A qualidade da arte musical é medida pela quantidade dos ouvintes fieis?

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Lelo Mig
Membro
# ago/15 · Editado por: Lelo Mig
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cafe_com_leite

Bem... Creio que agora ficou bem esclarecida, mas resumindo:

- Arte é uma necessidade de expressão humana.
- Geralmente é analizada por conceitos estéticos que foram formados através dos tempos, pelo homem.
- Arte por sí só não é boa nem ruim.
- No entanto, sem objetivo, sem função estética ou comportamental, não é arte.
- A confusão, principalmente em música se dá, porque nas últimas décadas boa porcentagem de músicos não são artistas.
A grande maioria está nessa por diversão e sucesso.

Se deveriam ou não pensar como artistas ou como entretenedores não cabe a mim julgar.

Mas não considero arte... Apenas isso.

cafe_com_leite
Veterano
# ago/15
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Lelo Mig

No entanto, sem objetivo, sem função estética ou comportamental, não é arte


Por função comportamental pode ser encaixada como um manifesto de tradição, OK?

Lelo Mig
Membro
# ago/15
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cafe_com_leite

Sim.

Mas se pretende me "pegar na curva" como no exemplo do sertanejo universitário, entenda que considero que 90% deles não estão nessa pela "manifesto da tradição" e que 50% conhecem menos sertanejo raiz do que eu.

Obs: Independente de discordar, apenas não coloque a palavra preconceito em minha análise. Toquei muito Zezé e Chitão nessa vida e paguei muita conta com esse tipo de música, mas, ainda que até tenha acostumado a gostar de algumas, contínuo achando que não é arte e nem feita por artistas.

cafe_com_leite
Veterano
# ago/15
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Lelo Mig
Mas se pretende me "pegar na curva" como no exemplo do sertanejo universitário


Não.

A minha dúvida é acerca do sertanejo de raiz. Porque eu não vejo nenhuma mudança cultural feita por ele.

Wuju Wu Yi
Membro Novato
# ago/15
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cafe_com_leite

Quando falo peixões quero dizer daquele cara que todo mundo conhece, que é referência tanto entre músicos como entre não músicos, que mantém alta popularidade por anos e anos, etc...

Tá surgindo uma galera ai, mas eles não ficam em muito em evidência. Tu precisa ir atrás deles.

Eu falei num sentido bem midiático. Porque essa galera dos anos 60-90 por ai foram todos lançados pela mídia, quando ela operava de maneira diferente.

Mas realmente, coisa boa surge pra tudo quanto é lado por ai, e a globalização facilita muito a divulgação de qualquer tipo de música/músico.

Tópico

Acho esse conceito de arte influenciadora muito errado. Arte não influência nada (não como querem fazer parecer). É apenas entretenimento e enaltecimento humano. Tem muito mais a ver com ego do que qualquer outra coisa.

Esse é meu ponto de vista.

Eu acho que tem algumas ideias que fogem da realidade.

pianoid
Veterano
# ago/15 · Editado por: pianoid
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arte sempre foi acessório, pano de fundo decorativo onde se desenrola o teatro social: vasos decorados tinham função de identificar a cultura local; o teatro grego fazia parte de comemorações em festivais e banquetes; boa parte das sinfonias de Haydn era mero fundo musical para ocasiões como serestas ou jogos de cartas de aristocratas.

é com a comercialização em massa a partir da revolução industrial que se passa a vender arte como produto e a se enaltecer a figura do criador individual e genial, como forma de propaganda para valorizar as obras. Beethoven não era apenas um funcionário público como Bach, era um revolucionário.

os modernistas do século XX no entreguerras enterraram de vez essa figura solitária e descontruíram tudo e fizeram o caminho inverso: ao invés de tentar vender arte como produto, tentaram vender produtos comuns do dia a dia como arte. Qualquer lixo pode ser arte, dependendo de quem a(ssa)ssina - se seu sobrinho ou Pollock.

desnecessário dizer, executivos de gravadoras e similares adoraram esse conceito de lixo como arte, barato e eficaz para alimentar gado.

Mauricio Luiz Bertola
Veterano
# ago/15
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cafe_com_leite
A minha dúvida é acerca do sertanejo de raiz. Porque eu não vejo nenhuma mudança cultural feita por ele.
Arte ou expressão artística tradicional não se "destina" à "mudança cultural". Essa "mudança" não pode ser quantificada ou mesmo a "gênese" dessa "expressão" não pode ser colocada com exatidão no tempo e no espaço, mas apenas como um processo social ligado à dinâmica da sociedade.
Abç

JJJ
Veterano
# ago/15
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entamoeba
não vejo como isso possa ofender alguém.

Tem ninguém ofendido não, cara... E espero que você também não esteja.

