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FELIZ NATAL Veterano |
# mar/15
A música como qualquer outro tipo de arte carrega em sí estereótipos culturais/sociais.
Temos o exemplo do Metal que sempre foi e as vezes é relacionado ao satanismo, conceito que hoje creio eu, estar parcialmente superado, mas não totalmente.
Por que o estereótipo do jazz estar sempre relacionado ao intelectual, ao almofadiña, o coxinha da turma? Como se o jazz fosse uma música elitizada ou algo assim?
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Filippo14 Veterano |
# mar/15
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FELIZ NATAL Porque o Jazz "tende" a ser uma música mais complexa, tanto ritmicamente, como harmonicamente e melodicamente. Não é regra, mas tende a ser.
O Jazz é um estilo que costuma quebrar barreiras, não estar preso a clichês, o que torna ao mesmo tempo uma música menos palatável, portanto, em média pessoas mais elitizadas ou mais estudadas costumam gostar de jazz, até por estarem enjoadas dos clichês existentes na música popular.
Jazz também é um grupo de estilos muito abrangente, vai de Scott Henderson até Al di Meola, então uma generalização como a que nós fizemos precisa ser cuidadosa, são musicos que variam muito entre sí, muito pela liberdade musical existente nesse grupo de estilos
Abração
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Wuju Wu Yi Membro Novato |
# mar/15
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geração coxinha é nois.
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Lelo Mig Membro
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# mar/15
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FELIZ NATAL
Já não se fazem mais coxinhas como antigamente........
Os coxinhas de hoje curtem Beyoncé, Luan Santanna, Kate Perry, Anitta e por aí vai!
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Julia Hardy Veterano |
# mar/15
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Smooth jazz que é coxinha.
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Rednef2 Veterano |
# mar/15
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Mas isso é atual né.
Porque lá pros anos 80, o estereotipo de Jazzista era de músico que gostava de farra e drogas pesadas.
Pelo menos é o que deu para entender lendo a biografia de Mustaine. Já que a primeira formação do Megadeth tinha dois caras do Jazz (Chris Poland e Gar Samuelson).
Quando ele se referia a cena jazz, era sempre com esse ar de "lá só tem doidão".
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Lelo Mig Membro
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# mar/15
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Rednef2
""lá só tem doidão"
Podicrê! A lista de jazzistas que morreram de overdose é igual a dos rockeiros....kkk
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Natanael_DM Veterano |
# mar/15
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Lelo Mig Rednef2
Pô eu tava escrevendo exatamente isso. Só pra citar dois mitos do jazz: Miles Davis e John Coltrane tiveram sérios problemas com drogas. Acho que o almofadismo e o coxismo passou longe dessa galera!
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d.u.n.h.a. Veterano |
# mar/15
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Trilha sonora do tópico:
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cafe_com_leite Veterano |
# mar/15
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Lelo Mig Os coxinhas de hoje curtem Beyoncé, Luan Santanna, Kate Perry, Anitta e por aí vai!
Os coxinhas do passado são os hipsters de hoje. Que são coxas também, no fundo.
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Flipe J. Membro Novato |
# mar/15
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d.u.n.h.a.
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nichendrix Veterano
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# mar/15 · Editado por: nichendrix
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FELIZ NATAL
Cara, acho que você está confundindo alho com bugalhos, o jazz teve para a juventude dos anos 20, 30, 40 e primeira metade dos 50 como o Rock and Roll teve pra juventude dos anos anos 60, 79, 80 e primeira metade dos 90, era um estilo altamente ligado à subversão socio-cultural, a negação de valores sociais aceitos, expressão de sentimentos de revolta de minorias tanto raciais, quanto de jovens que se sentiam oprimidos pela cultura de sua época.
Sinceramente o jazz fez isso de um jeito que mesmo o rock and roll só veio conseguir fazer com o Punk Rock original dos anos 70, a maioria dos grandes jazz men e women eram junkies, oprimidos, considerados degenerados e pervertidos pela sociedade em que viviam. Imagina o que era um bebado, drogado, promiscuo e praticante de pequenos crimes e acima de tudo negro, numa sociedade em que negro valia 1/10 do que valia um branco (literalmente), fazer uma música que "pervertia" a juventude branca? Esse era o papel do jazz até a popularização do Rhythm and Blues que o branco chamou de Rock and Roll.
Obviamente a sociedade sempre se reciclava e pegava o "jazz antigo" e transformava na modinha da sociedade conservadora de seu tempo, mas isso também fizeram com o Rock, olhe as pessoas que hoje são "conservadoras" ouvem The Police, Genesis, Rush, Pink Floyd, Beatles, Stones, Elvis, Little Richards e exaltam isso como sendo uma expressão de um passado melhor e mais correto moralmente e socialmente, quando na verdade nem eram, se vacilar a maioria dessas pessoas nem gostava dessas músicas na época em que foram lançadas, ouvem hoje com uma saudade de tudo aquilo que não viveram.
O sociólogo e historiador da música americano Paul Friedlander, certa vez disse que uma das coisas mais trágicas da história do Elvis é que no fim da carreira dele, com ele gordo e vestindo bocas de sino cheias de lantejoulas e purpurina, os fãs que apareciam para seus shows eram justamente as pessoas que o condenavam quando ele estava no inicio da carreira, que os fãs que realmente curtiram a "rebeldia" de suas músicas e danças que pra época eram ultra-sensuais na verdade terminaram abraçando a geração de músicos seguintes sem olhar para trás.
