Mercado Fonográfico, quem conhece?

    Autor Mensagem
    Claudio Natureza
    Veterano
    # ago/04


    postei esse tópico pra gente debater o mercado fonográfico. eu acho que a matéria interessa a quem já está afim de lançar cd ou já lançou, eu acho que não há orientação ao músico iniciante de como fazer para vender seu produto, ou de como funcionam os esquemas de empresários e gravadoras multi e independentes.

    Lembrem-se, não há como ter um trabalho musical reconhecido e desenvolvido plenamente sem o registro fonográfico.

    New Black Moon
    Veterano
    # ago/04
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    Claudio Natureza


    Realmente é complicado entrar neste mercado.
    Imagine centenas de bandas que existem, milhares de demos, vários produtores, todos querendo se lançar na mídia etc, fica complicado.
    Acho que falta informação sim, mas cade a OMB nesta hora? ahh ai é que esta... onde esta o apoio e informação que deveriam nos fornecer? pois é...

    Sincero
    Veterano
    # ago/04
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    Esse é um ótimo tema, pesquisei alguns textos para termos bases na discusão:
    A pirataria de CDs e o flagelo do “jabá”

    publicado no jornal A Hora do Povo On line


    Aferradas à estratégia monopolista de vender o máximo de unidades no mínimo de títulos - a poderosa Warner Music Brasil tem em seu cast apenas 14 artistas, entre bons, regulares, ruins e péssimos, as cinco multinacionais que controlam a indústria fonográfica no país (Warner, Sony, BMG, Universal e Emi), pagam para que suas gravações sejam marteladas até a saturação nas emissoras de rádio e televisão, em detrimento do variadorepertório musical nacional de qualidade, favorecendo a ação dos piratasque só viceja em ambiente de demanda altamente concentrada
    ESTRATÉGIA MONOPOLISTA


    A explicação, porém, deixa muito a desejar.

    Primeiro: A ABPD não diz e nem poderia dizer como obteve essa cifra de 115
    milhões de CDs piratas. Trata-se de uma informação tão merecedora de
    crédito quanto a afirmação dos dirigentes das cinco multinacionais que a
    controlam – Warner, Sony, BMG, Universal e Emi – de que não pagam para que
    suas gravações sejam tocadas até a saturação nas emissoras de rádio e
    televisão.

    Segundo: Ainda que o número correspondesse à realidade, seria necessário
    não omitir do relatório que o maior responsável pelo estímulo e promoção à
    venda de CDs piratas, no Brasil, é, exatamente, o uso e abuso do jabá pelas
    cinco gravadoras multinacionais.

    Aferradas à estratégia monopolista de vender o máximo de unidades do mínimo
    de títulos, essas empresas cada vez mais reduzem e empobrecem o repertório
    musical martelado pelos meios de comunicação, favorecendo a ação dos
    piratas, cuja estratégia é idêntica.


    BONS, REGULARES, RUINS E PÉSSIMOS


    Não fosse o flagelo do jabá, a vasta riqueza, diversidade e qualidade pela
    qual a música brasileira conquistou reconhecimento internacional se imporia
    naturalmente aos meios de comunicação nacionais. A quantidade de CDs
    vendidos aumentaria, ainda que o número de peças por título, dos “campeões
    de vendas”, reduzisse. A diversidade de opções desestimularia a pirataria,
    que só viceja em ambiente de demanda altamente concentrada. Nosso
    sobrecarregado aparato policial poderia concentrar-se em prioridades de
    mais elevado coturno. A poderosa Warner Music Brasil (R$ 170 milhões de
    faturamento anual) não precisaria continuar submetida à vexatória situação
    de ter um cast composto por apenas 14 artistas – entre bons, regulares,
    ruins e péssimos. A BMG poderia substituir astros do naipe de Louro José e
    Swing & Simpatia por algo mais consistente. O nosso preclaro amigo Dudu
    Nobre não teria que passar pelo constrangimento de divi dir seu disco com
    os bambas Gabriel O Pensador, Arnaldo Antunes, MV Bill, nem reivindicar
    influências do Cazuza, no programa da Gabi.


    NACIONAIS E INDEPENDENTES


    Então, por que as multis seguem aferradas ao jabá, mesmo quando isso
    favorece os piratas que lhes garfam uma fatia do mercado?

