Blues avançado - Preciso de uma "direção"

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Rednef2
Veterano
# mai/12 · Editado por: Rednef2
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Denis Guitar
Cara me tira uma duvida ai

"Acorde de A7-> Am7, Am6, A7"

A nota "C" do Am7 e Am6 não ia ficar dissonante por causa do "C# " do A7?

LeandroP
Moderador
# mai/12
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Rednef2

O que aparentemente é um C (terça menor do Lá), é na verdade um B# (nona aumentada do Lá), o que dá ao A7 a tensão #9 = A7(#9)

Denis Guitar
Veterano
# mai/12
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Rednef2
Isso é Blues, nasceu em parte daí, desse choque de terça menor em cima de acorde maior. Não podes pensar em Blues só com as regras da teoria tradicional, blues é blues, outra teoria. Essa tensão é chamada de tensão blues. (hehe, quanto blues numa frase...)
Tanto que os acordes base tem a mesma estrutura mas desempenham função diferente. Todos são de sétima da dominante mas...

A7 é Tônico
D7 é Subdominante
E7 é Dominante

Por isso pra solar é bom saber a função e posição do acorde dentro da formula, pois a estrutura não entrega o que fazer.

LeandroP
Isso mesmo, dá pra pensar desse jeito. E o acorde T7(#9) é um dos mais usados no blues.

Rednef2
Veterano
# mai/12
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LeandroP
Denis Guitar
Entendi agora esse lance, valeu!!!

Esse negocio de solar por acorde é meio complicado hehehee

LeandroP
Moderador
# mai/12
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Rednef2

Esse negocio de solar por acorde é meio complicado hehehee

É nada, pelo contrário. Basta fazer algumas observações e comparações que tudo faz sentido.

Veja bem, você está numa penta maior do tom do acorde maior. Nada mais óbvio, certo. O Denis Guitar sugeriu, por exemplo, a penta m6 do mesmo tom quando mudar pro acorde IV pra facilitar o raciocínio, já que é uma escala fácil de colocar na ponta dos dedos.

Então veja o que é uma penta m6 em Lá:

A, C, D, E, F#

Esta penta vai ser tocada sobre o IV7. No caso de Lá, o IV7 é o acorde D7.

Agora veja como a penta m6 é perfeita no D7.

Notas do D7: D, F#, A e C

Perceba que só existe uma nota de diferença, a nota E, que em relação ao D7 forma um intervalo de nona maior = D7(9).

Perfeito!!!

Sobre A7 toque a penta maior de A ou a penta de A7 mesmo. Ou toque a penta de Am7 se quiser uma intenção blues, ou a penta blues (que é a penta de Am7 mais a 4a aumentada - blue-note), e aí é blues meZmo.

Quando mudar pro D7 toque a penta de Am6.

Se o raciocínio de Am6 pro acorde D7 funciona, então a penta de Bm6 deve funcionar também pro acorde do Vº grau, o E7, ou E7(9).

Isso facilita as coisas pra que você não tenha que se preocupar com um monte de notas, dando mais ênfase ao feeling (tocar sem muita ou nenhuma preocupação).

Não tem como tirar os acordes da jogada se é sobre eles que você improvisa.

Denis Guitar
Veterano
# mai/12
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Rednef2
Começe de forma simples, não use todas as opções ao mesmo tempo. Sugiro algumas abordagens de estudo:

Blues em A (Maior, Slow Change, 12 compassos)

A7 | % | % | % || D7 | % | A7 | % || E7 | D7 | A7 | E7 (essa é a base mais fácil de achar backing track no mundo, hehehe)

1 - Toque com a penta de F#m7 na primeira vez e quando a base for começar de novo mude para Am7. Fácil, tens bastante tempo pra desenvolver tuas idéias antes da mudança.

2 - Use a penta de Am7 em cima do acorde de A7, quando mudar para outro acorde não toque, apenas espere. Depois use a penta de Dm7 em cima do acorde de D7, quando mudar para outro acorde não toque. E finalmente use a penta de Em7 em cima do acorde de E7 e quando mudar de acorde, espere. Isso será otimo para você aprender a identificar o ponto de mudança dos acordes.

