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K2_Loureiro Veterano |
# mai/20
Pessoal, não sei se podem me ajudar a entender: como os DJ's conseguem mesclar músicas com tons diferentes e não soa estranho aos nossos ouvidos? Toco violão/guitarra e é muito complicado pra unir 2 musicas! Estava vendo o Alok e surgiu a duvida. Quem puder explicar agradeço.
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Del-Rei Veterano |
# mai/20
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K2_Loureiro Fala, cara. Posta um exemplo aí pra gente.
Toda música tem seu tom, mesmo as eletrônicas. O que o DJ pode estar fazendo é aproveitando momentos em que só haja batida em uma (ou nas duas) e fazer a passagem. Ou momentos específicos em que as harmonias não entrem em conflito.
Um aceno de longe!!!
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Lelo Mig Membro
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# mai/20 · Editado por: Lelo Mig
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K2_Loureiro
A maioria dos DJs, mesmo não sendo músico, assim como um músico ou cantor ou bailarino, ou seja, gente ligada à música, costuma ter bom ouvido.
Então, mesmo sem conhecer teoria, ou saber os tons das músicas é possivel, facilmente, combinar de forma intuitiva.
Não sou DJ, mas este seria o menor problema prá mim manejando as pick ups, automaticamente meu cérebro sabe o que harmoniza, o que soa agradável.
Não conheço o trabalho do Alok, mas se for na vibe eletrônica, tipo "House", "Techno", "Lounge" e variações, mais fácil ainda, porque música eletrônica como é feita para dançar costuma ter pouca variação, sem dissonâncias ou coisas mais "indigestas".... muitas nem acordes têm, é "tom de nota no baixo" e melodia costurando dentro desse tom, nada muito além disso, então quase tudo casa. Obs: Não é "pobreza musical", mas é o que determina o estilo.
Faça um teste numa pick up virtual e você irá constatar que casar tom é o menor dos problemas, quase toda combinação soa bem.
https://you.dj/pt
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Ismah Veterano |
# mai/20
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Não é de hoje, que as pickups detectam o tom, e exibe de pelo menos, 3 maneiras diferentes. Então ele não precisa ter ouvido não...
O caso do Alok, é talvez uma performance diferente do que a maioria dos DJ's faz. Nisso, ele provavelmente deixa tudo pré-configurado, tanto em tonalidade, como em sequência de músicas (seguindo um repertório, como uma banda faria), BPM, e cue's (marcações).
Não é incomum que se use um set pré-gravado, apenas dublando a performance, acrescentando alguma perfumaria ou outra. Para evitar erros mesmo, que se deixa tudo "no ponto" ou até pré-mixado. O que cria uma performance perfeita.
Mesmo DJ's que fazem na mão, costumam usar cue's (pontos) pré-definidos. Quem não faz isso, geralmente é quem toca ainda com vinis realmente. É um pessoal mais ligado a disco, hip-hop, rap...
Digo REALMENTE, pois alguns softwares, usam vinis que não tem música gravada, mas sinal gravado que atua como um time code... A Native Instruments (NI), praticamente domina esse mercado, com o Traktor Scratch Pro e os Scratch Control Vinyl. Usa um pickup de vinil comum, com mixer e tudo mais, que entra numa interface - em tese qualquer interface de áudio serve, mas a dedicada da NI é mais estável.
Alguns gêneros, usam muito loops, como se fosse um teclado arranjador disparando o ritmo. House tem isso marcante. Se deixa uma base rolando, e acrescenta um "overdub" com harmonia (se existe) e melodia (se existe)...
Tanto que tem alguns riffs muito manjados. O "grave tum dum dum" é algo que não é exatamente um riff, mas uma sequência de figuras rítmicas. E marca tanto o mega-funk, que eu já tirei de ouvido de tanto ouvir nos carros por aí.
Alguns gêneros que derivam do "rhythm and poetry", vulgo RAP, estão mais amarrados a uma declamação, então não existe uma regra de altura definida.
Com o advento de auto-tune e semelhantes, fica muito fácil manipular essas tracks e montar músicas e frases novas a partir delas. É uma coisa que aprendi com Dj's, e adotei ao meu modo de arranjar. Costumo gravar dobras retas e escrever segundas vozes usando o Melodyne Studio. Uso bastante também para transpôr multi-tracks, para criar partes pré-gravadas para bandas. Funciona lindo!
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K2_Loureiro Veterano |
# mai/20
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Interessante!
