A música é cumulativa ou descartável? Poderia existir um limite?

Autor Mensagem
Beto Guitar Player
Veterano
# mar/20


Desde que surgiram meios de gravar uma música, cada dia surgem mais e mais compositores e músicos querendo expôr suas obras.
Não tenho nenhum dado estatístico, mas eu diria que a quantidade de música que existe hoje é muito superior a quantidade "consumida", logo muita coisa acaba sendo descartada. No entanto, nada é descartado completamente, toda música continua existindo e disponível para quem quiser ouvir.

Será que chegaremos em algum tipo de limite? Será que toda música mais antiga deixará de ser totalmente ouvida para dar espaço às novas músicas?
As músicas que ouvimos e gostamos hoje poderão deixar de "existir" algum dia?

Mauricio Luiz Bertola
Veterano
# mar/20
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Beto Guitar Player
Será que chegaremos em algum tipo de limite?
Não.
Será que toda música mais antiga deixará de ser totalmente ouvida para dar espaço às novas músicas?
Não.
As músicas que ouvimos e gostamos hoje poderão deixar de "existir" algum dia?
Depende do que você chama de "deixar de existir"... Exemplo: Daqui à 5 bilhões de anos o planeta Terra não existirá mais...
Abç

Beto Guitar Player
Veterano
# mar/20
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Mauricio Luiz Bertola
Depende do que você chama de "deixar de existir"... Exemplo: Daqui à 5 bilhões de anos o planeta Terra não existirá mais...

Não pensei tão longe... Refiro-me à quantidade de músicas que existirão em cerca de 500 a 1000 anos, o que causará, de certa forma, uma saturação. Muita coisa será esquecida por completo e assim poderão deixar de "existir".

O quão longe poderemos ser capazes de armazenar músicas?
É claro que o fato de não precisarmos armazenar em mídias físicas como antigamente ajuda muito.

Lelo Mig
Membro
# mar/20 · Editado por: Lelo Mig
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Beto Guitar Player

Imagino como uma estante abarrotada de livros e onde, via de regra, é muito difícil tirar um livro para enfiar outro, então se coloca de qualquer jeito "por cima".

Com o tempo, o que esta por cima cai e o anterior, que estava encaixado, continua lá.

Exemplo: Há algum tempinho atrás uma música de um MC qualquer fez sucesso. Passado alguns meses, ninguém lembra mais da canção, o "livro" caiu e o livro do "Raul Seixas", por exemplo, que estava atrás, continua na estande.

Então, acho que o que esta solidificado, dificilmente perde espaço para o descartável. Acho que daqui 50 anos, Elis Regina será um nome ainda conhecido e Anitta pouca gente irá lembrar.

Agora, é claro que isso é ligado diretamente a cultura. Se a qualidade de ensino e educação continuar ladeira abaixo, aí fica complicado, porque as novas gerações não terão condições intelectuais de entender os trabalhos mais complexos do passado.

Dessa feita, acho que aquilo que seja original e de qualidade conquista um espaço na estante. O que é descartável, acaba caindo. Só que claro, cada dia que passa há menos espaço para que algo se solidifique. Já esta bastante saturado.

Aí, repito o que já disse várias vezes aqui e a grande maioria discorda de mim. "A fonte esta esgotada, a música é uma arte morta."

Buja
Veterano
# mar/20
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"A fonte esta esgotada, a música é uma arte morta."


Acho que arte nunca vai morrer.
Ela pode passar por periodos de saturação e sem inovacao.
Esse periodo pode durar até decadas seguidas.

Por exemplo, nao lembro de musica realmente boa de verdade,
depois de 2000. É uma ou outra. Ali até 2005.
Mas no meu ver, ja tem 15 anos no hiato.

Penso que vai aparecer um gato pingado ou outro estourando
um sucesso, uma musica boa dentro dos estilos ja conhecidos.
Nas nao haverá sei la, um novo estilo, algo como o nascimento
de um blues, ou um metal, uma musica oriental, por talvez, decadas e decadas.
Só vejo evolucao ou mais do mesmo.