Só acho que esse tipo de conversa já virou discussão de sexo de anjo. Mas, se quiserem continuar discutindo... tranquilo (eu cansei).

entamoeba
Membro Novato
# ago/15
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Wuju Wu Yi
Acho esse conceito de arte influenciadora muito errado.

Essas coisas não funcionam de maneira isolada, mas contribuem para a construção do nosso ambiente. Com a invenção do relógio e o crescimento do fascínio pelos autômatos, um grupo grande de pessoas passou a tentar enxergar o corpo humano como uma máquina. Da mesma maneira, hoje tem muita gente que recorre a metáforas computacionais para tentar explicar a mente.

Somos produto da relação com o meio e não temos consciência do quanto ele contribui para determinar o que somos, isso porque temos a ilusão de autonomia. Pior: somos apaixonados por ela! E fomos condicionados para tal. Você pode notar isso na maioria das narrativas cinematográficas: os caras não vendem só filmes, eles vendem crenças!

Cinema e TV influenciam pra caralho na forma de pensar das pessoas. Talvez a influência da música não seja tão expressiva, mas ela existe! Repetimos tantos "mantras" por causa delas. Não dá para acreditar que isso não nos afete!

JJJ
E espero que você também não esteja.

Jamais!

Lelo Mig
Membro
# ago/15 · Editado por: Lelo Mig
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cafe_com_leite

"A minha dúvida é acerca do sertanejo de raiz. Porque eu não vejo nenhuma mudança cultural feita por ele."

Entendi... vou tentar explicar, como se encaixa, dentro de minha ótica, claro!

Prá isso vou ter de aprofundar um pouco mais meu conceito, detalha-lo melhor para que você identifique melhor como cheguei a este conceito.

A arte é uma expressão humana, como disse anteriormente. É uma "invenção" humana.... não há beleza estética, não há caos de imagens, movimentos ou sons na natureza. O "padrão" é uma invenção humana, uma "régua estética" assim como inventamos as medidas e pesos, ou seja, referências.

E porque essa manifestação, essa expressão em forma de arte?

Porque com a complexa evolução da racionalidade e capacidade cerebral, os sentimentos (que são fundamentais nessa evolução), também se tornaram complexos.

A necessidade de lidar e entender estas emoções, assim como a necessidade de expor e fazer-se entender "emocionalmente", é o combustível da arte.

Você poderia indagar: Será esta expressão uma evolução do primordial exibicionismo de alguns animais, como o pavão por exemplo, para conseguir impressionar uma fêmea ou mostrar superioridade ao um bando?

Já pensei nisso, mas não sei responder, talvez. Nossas emoções são muito complexas e acredito que o que mais nos difere dos demais animais não é a inteligência racional e sim a emocional. (Não sei se algum cientista ou filósofo defende esta ideia, posso estar plagiando alguém sem saber, mas acredito e até arrisquei desenvolver uma teoria a este respeito).

Bom, é claro que ao longo da "expressões iniciais" fomos criando conceitos estéticos e aprendendo a gostar, achar bonito e etc... isso é fato. Somos produto de uma aprendizado, inclusive com conceitos errados, mas aí é outra longa conversa.

Tudo isso para dizer que: Ao pegar sua viola e descrever as emoções e paisagens ao seu redor, o cheiro da chuva, suas mazelas e alegrias, o luar do sertão ou o franguinho na panela o cidadão esta se expressando artisticamente. Ele não promove uma "revolução social" mas cria um marco, um referencial ao seu modus vivendi e habitat. Ele vira um historiador/filósofo de seu tempo e comunidade. Ainda que não intencional, repito.

Pode até ser uma arte Naif ou bucólica, sem intenção, conhecimento ou pretensão de ser arte, mas é arte. E é obvio que a sua expressão vem recheada de conceitos que ele aprendeu e que o tocaram emocionalmente... no caso do "caboclo" de nosso exemplo, das canções portuguesas e italianas que ele ouvia nas festas da colheita, na música da missa e nas prosas dos compadres... e etc.

Agora, suponha que o Lelo Mig, nascido no centro da cidade de SP, no asfalto, em meio a poluição e cheiro do Tiête, vista uma calça enfiada no toba, um cinturão, uma bota de cowboy, pego minha viola e começo a cantar a "vida no campo".

Só existem, basicamente duas justificativas para tal:

- Ou eu sou uma farsa, querendo me dar bem num gênero que eu sei que dá mulher, sucesso e dinheiro. (fato que não julgo como errado para os outros, não julgo ilícito).

- Ou eu gosto muito do estilo, e mesmo não tendo vivência dessa "expressão" me identifico e tenho prazer em fazê-lo.

Em ambos os casos não acredito ser arte.

Tecfrente
Membro Novato
# ago/15 · Editado por: Tecfrente
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Pianoid

executivos de gravadoras e similares adoraram esse conceito de lixo como arte, barato e eficaz para alimentar gado

Minha nossa ... Respeite mais o ser humano, cara. Para que tanta agressividade ?