3 - Use as pentas de Am7 para o A7, Dm7 para o D7 e Em7 para o E7. Use sempre o mesmo desenho, só mudando de casa.
Penta de Am7 - casa 5 (desenho 1 da penta)
Penta de Dm7 - casa 10 (desenho 1 da penta)
Penta de Em7 - casa 12 (desenho 1 da penta)

4 - Toque a música inteira com a penta de Am7, mas quando for pro D7 mude pra penta de Am6 (quando for confortável fazer isso, não precisa ser sempre).

5 - Toque com as 3 pentas de A na música toda.

6 - Fique numa região apenas, mudando as pentas. Por exemplo, pentas de Am7, Dm7 e Em7 na casa 5.
Penta de Am7 - desenho 1 - começando na casa 5
Penta de Dm7 - desenho 4 - começando na casa 5
Penta de Em7 - desenho 3 - começando na casa 5

Vá fazendo assim, use uma escala que você sinta a vontade e de vez em quando dê uma mudada.

LeandroP

"Não tem como tirar os acordes da jogada se é sobre eles que você improvisa."

Falou tudo!

Gilberto Juba
Veterano
# mai/12
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Ótimas colaborações! Valeu!

Lord-g
Veterano
# mai/12
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Heita tópico bão sô !

Rednef2
Veterano
# mai/12
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LeandroP
Denis Guitar
Valeu pelos esclarecimento galera.

Tava dando uma praticada aqui nessas coisas que vocês escreveram e fica massa pra caramba.
Sem contar que eu achei muito bonita a sonoridade da penta de F#m7 sobre um Blues em A

elciosouza
Veterano
# mai/12 · Editado por: elciosouza
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cara, só uma idéia pra debater de forma saudável...esse lance de denominar a escala como sendo F#m7, sendo o tom A, acho um tanto confuso pra quem está começando e se perde em tonalidade...eu aprendi caçando material sobre o assunto,blues, em vários sites..isso já faz um muito tempo...e um lugar onde achei escalas utilizadas no blues, foi no site da Fender. lá eu aprendi que existem "2" escalas pra cada "tom". vamos supor que o blues esteja em A, vc pode usar a escala penta menor(que vcs chamam de Am7) ou a penta maior(que vcs denominam como F#m7)...pelo meu ponto de vista, acredito q seja por isso que os gringos aprendem com mais facilidade música em sua teoria e prática...pois é bem mais simplificado...mais direto...me corrijam se eu estiver errado, estou sempre aprendendo e como eu aprendi sozinho...acredito q eu cometo vários erros. pois ao invés de dizer pro cara que ele vai solar numa escala q tem o nome de outra tonalidade...isso pra quem está aprendendo, soa bem confuso!!!hj, como eu entendo bem melhor as coisas, consigo enxergar dessa maneira também...mas eu nunca consegui enxergar as escalas dessa forma "separada" como vcs. eu uso todas essas escalas e nem sabia!!!rsrsrs...pois eu penso nas notas que diferem da escala penta, como notas extras pra cada acorde, bônus....sei lá, é como eu enxergo esse assunto.

só um exemplo http://www.guitarmasterycoaching.com/understanding-blues-scales-for-gu itar.html

eu aprendi mesmo foi no extinto site Fender Players Club.

Denis Guitar
Veterano
# mai/12
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elciosouza
Não, na verdade é mais simples. O que estamos fazendo é sugerir diferentes posições para o uso da mesma escala, a penta m7. Assim o guitarrista improvisando pode escolher o desenho que se sente mais confortável e apenas mudá-lo de posição no braço mantendo o shape. Vou ilustrar:

Penta de Am7 - Desenho 1:


e-------------------------5-8----------------------------
B---------------------5-8--------------------------------
G-----------------5-7------------------------------------
D-------------5-7----------------------------------------
A---------5-7--------------------------------------------
E-----5-8------------------------------------------------