Mas creio que em 2300 e alguma coisa, a musica nao terá nada a ver
com o Raul ou Metallica ou K-pop.
Isso vai continuar existindo, como existe Bethowen, Chopin, Debussy.
Mas a musica será outra, outro estilos beeem diferentes,
talvez outras afinações, outros instrumentos completamente novos,
outra forma de apreciar a arte musical.


Agora, que vai morrer, ou saturar, acho que nao.

BrotherCrow
Membro Novato
# mar/20
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Em termos práticos? Eu tenho disco de vinil de bandas obscuras que não saíram em cd e não estão em nenhum serviço de streaming. Isso vai sumir. Não tem como, é mídia física que você não acha digitalizada em lugar nenhum, e as cópias físicas que existem estão se desgastando. E olha que eu não sou nenhum mega colecionador. Imagino que um maluco tipo Henry Rollins deve ter em casa muita coisa que já está sumindo pro resto do mundo.

Essa história de que toda música do passado continua existindo não é bem assim. Muita coisa some e pouca gente dá por falta. Até coisas mais recentes: tem umas bandas que a Hellion Records (quem lembra?) lançou no Brasil uns 20 anos atrás que já é difícil de garimpar. Pô, eu tenho amigos que tocaram em bandas independentes nos anos 90 ou começo dos anos 2000 que não conseguem encontrar suas próprias demos em lugar nenhum.

Buja
Por exemplo, nao lembro de musica realmente boa de verdade,
depois de 2000. É uma ou outra. Ali até 2005.
Mas no meu ver, ja tem 15 anos no hiato.

Eu gosto de muita música nova e acho que hoje em dia a criação de música tá fervendo. O que acabou foi a indústria fonográfica como se conhecia, por isso a maneira de correr atrás de música boa mudou. Mas já dei a minha opinião em vários tópicos similares e não vou me repetir aqui. Se uma pessoa diz que não sai música boa há 15 anos, eu já chuto que essa pessoa tem 30 e poucos.

Lelo Mig
Membro
# mar/20 · Editado por: Lelo Mig
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BrotherCrow

"Essa história de que toda música do passado continua existindo não é bem assim."

Pelo contrário... a maioria se perde. E agora no mundo virtual, mais rápido ainda.

Quem vê o Youtube hoje, por exemplo, não imagina ele acabando. Mas é só pintar uma nova plataforma mais interessante e a coisa desintegra rapidinho com tudo que está dentro.

Tem vários sites e, até rádios virtuais, que eram gigantes e com um enorme acervo há 5 anos atrás que hoje não existem mais. Plataformas então...

JJJ
Veterano
# mar/20
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Nada mais que for feito será perdido. Tá tudo nos archives da Google.

Se vai haver interesse, são outros 500...

Casper
Veterano
# mar/20
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Em tese, qualquer coisa que possa ser transformada em bit (música, filme, fotografia, livros, quadros etc) pode ser armazenada de forma mais segura que os próprios originais.

Para música, formatos magnéticos e óticos deterioram em algumas décadas.
Vinil dura mais (500 anos) mas pode ser reproduzido apenas algumas centenas de vezes.

Se a nuvem for preservada, o conteúdo prossegue sem problemas.
Mas nada é realmente garantido.

Posto isso, tenho que discordar do colega Lelo Mig. Quase todo dia encontro músicas novas e interessantes. Por algum motivo, o algoritmo de sugestões do Spotify funciona muito bem comigo, sempre me indica algo relevante para meu gosto musical. Não funciona para muitos, mas comigo é muito satisfatório. Procurar música nova, por exemplo, no SoundCloud é impossível. É garimpar no meio do esterco. Praticamente 90% das coisas novas que estou ouvindo descobri no Spotify. Os outros 10% no Youtube.

Quem procura acha.

Lelo Mig
Membro
# mar/20 · Editado por: Lelo Mig
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JJJ
"Tá tudo nos archives da Google."

Casper
"Se a nuvem for preservada, o conteúdo prossegue sem problemas."

Mas nunca é. Quando deixa de lucrar ou acaba o interesse por algum outro motivo se abandona tudo e a coisa evapora.

Aí, neste caso, diferente do físico, (que ainda poderia se esquecer uma peça num canto e ser encontrado daqui mil anos)... o que esta na nuvem desaparece prá sempre.