Até parece aquele tipo de professor que chama alguns alunos de burros e não sabem que às vezes eles não estão aprendendo pelos mais diversos motivos (miopia não diagnostica e falta de óculos, transtorno de deficit de atenção e hiperatividade, discalculia, dislexia ...)

O ser humano é um ser psi-bio-social.

O que vou dizer agora serve para muitos aqui no forum:

Antes de julgar algum ser humano ou grupos de seres humanos pensem nas causas psi-bio-sociais que fizeram aquele ser humano ser o que é ou se comportar como se comporta ou gostar de música seja lá qual for ...

Parem de discutir "descritivamente" as coisas e passemos a discutir "etiologicamente" (causas) as coisas.

Ex: Dizer que pessoas são um bando de gado que se alimenta da indústria fonográfica é um julgamento descritivo e hostil. A pergunta que faço é:

Quais as causas "psi-bio-sociais" que fizeram aquela pessoa gostar de tal coisa ?

Atualmente não costumo a assistir a filmes, mas já assistiram o filme "Efeito Borboleta".

Então ... Pensem na "Teoria do Caos" e que o bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas e, assim, talvez provocar um tufão do outro lado do mundo.

Isso é que deve ser discutido: "Causa e efeito" e não meras "descrições da realidade" (a maioria tem TV, alguns leem jornais, rádio, Internet, etc ..., ou seja, fazer descrições da realidade é a coisa mais fácil do mundo. Procurar ver a causa das coisas, daí já é outra história).

Ex:

Visões descritivas:

- Há X milhões de pessoas com câncer no mundo (exemplo de visão descritiva)

- Há milhões de pessoas no Brasil que se comportam de tal modo.

Visões etiológicas:

- Como descobrir a cura do câncer ? Onde está a inteligência humana para tal descoberta ?

- Segundo a Psiquiatria, o comportamento agressivo surge de espículas positivas que são identificadas em exames como o eletroencefalograma, o qual mostra atividade no lobo occipital.

Eu gosto da Ciência, pois a Ciência não julga, apenas procura explicar fenômenos através do método científico.

Para a Ciência não existe o "burro" e o "inteligente" ... existem apenas pessoas com competências cognitivas determinadas por aspectos gênicos e ambientais. Daí, apenas para efeito didático e classificatório usam-se termos para classificarmos as pessoas, mas classificar é diferente de julgar, pois quando a Ciência classifica as coisas ela está embasada em critérios científicos.

Para a Ciência não existe pessoas bonitas ou feias.

O que existem são pessoas com medidas próximas do número phi (1,618033 ...) e outras com proporções que não obedecem a isso.

A ciência não tem nojo de psicopatas, por exemplo, pois ela diz que eles são indivíduos sub desenvolvidos na atividade do lobo cortical (pré-córtex) e que não aprenderam a resposta cortical ao medo e são incapazes de sentir amor, por mutações em seus sistemas límbicos e experiências traumáticas até os 3 anos de idade.

Etc ... etc ... etc ...

Então antes de julgar, vamos pensar nas "origens" das coisas, pois só assim podemos mexer nas causas para que os efeitos sejam os mais esperados.

Se a política de nosso país mudasse e nosso sistema educacional e cultural também haveria mudanças nas Artes ? Certamente! Mas isso não é o suficiente. Lembram quando eu falei que o ser humano é "psi-bio-social".

Mudar o social é o mais fácil

Mudar a psiquê é um pouco mais difícil.

Mudar o "biológico" (ondas cerebrais e modo de pensar de alguém, por exemplo) é o maior desafio e mais difícil de todos.

Tudo produzido pelo homem (artes ou ofícios) tem origem na mente. Logo Quando ocorrerem mudanças na mente, pela própria seleção natural darwiniana (mais lenta) ou até mesmo pela biotecnologia (mais rápida, porém perigosa), daí sim daremos um salto quântico em novos padrões de pensamento e criações artísticas.

Já discuti sobre isso em outro tópico e é o tipo de assunto que dá muito pano pra manga.

cafe_com_leite
Veterano
# ago/15 · Editado por: cafe_com_leite
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Lelo Mig
Tudo isso para dizer que: Ao pegar sua viola e descrever as emoções e paisagens ao seu redor, o cheiro da chuva, suas mazelas e alegrias, o luar do sertão ou o franguinho na panela o cidadão esta se expressando artisticamente. Ele não promove uma "revolução social" mas cria um marco, um referencial ao seu modus vivendi e habitat. Ele vira um historiador/filósofo de seu tempo e comunidade. Ainda que não intencional, repito.


Mas isso não seria expor algo que já era uma realidade? Tipo, o cara cria uns versos contando seu cotidiano. Tirar leite da vaca pela manhã, comer franguinho na panela e blá blá blá. Tipo, ele só tá explando o que ele já vive. Não há uma intenção revolucionaria, de mudanças culturais que você apontou como condição fundamental pra ser arte no seu primeiro post. Pelo contrário, é uma afirmação de um estilo de vida.

