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impaciente Membro Novato |
# mar/17
Sei que todos que olham a música como profissão pensam sobre faculdade, diploma. (Não estou perguntando sobre o aprendizado). Quais a utilidades do diploma universitario de música, além de ser professor ou tocar numa orquestra? Já que para ser um músico não necessária mente há de tê-lo.
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Lelo Mig Membro
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# mar/17
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impaciente
Cara, algumas "profissões" no mundo são exatas... são, digamos, científicas.
Para remover um apêndice, uma catarata e etc., é necessário estudar medicina. Não dá prá fazer na "intuição". Um leigo, amante da medicina e bastante estudioso, até pode ser autodidata em medicina, aprender. Mas, o mercado não irá aceitá-lo, sob o risco dele matar alguém. Então são necessário regras para regulamentar a profissão, e diplomas servem para isso. Em tese, para provar que você estudou, fez residência, especialização e esta apto a exercer a profissão.
Em música, e algumas outras profissões, isso não é necessário.
A lei pode me proibir de construir uma ponte, de operar o menisco do meu vizinho, mas não pode me impedir de tocar um violão... independente de eu tocar bem ou mal. São atividades muito distintas.
Quando o supremo derrubou a tentativa de exigência de diploma para a profissão de jornalista, argumentou que:
“Jornalismo é uma profissão intelectual ligada ao ramo do conhecimento humano, ligado ao domínio da linguagem, procedimentos vastos do campo de conhecimento humano, como o compromisso com a informação, a curiosidade. A obtenção dessas medidas não ocorre nos bancos de uma faculdade de jornalismo”
Gilmar Mendes, na época, acrescentou:
“O Poder Público não pode restringir, dessa forma, a liberdade profissional no âmbito da culinária. Disso ninguém tem dúvida, o que não afasta a possibilidade do exercício abusivo e antiético dessa profissão, com riscos eventualmente até à saúde e à vida dos consumidores. O que não legitima estarmos a exigir que toda e qualquer refeição seja feita por profissional registrado mediante diploma de curso superior nessa área””
O mesmo vale para música.
O diploma em música serve para documentar que você é graduado em música. E só será exigido, em algumas áreas, como ser professor na rede pública, alguns conservatórios, e algumas instituições públicas ligadas a arte e cultura.
A pergunta correta, não é para que ele serve. Mas para que eu preciso dele. Se o sujeito precisa, ele é importante.
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Ismah Veterano |
# mar/17 · Editado por: Ismah
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Algumas coisas se exige Bacharelado em música, para outras, como dar aula em um conservatório ou escola de renome, basta licenciatura geralmente.
O grande lance de ter um diploma é que existe alguma instituição intercedendo por ti. Podem questionar sua palavra, mas de uma instituição é bem mais difícil. Mesmo sendo um excelente músico, nem todo contratante é capaz de avaliar isso, como não
Não se consegue também engajamento em projetos com financiamento governamental, mesmo sendo um excelente músico, é exigida alguma formação. Creio que nem a Lei Rouanet (ao menos era o previsto), aceitaria projetos de pessoas sem formação.
Discordando do meu colega acima, um diploma é sempre importante, mesmo que tu nunca precise. Eu tenho uma penca de cursos na área do áudio, nunca precisei diretamente, mas muitas vezes usei eles como base de argumentação: fulano, disse isso e isso em curso tal.
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JoeCruzGuitar Veterano |
# mar/17
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impaciente
Em musica, vale mais o que o musico já fez (legado) do que propriamente dito o diploma.
Mas uma graduação sempre vai te preparar para as mais diversas possibilidades dentro da profissão.
Você pode ser um instrumentista, um produtor musical, um regente, um ministro de musica em igrejas, um professor, um compositor, um interprete, um monte de coisa que um cara ligado a musica faria até mesmo sem o diploma.
Se tivesse que escolher entre dois igualmente bons, penso que valorizaria mais aquele que estudou formalmente.
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JoeCruzGuitar Veterano |
# mar/17
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Ismah Algumas coisas se exige Bacharelado em música, para outras, como dar aula em um conservatório ou escola de renome, basta licenciatura geralmente.
Isto não faz muito sentido Ismah.
Posso estar enganado, mas geralmente estuda-se 4 anos para conseguir o bacharelado, que é a graduação.
