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Volare Veterano |
# jan/15 · Editado por: Volare
É assim que funciona com vocês?
É estranho porque, comigo, eu posso numerar as bandas que eu mais ouço e as derivadas: Beatles, Pearl Jam, Foo Fighters e derivados.
Porém, quando é para compor, eu simplesmente não consigo fazer nada na linha Rock n Roll, sai tudo meio "Lucy in The Sky", ou um Folk 4/4 da vida, ou no máximo um Pop John Mayerzado. Isso passa longe do tipo de coisa que eu ouço, e toco.
Não sei se entendem o que quero dizer.
Enfim, só para levantar o debate.
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entamoeba Membro Novato |
# jan/15
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Mas você compõe tocando?
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gpeddino Veterano |
# jan/15
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Isso já aconteceu comigo antes. Eu comecei compondo em inglês, muitos anos atrás, e minhas músicas puxavam muito pro rock alternativo. Sempre havia um certo peso nos arranjos. Quando eu comecei a me forçar a escrever em português, por um tempo eu só conseguia fazer coisas mais sossegadas, com harmonias mais complexas, remetendo à MPB.
Imagino que sejam as nossas influências falando mais alto. Demorou um tempo, mas eventualmente eu consegui quebrar essa barreira e mesclar as duas coisas. É questão de treino, acho.
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Lelo Mig Membro
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# jan/15 · Editado por: Lelo Mig
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Volare
"Não sei se entendem o que quero dizer."
Sim, dá prá entender...
Acontece o seguinte: Ouvir não é tocar!
Eu, durante muito tempo, toquei MPB profissionalmente e mantinha um trabalho paralelo na linha progressiva/fusion... aí entrei numa banda de hard rock autoral. Não conseguia criar riffs e lick decentes, acabava "abrasileirando" a parada ou complicando demais, quebrando compassos e deixando a bagaça indigesta demais, transformando um AC/DC em Gentle Giant. E olha que ouvi hard rock a vida inteira!
Acontece que apesar de, aparentemente ser mais simples, de o 4x4 ser mais sussa que um 9x8, eu não dominava a linguagem. Então, comecei a tirar e tocar uns covers no mesmo estilo... a linguagem foi sendo assimilada e comecei a consegui compor.
Compor é mais difícil que fazer cover, então, se não domina a "linguagem" de forma prática, fica muito difícil compor num determinado estilo, por mais que você o tenha na cabeça.
Se você não começar a tocar bem estas coisas que ouve, só vai compor meia boca!
Eu, hoje, seria incapaz de compor um metal na linha Iron Maiden, Stratovarius, estas paradas, porque nunca toquei isso.
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cafe_com_leite Veterano |
# jan/15
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O que eu queria mesmo era compor algo que não se assemelhace a nada que eu conheço e que soe legal. Mas até as que soam estranho me remetem a alguma banda.
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JJJ Veterano
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# jan/15
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Volare Vocês só conseguem compor o que ouvem?
Bom... dizem que Beethoven compos a nona quando já estava totalmente surdo... então... dá pra compor sem ouvir!... hehehe
Ok, sério agora... Você é o "resultado" do que conhece, processado pela sua cabeça e com alguma possibilidade de "invenção". Então, a grosso modo, eu diria que uns 75% é reciclado e 25% é inédito, invenção sua.
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Mauricio Luiz Bertola Veterano
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# jan/15
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Volare Não vejo problema nenhum nisso... E, se vc compões algo nessas linhas que vc citou, tá bem razoável... Quando vc começar a perseverar na composição, e compor muita coisa, naturalmente vc se aperfeiçoará... O tempo, a prática e o estudo são supremos. Abç
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Rachmaninoff Veterano |
# jan/15
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Volare
Composição, como qualquer atividade artística criativa, é extremamente pessoal. Algumas pessoas naturalmente conseguem expressar qualquer coisa, outras pessoas são "bitoladas", que parece ser o seu caso. Felizmente a maioria dos "bitolados" consegue expandir seus horizontes criativos simplesmente praticando. No seu caso, componha muito, e tente fazer arranjos conscientemente direcionados para um determinado gênero. Uma hora você vai deslanchar e compor de tudo (isso pode demorar ou não).
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RafaelBernatto Veterano |
# jan/15
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Ao longo de minha vida já ouvi muita coisa... Teve a época brega/technobrega (infância de paraense), teve a fase rock nacional, fase rock alternativo, sertanejo, country, folk, rap.. e por aí vai.. Sou do tipo que compõe de cabeça.. Então pra mim fica fácil jogar qualquer tipo de batida/timbre/bpm... Porque na mente tudo flui mais fácil... A verdade é que tudo que eu já tentei compor foram estilos os quais já ouvi... Mas, não necessariamente são os que ouço na atualidade... Teve épocas em que passava o dia ouvindo rap/r&b/hiphop e chegava em casa e compunha um country/folk... rsrs (eu ria disso)
cafe_com_leite
kkkkkk tenso... Eu nunca tive essa ambição... Quando componho só quero que soe legal e ponto... Nem me preocupo com influências gêneros.. Deixo fluir..