É justamente o contrario do rock n roll, por exemplo. Primeiro veio a ideia de rebeldia doutrinada pelos expoentes do gênero, depois os jovens foram aceitando e tomando essas idéias como suas, vivendo esse estilo de vida que mais tarde viria ser chamado de sexo drogas e rock n roll. Isso eu já entendo que encaixa naquela premissa.



Outro ponto que me chamou atenção:




Agora, suponha que o Lelo Mig, nascido no centro da cidade de SP, no asfalto, em meio a poluição e cheiro do Tiête, vista uma calça enfiada no toba, um cinturão, uma bota de cowboy, pego minha viola e começo a cantar a "vida no campo".

Só existem, basicamente duas justificativas para tal:

- Ou eu sou uma farsa, querendo me dar bem num gênero que eu sei que dá mulher, sucesso e dinheiro. (fato que não julgo como errado para os outros, não julgo ilícito).

- Ou eu gosto muito do estilo, e mesmo não tendo vivência dessa "expressão" me identifico e tenho prazer em fazê-lo.

Em ambos os casos não acredito ser arte



Vamos trocar as peças:


Um brasileiro que resolve tocar o jazz americano assim como ele é. Sem adicionar nada da sua cultura, somente tocar o jazz americano. (Eu falo jazz "americano" porque vejo o jazz como um gênero flexível que se adapta à todas as culturas).


Ele não é um artista. Não faz arte.
Correto?

Lelo Mig
Membro
# ago/15
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cafe_com_leite

Vamos lá...

"Não há uma intenção revolucionaria,..."

Talvez tenha me expressado mal anteriormente (confesso que não voltei para reler), mas não são, em minha opinião, apenas intenções revolucionárias. Como disse, este contar de história, cria uma tradição. A tradição que você citou lá no início, o folclore... a expressão popular.

Ele não é um artista. Não faz arte.
Correto?


Se ele é um interprete de Jazz americano, faz cover...

O faz porque gosta, ama, se identifica... (no jazz por grana e mulheres acho difícil...hehe)... mas replica a arte de outrem... por melhor que o faça.

Não, não é artista.

cafe_com_leite
Veterano
# ago/15
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Lelo Mig
Se ele é um interprete de Jazz americano, faz cover...


Na verdade eu não pensava em um intérprete, mas em um estudioso que se propõe a compor nesses moldes.

Lelo Mig
Membro
# ago/15 · Editado por: Lelo Mig
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cafe_com_leite

"um estudioso que se propõe a compor nesses moldes."

Prá mim é um "um estudioso que se propõe a compor nesses moldes".

Já deve ter visto em minhas colocações por aí... Não acho que brasileiro toque jazz como os americanos, nem blues. Assim como não conheço gringo que toque samba ou chorinho como os brazucas.

Acredito que neguinho têm de ter vivência, além da música, ter a experiência de viver o ambiente propício, prosear com os mestres, ter laços com a história e tradição local.

Se ele insere a sua arte como influência, ok.
Se ele reproduz o padrão estaduniense ipsis litteris não esta criando nada, esta reescrevendo.

Essa minha opinião já deu polêmica aqui, porque alguns entendem que estou criticando quem faz, e não estou, tá cheio de cara bom fazendo isso... mas não é arte... talvez "artista" no sentido técnico/habilidade, mas não criador.

Wuju Wu Yi
Membro Novato
# ago/15
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entamoeba

Eu não discordo de quase nada que tu escreveu ai. Sim, a arte tem um certo nível de influência, em algumas artes muito mais do que em outras, como no caso do cinema, que é audiovisual. Alguns a usam especialmente para esse propósito. Mas a arte sempre esteve mais relacionado com expressividade e entretenimento. Se pegar o conceito de que arte que não influência não é arte, muita coisa ficara de escanteio, inclusive coisas fora de justificativa, como a dança, que é uma arte, e não tem quase que nada a ver com ideologia ou influência social, os fins são quase que totalmente para o entretenimento.

Logo prefiro ficar com a ideia que falei lá atrás no meu primeiro post aqui, que é:

arte = expressividade abstrata ligada a alguma habilidade.

penso que esse conceito cobre tudo o que se conhece por arte, sem deixar nada de escanteio e também torna o uso do termo mais pragmático.

Lelo Mig

O faz porque gosta, ama, se identifica... (no jazz por grana e mulheres acho difícil...hehe)... mas replica a arte de outrem... por melhor que o faça.



Então ela não é artista?

Cara, acho que seu pensamento está muito errado.

Lelo Mig
Membro
# ago/15 · Editado por: Lelo Mig
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Wuju Wu Yi

Cara, na música erudita, há séculos, só temos interpretes.