Ai estuda-se uma carga horaria adicional, que pode ser 1 ano adicional ou um complemento de aulas aos sabados nos dois ultimos periodos para se conseguir a licenciatura, que basicamente prepara o aluno para lecionar.
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makumbator Moderador
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# mar/17 · Editado por: makumbator
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JoeCruzGuitar Posso estar enganado, mas geralmente estuda-se 4 anos para conseguir o bacharelado, que é a graduação.
Ai estuda-se uma carga horaria adicional, que pode ser 1 ano adicional ou um complemento de aulas aos sabados nos dois ultimos periodos para se conseguir a licenciatura, que basicamente prepara o aluno para lecionar.
Mas o que ele quis dizer é que o bacharel não pode dar aula em estabelecimentos oficiais (como um conservatório). É preciso ter a licenciatura (que pode ser feita inclusive sem o bacharelado). Obviamente que a maioria das pessoas faz o bacharelado e a licenciatura seguidos logo de uma vez, já aproveitando o período ligados à faculdade. Mas é possível fazer apenas o bacharelado, e também apenas a licenciatura em música.
É importante registrar que apesar de um diploma de bacharel em música contar pontos em concursos (para orquestras públicas, inclusive), não é estritamente necessário ter um diploma superior na área para participar e ser aprovado. Inclusive não é incomum pessoas sem o bacharelado serem aprovadas em detrimento de outras com o diploma.
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JJJ Veterano
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# mar/17
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JoeCruzGuitar Em musica, vale mais o que o musico já fez (legado) do que propriamente dito o diploma.
Particularmente, acho que isso vale pra quase qualquer área... o que tem de "doutor" que não sabe picas de porra nenhuma, além do mundinho acadêmico, não é brincadeira... e o pior é que são justamente esses que costumam dar aula, com as bençãos do MEC.
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JoeCruzGuitar Veterano |
# mar/17
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makumbator Ismah Compreendi
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makumbator Moderador
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# mar/17
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JJJ Particularmente, acho que isso vale pra quase qualquer área... o que tem de "doutor" que não sabe picas de porra nenhuma, além do mundinho acadêmico, não é brincadeira... e o pior é que são justamente esses que costumam dar aula, com as bençãos do MEC.
Com certeza! É que na música isso vale mais ainda (uma vez que é comum em concursos e seleções para área o diploma não ser obrigatório, apesar de ser desejável).
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LeandroP Moderador |
# mar/17
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No Estado de São Paulo nem adianta sonhar com a Orquestra Sinfônica. Não existe mais, apenas o maestro e o seu pauzinho.
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Ismah Veterano |
# mar/17
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JJJ
Nem sempre JJJ...
O estudo formal, junta praticamente todas as experiências já feitas numa determinada área, por diversos outros. Ou seja, se junta tudo que já foi tentado, e teve resultados positivos até então. Já a experiência própria é limitada a tudo o que APENAS A PESSOA FEZ, e ignora muito do que os demais fizeram.
Óbvio, que em engenharias isso fica mais evidente, do que em artes, onde o julgamento acaba se resumindo a "gosto" e "não gosto", ao contrário de uma ponte que pode cair, talvez até matar pessoas. Porém, há de convir, que se espere de um professor avançado, capacitação plena no que outros fizeram, e não só que toque bem - vide quanto guitarrista virtuoso tem no u2b, que sabe tocar com excelência, mas na hora de passar isso adiante...
A questão principalmente da didática, é algo que nenhuma experiência musical de fato te proporciona. Quando se toca, grava, estuda etc... Não é hora de transmitir conhecimento, é hora de aplicar.
Ainda nessas experiência soma bastante, só não é sinônimo de capacitação em nada. Na real, música são notas sequenciais, que podem ser decoradas, sem sequer a pessoa fazer ideia d'alguma lógica por trás disso. Conheço um baixista que tem absurdo problemas de dislexia - assina com o polegar! Entretanto, ele tem um ouvido relativo absurdamente bom: se ouvir uma vez a música ele é capaz de sair tocando - e não estou falando de linhas simples, o cara toca profissionalmente numa banda de forró de certo renome, mas o chão dele é o funk e ritmos latinos.
JoeCruzGuitar
Sem problemas! Há ainda muita confusão entre o que é ser bacharel, e o que é ser licenciado.