Beto Guitar Player
Veterano
# mar/20
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Lelo Mig
Aí, neste caso, diferente do físico, (que ainda poderia se esquecer uma peça num canto e ser encontrado daqui mil anos)... o que esta na nuvem desaparece prá sempre.

Isso não causa um certo medo em vocês?
Fazendo uma analogia, uns 4 ou 5 mil anos atrás, o homem tinha interesse em fazer construções que durassem uma eternidade, como pirâmides no Egito, por exemplo, e até hoje muitas dessas construções são sólidas e estão firmemente de pé. Mas pensando que daqui poucos séculos, todo esse concreto que usamos, simplesmente virará pó...

Hoje em dia não fabricamos mais nada duradouro.

entamoeba
Membro Novato
# mar/20
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Se você pegar o número de notas existentes e o número de disposição dessas notas no tempo (dentro de intervalos que o ser humano possa compreender), e excluir tudo que é próximo demais a ponto de ser considerado plágio, creio que chegaremos a um número finito e não tão grande.

Mas veja a porra do blues, por exemplo. Deve ter umas 500 músicas diferentes com bases idênticas, e que, mesmo assim, são originais.

Também já repeti isso aqui muitas vezes: as variáveis mais importantes da música contemporânea não cabem numa partitura.

Acho que o Lelo Mig deve estar errado, porque tem muita coisa que eu gostaria de ouvir e que não existe!

Lelo Mig
Membro
# mar/20 · Editado por: Lelo Mig
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entamoeba

"Acho que o Lelo Mig deve estar errado, porque tem muita coisa que eu gostaria de ouvir e que não existe!"

Pode ser que eu esteja errado, sem dúvida.
Pode ser que seja apenas uma opinião diferente.

A pergunta é: Se tem muita coisa que você gostaria de ouvir e que não existe! Porque você não a faz?

Eu não sei se existe algo que ainda vai me surpreender e, ainda que goste muito de muitas coisas que compus, estão longe de serem geniais ou inovadoras. Eu não consegui, (ou não tentei o suficiente).

Beto Guitar Player
"Isso não causa um certo medo em vocês?"

Com as mudanças e evoluções inevitáveis que o mundo sofre (prá melhor e prá pior), a arte está deixando de fazer sentido.

Se você perguntar para 80% dos "artistas" de sucesso atuais, sobre o que pretendem com sua arte, eles não entenderão, enrolarão, não saberão responder, nem sabem o que é arte. São profissionais do entretenimento, mas não artistas.

Arte, independente de boa ou ruim, têm um propósito. Seja de costumes ou estético, mas ela é intencionada. Isso esta acabando.

Então, num futuro próximo, sem a presença do "conceito arte", ser descartável não será um problema.

Ninguém armazena um peido, por exemplo. Boa parte da música atual é como um peido... fede um pouco mais ou menos na hora, mas se dilui no ar, e amanhã ninguém lembra mais do cheiro.

É claro que estou generalizando, sempre haverão uma coisa legal aqui outra lá, interessantes, criativas... mas pontual, e cada vez menos.

TendTudo
Membro Novato
# mar/20
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É tipo o peido indeciso
Foi o Paul
Não
Foi o John
Não
Foi o George

entamoeba
Membro Novato
# mar/20
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Lelo Mig
Porque você não a faz?

Por pura falta de competência.

TendTudo
Membro Novato
# mar/20
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É tipo o peido Judas indeciso

Foi você, não
Foi você, não
Foi você, não
Foi ele

Mauricio Luiz Bertola
Veterano
# mar/20 · Editado por: Mauricio Luiz Bertola
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Beto Guitar Player
"...Não pensei tão longe..." "...Refiro-me à quantidade de músicas que existirão em cerca de 500 a 1000 anos, o que causará, de certa forma, uma saturação. Muita coisa será esquecida por completo e assim poderão deixar de "existir".
Bem, eu não sou futurólogo, mas Historiador...
Pensemos portanto no passado para termos um pálido vislumbre do futuro:
Quantas músicas medievais chegaram até nós? Certamente um número bem menor que as que foram compostas naquela época... Boa parte desapareceu. E daí?
As que conhecemos hoje são ainda significativas (artísticas e esteticamente) e/ou eram naquela época? O que elas podem nos ensinar sobre os seres humanos daquela época e de sua sociedade?
Nesse sentido abre-se uma outra discussão, cujo mote é o SENHOR DE TODAS AS COISAS: O TEMPO.
Portanto, a questão não é a que "esqueceremos" ou não, mas às que o tempo solidificar como artística e esteticamente significativas - inclusive para as gerações futuras. E isso levando também em consideração o avanço tecnológico...