Quem quer criar, migrou para as trilhas sonoras.

Se um músico é feliz sendo "o maior virtuose" de seu instrumento e interpretando obras do século XVIII, ótimo. É importante para o estudo, para a manutenção e propagação da história, mas ele é só artista no sentido literal, como disse várias vezes aqui... "habilidade" "técnica".

Não cria nada....... será substituído por outro que toca melhor e assim segue a roda do "instrumentista interprete".

Não é o que eu sonhei prá mim, acho pouco. Mas não vejo problema em quem se contenta com isso.

Ana Vidovic é apenas mais uma grande violonista....como centenas de outros grandes músicos, um após o outro.

Ela nunca será Albeniz, nem Segóvia....

Wuju Wu Yi
Membro Novato
# ago/15
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Lelo Mig

Eu concordo com praticamente tudo o que você escreveu.

Não cria nada....... será substituído por outro que toca melhor e assim segue a roda do "instrumentista interprete".

É importante para o estudo, para a manutenção e propagação da história, mas ele é só artista no sentido literal, como disse várias vezes aqui... "habilidade" "técnica".

Ela nunca será Albeniz, nem Segóvia....


Mas não é porque tudo isso é verdade, que ela não é uma artista. Um artista pode ser esquecido, mas ainda é/terá sido um artista.

Eu entendi o seu conceito de arte, mas penso que é um conceito mais poético do que objetivo.

Como dizer "Mas o verdadeiro brasileiro, é o brasileiro que..."

Lelo Mig
Membro
# ago/15 · Editado por: Lelo Mig
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Wuju Wu Yi

Não é poético, nem simbólico.... nem desrespeitoso ou a julgar com menos valia ou importância.

Eu apenas divido e separo, com convicção pessoal, o artista "técnico/habilidade" (significado literal de Ars) e o artista criador.

- Existe quem execute magistralmente mas não cria ou cria mal.
- Existe quem crie significativamente, mas não execute ou execute mal.
- Existe quem faça os dois muito bem.

Se eu tocar uma peça de Lizst no piano você vai quebrar um vaso na minha cabeça, porque não toco nem parabéns à você e me meto a tocar Lizst? Ou seja, ao interprete, exigimos um mínimo de competência.

A execução não é subjetiva. Técnica não é subjetivo. Posso não gostar, mas se o cara toca muito ele toca muito independente de meu "gostar".

Criação é subjetivo. Posso achar genial uma obra e você não. Que critérios usar para avaliar criatividade? O tempo pode até reforçar alguns conceitos, dada a importância e "imortalidade" da obra, e etc. Bach ser um gênio é quase unanimidade, quem irá dizer que não o foi? Mas ainda é passível de subjetividade.

Por isso, não é "poético", mas sei que o que considero ARTE fica meio "limitado" a um julgo pessoal meu, ao que me influenciou, minhas origens, gostos, frustrações, e etc...aí sim, tenho de concordar.

Vai ter nego que vai dizer que algo é arte e ao analisar pela minha teoria eu vou dizer que não é.

Eu apenas criei um padrão de avaliação pessoal.

Olha, vou dar um exemplo pela qual já fui quase linchado...hehehe.

"Eu gosto de Eric Clapton (algumas fases, não todas, algumas acho bem ruins).
Ele foi um artista em algumas destas fases.
Mas Eric Clapton, não é, nem nunca foi um Bluesman"



kkkkkk

Wuju Wu Yi
Membro Novato
# ago/15
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Lelo Mig

entendi. ai nesse caso, não discordo de nada.

Tecfrente
Membro Novato
# ago/15
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Tópico

Estava digitando um post com vários parágrafos, mas daí lembrei de um vídeo e da frase "Uma imagem diz mais do que mil palavras" e resolvi apagar tudo e postar o vídeo abaixo.

Por favor, vejam.

Esse vídeo me fez rever meus conceitos de Arte há 2 anos, quando vi. Se vai rever ou não os conceitos de mais pessoas, isso vai depender do poder delas de abstração e flexibilidade a mudanças.

A Arte e a maneira superficial e prematura de interpretarmos e julgarmos as coisas ...



Obs: Não vou entrar em discussões divergentes sobre a interpretação desse vídeo. Só sei que algumas irão interpretar certo e isso já vai valer a pena.

Lelo Mig
Membro
# ago/15
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Tecfrente

Cara, vi o vídeo sem som... propositalmente, não sei se alguém diz algo no vídeo que poderia me influenciar...

"Só sei que algumas irão interpretar certo..."

O que seria interpretar certo?

Mas, vamos lá... Não sei se você desenha. Eu desenho e bem. Desenho muito melhor do que toco.

Toco por paixão... desenho, acho que é "dom", porque desenho muito antes de me "apaixonar" por algo... desenho antes de saber ler e escrever, desenho antes de saber qualquer coisa ou ter qualquer influência... praticamente nasci desenhando.