A maior parte dos professores do ensino fundamental público são licenciados apenas, quando no privado são bacharéis em sua maioria. O reflexo disso é visível: a rede privada tem se mostrado mais eficiente na maioria dos concursos. Não que não se possa ter um professor excelente, que tenha apenas licenciatura, mas é menos provável. Da mesma forma que é possível chegar ao mesmo nível de escolas privadas, estudando na rede pública, porém o caminho é bem mais difícil, pois quem ensina no sistema público, tende a ter estudado menos, que quem ensina no privado.
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Ismah Veterano |
# mar/17
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makumbator
Não estou inteirado no meio de orquestras, em outros casos públicos e privados sei que não basta ser músico. Exemplo é o SESI, onde parece que só entra quem tem alguma formação e empresa registrada. Vários da volta tentaram e a ausência do diploma foi a justificativa da negação do pedido. Alguns puseram como se fosse um projeto de um dos que tinha formação e passou. Pode ser apenas viés de confirmação, mas tudo bem...
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makumbator Moderador
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# mar/17
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Ismah A maior parte dos professores do ensino fundamental público são licenciados apenas, quando no privado são bacharéis em sua maioria.
Depende da área. Minha irmã é professora estadual em Minas Gerais há séculos (geografia). A maioria dos professores na área dela são também bacharéis (inclusive uma parte, assim como ela, tem mestrado).
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makumbator Moderador
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# mar/17
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Ismah Não estou inteirado no meio de orquestras, em outros casos públicos e privados sei que não basta ser músico.
Em orquestra é comum ser necessário apenas saber tocar pra caralho, ler música bem e não ser analfabeto na leitura de texto normal. Diploma é um plus, mas não é visto como o mais importante nesse caso.
Inclusive algumas orquestras fazem audição ás cegas (a banca ouve o candidato sem ver ou saber seu nome, justamente para que se analise o tocar e não outros aspectos). E a audição é o que tem maior peso. Em certas orquestras ter estudado de maneira particular com determinados professores também conta mais que um diploma na área (principalmente se o diploma for em faculdade fraca).
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Ismah Veterano |
# mar/17
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makumbator
Professora estadual em que nível? Eu me referia ao ensino fundamental. E não seria esta uma exceção?
principalmente se o diploma for em faculdade fraca
Evidentemente, que a faculdade não tendo peso, o diploma não trás peso de um da LACM. Eu como técnico de som, tendo um diploma assinado pelo Kalunga (FOH Ivete Sangalo) tem muito mais peso no meio, que eu ser um engenheiro acústico, pois já é mais abstrata do que técnica a coisa...
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makumbator Moderador
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# mar/17 · Editado por: makumbator
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Ismah Professora estadual em que nível? Eu me referia ao ensino fundamental.
No caso dela é nível fundamental (final do fundamental, na verdade) e médio.
E não seria esta uma exceção?
Segundo ela, em Juiz de Fora (e em geografia) não é exceção. Obviamente a coisa pode ser bem diferente em outros lugares (e outras áreas do conhecimento). Em contraste com isso, há também um povo que nem concursado era (e foram tornados efetivos por uma lei considerada recentemente ilegal).
Mas no geral (ou seja no país como um todo), realmente a maioria dos professores do ensino médio não tem nem a formação na área em que lecionam, e uma parte nem licenciatura tem.
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Ismah Veterano |
# mar/17
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Não vamos desvirtuar mais o tópico, mas ficou claro o que queríamos dizer.
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makumbator Moderador
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# mar/17
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Ismah
Hahah! Com certeza!
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Synth-Men Veterano |
# mar/17
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Além de ser usado para se tornar professor, para que serve o diploma de música?
Pague uma conta qualquer, depois tente comprovar o pagamento sem o comprovante.
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acabaramosnicks Membro Novato |
# mar/17
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Synth-Men
Além de ser usado para se tornar professor, para que serve o diploma de música?
Pague uma conta qualquer, depois tente comprovar o pagamento sem o comprovante
gostei hahaha
é bem isso
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JJJ Veterano
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# mar/17
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Ismah
O estudo formal, junta praticamente todas as experiências já feitas numa determinada área, por diversos outros. Ou seja, se junta tudo que já foi tentado, e teve resultados positivos até então. Já a experiência própria é limitada a tudo o que APENAS A PESSOA FEZ, e ignora muito do que os demais fizeram.
