Filosofando sobre música.

Autor Mensagem
Lelo Mig
Membro
# mar/14 · Editado por: Lelo Mig


Desde bem cedo me incomodava artistas populares metidos à Liszt.

Como apreciador de progressivo, entre outros gêneros, não era o fato de ter estudo e técnica que me incomodava num músico. Mas sim, a postura, de alguns, de "profundo conhecedor". Quando tentei aprender guitarra com jazzistas e/ou rockeiros, nas renomadas escolas de SP, eu olhava aqueles meus professores e pensava:

"Como pode um cara que toca música 4x4 de 3 acordes e escalas pentatônicas se achar o máximo?"

Nos anos 70, início dos 80, era comum, rockeiros e jazzistas serem inimigos musicais. Eles criaram o preconceito que "tudo fora do gênero X era ruim" e/ou feito por músicos ruins. Isso me incomodava.

Eu pensava se existia algum gênero onde a "malandragem popular" andasse de mãos dadas com o "alto rigor técnico erudito" mas sem pretensão, livre. Se havia alguma música para dançar e se divertir, sem pretensões de suítes ou sonatas baratas. Se havia uma música de entretenimento complexa, que unisse o rigor branco europeu, com o molejo afro, cultura popular, onde os músicos, ainda que exímios, tocassem por prazer e não para fazer pose de "virtuose foderola".

E existe! Existe na música búlgara e eslovaca. Na própria música espanhola e no tango argentino. Coisas complexas da música tradicional italiana e espanhola... Mas, nada tão complexo quanto o choro.

O choro é o mais puro exemplo de quanto uma música pode ser despretensiosa e livre, feita para se divertir, alegrar e dançar, contudo, com uma execução de altíssima exigência técnica.

As harmônias complexas, as alternâncias ritmicas, as inesperadas
transposições melódicas, os andamentos variáveis... a dinâmica exigente e impecável.

Escolhi um vídeo de pianista. Porque da prá ver bem as mãos, porque ele sabe tocar e sabe tocar choro....

Rockeiros, Jazzistas e demais xiitas prestem a atenção, ao menos uma vez, e, abaixem o nariz empinado em sinal de respeito.



Adler3x3
Veterano
# abr/14 · Editado por: Adler3x3
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Lelo Mig

Me lembro bem dos preconceitos, nos anos sessenta e setenta eram piores ainda.
Quem curtia Rock era só Rock., e assim por diante em outros gêneros.
Mas o mais fanáticos eram a turma do Rock.
Se Rock é liberdade.
Então porque do preconceito?
Não dá para entender?
E a turma do metal era pior ainda.
E Rock para mim sempre foi sinônimo de liberdade, e assim não tava nem aí para estes bloqueios infantis.
Que maior liberdade andar de moto na estrada escutando rock!
Eu me sinto assim escutando rock, viajo...
É que no Brasil com o início da Jovem Guarda, a velha Guarda ficou muito ressentida.
De repente na TV a Jovem Guarda ocupou o seu espaço, e as rádios começaram as paradas de sucesso, e a velha guarda ficou de fora.
Um samba mais bem feito era coisa de intelectual que vivia na praia e não trabalhava, só ficava na paquera.
Tem a haver com o surgimento das guitarras e sons elétricos, que foi um marco relevante, e um ponto de mudança.
Que no Brasil daquela época eram muito ruins e difíceis de importar, sem falar nos amplificadores que eram também horríveis.
Perguntavam como pode uma música só com 3 acordes e a maioria 4/4, e marchinhas bem simples, e algumas valsinhas, bem simplificadas, que mais pareciam aulas para iniciantes de violão.
E os cantores então?
Aqui começou a queda e raramente hoje valorizamos um bom cantor.