Tocando em cima do blues em A, slow change, 12 compassos (vide formula no post anterior). Ele pode ainda usar a penta de F#m7:




e-------------------------2-5----------------------------
B---------------------2-5--------------------------------
G-----------------2-4------------------------------------
D-------------2-4----------------------------------------
A---------2-4--------------------------------------------
E-----2-5------------------------------------------------

Observe que o shape é o mesmo, só muda a posição no braço. Pode usar a penta de Em7:


e-----------------------------------12-15------------------
B-----------------------------12-15------------------------
G-----------------------12-14------------------------------
D-----------------12-14------------------------------------
A-----------12-14------------------------------------------
E-----12-15------------------------------------------------

Mesmo shape ainda, mas agora na casa 12. E ainda pode usar a penta de Bm7:


e---------------------------7-10--------------------------
B----------------------7-10-------------------------------
G------------------7-9-----------------------------------
D--------------7-9---------------------------------------
A----------7-9-------------------------------------------
E-----7-10------------------------------------------------

Olhe só, o cara pode tocar com 4 pentas m7 diferentes usando o mesmo shape, só mudando a posição no braço.

Agora solando por acorde, quando for pro D7 pode mudar pra penta de Dm7:


e-----------------------------------10-13------------------
B-----------------------------10-13------------------------
G-----------------------10-12------------------------------
D-----------------10-12------------------------------------
A-----------10-12------------------------------------------
E-----10-13------------------------------------------------


Quando for pro acorde de E7 pode mudar pra penta de Em7:


e-----------------------------------12-15------------------
B-----------------------------12-15------------------------
G-----------------------12-14------------------------------
D-----------------12-14------------------------------------
A-----------12-14------------------------------------------
E-----12-15------------------------------------------------


E mais todas as opções que coloquei nos primeiros posts. Pra começar fica melhor assim, o guitarrista não se perde com o formato da escala, ou tipo, pois estamos usando pra todas as opções o mesmo shape, só mudando de lugar no braço. A tônica da penta se refere a posição (corda 6 pro shape que usei no exemplo) onde vamos tocá-la no braço.

Penta de Cm7 - Casa 8 ou 20
Penta de C#m7 - Casa 9 ou 21
Penta de Dm7 - Casa 10 ou 22
Penta de D#m7 - Casa 11 ou 23
Penta de Em7 - Casa 12 ou solta (0)
Penta de Fm7 - Casa 1 ou 13
Penta de F#m7 - Casa 2 ou 14
Penta de Gm7 - Casa 3 ou 15
Penta de G#m7 - Casa 4 ou 16
Penta de Am7 - Casa 5 ou 17
Penta de A#m7 - Casa 6 ou 18
Penta de Bm7 - Casa 7 ou 19

Agora convém, depois de passar por esse primeiro estágio, experimentar trocar as pentas na mesma posição no braço. Exemplos:

Indo da Penta de F#m7 para Am7...


e----------------------2-5---------------------3-5---------
B------------------2-5---------------------3-5-------------
G--------------2-4---------------------2-5-----------------
D----------2-4---------------------2-5---------------------
A------2-4---------------------3-5-------------------------
E--2-5---------------------3-5-----------------------------


Indo da Penta de Am7 para Dm7...


e----------------------5-8---------------------5-8---------
B------------------5-8---------------------6-8-------------
G--------------5-7---------------------5-7-----------------
D----------5-7---------------------5-7---------------------
A------5-7---------------------5-8-------------------------
E--5-8---------------------5-8-----------------------------


Indo da Penta de Am7 para Em7...


e----------------------5-8---------------------5-7---------
B------------------5-8---------------------5-8-------------
G--------------5-7---------------------4-7-----------------
D----------5-7---------------------5-7---------------------
A------5-7---------------------5-7-------------------------
E--5-8---------------------5-7-----------------------------


E todas as possibilidades...

Nota: Uma penta é composta de 5 notas e elas estão distribuidas no braço inteiro, usamos os shapes para facilitar a execução. Existem várias formas de se tocar a mesma pentatônica, olhe nesse link algumas possibilidades.