Cara... experiência prática, colocar a mão na massa, aprender com os próprios erros e tal; esse tipo de coisa costuma te fazer aprender muito mais do que toda a prosopopeia de uma sala de aula. A "teoria" é importante, mas a "prática" é tanto quanto.
Mas eu não vou insistir nesse ponto, porque vai ser polêmico demais e eu não estou com saco de discutir... rs
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acabaramosnicks Membro Novato |
# mar/17
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JJJ É justamente por as duas coisas (teoria e prática) serem igualmente importantes que tem tanta gente que fica limitada quando se especializa somente em uma das duas coisas. Tá cheio de exemplos por aí: moleque que toca guitarra mas não é músico guitarrista, professor de engenharia mestre e doutor que não sabe nem operar uma cahve de fenda, etc...
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makumbator Moderador
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# mar/17 · Editado por: makumbator
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acabaramosnicks É justamente por as duas coisas (teoria e prática) serem igualmente importantes que tem tanta gente que fica limitada quando se especializa somente em uma das duas coisas.
A questão é que curso superior de bacharelado em instrumento no Brasil é bastante voltado para performance (ou seja, para a prática, individual e em grupo). E não é curso para formar músico ou dar um arcabouço teórico para ele, e sim para aperfeiçoar o que ele já iniciou sozinho e em aulas particulares e ou conservatórios.
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Synth-Men Veterano |
# mar/17 · Editado por: Synth-Men
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Engraçado que aqui no Brasil existiu duas escola na era moderna do qual seguimos hoje.
Villa Lobos Schoenberg
A escola organizada, que era a escola Villa Lobos, hoje está desorganizada. Villa Lobos conseguiu disseminar a música no Brasil, no boca a boca, no popular. O que tornou a muito de nós ou profissionais sem formação ou aperfeiçoamento universitário, mas apenas tecnico ou autodidata. A intenção dele não era está, mas criar uma base super sólida. Tipo todo mundo estudando música.
Schoenberg que era um bagunceiro das candongas, disseminou a música atonal no Brasil e a escola dele é mais organizada que a herança Villa Lobos. Para entender por completo a música atonal, só na cadeira da faculdade mesmo.
Mas ambas escolas são ricas com pros e contras.
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Synth-Men Veterano |
# mar/17 · Editado por: Synth-Men
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Post duplo.
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makumbator Moderador
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# mar/17
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Synth-Men Villa Lobos Schoenberg
Acho que você quis dizer Koellreutter, e não Schoenberg, não é? Esse sim disseminou a música de vanguarda no Brasil (com influência tanto no erudito quanto no popular).
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Insufferable Bear Membro |
# mar/17
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Para entender por completo a música atonal, só na cadeira da faculdade mesmo.
Ou com um livro de combinatória.
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Synth-Men Veterano |
# mar/17
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makumbator
Isso! Cê ta certo.
Na verdade eu citei Schoenberg, por que foi um dos aperfeiçoadores da musica atonal. Mas quem trouxe para o Brasil mesmo foi Hans Koellreutter. Ele era mais doidão que Villa Lobos e arrisco a dizer que no projeto de disseminar o estudo da musica, fez mais que Villa Lobos.
Na verdade, os três eram contemporâneos entre 1930 e 1950, sendo que Koellreutter era uns 20 anos mais novo que V. Lobo e Schoenberg.
Engraçado que ele morreu na nossa época e não vi falar de homenagens sobre ele. Nem documentários.
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makumbator Moderador
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# mar/17
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Synth-Men Ele era mais doidão que Villa Lobos
Tenho sérias dúvidas disso. Convivi anos com um maestro que tocou e era amigo dos dois. A loucura do Villa-Lobos era incomparável (segundo esse mesmo maestro).
Engraçado que ele morreu na nossa época e não vi falar de homenagens sobre ele. Nem documentários.
Até foram publicadas matérias nos grandes jornais (escritos), inclusive com depoimentos de caras como o Tom Zé (que foi aluno dele).
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Synth-Men Veterano |
# mar/17
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makumbator
Putzs! Cara!
Tenho sérias dúvidas disso. Convivi anos com um maestro que tocou e era amigo dos dois. A loucura do Villa-Lobos era incomparável (segundo esse mesmo maestro).
Que bela informação! Me amarro nestes tipos de testemunhos.
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