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Lelo Mig Membro
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# jan/15 · Editado por: Lelo Mig
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cafe_com_leite
"O que eu queria mesmo era compor algo que não assemelha-se a nada que eu conheço e que soe legal. Mas até as que soam estranho me remetem a alguma banda."
Uma de minhas grandes ambições... a outra era ter um estilo/timbre/leitura na guitarra absolutamente pessoal, uma assinatura, como tem Brian May, The Edge e alguns outros.
Por isso, mais da metade das minhas composições ficaram guardadas, esperando eu conseguir o segundo objetivo.
Hoje, estou trabalhando nelas novamente, lapidando-as e refazendo os arranjos que criei e sonhei por décadas... preciso grava-las, agora eu tenho um prazo para tal.
Gravar sem ambição alguma meu trabalho (só para satisfação pessoal e deixar registrado), a obra de minha vida, com meu estilo de tocar e compor e morrer em paz!
Espero conseguir......mas, aceitei que absolutamente inédito, não vai dar para ser... eu teria de ser um gênio, mas infelizmente estou longe disso.
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Tmusic Veterano |
# jan/15
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Eu também passo por isso. Minhas composições, em geral, não se assemelham muito ao que tenho costume de ouvir. Talvez se assemelhem a influências mais antigas, mais sempre componho o que to mais acostumado a tocar do que a ouvir, pelos diversos pontos ja citados.
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cafe_com_leite Veterano |
# jan/15
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Lelo Mig
Tu já tá me deixando curioso com esse trabalho! Quando terminar não esqueça de divulgar aqui pra gente o/
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Ismah Veterano |
# jan/15
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Lelo Mig transformando um AC/DC em Gentle Giant
Dear god! É isso que venho fazendo a tempos, com banda de popnejo (novo nome pro sertanojo contemporâneo), bailão/pop sul... e não tem mal nisso (tem?).
cafe_com_leite
Cara isso é difícil. Nada vem do nada. Sempre há uma evolução com adição de elementos, que gera uma soma final, chamada de nova composição. Te proponho uma quebra e que passe a escutar o gênero que menos te agrada.
RafaelBernatto
Tu teria muita vez numa banda show. Estou cada dia mais convencido disso... Lex Luthor só ainda não te descobriu... hehehe
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Lelo Mig Membro
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# jan/15 · Editado por: Lelo Mig
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Ismah
"e não tem mal nisso (tem?)."
Não cara, não têm nada de mal, muitas vezes os resultados são até interessantes. Mas, dependendo da banda, foge da proposta, "quebra" o estilo.
Esta banda que eu toquei, era "traditional"... fazia um Hard Rock de raiz blues, não cabia um compasso 6/8, por exemplo.
Fiquei pouco nesta banda... por um lado, eu estava ativo no progressivo, e não estava satisfeito com aquela linguagem. Por outro, haviam muitos guitarristas "blueseiros" com muito mais a oferecer para a banda neste estilo do que eu, tanto tecnicamente como em bagagem.
Como "hard rocker" frustrado, me afundei de vez no prog....
cafe_com_leite
Com certeza divulgarei aqui. Tenho uma "dívida de sangue" com este fórum.....hehehe.
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RafaelBernatto Veterano |
# jan/15 · Editado por: RafaelBernatto
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Ismah
Kkkkkkk que os deuses te ouçam.. Os antigos e os novos¹. :D
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cafe_com_leite Veterano |
# jan/15 · Editado por: cafe_com_leite
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Ismah Cara isso é difícil. Nada vem do nada. Sempre há uma evolução com adição de elementos, que gera uma soma final, chamada de nova composição. Te proponho uma quebra e que passe a escutar o gênero que menos te agrada.
Que nada vem do nada eu sei. Mas há artistas/bandas que conseguem condensar tão bem suas influencias que vira algo novo. E isso somado a inovações técnicas ou tecnológicas, no timbre, na execussão, pra mim caracteriza algo novo. Pra mim o último trabalho diferente que ouvi no metal foi o Animals as Leaders, e veja bem, as guitarras distorcidas estão lá, mas são de oito cordas (inovação tecnológica, digamos assim), há algumas técnicas que até então eu nunca tinha visto alguém executar na guitarra e muito menos tocando metal. Tem coisas de jazz, de música eletrônica, música ambiente, de metal prog. No entanto, soa algo que não se encaixa perfeitamente em nenhuma desses gêneros ou subgêneros. Eu diria que nem no djent o AAL se encaixa, vide o último álbum.