Isso não causa um certo medo em vocês?
Fazendo uma analogia, uns 4 ou 5 mil anos atrás, o homem tinha interesse em fazer construções que durassem uma eternidade, como pirâmides no Egito, por exemplo, e até hoje muitas dessas construções são sólidas e estão firmemente de pé. Mas pensando que daqui poucos séculos, todo esse concreto que usamos, simplesmente virará pó...
Hoje em dia não fabricamos mais nada duradouro.


Aqui sua reflexão atinge outro estágio: O dos "porquês" e dos "como"
Não fazemos mais isso pois nossa sociedade, nossa estrutura econômico-social não preza mais o duradouro, mas sim o descartável: É isso que dá LUCRO. O que é perene não dá lucro - SIMPLES ASSIM ( e isso se aplica à TUDO no nosso mundo - inclusive à pessoas...).
Nos mundos anteriores ao nosso a dinâmica, as motivações, os objetivos eram outros...
Quanto ao medo... Bem, ele é mau conselheiro... tudo muda o tempo todo. Cabe à nós mudarmos juntos e a lutarmos para que mude em favor de muitos (e de muitas formas à favor...), e não de poucos...
Abç

Casper
Veterano
# mar/20
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Caro Lelo Mig:

Entendo que o armanezamento digital é frágil também.

Basta um pulso eletromagnético global com intensidade suficiente para destruir ao mesmo tempo todos os semicondutores do planeta e jogar a humanidade para o tempo das cavernas.

Pessoalmente eu não me preocupo com o que foi perdido no passado. Se até grande parte das cantatas de Bach foram perdidas (e não faz tanto tempo assim) imagine o pouco que chegou do periodo medieval e anterior a isso. Quase nada. Mas a vida segue.

Ainda não foi inventado o meio de eternizar uma criação artística, seja ela qual for. Seja lá como for, pessoalmente acho que a humanidade vai se destruir antes que o sol o faça. Em 2500 o planeta vai ficar livre desse câncer que é a humanidade. Os tardígrados vão dominar o planeta.

TendTudo
Membro Novato
# mar/20
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Concordo com o professor
Temos que fazer um sacrifício pelas gerações futuras.
De boa...vamos concordar que o livro é a arma do pobre.
Vivemos num melhor dos mundos?
Não sei.
Talvez um historiador saiba.
Mas se estamos falando sobre música tonal e o Brazil ou sobre os sintetizadores do Casper
Acredito quem em locais insólitos podemos ouvir coisas geniais que um programador compôs
Por exemplo música ambiente

Lelo Mig
Membro
# mar/20 · Editado por: Lelo Mig
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Casper

Então Casper, mas justamente o que quis frisar não é a fragilidade física ou virtual. A descartabilidade a que me referi é justamente a cultural.

Bach, Mozart e etc, sobrevivem, não por conta de suas partituras, mas porque ainda possuem apreciadores, músicos e ouvintes. Se deteriorar a cultura a ponto de nenhum músico tocar mais Bach (consequentemente ninguém aprender a ouvir sua música), Bach morre.

Mas, a maioria sabe aqui, eu sou pessimista com relação a cultura e com o futuro da humanidade. Acho que cada dia ficamos mais burros e consequentemente mais próximos de ir pro saco, afinal o que fez o ser humano evoluir tanto foi a inteligência.

Hoje eu sou um egoísta. Eu ouvi e ouço o que eu queria e precisava ouvir... então que se foda, se daqui 50 anos o Funk dominar a galáxia, tô nem aí.

TendTudo
Membro Novato
# mar/20
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Particularmente não tenho frescura
Vi muita coisa boa como Britney Spears Rihanna Nelly Furtado Lady gaga cachorro grande e tal.
Gosto de ouvir todo tipo de som
Só não gosto de funk brasileiro

Ramsay
Veterano
# mar/20
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Ambos, a música é ao mesmo tempo cumulativa e descartável.
Cumulativa pq o volume produzido vai se acumulando ao longo dos tempos e descartável pq 90% do volume produzido cai no esquecimento em pouco tempo.