Tenho muito mais técnica no desenho do que no instrumento, porque tudo em desenho, pessoalmente, é fácil, basta eu treinar um pouquinho... e na música algumas coisas são muito difíceis prá eu fazer.

Mas, posso te garantir, que algumas coisas em qualquer arte, são iguais... e chama-se técnica.

O que este cara faz é agradável visualmente, é até bonito esteticamente e bem feito... mas não têm nada de mais.

Qualquer um que pinte bem, se treinar faz isso. Porque então poucos fazem? Porque poucos estão preocupados em se apresentar na TV como o "pintor mais rápido do mundo".

Desenhar muito rápido é padrão em alguns "nichos"... Desenhistas de histórias em quadrinhos e cartoons, costumam desenhar muito rapidamente. Alguns ilustradores também. Mas não é para aparecer... no caso dos ilustradores é pela "ação" que os traços rápidos dão a obra e para cartoonistas o movimento.

O que este cara fez é arte? Não! É circo! É apresentação para impressionar incautos.

Nada contra! É um nicho, seu trabalho e ele faz com competência.

É um Yngwie Malmsteen das artes plásticas... exatamente a mesma coisa.

Pode ser até que ele seja artista, mas não nessa exibição... isso é show!

entamoeba
Membro Novato
# ago/15 · Editado por: entamoeba
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Lelo Mig
É um Yngwie Malmsteen das artes plásticas

kkkkkkk melhor definição... do Malmsteen

Tecfrente

Uma imagem diz mais do que mil palavras

De certa forma, esse dito é correto. Contudo, a imagem diz as coisas do seu jeito. É outra linguagem, com propriedades diferentes da língua.

Leia os dois primeiros capítulos (deve dar umas 10 páginas) do livro fininho de Vilém Flusser, Filosofia da Caixa Preta. Tem em PDF aos montes aí pela internet. Não é super esclarecedor, mas põe pra pensar. Além disso, o estilo discursivo do autor me lembra muito o teu jeito de falar.

A Arte e a maneira superficial e prematura de interpretarmos e julgarmos as coisas

Tá muito na cara que isso está errado!

A imagem, como linguagem, é muito mais rápida do que a língua. Capturamos e compreendemos o que vemos muito antes de formar palavras acerca do assunto. Isso pode te dar a ilusão de que a arte tenha as propriedades que você descreve, mas não é assim não!

A arte pode dizer coisas que as palavras não podem e com muita profundidade!

Multivozes
Membro Novato
# ago/15
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O titulo deste tópico perturbou muita gente mas que bom que serviu para levar alguns a reflexão rs

Particularmente sou um apreciador da arte musical contemporânea e esta se da através de diversas formas distintas ou seja não há um padrão, um modelo de perfeição, porem esta perde sentido de ser, quando não persuade uma outra consciência humana para ouvi-la, aprecia-la e desejar ouvi-la novamente.

Este é o meu ponto de vista!

Tecfrente
Membro Novato
# ago/15
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Lelo Mig

Desenhar muito rápido é padrão em alguns "nichos"... Desenhistas de histórias em quadrinhos e cartoons, costumam desenhar muito rapidamente. Alguns ilustradores também. Mas não é para aparecer... no caso dos ilustradores é pela "ação" que os traços rápidos dão a obra e para cartoonistas o movimento.

Essa é uma das formas de interpretar errado, já que você quis saber.

É óbvio que a velocidade não é parâmetro para julgamento de qualidades superiores artísticas. Essa semana vi o Maestro João Martins (a quem admiro muito pela história) dizer uma bobagem que ele vive dizendo em várias atuais entrevistas, qual seja: "- Eu costumava tocar 21 teclas por segundo". hehehe

Maneira correta de interpretar o que foi feito no vídeo:

"Antes de ele inverter o quadro, já havia a obra artística, mas nossos sentidos não captaram por estarem olhando por ângulos errados. Quando ele vira o quadro, daí nossos sentidos captam o ângulo adequado para reconhecermos que é uma obra artística (gostar ou não daquele desenho é irrelevante ... imagine, então, um super quadro que vocês julguem belíssimos artisticamente e seja feito da mesma coisa que foi feita no vídeo). A moral da história é: Julgamos as coisas (é muito comum no julgamento de músicas) pelos ângulos que as vemos. Se olharmos essas mesmas coisas por outros ângulos (quandro invertido) nosso conceito de Arte pode mudar. Repito: Antes de ele virar o quadro já havia a obra artística, mas ninguém conseguiu perceber. Nossos julgamentos podem ser capengas e isso é muito comum. Todos nós seres humanos fazemos às vezes julgamentos prematuros e capengas, sem exceção. Todos nós falhamos às vezes. A diferença é que alguns acham que não são feitos de matéria orgânica, mas sim de silício ou elementos químicos que nem constem na tabela periódica e são desconhecidos pela Ciência, logo são perfeitos em seus pensamentos e opiniões.

