Seu Jorge.

Autor Mensagem
maggie
Veterana
# mar/06
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Ana & Jorge

Dificilmente alguém será capaz de bater em matéria de equívoco musical a idéia de unir em um único disco Ana Carolina e Seu Jorge. O resultado dessa idéia de jerico é uma bobagem musical. Não chega a ser uma tragédia, pois ambos artistas não têm talento para tanto.

Claro que algum gaiato há de argumentar que é deboche de um ícone uma geração. Sim, como se sabe, a cantora Ana Carolina foi alçada ao posto de ídolo das multidões pela Revista Veja. Com certeza, as lojas estão atrolhadas de ávidos fãs em busca do novo CD da cantora. Até o final do ano ela já deve ter ganho o Grammy latino...

De qualquer maneira, por uma obrigação profissional, é preciso falar sobre a qualidade musical de Ana & Jorge. Pena que isso não exista. O cd é tão chato quanto extrair um dente ciso. A música de trabalho É Isso Aí (The Blower´s Daughter) é uma versão para uma canção escrita por Damien Rice para a trilha sonora do filme Closer - Perto Demais.

O resultado é absurdamente constrangedor. Parece com as letras traduzidas do antigo programa Os Piores Clipes do Mundo apresentado pelo Marcos Mion na MTV. O resto do CD tenta buscar uma linha mais crítica e contestadora como Brasil Corrupção escrita pelo Tom Zé. Porém, música de protesto não é o forte de ambos os artistas.

Ana & Jorge é a prova decisiva de que a MPB está morta e enterrada. Não há um vestígio de criatividade no álbum. Ao contrário, existe uma tentativa irritante de repetir os passos de medalhões como Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil. A impressão que se tem é que Ana Carolina acabou por acreditar na revista Veja. Só podia dar no que deu...

Faixas
1. São Gonça
2. Problema Social
3. Zé do Caroço
4. Carolina
5. Comparsas/ O Pequenez e o Pit Bull
6. Tanta Saudade
7. É Isso Aí (The Blower´s Daughter)
8. Prá Rua Me Levar
9. Chatterton
10. Beatriz
11. Brasil Corrupção
12. Mais que Isso
13. Garganta
14. Vestido Estampado
15. O Beat da Beata

fonte

maggie
Veterana
# mar/06
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huahuahua
os caras não perdoam mesmo

NoAlarms
Veterano
# mar/06
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Tive razão.. posso falar. Não foi legal, não pegou bem..

essa musica é boa demais

franciscocantao
Veterano
# mar/06
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É, concordo quase em tudo com esta matéria, mas os dois artistas têm talento, sim, e a única coisa é que a trajetória dos dois não combinam, a musicalidade é muito diferente

Dogs2
Veterano
# mar/06
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eu acho muito ruim
ah, e eu não sou metaleiro descerebrado, antes que tentem me estereotipar

Dogs2
Veterano
# mar/06
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maggie
putz haeuaeh

maggie
Veterana
# dez/06
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O jingle do Seu Jorge

Grafite de Fredd Guimarães divulgando a nova música de Seu Jorge.Nunca fui grande fã de Seu Jorge. E minha avaliação pessoal só fez piorar depois da escabrosa versão que ele e Ana Carolina cometeram de "Blower's Daughter" de Damien Rice. Mas, quando ouvi pela primeira vez sua música nova (na Eldorado FM), não tive como não passar imune à sua audição. Pudera: a letra de "Eterna Busca", canção de seu novo álbum (a ser lançado no ano que vem), é uma propaganda de sutileza paquidérmica da marca de cachaça Sagatiba. É um caso que abre precedentes nestas bandas: o carro-chefe do novo disco de um dos mais conhecidos músicos brasileiros é uma canção feita por encomenda. Mais: antes mesmo de ser comercializada em CD, já está disponível para download de forma legal e gratuita no site da Sagatiba (bobviamente).

Anteontem, durante um papo em uma roda de jornalistas, um dos assuntos recorrentes foi exatamente essa música nova. Uns criticaram a atitude de Seu Jorge em vender sua "arte", outros o defenderam dizendo que ele tem todo o direito de fazer o que quiser com sua música, afinal de contas ninguém paga suas contas. Polêmica que se repete nos blogs, seja em posts ou comentários. Cris Dias, por exemplo, chamou Seu Jorge de "mestre supremo do jabá" e desceu a lenha na campanha da Sagatiba, complementada por ações como a produção de um documentário sobre o Brasil recentemente exibido no Festival de Cannes.

Não há nada de novo em músicos citarem marcas em suas composições em troca de remuneração. Foi notória, por exemplo, a iniciativa do McDonald's em oferecer a rappers o pagamento de até US$ 5 cada vez que uma rádio americana tocasse alguma música que citasse "Big Mac" em sua letra. Mas não necessariamente um compositor faz propaganda de algo visando recompensas financeiras. Vide o caso de Tim Maia Racional, gravado em 1975. Para mim, é o melhor disco de jingles de todos os tempos, uma vez que não há uma faixa sequer na qual o tio de Ed Motta não tente induzir seus ouvintes a lerem o tal livro "Universo em Desencanto", obra produzida por uma seita freqüentada por Tim na época.

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