Então acho muito engraçado você falar que jazz era coisa de coxinha, já que esse não era o perfil do ouvinte de jazz, mesmo hoje, o jazz de verdade ainda é subversivo, desconcertante, ainda é mais true do que a maioria das bandas de rock and roll, metal, hard rock e punk poseragem que só querem pagar pau pro passado e pra temáticas bobas e juvenis que estão por aí.
Enfim, sempre que vejo essas menininhas e menininhos pseudo-revoltados vestido com camisa de banda e 1 milhão de brincos na cara achando que são true só porque ouvem Pantera e Craddle of Filth eu só falto ter um infarto.
Filippo14 Jazz também é um grupo de estilos muito abrangente, vai de Scott Henderson até Al di Meola, então uma generalização como a que nós fizemos precisa ser cuidadosa, são musicos que variam muito entre sí, muito pela liberdade musical existente nesse grupo de estilos
Concordo com a segunda parte, mas a primeira não passa nem perto da realidade, de Louis Armstrong a Michael Bublé, de Billie Hollyday a Lady Gaga (na fase atual), de Charlie Christian a Allan Holdsworth, de Charlie Parker à Ambrose Akinmusire, de Dizzy GIllespie e a Chris Botti, de Charlie Byrd a Baden Powell, tem uma gama tão grande de cores no jazz, que nenhum tipo de música realmente tem, e essa mistura de cores tem tão poucas regras, tanta liberdade que as vezes o resultado beira ao impossível de entender a menos que você persista muito em forçar a estranheza e a aspereza da música goela abaixo até que faça sentido (por sinal é algo que muita gente sente no primeiro contato com o Metal e com o Punk).
Scott Henderson e Al Di Meola não chegam nem a ponta, da ponta, da ponta do iceberg dessa variedade
Lelo Mig Natanael_DM Só pra citar dois mitos do jazz: Miles Davis e John Coltrane tiveram sérios problemas com drogas. Acho que o almofadismo e o coxismo passou longe dessa galera!
Pessoal acha que jazz só tem coxinha porque muitas vezes a negada toca de terno e gravata e porque os "hipsters" dos anos 60, o pessoal do movimento Beatnik achava que o jazz, em especial o Bebop era uma forma de revolta mais intelectualizada do que a "dança tribal" do Rock and Roll da época, mas essa foi uma fase relativamente passageira no jazz, embora no fim, sempre tenham os coxinhas que ouvem Ray Conniff e acham que aquilo é realmente jazz.
Agora os casos mais trágicos pra mim de perdas por conta da vida de sexo, drogas e bebida na música são o Charlie Christian e o Charlie Parker. Ambos eram gênios absolutos e indisputados, o Charlie Christian praticamente inventou o solo de guitarra "moderno" na música popular americana e foi quem popularizou o uso de guitarra elétrica mundo a fora, e o Bird nem precisa falar, de longe o saxofonista mais influente de todos os tempos, inventou o jazz moderno praticamente sozinho, um barco que o Charlie Christian também estava tentando criar e quando viu o rumo, decidiu entrar e tocar de vento em poupa.
O Christian morreu de tuberculose aos 25 anos decorrente do estilo de vida boêmio e desregrado, Parker injetou tanta heroina que morreu de overdose aos 34 anos, mas na descrição do atestado do óbito dele o legista o descreve como um homem de aparentemente 70 anos de idade.
Enfim, infelizmente é terrível como esses grandes gênios são como uma estrela supergigante azul, são enormes e tão quentes que queimam seu combustível muito rápido e quando vão deixam um vazio enorme na história da música.
d.u.n.h.a. Rapaz, taí um nome de banda de que me deixou uns 20min pensando.
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Julia Hardy Veterano |
# mar/15
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Curiosamente, vocês não citaram o Bill Evans. Ele, praticamente, passou os últimos anos de vida "tocando em troca de pó". Ainda assim, continuava genial.
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makumbator Moderador
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# mar/15
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Julia Hardy
Isso mesmo. O Bill Evans usava drogas bem pesadas no fim da vida (como cocaína e heroína), e quem olha as fotos dos primeiros álbuns em geral o toma como um rapaz comportado.
O trio dele é meu preferido de todo o jazz. Era um gênio.
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Xeper Veterano |
# mar/15
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Bill Evans
Po, legal saber que o mano makumba e a Julia curtem o cara...
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Hitman Veterano |
# mar/15
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Acho que o almofadismo e o coxismo passou longe dessa galera! pelo amor de deus aguem explica que porra eh essa de almofada e coxinha?????
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yorketo Veterano |
# mar/15
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pq o público de jazz, muitas vezes, tendem a ser mais 'intelectual' msm. Talvez devido a harmonia complexa, os fraseados e motivos que são bem característicos, sem falar em ritmos, que são diferenciados também. Sem contar que tem que conhecer bepop, ter uma boa noção de musica modal, etc...
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nichendrix Veterano
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# mar/15
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yorketo Sem contar que tem que conhecer bepop, ter uma boa noção de musica modal, etc...
Tem um porem aí, que é o fato da grande maioria das pessoas que gosta de bebop nem sequer saber a diferença de um dó prum ré, quem dirá conhecer música modal.
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