    Antes do advento da tecnologia digital, era impossível produzir um disco
    sem passar por uma gravadora. Só elas possuíam os estúdios de gravação e as
    misteriosas engenhocas que produziam as matrizes e cópias. Tais meios de
    produção complexos e caros, outrora, garantiam o controle sobre a produção
    de discos a quem tivesse e pudesse investir vultosos recursos para
    adquiri-los.

    Sincero
    Veterano
    # ago/04
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    SUBORNO


    Hoje, os estúdios de gravação e as empresas que copiam os CDs não estão
    mais necessariamente dentro das gravadoras. Estas deixaram de ter não só o
    monopólio sobre os meios de produção, como inclusive desativaram total ou
    parcialmente seus imponentes parques industriais. Os artistas passaram a
    ter como produzir seus discos fora das gravadoras. Criá-las deixou de ser
    um negócio oneroso, fortalecendo os portadores de cultura, inteligência e
    sensibilidade musicais em relação aos detentores do capital. Surgiram
    dezenas de gravadoras nacionais e centenas de artistas independentes cuja
    produção, tomada em conjunto, ultrapassou largamente a das cinco irmãs,
    tanto em qualidade quanto em quantidade. De janeiro a junho de 2004, para
    cada novo lançamento das majors, as independentes lançaram pelo menos cinco
    títulos.

    Perdendo o controle sobre a oferta, as grandes gravadoras deslocaram o peso
    de seu poder econômico para açambarcar o espaço público da comunicação e
    manipular a demanda, a fim de manterem o monopólio sobre a venda de CDs. E
    não se detiveram ante o fato de terem que fazê-lo através do suborno, já
    que não há um meio legal de obter o mesmo resultado.

    A prática generalizada do jabá trouxe em sua esteira a possibilidade de
    converter nulidades em “campeões de vendas”, pela superexposição de seus
    atributos na mídia comprada por debaixo dos panos. Qualidade e diversidade,
    marcas registradas da música brasileira, foram substituídas pelo seu
    avesso, nos meios de comunicação e nas prateleiras das lojas. Os diretores
    artísticos das grandes gravadoras cederam lugar aos gênios do marketing. Os
    casts minguaram. E chegamos aos dias de hoje.

    Warner, Sony, Universal, BMG e Emi lançam cada vez menos títulos e clamam
    aos céus contra os piratas – que conseguem expor numa minguada banquinha de
    camelô toda a formidável produção fonográfica de um ano inteiro, das cinco
    juntas. Mas recusam-se a abrirem mão do jabá, para não terem que competir
    de modo honrado com a produção das gravadoras nacionais e artistas
    independentes.

    O que temem? Que essa renúncia possa levar Kelly Key a vender menos que Gal
    Costa? Que Almir Satter ultrapasse Os Detonautas? Que Beth Carvalho bata Os
    Travessos? Que Bethânia supere Babado Novo? Que o Quinteto em Branco e
    Preto atropele Os Mulekes? Que Geraldo Azevedo passe Pedro & Thiago? Que
    Rouge, Jota Quest, Marcelo D2, Ivete Sangalo, Carla Xibombom Cristina,
    Exaltasamba, Belo e outras crias do jabá sejam reduzidos à sua dimensão
    real? Que Sérgio Reis, Fagner, Walter Alfaiate, Johnny Alf, Alceu Valença,
    Nei Lopes, Tom Zé, Vital Farias, Armandinho, Elomar, Izaías do Bandolim,
    centenas de artistas expulsos dos casts das cinco multinacionais e outros
    tantos aos quais elas cerraram as portas possam tomar-lhes o mercado? Mas
    seus chairmen não acreditam no que dizem? Não são os especialistas em
    perceber e gravar a música que o povo quer ouvir?

    Em entrevista concedida aos jornalistas Pedro Alexandre Sanches e Laura
    Mattos (maio de 2003), o sr André Midani, que exerceu vários cargos de
    chefia na indústria fonográfica, por mais de 40 anos, além de haver
    admitido a prática do crime, revelou que os “orçamentos publicitários” das
    cinco multinacionais variam “entre 12% e 16% das vendas” e que o jabá
    “chega a representar 70% das verbas publicitárias”.