Na real não entendo nada de música eletrônica. Mas ontem minha família ficou assistindo a Live e prestei atenção. Por exemplo, aos 55min ele tocou Primeiros Erros (chove) e depois Skank. Fez isso tbm com outras músicas. Não parei pra ver se ele ajustou o tom das músicas mas fiquei intrigado:
https://youtu.be/mpZnxJEiqvQ
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Ningen Veterano |
# mai/20 · Editado por: Ningen
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K2_Loureiro
A batida acaba sendo mais importante que o tom. E faz alguns anos que os equipamentos para esse fim têm funções inclusive automáticas para detectar e colocar o último hit de uma música em cima do primeiro hit da outra (que são as cues que o Ismah falou). Além disso pode-se alterar as velocidades/bpm's para deixar a coisa toda mais fluida.
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Ismah Veterano |
# mai/20
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Não exatamente... Os cue's são pontos pré-definidos, geralmente o começo da música, ou alguma parte específica que se queira usar como sample...
Não há necessidade de sincronizar outros gêneros, já que são duas músicas diferentes e a ideia não é que pareça algo contínuo. Mas é viável usar no modo BPM lock pra qualquer coisa.
O mais legal, é que com a variação de velocidade digitalmente, não é como no mecânico / analógico, onde se alterava a velocidade do disco. O que também causava um shift do pitch. Dá para subir e baixar a velocidade preservando a tonalidade. Como dá para mexer na tonalidade, preservando a velocidade...
Pra música sintetizada, é meio indiferente. Pra música orgânica, mais que 20% na variação do tempo, já é meio estranho. Se passar muito, as vezes vale pensar dobrando ou dividindo em dois o tempo. Funciona.
Pra mixar rock, geralmente se deixa as duas tracks dessincronizadas, e num loop de 8~16 compassos... Quando uma acaba, puxa o cue e dá volume na outra. Ou deixa no cue parado, e com o volume equilibrado. Quando a que está tocando acaba, só dá play. É o jeito clássico, usado em rádio.
Tom se ajusta mesmo, para casar duas faixas, e criar um overdub...
Por exemplo... https://www.youtube.com/watch?v=8MLT0B6dpgM
Ali tem muitas técnicas sendo usadas, e técnicas avançadas. Isso que torna uma performance de Dj louvável, mas se faz ainda muito uso do tradicional "modo juke box" de só tocar uma música atrás da outra. No máximo fazer um remix "em casa". Enfim... Os cues são bem vistos na abertura. Cada "ataque" ela usa num cue. Os samples que ela usa na sequência, são tirados de outras músicas. E PODEM não estar no mesmo tom da música. Então faz todo sentido mexer nas tonalidades pra casar.
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K2_Loureiro Veterano |
# mai/20
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Caraca! Sempre fui cético com esse papo de DJ mas, pelo visto, não é um trabalho tão simples...
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Ismah Veterano |
# mai/20 · Editado por: Ismah
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Depende a proposta... Mas se for levar ao extremo, nunca foi simples... O troço realmente surgiu no rádio, quando os scratches eram feitos no tempo da música, para sincronizar e trocar as faixas - principalmente com o disco music - e aquilo criava versões exclusivas... Reggae trouxe o dub, que é a sobreposição de músicas... Rap e hip-hop trouxeram a técnica a outro patamar.
Diria que 99/100 são jukebox humanos, e pararam na época da rádio, que é onde a profissão nasceu. E apenas tocam uma música atrás da outra. Isso em 20 min eu te ensino a fazer. Agora, brincar de back to back (B2B), b-jungle, scratch e por aí vai, é outra coisa...
Pergunte ao Dj Babu, que é o criador do termo "turntablism" (também conhecido como "turntable" ou "sampling"), que é usar as pickups como instrumento musical (baseado em loops). Isso é a visão mais ampla do universo Dj, que ser uma juke box que toca uma música atrás da outra. Pergunte ao Afrika Bambaataa, meio que quem conceituou o "Djing" do hip-hop e rap. Também é o criador da linha percussiva que o nosso batidão (funk carioca) usa.
O próprio Alok, é meio pau mole como Dj. Ele se destaca por causa dos pais, e como produtor musical. O Nedu põe o Alok no bolso de isqueiro e "Ninguém" conhece o Nedu Lopes, mas todo mundo conhece Alok.
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Ismah Veterano |
# mai/20 · Editado por: Ismah
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Que erro maluco...
Tem uma série de links, mas não consigo enviar... Não sei o que está havendo.
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