E nos 10% que fecha a equação estão os gênios atemporais, como os Beatles, Chopin, Jimmy Hendrix, Mozart, Bach, Led Zepelin, Pink Floyd...

fernando tecladista
Veterano
# mar/20
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a quantidade "consumida"
defina "consumida" a pessoa pode ter feito uma música dedicando a namorada se ela ouviu, então o objetivo foi alcançado

chegaremos em algum tipo de limite?
o limite é a sua procura por música nova, se você sempre escuta as mesmas bandas, "você" chegou ao limite

Será que toda música mais antiga deixará de ser totalmente ouvida para dar espaço às novas músicas?
não, temos música com mais de 500 anos ainda tocando, o importante é a qualidade e o efeito que ela faz no ouvinte, se o efeito era somente ser o hit do verão ela será esquecida porque foi feita para aquele momento e fim
se o objetivo dela foi ser composta para ser a fonte de renda do compositor, sua vida será o tempo de vida do compositor
se foi feita para ser eterna, será, é o que está acontecendo com bach, mozart, beethoven chopin...
você só vai parar de ouvir a 9a sinfonia do beethoven quando encontrar outra que se iguale a ela

Ismah
Veterano
# mar/20
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Buja
Nas nao haverá sei la, um novo estilo, algo como o nascimento
de um blues, ou um metal, uma musica oriental, por talvez, decadas e decadas.


Isso é uma mentira contada para ti mesmo. Dos 20 anos do novo milênio, testemunhamos o surgimento* de pelo menos 3 gêneros: reggaeton, arrocha e o funk ostentação.
Pode não ser do agrado, mas sempre vão existir novas tendências, mesmo que sejam reflexo de um passado distante - caso do linear drum, por exemplo, que remonta o começo da história da bateria.

Enquanto a Europa vivia o auge do 3/4 e 4/4, no leste europeu e oeste asiático, era usual o 7/8, que é um compasso composto, quase que intocável pra quem não tá habituado.

* É um caso um pouco interpretativo. Não conhecia bala de goma com cannabis, logo PRA MIM aquilo não existia.

Só vejo evolucao ou mais do mesmo.

Isso é algo inevitável na arte. Cada obra nova, é um compilado de ideias, e técnicas aprendidos com outros. Gosto do timbre de fulano, com a ambientação de ciclano, usando as articulações de beltrano...

Lelo Mig
Mas é só pintar uma nova plataforma mais interessante e a coisa desintegra rapidinho com tudo que está dentro.

Já está acontecendo. A China criou o TikTok, que é de certa forma uma automação para a edição de vídeo. O IG/IGTV tá ali na briga também.
Resumidamente, o U2B atingiu um patamar técnico em cortes e edição, análogo a TV. Acompanho caras que tem sua carreira galgada na edição para a internet. Alguns até migraram da TV, para a Web.
Nesses app, não se precisa mais ir tão longe para ser um bom editor. Está abrindo portas para caras como o Zach King, que praticamente viralizou todos os vídeos produzidos - e não tem nada de mais, ele apenas explora muito bem os cortes. UMA ÚNICA TÉCNICA, muito bem aplicada.

Tem a mesma qualidade de usar um After Effects, Premier, Cinema 4D, e por aí vai? Não! Porém, estamos numa época que o tosco e o trash estão em alta. Uma boa parte disso é originado na incompetência e/ou inabilidade, de quem editava os primeiros vídeos, o que acabou fazendo do tosco o padrão da internet.
A GoPro, como empresa, tem lá sua mea culpa também. Para vender câmeras, venderam a ideia de que qualquer um pode criar vídeos fantásticos. Porém, não contaram que talvez o que você faz, seja muito radical pra você, mas vendo de fora seja bem bosta... E deu no que deu...

Quando deixa de lucrar ou acaba o interesse por algum outro motivo se abandona tudo e a coisa evapora.