A chamada "penta maior" é só um conforto teorico, na prática esse conceito dificulta pois faz-nos acreditar que é uma escala diferente ao invés de uma posição diferente no braço pra mesma escala. O conceito "penta maior" ainda se confunde com a penta M7 (mixolídio) que difere da m7 pela sua terça maior. Eu prefiro pensar em pentas m7, m6 e M7, todas com a opção de terem a blue note (#4).

Valeu, abraço!

Claudio Walczak
Veterano
# mai/12
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Figonzalez

Procure as apostilas do Robben Ford amigo, ali é o blues elegante.

Denis Guitar
Veterano
# mai/12
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Robben Ford é o cara!!! Recomendo as video aulas dele também.

LeandroP
Moderador
# mai/12 · Editado por: LeandroP
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Gostaria de apresentar algumas variações do blues de 12 compassos.

Com a intenção de deixar mais clara as mudanças, vou escrever 4 compassos por linha, de modo que dividindo 12 compassos por 4, teremos 3 linhas cada coro.

Todos com o Iº grau em A

Ex.1

| A | % | % | % |
| D7 | % | A | % |
| E7 | D7 | A | E7 |


Ex.2

| A | D7 | A | % |
| D7 | % | A | % |
| E7 | D7 | A | E7 |


A diferença entre o exemplo 1 e o exemplo 2 está no segundo compasso, onde o acorde que representa o IVº grau (D7) aparece logo no início. É legal tocar os dois exemplos e perceber a diferença.

Não escrevi o A como sendo o A7 pra que o acorde não tenha o sabor dominante. Não que isso seja o certo, mas apenas para ilustrar o próximo exemplo, onde o A7 aparece com uma função que ganha um certo destaque.

Ex.3

| A | D7 | A | A7 |
| D7 | % | A | % |
| E7 | D7 | A | E7 |


Notem que o A7 apareceu no 4º compasso, na mudança do Iº para o IVº grau. Enfatizei o A7 neste compasso pra ficar clara a preparação pro acorde D7, afinal de contas o A7 é o dominante (acorde que faz a preparação) do D7 .

Pensando desta forma (em preparação), podemos imaginar um blues mais cadenciado. E o que seria isso?! Cadenciar é utilizar acordes de diferentes funções, causando a sensação de movimento. Tem um tópico que fala exclusivamente sobre cadências e quem se interessar sobre o assunto pode ler através deste [link].

A cadência mais conhecida e utilizada pelos improvisadores, compositores em geral é a "II, V, I" (fala-se "dois cinco um").

Então vamos pegar o exemplo 3 e, sobre o 4º compasso (aquele em que tocamos o A7 preparando pro D7) e inserir uma cadência II, V, I.

Ex.4

| A | D7 | A | Em A7 |
| D7 | % | A | % |
| E7 | D7 | A | E7 |


O acorde Em é o II grau do D7, e se tocar o movimento "Em - A7 - D7", você cadenciou. Mesmo que esteja improvisando sobre o 1 exemplo do blues de 12 compassos, você pode arpejar os dois acordes no 4º compasso que ficará legal.

O acorde A7 tem um trítono entre os intervalos de 3a maior e 7a menor. Quando invertido este intervalo permanece um trítono pelo fato de dividir a escala exatamente ao meio. Então o trítono invertido pode ser de um outro acorde dominante. Sabendo que o trítono de A7 é formado pelas notas C# e G (3a e 7a), então invertendo teremos G e C#, só que são 3a e 7a de outro acorde, que fazendo uma rápida consulta ao meu oráculo, descobri que o acorde é o Eb7.

Então o Eb7, por ter o trítono gêmeo ao A7, vou utilizar na substituição do A7. O acorde Eb7 é o SubV7 (substituto do V7).

Ex.5

| A | D7 | A | Em Eb7 |
| D7 | % | A | % |
| E7 | D7 | A | E7 |


Neste exemplo aconteceu uma coisa curiosa. No 4º compasso ocorreu uma cromatização do baixo, de E pra D, passando pelo Eb.

Posso aplicar esta mesma ideia, se eu quiser, pra todos os acordes do primeiro exemplo, e enriquecer o meu blues.