    FAVORECIMENTO


    Considerando o faturamento das cinco, estamos diante de cifras que vão de
    R$ 71 milhões a R$ 95 milhões empregados anualmente nessa modalidade
    criminosa de marketing. Mas isso não é tudo. Em função de um convênio que
    absurdamente sobrevive até hoje, as cinco gravadoras multinacionais são
    favorecidas pela isenção de 40% do ICMS devido aos cofres públicos, o que
    lhes garante a bagatela de R$ 61 milhões para que as despesas com suborno
    não onerem em demasia seus custos de produção. Não há como fugir à didática
    conclusão de que, além de se constituir em prática corrupta e criminosa,
    exercida para eliminar a concorrência através da manipulação do mercado, o
    jabá tem sido patrocinado fundamentalmente por dinheiro público desviado de
    suas funções precípuas.


    PIRATAS E PIRATAS


    No Aurélio, a palavra pirata apresenta como sinônimos as expressões gatuno,
    espertalhão, tratante, malandro, ladrão. O termo, portanto, não serve
    apenas para caracterizar a rede de produção e comercialização de CDs
    falsificados. Também cabe perfeitamente para qualificar a ação realizada no
    Brasil pela Warner, Sony, Universal, BMG e Emi. Há, no entanto, duas
    diferenças. A ação dos primeiros não é pior, nem causa mais prejuízos à
    nossa cultura, naquilo que ela tem de mais expressivo, a música brasileira,
    do que a ação dos segundos. Extinguindo-se a pirataria dos maiores
    reduzir-se-ão significativamente os atrativos à pirataria dos menores, mas
    a recíproca não é verdadeira.

    O Ministério Público, Polícia Federal, Ministério da Justiça, Ministério do
    Desenvolvimento, CADE, Ministério das Comunicações, Ministério da Cultura e
    Congresso Nacional devem levar isso em conta, para que não se estimule a
    pirataria a pretexto de combatê-la.

    Claudio Natureza
    Veterano
    # ago/04
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    mermão, esse texto é dez! legal vc ter postado ele, muito esclarecedor e bombástico.

    um detalhe esquecido é que as rádios são concessões públicas, que são entregues na base da política, e sem concorrência legal.

    ou seja, de um lado as gravadoras multinacionais e o jabá, e do outro a rádio fechada, cujos "donos" são apadrinhados políticos ou corruptores, se alimentando do jabá ou do dízimo das igrejas evangélicas.

    vou procurar mais coisa pra gente incrementar essa discussão.

    mas, já lanço uma pergunta: como combater esse esquema?

    Sincero
    Veterano
    # ago/04
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    Quebrar esse esquema é muito dificil pois têm muito "peixe grande" envolvido. Uma das grandes promessas são as gravadoras independentes, mas se elas não tiverem ajuda do governo, serão esmagadas rapidamente pelas grandes irmãs.
    Eu acho (não sei se é a solução é apenas suposição) que o cd fosse um pouco mais barato não teria tanto problema com pirataria. Tanto pq quem mais ganha com o dinheiro da venda do cd é a gravadora, o artista ganha mesmo com a venda do show. Mesmo essa história de "o cara ganhou disco de platina por sei lá quantas cópias vendidas" na sua maioria não passa de marketing, pois quando o artista vai receber é sempre menos.

    Claudio Natureza
    Veterano
    # ago/04
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    tem razão, o cd não enriquece o artista, mas divulga o trabalho pra ele aumentar o seu cachê e ter mais agenda.
    O problema é a independente fazer a divulgação sem pagar jabá.
    a mídia é muito fechada pro artista independente e que não paga jabá. e assim cria-se um círculo vicioso, onde só a mídia e as gravadoras lucram, e meia dúzia de artistas, na sua maioria de qualidade bem duvidosa, perdendo com isso o povo, que não tem acesso á maioria das coisas boas, e os músicos, que não ganham o suficiente pra sobreviver e na maioria das vezes têm que trabalhar em dois empregos.

    só resta ao artista independente os festivais e as rádios alternativas para divulgar seu trabalho.
    A Trama tem um site legal de divulgação de bandas novas, tu já viu?