Mais ou menos! Há uma grande confusão sobre quem é a Google, e o que pretende a Google. Esta, nunca teve real interesse em muitas das coisas que produziu até hoje. O mecanismo de busca, que a tornou famosa, nunca foi bem o objetivo.
A Google é uma empresa voltada para Inteligência Artificial (IA), e para isso, busca encontrar padrões nas ações humanas - e tem tido sucesso nisso. Perceba como várias coisas foram desenvolvidas: tradutor, leitor de tela, comandos de voz, sistema operacional, leitores ópticos (GoogleLens), e por aí vai...

Beto Guitar Player
o homem tinha interesse em fazer construções que durassem uma eternidade, como pirâmides no Egito

Acho que há um equívoco... As pirâmides são tumbas, e não creio que foram pensadas para a eternidade. Nem as pinturas rupestres foram, nem Stonehenge, nem as pirâmides Maias...
Apenas se fazia com o que havia de tecnologia na época, e muitas vezes isso era tão bruto, que resiste ao tempo.
Um exemplo bobo e recente: um carro ou moto antigo, tem o motor quase que todo feito de ferro fundido. Não é eficiente, são peças pesadas, com muito atrito. A grande maioria dos carros populares dos anos 90, permite que se faça uma preparação, e consiga obter valores absurdamente altos.
Carros modernos, tem o motor essencialmente feito em alumínio. É mais leve, tem menos atrito e tudo mais. Só não é durável.
Apesar disso, atende muito melhor o âmbito que vivemos hoje, pensando num mundo onde tudo pode ser reaproveitado.

Beto Guitar Player
Veterano
# mar/20
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Ismah
Acho que há um equívoco... As pirâmides são tumbas, e não creio que foram pensadas para a eternidade.

Na verdade, não existe ainda uma certeza sobre as construções das pirâmides, mas há consenso de que elas eram feitas no intuito de proteger os faraós e prepará-los para a ressurreição. Inclusive, por esse motivo, eles eram mumificados, para que seus corpos fossem preservados o maior tempo possível. E anda existe a questão das riquezas que eram escondidas junto com o corpo, enfim... Precisavam ser construções duradouras de qualquer maneira.

Mas, essa nem é a questão, o fato é que tínhamos a tendência de criar coisas duradouras antigamente enquanto que hoje, quanto mais rápido "estragar" é melhor, pois faz com que exista uma rotatividade maior, movimentando a economia, a famosa obsolescência programada.

TendTudo
Membro Novato
# mar/20
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Jogo de palavras...
DEPENDE de quantas porradas o artista dá no establishment e pra isto esse deve encontrar o established da língua que fala
Tudo é copy n paste

Lelo Mig
Membro
# mar/20
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Beto Guitar Player

"o fato é que tínhamos a tendência de criar coisas duradouras antigamente enquanto que hoje, quanto mais rápido "estragar" é melhor, pois faz com que exista uma rotatividade maior, movimentando a economia, a famosa obsolescência programada."

Com relação a isso, têm muitos fatores envolvidos na verdade.

Muitas coisas duravam muito mais mesmo, mas tinham o custo muito alto, eram inviáveis prá grande maioria. Fabricar com materiais com de menor durabilidade não foi uma forma encontrada somente para fazer "pior", mas uma forma de baratear. Se por um lado, obviamente, a indústria visa lucro, por outro é permitido o acesso a pessoas que antes não podiam ter.

E, em alguns casos, materiais mais frágeis não são necessariamente piores. Um carro dos anos 30, por exemplo, se você bater num poste a 60 km por hora você derruba o poste e não amassa nem o para choques. Em compensação, o condutor quebra os dois braços e lesa a coluna no impacto.

Ou seja, há sempre ingredientes como facilidade de manipulação, comodidade, segurança, abundância de matéria prima, preços, lucratividade, mercado e etc, interferindo na tecnologia... prá pior e prá melhor.

Uma TV de hoje, por exemplo, é muito superior a uma dos anos 50 e custa muito menos. Mesmo ela durando menos, estamos no lucro.

TendTudo
Membro Novato
# mar/20
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MTvi

TendTudo
Membro Novato
# mar/20
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Hegel ou Adorno?

entamoeba
Membro Novato
# mar/20
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TendTudo
Hegel ou Adorno?

As pregas são os Adornos do Hegel.

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