Esta postagem não é pra passar tudo sobre o assunto, mas apenas mostrar que através de conceitos simples de harmonia podemos incrementar não só o blues, mas qualquer outro gênero musical. Se postei alguma bobagem, peço que me corrijam e se pintar dúvidas, é só perguntar.

LeandroP
Moderador
# mai/12 · Editado por: LeandroP
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Falando em Robben Ford, vão as minhas preferidas dele... Músicas Maravilhosas!

Life Song (one for Annie)

http://www.youtube.com/watch?v=CTkM58AVO1M

e

Revelation

http://www.youtube.com/watch?v=-gEIyQC3Jaw

Denis Guitar
Veterano
# mai/12
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LeandroP
Massa rapaz, só pra completar as tuas idéias...

Quando o Blues começa-> A7 | % | % | % |, chamamos ele de slow change, pois leva 4 compassos para mudar de acorde. Quando já muda no segundo compasso-> A7 | D7 | A7 | % |, chamamos de fast change.

Outras idéias:

Compasso 1 - Vai o acorde tônico (A7)
Compasso 2 - Slow change (A7) ou Fast change (D7)
Compasso 3 - Tônico (A7)
Compasso 4 - Pode enfatizar a função dominante do A7 com tensões como: A7(9), A7(b13), A7(#11), onde as tensões representam aproximações cromáticas para o acorde de D7.
b13 é a nota Fá que vai para Fá# do acorde de D7
9 é a nota Si que vai para Dó do acorde de D7
#11 é a nota Ré# que vai para Ré do acorde de D7, etc...
Compasso 5 - Subdominante (D7)
Compasso 6 - Comum aparecer o D#o pra preparar a volta pra A.
Compasso 7 - Tônico (A7)
Compasso 8 - Comum aparecer alguma preparação pro turnaround.
Ex1: B7 || E7 (turnaround) | D7 | A7 | E7 ||
Ex2: F#m7(b5) B7 || E7 ...
Ex3: F7 || E7 ...
Ex4: A7 A#o || E7/B ...
Compasso 9 - Dominante (E7)
Compasso 10 - Sub (D7)
Compasso 11 e 12 - Clichês de turnaround - licks. É comum também aparecer cadências tipo:
A7 F#7 | B7 E7 || ou
A7 | Bb7 || ou
A7 | F7(9) E7(9) || ou
Bm7(b5) | E7 | A7 | A7 (E7)

Outras Fórmulas de 12 compassos:

Count Basie Blues
A6 | D7 D#o| A6 | Em7 A7 || D7 | D#o | A7 | F#7 || Bm7 | E7 | A7 | A7

Swing; R & B; Boogie-Woogie:
A7 | D7 | A7 | A7 || D7 | D7 | A7 | A7 || B7 | E7 | A7 | Bm7 E7

Menor, pra aqueles que acham que não existe formula pra blues menor:

Am6 | Dm7 | Am7 | A7 || Dm7 | Dm7 | Am7 | Am7 || F7 | E7 | A7 | Bm7 E7

É legal também ir além do blues de 12 compassos:


Blues de 8 compassos:

A7 | D7 D#o | A7 | F#7 | Bm7 | E7 | A7 | A7

Blues de 10 compassos:

A7 | A7 | A7 | A7 | D7 | D7 | E7 | E7 | A7 | A7

Blues de 16 compassos:

A7 | A7 | A7 | A7 | D7 | D7 | A7 | A7 |
E7 | D7 | E7 | D7 | E7 | D7 | A7 | E7

Denis Guitar
Veterano
# mai/12
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Não posso deixar de postar um dos primeiros blues:



LeandroP
Moderador
# mai/12
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Denis Guitar

Pegando o violão pra experimentar tudo isso... (rsrsrsrsrs)

Valeu!

LeandroP
Moderador
# mai/12
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Denis Guitar

A7 | D7 D#o | A7 | F#7 | Bm7 | E7 | A7 | A7

Gosto muito dessa ;)

Embaixador da Etiopia
Veterano
# mai/12
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Denis Guitar
tem como tu indicar músicas onde eu possa encontrar essas estruturas de blues que vc postou??