A essência do vídeo acima me fez lembrar o seguinte:

Perguntaram para Michelangelo como ele conseguia fazer aquelas esculturas magníficas naqueles rochedos amorfos. Daí ele respondeu:

A obra artística já está toda pronta lá dentro daquela pedra. Eu apenas vou retirar os excessos para que vocês vejam visualmente o que eu já havia visto mentalmente.

Reflitam:

Imaginem um grande quadro de que vocês considerem realmente uma "obra de arte".

Agora imaginem que vocês tivessem visto pela primeira vez da mesma forma como foi feita no vídeo acima (e nunca tivessem visto alguém pintar de cabeça para baixo)

Aposto que vocês iriam achar uma mer.dha a mesma grandiosíssima obra de arte considerada por vocês estando com o frame em posição não invertida.

A partir de agora não, pois (não estou dizendo nem vocês), mas muita gente vai olhar certos quadros e já pensar como eles ficam de ponta cabeça, pois viram o vídeo acima e aprenderam essa sutileza.

Entendam que o grande lance desse vídeo não é o cara pintar de ponta cabeça (até eu desenho, muito mal por sinal, e escrevo de ponta cabeça ou de trás para frente, se quiserem). O que foi criativo é mostrar a maneira superficial e prematura de interpretarmos e julgarmos as coisas. Ou esse julgamento e interpretação prematuros e superficiais não ocorreram com a população em geral que viu o vídeo ? Meu Deus do céu, viu ?! Já conheci pessoas assim pessoalmente, mas não sabia que na Internet eles eram em tão grande número.

entamoeba

(...) livro fininho de Vilém Flusser, Filosofia da Caixa Preta ? (...)

É o quê ? Um manual de aviação ?

Falando sério .... não me venha falar de Filosofia. Já li por completo a obra "Os pensadores", compreendo Kant quando leio, passei de minha puberdade até hoje lendo de tudo o que você pode imaginar e até me aventurei a aprender alemão para ler algumas obras no original de outros pensadores, mas acabei desistindo pois meus interesses mudam muito com o passar dos tempos. Ainda que não tivesse lido nada, sou, modéstia à parte, um "filósofo nato" (as indagações filosóficas me perseguem desde tenra idade) da mesma forma que o Lelo diz que tem talento nato para o desenho. Conheço um cara com pós-doutorado, bolsa na suécia e que conhece alguns ganhadores do prêmio Nobel e me disse há muitos anos que eu tenho um talento natural para a Filosofia. Então só discuto Filosofia com quem eu acho que vai valer a pena e vai entender a profundidade de minhas reflexões.

Lelo Mig
Membro
# ago/15 · Editado por: Lelo Mig
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Tecfrente

"Maneira correta de interpretar o que foi feito no vídeo"

Cara, não existe maneira correta de interpretar nada! Para de ler livro de psicologia... Psicologia não é ciência e será no futuro o que a astrologia é hoje!....kkkkkkkkkkk

O fato do quadro estar de "ponta cabeça" é o menos significativo... não há mistério algum a ser interpretado.

A platéia não identifica que esta de ponta cabeça porque o cérebro sempre parte da obviedade, por isso atingimos este nível evolutivo, se ele atentasse primordialmente ao "menos" óbvio estaríamos tentando fazer fogo com folha verde até hoje.

Para quem esta pintando e sabe que esta de ponta cabeça, ou se você avisar a platéia antes, acabou a "magia".

Isso é a tônica do ilusionismo, não há nada de surpreendente nisso.

A única coisa objetiva aí é a técnica do pintor... o resto é maquiagem do show. É claro que se ele pinta na posição original as pessoas identificam rápido e perde parte da graça.

pianoid
Veterano
# ago/15
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Tecfrente
Antes de ele inverter o quadro, já havia a obra artística, mas nossos sentidos não captaram por estarem olhando por ângulos errados.

como o Lelo bem disse, é espetáculo, é ilusionismo. Coloca a escultura de cabeça pra baixo ou toque a música ao contrário: é o inusitado da coisa o foco de interesse, não a obra como o artista imaginou.

é como ver um virtuose autista cego ou o maestro João Carlos Martins tocando: a gente se impressiona com quem está tocando, não o que está sendo tocado


só discuto Filosofia com quem eu acho que vai valer a pena e vai entender a profundidade de minhas reflexões

nossa interpretação e percepção das coisas muda com a idade. quando era mais jovem também me achava profundo e me dava mais importância do que merecia...

entamoeba
Membro Novato
# ago/15
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Tecfrente
Foi uma sugestão, maluco. Não era para ofender! E a "caixa preta" em questão é a câmera fotográfica.

Lelo Mig
Para de ler livro de psicologia... Psicologia não é ciência e será no futuro o que a astrologia é hoje

A AEC é ciência, Psicanálise não.