    Sincero
    Veterano
    # ago/04
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    Eu já vi sim, é bem legal msm.
    Antes na MTV (creio que há uns 2 anos) tinha um programa que divulgava bandas novas, só que isso ainda é muito pouco.
    Vc sabia que o ministério da cultura tem uma verba para poder divulgar manifestações culturais?
    Teve uma banda que usou isso pra divulgar o trabalho deles, agora não me recordo o nome, mas eles falaram que dá pra fazer sim.

    Philipius
    Veterano
    # ago/04
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    Outro problema que surge é a falta de esperança de quem está começando.
    O que fazer para alcançar o sucesso e poder mostrar sua arte para o grande público?

    Até mesmo para o "pequeno público" é complicado.

    Claudio Natureza
    Veterano
    # ago/04
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    eu acho que a internet vai mudar muita coisa no mundo musical, desde a divulgação até a comercialização.
    além da internet, os home studios também vão mudar muita coisa.

    se existe incentivo fiscal, existe, mas a maioria não conhece como funciona e não tem acesso aos órgãos.

    a inútil, burocrática e antiquada da ordem dos músicos, que é igual à oab, só serve pra cobrar anuidade e ferrar com os músicos, deveria possuir um sistema de orientação aos músicos no sentido de que se utilizassem de verbas públicas para suas obras.

    Sincero
    Veterano
    # ago/04
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    Existe um tal de sindicato dos músicos, vc já ouviu falar?

    Demolisher
    Veterano
    # ago/04
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    Sincero
    É do mesmo "dono" da OMB... O Presidente é o mesmo pras duas "instituições"... hehehehehe Será que é máfia??????

    Demolisher
    Veterano
    # ago/04
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    Selos e gravadoras independentes criam associação

    São Paulo - Um novo e importante passo foi dado na terça-feira, durante o Encontro sobre Produção Fonográfica Independente - um dos eventos realizados pelo projeto de mapeamento artístico Rumos Itaú Cultural Música -, a criação da Associação Brasileira da Música Independente (ABMI). A iniciativa foi dada no primeiro debate, o encontro das gravadoras, que chamou a atenção de cerca de 30 representantes desse universo musical interessados especialmente numa questão: a música independente precisa ter uma representação sólida, que lhe permita enfrentar grandes impasses, como distribuição e divulgação, e se impor no mercado fonográfico.

    Formalmente, a primeira reunião ocorreu ontem, para o início da elaboração do estatuto da ABMI, também no Itaú Cultural. Como informa um dos integrantes da associação, Thomas Roth (dono do selo Lua Discos, que ainda neste semestre lança CDs de Guilherme de Brito, Casquinha e Jards Macalé), o ponto de partida foi o texto da Associação da Música Independente (AMI) - uma tentativa de criação da associação há dois anos e que não saiu do papel. "Estamos num processo embrionário. Mas, tomando como base esse estatuto, que já fornecia regras concretas, evitamos a dispersão inicial", explica Roth.

    De fato, ainda há muito que acertar sobre essa questão, entretanto, já se observa que a criação da ABMI não deve ficar restrita a reuniões e debates. Tanto que todas as ações para a formulação do estatuto e definição de uma comissão responsável pela estruturação da ABMI foram tomadas sistematicamente e devem se resolver nas próximas semanas. "Hoje, a música independente, que representa em torno de 50% da produção fonográfica nacional, não tem mais aquele caráter de improviso, artesanal. Boas produções são realizadas, além do que, o grosso da fomentação cultural é feita por nós. Ainda assim, para que de fato sejamos bem representados, uma organização consistente tem de existir e englobar todo o universo da música independente."

    Neste primeiro momento, a base da ABMI é formada por selos e gravadoras. A próxima etapa, quando regulamentos e comissão estiverem definidos, outras categorias deverão ser agregadas, como artistas independentes. O porta-voz da iniciativa é o pianista e coordenador-geral do projeto Rumos Itáu Cultural Música, Benjamim Taubkin.

    Espera-se que ocorra, de forma ligeira, consensual e enérgica como foi a criação da ABMI, a divulgação dos 78 trabalhos selecionados pela investigação musical proposta pelo Rumos. De sexta a domingo, inicia-se uma série de espetáculos com dez nomes desse mapeamento artístico, de tendências variadas. São praticamente anônimos, porém, com criações acima da média.