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Ismah Veterano |
# jan/15
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Lelo Mig
foge da proposta, "quebra" o estilo.
Já fui expulso da banda por saber mais que os demais juntos e aplicar isso ao som. Enquanto os caras ficavam nos power chords, meu piano passeava por arpeggios de tétrades kkkkk
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f14gomes Membro |
# jan/15
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Que nada vem do nada eu sei. Mas há artistas/bandas que conseguem condensar tão bem suas influencias que vira algo novo. há algumas técnicas que até então eu nunca tinha visto alguém executar na guitarra e muito menos tocando metal. Tem coisas de jazz, de música eletrônica, música ambiente, de metal prog. No entanto, soa algo que não se encaixa perfeitamente em nenhuma desses gêneros ou subgêneros
Acho que você não ser tão familiarizado com as influencias e técnicas dos outros, faz a música deles soar mais inovadora para você do que as suas.
Faz o seguinte, junta com uns caras de estilos diferentes de você, tipo esses daqui que querem fazer um Hard Rock em 6/8, um piano de jazz em base de punk rock, ou passagens folk e voz pop mayerizada, que deve sair um som bem novo. (sem zuera, rsrs).
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RafaelBernatto Veterano |
# jan/15
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Acho que você não ser tão familiarizado com as influencias e técnicas dos outros, faz a música deles soar mais inovadora para você do que as suas.
Fez todo o sentido pra mim...
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cafe_com_leite Veterano |
# jan/15
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f14gomes Acho que você não ser tão familiarizado com as influencias e técnicas dos outros, faz a música deles soar mais inovadora para você do que as suas.
Se eu não entendi errado o seu post, você disse que se eu não sou familiarizado com as influencias de uma determinada banda, o som desta me soará diferente. É isso?
Não sei, pode até ser. Mas quando a coisa não é bem construída, pensada e bem encaixada, soa como um frankeinstein, as influencias ficam muito visíveis a ponto de parecer que o cara foi fazendo um tour descompromissado por vários gêneros. Penso que a grande sacada não está no agrupamento de influencias, mas na fusão delas, na mistura, de tal forma que você toque por exemplo um jazz e um forró ao mesmo tempo.
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rcorts Veterano |
# jan/15
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JJJ Então, a grosso modo, eu diria que uns 75% é reciclado e 25% é inédito, invenção sua.
Eu diria que 90% é reciclado e 10%, com tempo a favor, é pura invenção. Há uns tempos eu estive escutando um material do pink floyd (gravação amadora mesmo, antes da fama). Apesar de não ter certeza se era Pink Floyd mesmo, parecia totalmente com boa parte do material dos Beatles.
Se o Pink Floyd já conseguiu soar como Beatles, penso eu, é realmente foda conseguir ser totalmente original.
Volare
Eu não diria que só é possível compor o que se ouve, porém quando estou ouvindo (e tocando) muito canções de um certo estilo, sempre que parto para compor alguma coisa minha acaba lembrando as últimas coisas que tenho ouvido. Acontece!
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Mauricio Luiz Bertola Veterano
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# jan/15
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rcorts Eu diria que 90% é reciclado e 10%, com tempo a favor, é pura invenção. Há uns tempos eu estive escutando um material do pink floyd (gravação amadora mesmo, antes da fama). Apesar de não ter certeza se era Pink Floyd mesmo, parecia totalmente com boa parte do material dos Beatles. Se o Pink Floyd já conseguiu soar como Beatles, penso eu, é realmente foda conseguir ser totalmente original. Todo mundo copia todo mundo... Inovação de fato não é uma coisa corriqueira, depende do tempo de maturação do(s) músico(s), do período, etc.... Abç
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f14gomes Membro |
# jan/15
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cafe_com_leite Não sei, pode até ser. Mas quando a coisa não é bem construída, pensada e bem encaixada, soa como um frankeinstein, as influencias ficam muito visíveis a ponto de parecer que o cara foi fazendo um tour descompromissado por vários gêneros. Penso que a grande sacada não está no agrupamento de influencias, mas na fusão delas, na mistura, de tal forma que você toque por exemplo um jazz e um forró ao mesmo tempo.
Você tem razão. É uma grande sacada fazer algo novo e que agrade.
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krixzy Veterano |
# jan/15 · Editado por: krixzy
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Interessante a discussão, eu componho o que vejo, sério, olho uma imagem e aquele cenário me inspira, e as ideias/melodias aparecem naturalmente na minha cabeça, dependendo do que vejo, sai algo agressivo, alegre, triste....
