz com sentimento, com história de vida. Só que eu não vou plantar algodão ou tentar me ferrar na vida pra depois fazer um blues de verdade, porque isso acaba acontecendo naturalmente. Já sofri por amor, levei galhada na testa, já perdi o emprego, já me senti sem rumo... Sinceramente, não é disso que estou atrás, não é isso que estou buscando. Assim como a vida é feita de frustrações e de realizações, eu estudo em paralelo, enquanto vivo tudo isso. Quando eu sentir a necessidade de depositar os meus sentimentos em uma música, pode até ser que eu me apoie somente em pentatônicas, mas posso escolher uma que nem seja do tom, e mesmo assim soará blues se for a minha intensão. Acho legal o equilíbrio entre sentimento (feeling) e harmonia, porque senão o meu blues será sempre a mesma coisa. Se eu quero um blues muito simples, me pego apenas tocando sem nada em mente. Quando quero um blues mais sofisticado, aí a harmonia fala alto, e continua sendo um blues, só que um pouco mais sofisticado... O que é a proposta do tópico, conforme o título.

Quando se faz uma rodinha de violão, ou então uma jam com muitos músicos pra improvisar, se você não tem algo diferente pra mostrar, o blues passa a ser um pé no saco em questão de minutos. Quantas vezes você já fez isso e percebeu que aqueles que estavam assistindo foram perdendo o entusiasmo? Por que? Porque ficou repetitivo, sempre a mesma coisa. É bom ter uma ou mais carta na manga, seja no blues, no samba, no rock... Só pra variar.


A
e--------------7/9---\7-------------------------
B--------------8/10--\8-------------------------
G--------------9/11--\9-------------------------
D-----------------------------------------------
A-0--0-0-0-0---------------0--0-0-0-0-----------
E-----------------------------------------------
(tempo livre)


O que esse Mi menor está fazendo na harmonia em Lá?

conandrade
Veterano
# set/12 · Editado por: conandrade
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LeandroP
Blues não é sofrimento: é sentimento. Justamente as coisas que vc sentiu. Pode ter sido uma coisa "idiota" mas que pra vc, marcou. Boa ou ruim. Se vc tiver a capacidade de inserir isso em algum momento da sua música, vc tem algo autentico. E aí: bingo.

Vc tem razão nesse parágrafo sobre repetição, coisa e tal, na minha opinião. Acho que a tendencia é justamente essa quando vc se prende às fórmulas! Quanto mais conhecimento vc tiver, melhor vc fala!

Denis Guitar
Veterano
# out/12
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clebergf
"Cara, não sei se tu ainda acompanha o tópico, mas fiquei curioso com o fato de vc não comentar o uso de arpejos nos solos/improvisos...vc não comentou pq não costuma usar ou pq passou apenas um pontapé inicial para a brincadeira?"

Olá, acompanho dentro do possível, as vezes fico sem tempo.

Sobre os arpejos, sim, uso demais. Acho que penso muito mais em arpejo pra solar do que escala. E sim, apenas passei um pontapé inicial. Acho vital pra um forum a discussão, o feedback. Não seria proveitoso eu discorrer durante 200 páginas tudo que penso sobre Blues, acho importante a troca de informação, assim o tópico toma seu curso natural, vai de acordo com os participantes. E consigo aprender bastante nesse ping pong de idéias.
Olhe só, o topico existe a um bom tempo e só agora alguém percebeu a falta de arpejos na discussão. Isso por si só é uma discussão, será que os guitarristas pensam demais em escalas pra improvisar e usam os arpejos apenas como um truque técnico? Não sei...
Já ouvi alguém comentar que não gostava de guitarristas que faziam arpejos, ou que tocavam sweep. Que absurdo! Mas isso mostra a tendência que muitas pessoas tem de exagerar na execução de arpejos completamente fora de contexto. Agora sobre sweep isso tá completamente equivocado pois é uma técnica usada até pra tocar escala.

Bom, falando sobre arpejos agora, hehehe...

Uso várias linhas de pensamento:

Blues maior em A, 12 compassos

A7 | % | % | % || D7 | % | A7 | % || E7 | D7 | A7 | E7

1 - Como parte do acorde.

Acorde A7, faço o arpejo de A, C#m(b5) ou A7. Esse efeito entrelaçado com a harmonia fica legal no turnaround.
E7 - arpejo de E, G#m(b5) ou E7.
D7 - arpejo de D, F#m(b5) ou D7.

2 - Como intenção.

Acorde de A7, faço o arpejo de C, Am, Am7. Dessa forma estou colocando a nota C natural, criando o choque com a terça maior do acorde e promovendo o sabor blues.

3 - Como complemento da harmonia - onde o arpejo oferece notas de tensão compatíveis com o acorde.

Acorde de A7.
Arpejo de C#m7(b5) fornece a nota B, nona maior de A7, fica A7(9).
Arpejo de Em fornece a nota B, nona maior de A7, fica A7(9).
Arpejo de F#m ou F#m7 fornecem a nota F# (13).
Arpejo de Em7 fornece as notas B (9) e D (11).
Arpejo de G fornece as notas B (9) e D (11).
Arpejo de D ou D7M fornecem as notas D (11) e F# (13).
Arpejo de G7M fornece as notas B (9), D (11) e F# (13).
Arpejo de Bm ou Bm7 fornecem as notas de B (9), D (11) e F# (13).

E no caso do dominante E7, não esquecer a relação com o diminuto:

Acorde de E7.
Arpejo de G#o, Bo, Do ou Fo, fornecem a nota F (b9).

4 - Como uma redução da escolha de pentatônica.

Por exemplo, se estou usando a Penta de Am6 (A C D E F#).

O arpejo de D7 (D F# A C), será a pentatônica sem a nota E. Então é bacana construir uma frase usando o arpejo de D7 e repousar (última nota) no E, cria um contraste legal.

5 - Como forma de incluir a intenção de 1 ou mais notas. Por exemplo, quero adicionar a nota... (acorde de A7)

C natural - Arpejos de Am, Am7, C.
F# - Arpejos de F#m, F#m7.
C e F# - Arpejos de F#m(b5), F#m7(b5).
C, F#(Gb) e D#(Eb) - Arpejos de Cm(b5), Co.

6 - Como efeito outside - excelente para o acorde dominante. Toda a discussão outside seria um topico a parte, vou dar apenas uma pincelada.

Acorde de E7
Arpejo de F7M, fornece as notas F (b9), A (11), C (b13).
Arpejo de G7, fornece as notas G (#9), F (b9).

ou mesmo no acorde tônico A7, compassos 8 e 11, arpejos de Bb7 e C7.



7 - Como forma de acrescentar a blue note.

Acorde de A7
Arpejos de A7(b5), Am(b5), Am7(b5), B, B7, B(#5), Cm, Cm7, D#m7(b5), Em7M, F#o, Ao, Co, Ebo, G(#5), G7M(#5).

Cara, as possibilidades não acabam, hehehe. Vou resumir:

Acorde de A7
Arpejos de:

A, A7, Am, Am7, A7(b5), Am(b5), Am7(b5), Ao
Bb7
Bm, Bm7, B, B7, B(#5)
C, C7, Cm, Cm7, Co, Cm(b5)
C#m(b5), C#m7(b5)
D, D7, D7M
D#m7(b5), Ebo
Em, Em7, Em7M
F#m, F#m7, F#m(b5), F#m7(b5), F#o
G, G7M, G(#5), G7M(#5)

Tá aberta a discussão, um grande abraço!

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