    Janaina Rocha

    Sincero
    Veterano
    # ago/04
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    Demolisher
    Porra, os caras são mó monopólio, hehehehe e o pior é que eu vou ter que tirar essa merda no fim do ano

    Claudio Natureza
    Veterano
    # ago/04
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    eu vou fazer uma pesquisa assim que eu tiver tempo e vou dar umas dicas pra galera a cerca de verbas públicas, mas só lá pra segunda, agora eu tenho que trabalhar..rs

    Demolisher
    Veterano
    # ago/04
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    Para ser um verdadeiro astro, que é diferente de ser apenas um músico, não basta estudar para saber muito sobre música. É preciso estudar a vida inteira, porque na hora em que ele parar e não se renovar, ele será rejeitado pelo público. Estudar, aprender, olhar para outros que possuem mais experiência e ter humildade, sempre. Esse é o caminho.

    Caráter em primeiro lugar

    É claro que o talento é fundamental, mas talento sem caráter não vale nada. É muito difícil manter o sucesso. É preciso ralar, cantar em diversos lugares, fazer abertura de shows, ser humilde sempre. A pessoa tem que ter uma estrutura muito forte para agüentar o sucesso e suportar todas as bajulações e falsidades que o cercarão. Ás vezes, um músico começa a se achar um astro só por causa do sucesso e se esquece que a arte de ser músico também é respeitada e ele pode crescer muito até alcançar uma boa posição no mercado sem ser, necessariamente, um astro.

    Gravadoras são medíocres

    O jovem que quer partir para o mercado musical, deve esquecer as grandes gravadoras, pois todas elas estão numa fase de mediocridade pasteurizada. O músico que tem a sua banda, deve procurar uma identidade e criar uma personalidade dentro do seu estilo. A partir daí, gravar um CD independente, porque hoje existe uma covardia muito grande por parte das gravadoras, não vemos iniciativas, nem boa vontade em lançar produtos novos.

    Eu descobri uma nova banda e nós já estamos fazendo uma produção em estúdio de um CD independente. Infelizmente, no mundo inteiro, independente é independente. Só aqui no Brasil é que o independente é dependente. Enquanto muita gente pensa que o correto é procurar uma grande gravadora para lançar seu trabalho, eu digo que isso é uma grande mediocridade.

    Hoje, nós não temos mais os grandes produtores que tínhamos no mercado e os que ainda existem ou são muito ocupados, ou já foram comprados pelas gravadoras. O próprio Liminha é um exemplo disso. Hoje, como vice-presidente da Sony, ele já não pode nem produzir mais. Os diretores artísticos do mercado, então, nem se fale. O que eles trouxeram de novo nos últimos 10 ou 15 anos?

    Faz tempo que não aparece um grande talento. E quando aparece, as gravadoras tentam mudar o talento das pessoas para criar cópias de Menudos e de outras coisas medíocres, esquecendo que cada artista é único, com sua própria personalidade.

    Sucesso vem do povo

    Eu acredito muito no sucesso que vem do povo, que vem da aceitação do público. Não adianta fabricar ou impor determinado músico ou estilo, porque vai ser uma coisa passageira. Hoje, por exemplo, nós temos o Jorge Versilo, que é um compositor, batalhador, que criou suas músicas e está começando a aparecer e a fazer sucesso.

    Daqui pra frente, vai depender muito da sua humildade e da sua conduta como ser humano para se manter como artista consagrado, pois da mesma forma que você sobe, você desce rapidamente, como a Daniela Mercury, por exemplo.

    Material bom é feito sem grandes recursos

    Tem muita gente com alto poder aquisitivo, que é enganada pelos estelionatários da música e fazem com que seus pais gastem uma fortuna produzindo um demo de 600 ou 700 mil reais, que são absolutamente descartáveis.

    Certa vez, eu ouvi um CD demo super produzido e, infelizmente, eu falei para o pai de um rapaz: “olha, é melhor seu filho mudar de profissão e já que você tem condições financeiras, pague uma boa faculdade para ele nos Estados Unidos, porque para ser músico, ele não tem talento”. Para fazer uma boa música, uma boa voz e um violão bastam, os recursos técnicos não vão ajudar a vender um produto se ele for ruim.

    Sincero
    Veterano
    # ago/04
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    hehehe pelo menos um de nós né rs...

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