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Lelo Mig Membro
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# jan/15 · Editado por: Lelo Mig
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cafe_com_leite
Cara, eu penso da seguinte forma: (Quero deixar bem claro, prá todo mundo, que é uma opinião e não fato, verdade, ou qualquer coisa do gênero... ok?)
Depois da New Wave e Pop dos 80, que foram "meio irmãos" e trouxeram algumas coisas "novas", o rock experimentou um período de estagnação e revivals.
O metal ressurgiu, mais rápido e mais pesado, e o hard ressurgiu mais triste, mais denso e mais sujo, com influência punk, através do grunge.
Após isso, o que veio foi a mistureba total. Colocar todos os gêneros num "liquidificador", foi uma expressão que se tornou moda nos 90. Tanto no Brasil, como na gringa!
Metal com jazz, com axé, com samba, com rap, com maionese, mostarda e catchup...
EU ACHO (deixo em destaque EU) que já enjoou, foi legal, trouxe coisas boas, mas já encheu o saco! saturou!
Para o trabalho que estou fazendo, tomei outra direção. Assumi que não sou genial a ponto de fugir de minhas influências, mas por mais que eu as curta, não quero soar como Gentle Giant, Genesis ou Yes.
A guitarra, meu instrumento, deixei para o segundo plano. Demorei a perceber que não é ela que é capaz de representar o que pretendo transmitir. Ela existe, claro, bastante presente, solos e etc... mas ela não é mais centro avante, é apenas mais um instrumento. Não penso mais "em guitarra" para compor, hoje penso a música de forma mais ampla.
Precisava diluir estas influências em algo inusitado... fui para o passado, mas muito distante mesmo, levantei canções populares do século XVI à XVIII (populares, não eruditas), em outras terras, buscar coisas que me emocionassem e eu não conhecia... é nestas fontes que ando bebendo e onde resolvi apostar minhas fichas.
Curioso que identifiquei muitas fontes onde meus ídolos progressistas dos 60 beberam... também para fugirem do padrão, já, desgastado do blues.
Não vou postar exemplos, já entreguei o ouro demais. Pode até ser uma ideia imbecil, mas vai que alguém acha legal....kkkkk.
Agora mesmo, escrevo estas linhas entre toneladas de MP3 com chiados, ruídos e mal gravados, obtido através de velharias e PDFs de partituras empoeiradas e amareladas, idem.
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cafe_com_leite Veterano |
# jan/15
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Lelo Mig
Muito legal esse trampo seu de pesquisa, lembra até o trabalho de DJs de garimpagem de vinis, que vão nos paises mais inusitados atrás um som do qual ele nunca ouviu. Acho muito daora esse trabalho, se tivesse grana, sairia pelo mundo a visitar as lojas de discos.
Quanto a sua opnião que o rock saturou… concordo, principalmente nos moldes como conhecemos. Mas quando eu ouço um gênero que muda toda a dinâmica dos riffs como um djent, é como se fosse um novo folego pra quem crê que o musico ainda pode criar nas terras mais desgastadas de tanto plantar, como o rock. Ultimamente tenho levado a opnião de que o rock é uma boa base pra mistura e só, ser original com as possibilidades que o gênero me dá é extremamente difícil.
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Lelo Mig Membro
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# jan/15 · Editado por: Lelo Mig
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cafe_com_leite
"Muito legal esse trampo seu de pesquisa..."
Triste é só constatar que algumas coisas que eu julgava absurdamente modernas, não eram vanguarda poha nenhuma e que já existia "Gentle Giant Polonês" no século 18....kkkk.
Compassos complexos, harmonia em "descompasso com a melodia", ritmo "correndo à frente" da linha principal, acentuação no tempo inesperado e etc., entre outras "loucuras".
Só uma palhinha prá matar curiosidade (o mais fraquinho...hehehe) de coisas que tenho garimpado, eliminado ruídos, re equalizado e etc. e guardando na pasta que batizei de "Adega Sonora".
https://soundcloud.com/lelo-mig/musique-antique-editado
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gpeddino Veterano |
# jan/15
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Sonzeira! Parece um híbrido de música árabe/grega/húngara com uma base meio prog.
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Ismah Veterano |
# jan/15
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Lelo Mig
É de origem hispânica essa música que postou?
Tem um som de pirata kkk
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cafe_com_leite Veterano |
# jan/15
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Lelo Mig
Essa base do acordeon me faz crer na existência de extra terrestres. Que loucura cara, que loucura. Depois que tu terminar o teu trampo, tu tem que divulgar essas garimpagens re equalizadas, vai fazer sucesso tamanho com o publico prog!
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