Wuju Wu Yi
Membro Novato
# ago/15
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Acho que ninguém entendeu o ponto de vista do Tecfrente. O que ele está dizendo é que a forma de ver uma coisa pode alterar nossa percepção a respeito dessa coisa. O vídeo que ele postou foi apenas uma analogia para está questão. A habilidade do artística ou a velocidade que ele pintou nem mesmo deve ser considerada.

Acontece que independente da maneira que percebemos algo, uma obra, ou seja lá o que for, não muda a essência desse algo ou dessa obra. A questão é que se ela for bela de alguma perspectiva, só quem conseguir perceber essa perspectiva é que vai notar. Enquanto alguns vão ver por um lado onde a coisa/obra possa não fazer sentido algum.

Na música percebemos bastante isso. O que explica gostos muito diferentes (incluindo entre pessoas com conhecimentos musicais aproximados) é essa diferença de perspectivas. Uns enxergam as belezas de algumas coisas, outros de outras coisas, e alguns, se esforçam para enxergar a beleza de todas as coisas.

Representação 1
Representação 2

Lelo Mig

Cara, não existe maneira correta de interpretar nada!

Depende, 2+2=4 independente da interpretação. Mas nesse caso eu concordo com você, apesar de ter achado a interpretação dele muito boa/profunda.

Para de ler livro de psicologia... Psicologia não é ciência e será no futuro o que a astrologia é hoje!....kkkkkkkkkkk

Nada ver. Ai você viajou bonito.

Tecfrente
Membro Novato
# ago/15 · Editado por: Tecfrente
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Lelo Mig e pianoid

A Psicologia tem origem na Filosofia. O que elas vão virar no futuro vai depender de quem lida com elas. Freud era das Ciências e muitos outros psicanalistas e psicólogos.

Você não é a primeira pessoa que fala mal da Psicologia.

Já ouvi um rapaz pessoalmente falando isso para mim e ele tinha o mesmo esteriótipo seu: roqueiro, tocava guitarra, era meio revoltadão, também gostava de algumas MPBs, etc ...

O outro que era amigo dele era igualzinho vocês dois: Gostava de Rock, discordava de todo mundo, era hostil ao conversar com quem não era da mesma opinião dele. Dizia que a música Imagine do John Lennon era para gay, assim como quase que 100% das pessoas nessa tipologia de personalidade pensam, etc ... Tudo igual!

Quanto mais passa o tempo mais eu percebo que existem grupos bem claros e previsíveis de mentalidades (inclusive a Psicologia estuda isso numa área que estuda padrões de personalidade, algo mais ou menos assim, que lida com "tipologias humanas". Ao saber que uma pessoa está numa tipologia humana você acaba conhecendo várias outras coisas da pessoa sem saber na realidade se essa pessoa gosta ou não e sem nem mesmo conhecê-la pessoalmente.

Ex: Pela tipologia humana que eu percebo em você, acredito que você prefira assistir um "bate cabeça" de garotos punk num show de hard Rock a ver uma peça de adolescentes tocando Harpa. Estou certo ?

Vou tentar outra: Você prefere filme de terror do que filmes românticos. Acertei ?

Você prefere Hard Rock do que músicas românticas. Acertei ?

Você não gosta e é impaciente em conversar com pessoas que não tem o mesmo campo de interesse que o seu. Acertei ?

Muitas das vezes você perdeu oportunidades na vida devido a ficar preso a suas paixões e interesses e não olhar o mundo em outras oportunidades e aspectos, por exemplo. Acertei ? E por aí vai ...

Já na tipologia humana do Pianoid, eu diria ...

Você detesta um churrasco entre amigos. Acertei ?

Você é uma pessoa mais introspectiva do que extrovertida. Acertei ?

Você prefere ficar próximo de pessoas conversando assuntos sérios a ficar próximos de pessoas contando piada e em alto astral. Acertei ?

Você nunca parou para pensar que pessoas aparentemente simples (lixeiro, faxineiro, etc ...) podem ter algum talento que você desconheça. Certo ?

Uma pessoa bem-vestida, socialmente, aparenta para você um caráter melhor do que um skatista, por exemplo. Mesmo sem você as conhecer. Acertei ?

pianoid

é como ver um virtuose autista cego ou o maestro João Carlos Martins tocando: a gente se impressiona com quem está tocando, não o que está sendo tocado

A natureza produzir mutações gênicas capazes de produzirem fenótipos como o autista altamente funcional Derek Paravicini para mim é uma Arte (e bota Arte nisso!).

Ontologicamente, a natureza é quem cria Artes e não seres humanos!

nossa interpretação e percepção das coisas muda com a idade. quando era mais jovem também me achava profundo e me dava mais importância do que merecia...

Concordo com você. Mas ainda assim me considero uma pessoa humilde apesar de minha declaração.

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