LeandroP
Moderador
# mai/12
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Denis Guitar

Sobre esta:

A7 | D7 D#o | A7 | F#7 | Bm7 | E7 | A7 | A7

Dependendo do caso, eu gosto de cromatizar do A7 pro F#7 (A7, G#7, G7, F#7), substituir (ou não) o Bm7 pelo B7 e finalizar com um E aumentado.

Denis Guitar
Veterano
# mai/12
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LeandroP
Traz uma cor bonita pra cadência, legal!

Denis Guitar
Veterano
# mai/12
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Embaixador da Etiopia
Olá.

Essas estruturas são clichês, você encontra milhares de músicas com essas formulas.

12 compassos fast change: Robert Johnson...



12 compassos slow change: Muddy Waters



Chuck Berry...



Vá no Count Basie Orchestra por exemplo, que é uma formula vinda do nome de uma banda que usava demais a cadência.

Ou procure Jerry Lee Lewis para os Boogie Woogie.

Olhe Blue in Green do Miles Davis, tem uma estrutura muito legal, com o dominante movendo meio tom pra cima.

8 compassos: Heartbreak Hotel, olhe a versão do Elvis.

16 compassos: Watermelon Man do Herbie Hancock



O mais divertido é ir tirando as músicas e descobrindo as formulas, abraço!

LeandroP
Moderador
# mai/12 · Editado por: LeandroP
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Uma música de criança, gravada por Steve Ray Vaughan, tem uma passagem curiosa.

A introdução é feita com harmonia tradicional de blues, mas quando ele começa a cantar, ele começa do IV7.

Mary Had A Little Lamb

http://www.youtube.com/watch?v=5aP2RzLNlbw

Legal este efeito.

elciosouza
Veterano
# mai/12
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as idéias de vcs são bacanas e tals...mas vcs estão fugindo do blues em certos aspectos...uma coisa que eu vejo muito, e que se repete aqui, é a galera achar que jazz e fusion é blues....não é....me desculpem,mas deinitivamente não é. são sons que vieram do blues...mas não são blues. não misturem as tintas...Herbie Hancock, Robben Ford....nunca foram músicos de blues...os caras tem a influência,mas não fazem o blues propriamente dito. blues é Robert Johnson, Blind Lemmon Jefferson, Bukka White, Son House, Skip James,Muddy Waters,Howlin Wolf,Buddy Guy,Albert King,B.B. King,Albert King...

LeandroP
Moderador
# mai/12
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John Mayer - I'm gonna find another you


http://www.youtube.com/watch?v=of_dV_R-zY0

A harmonia é muito gostosa de tocar.

Pra solar o John Mayer mostra em grande forma forma como fazer... Na boa... Tranquilo!

LeandroP
Moderador
# mai/12
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Eu sei elciosouza. Precisa ter este cuidado mesmo. A ideia era só pra mostrar o que se pode fazer com o blues. São tantas as possibilidades que se misturar tudo acaba saindo outra coisa menos blues. Aí tem que ter critérios, bom gosto, pra utilizar todas cada uma dessas ferramentas. Senão sai do blues mesmo, fácil.

Denis Guitar
Veterano
# mai/12
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elciosouza
Não rapaz, a maioria das ideias é pra blues tradicional mesmo. Pra ir pro jazz ou fusion o caminho é outro, muito mais elaborado. Mudar as formulas das cadencias se faz desde o início, observe o Robert Johnson, Muddy Waters, não tocam sempre com a mesma formula.
O BB King muda de escalas. O Jimi Hendrix usava várias pentas. As 3 pentas são usadas em todas as construções de blues, é o que dá o tempero do estilo.
Você deve estar se referindo ao Delta Blues, que é o de raiz. Mas não ache que é o único tipo, existem dezenas de variações: Memphis, Chicago, Country Blues, Electric Blues, Rock Blues, Swing, Boogie Woogie, Texas Blues, Blues Rock, Jump, Jazz Blues, Piedmont Blues, West Cost Blues, e a lista não acaba nunca.
Não dá pra dizer que Blues é só Delta Blues, seria como dizer que música brasileira é só samba...

elciosouza
Veterano
# jun/12
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Denis, eu entendo o que vc está dizendo em relação a escalas e tals...nem é nesse mérito q estou entrando...apesar de eu enxergar as escalas de outra forma, como disse anteriormente. mas é lance das pessoas dizerem q conhecem blues e tals....e quando vai ver, o cara tá na verdade falando de jazz!!! fusion!!!! tá entendendo??? isso aconteceu comigo faz pouco tempo..entrou um cara na minha banda, o cara é gente finíssima...já saiu até....rsrsrs....quando ele falou pra mim que curtia blues, fiquei feliz da vida!!! aí começamos a tocar...o cara fazendo uns lances muito diferentes,que eu sabia que na verdade era jazz. então no final eu perguntei a ele qual músico que ele curtia...e ele me fala do Robben Ford...aí eu tive que explicar que o Robben, é puta guitarrista e tals...mas não é blues...pedi pra ele me mostrar o que ele entendia por blues...aí veio Hancock e outros jazzistas e tals. aí eu chego a conclusão de que as pessoas misturam as tintas... eu sei que existem N variações do blues,mas a raíz de tudo é o Delta, e a maioria das variações não foge muito dela...não conheço todas, até por que nem todas me agradam...o que eu gosto de ouvir e tocar é som que originou tudo o que ouvimos hj.

Curly
Veterano
# jun/12
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São tópicos assim que compensam as centenas de abobrinhas criadas aqui diariamente, parabens !

Gostaria de contribuir mas sou preguiçoso demais para escrever algo estruturado, então vou postar apenas alguns comentários.

Por uma questão de gosto pessoal, não uso muito o conceito de pentatônicas e também não gosto do sistema caged. Ao invés disso, visualizo o desenho dos modos em sequência ao longo do braço, estando sempre ciente de qual modo está "acima", "abaixo", "a direita" e "a esquerda". Isso me permite improvisar em qualquer região do braço sem tocar posicionalmente.Também procuro pensar nas pentas como inclusas nos shapes dos modos maiores e menores.

Costumo também "tocar por acordes" mas usando as notas dos próprios acordes, montando frases que misturam segmentos de arpejos e cromatismos. Uma coisa interessante é notar que as bends devem convergir para as notas do próprio acorde, a não ser que se queira uma outra intenção.

O sistema proposto pelo Dennis é muito bom para atingir aquilo que o Mozart Mello chama de "intenção Blues". Aliás vale muito a pena a video aula "Blues" do Mozart, na verdade é quase uma introdução ao fusion. Outras concepções também podem ser usadas como aplicação do modo mixolídio, frases-arpejo, fusão de modos, etc.

É bom estar ciente da diferença entre tocar com "intenção Blues" e tocar o Blues. Se vc vai subir em um palco e tocar com uma banda de blues, aí tem que levar em conta também as REFERÊNCIAS ESTILÍSTICAS, que o músico absorve naturalmente escutando o estilo durante anos. E escutando os mestres, vemos que cada um tem a sua maneira própria, vamos ver alguns:

BB King: mistura na mesma frase penta maior e menor, muito comum frases terminando no riff clássico: 3a menor > 3a maior > tônica

Albert King: intenção menor quase 100% do tempo, usando as suas infernais bends compostas para ajustar o fraseado.

T-Bone Walker: fraseado jazzistico e harmonia sofisticada, o mais "letrado" dos mestres, hehe, parece que inclusive sabia ler música.

Muddy Waters: Exploração microtonal com o slide resultando em um fraseado infernal, impossível de se copiar (só Bob Margolin consegue tocar igual !)

Freddie King: fraseado eminentemente maior, usa muito cordas soltas no meio dos solos.

E por ai vai. São só alguns exemplos mas mostram como os estilos são individuais. Existem várias maneiras de tocar e cabe aos professores mostrar a base teórica e as possibilidades, assim o aluno pode escolher aquilo que mais se adapta.

O Mozart Mello diz que a solução do blues passa muitas vezes mais pela pegada, pela malandragem do que pelo conhecimento teórico, gostaria de compartilhar um vídeo incrível que mostra bem do que uma pegada destruidora é capaz:



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