Todo preconceito é uma merda.
Não sei a origem disto, mas deve ter a haver com o conflitos de gerações, que nas décadas de 50 e 60 foram bem acentuados.
Não sei também como foi lá fora em outros países.
A nova geração que surgiu no pós guerra, mais rica e mais livre.
E depois a geração da guerra do vietnã, da paz e do amor da nova era.
Tá certo que sempre existiu um certo conflito entre as gerações no passado, mas nas décadas de 50 a 70 isto ficou bem forte.
Hoje ainda existe, mas não é tão radical como foi naqueles anos.
Eu nunca me deixei contaminar, sempre gostei de um bom chorinho.
Não sou muito Jazzista, mas um bom Jazz para relaxar as vezes vai muito bem.
Tem uma linha de baixo no violão que admiro muito no choros.
Comprei até um cavaquinho, mas nunca consegui tocar lá estas coisas.
Mas toco só para mim.
E outro dia estava escutando uma música com instrumentos búlgaros e confesso que fiquei impressionado.
E ontem mesmo um amigo meu descendente de Ucranianos me remeteu uma música com partitura e arquivo mp3 de canto que adorei.
É um tipo de música que existe hoje e vem da idade média, mas para eles parece que o estilo não arrefeceu (um estilo que mistura religião e patriotismo sem fanatismo), ou sei lá ficou meio isolado e ganhou uma identidade própria.
E comentando sobre Xiitas, que é outra forma de preconceito, uma vez que os Sunitas soltam muita mais bomba (isto é bem evidente, é só reparar na origem dos terroristas) mas quem leva a fama de mais radicais são os Xiitas. (tudo por causa da invasão da embaixada dos EUA no Irã).

Eta!
Preconceito!

TG Aoshi
Veterano
# abr/14
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metidos à Liszt
Eu realmente não quero entender o que está escrito aí. (tenho esperanças de ter entendido errado)

No mais, um vídeo ilustrativo pro tópico =]



Lelo Mig
Membro
# abr/14 · Editado por: Lelo Mig
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TG Aoshi

"metidos à Liszt (tenho esperanças de ter entendido errado)"

Creio que sim....

Liszt foi um virtuose real....é citado em qualquer biografia ou relato de sua época como alguém com uma capacidade técnica absurda e sabido que muitos compositores de sua época recorreram à ele para "testarem" trechos e coisas que não eram capazes de executar. Foi um músico muito acima do normal, maior do que foi como compositor, um fenômeno.

O que quis dizer, é que, têm muito "sueco gordo" que faz meia dúzia de escalas em velocidade alta..........que "se acha" um Liszt....ou Paganinni.

JJJ
Veterano
# abr/14
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Bom... o maior preconceito de lado a lado que presenciei (e fiz parte!) foi quando do começo da "era disco", lá pelo fim dos anos 70 (aqui no Brasil, porque lá fora já tinha acontecido um pouco antes - as coisas demoravam a chegar naquela época...).

Éramos nós, roqueiros empedernidos, contra os "disco-boys". Coincidentemente, o punk também era mais ou menos contemporâneo, o que tornava a coisa ainda mais acirrada...

Claro que, como em toda "guerra", havia excessos de parte a parte. Hoje, acho que qualquer roqueiro menos radical consegue ver algo de bom nas batidas funkeadas do Chic ou na competência musical dos Bee Gees em Saturday Night Fever, top dos tops das "discotecas" de então.

dibass
Veterano
# abr/14
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Lelo Mig

Desde bem cedo me incomodava artistas populares metidos à Liszt.

Po, eu gosto de Liszt hehe..

Sempre fui muito fã do choro. Acho a música maravilhosa. Alguns choros são mais complexos e musicalmente epifânicos que muitas fugas eruditas.

Enfim, gênero não é um determinante para qualidade musical.

Casper
Veterano
# abr/14
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Eu cresci (e foi a época que mais ouvi música, sem dúvidas)
nos anos 80. Em casa fui apresentado a diversos gêneros
musicais, mas principalmente jazz, por causa do meu pai.

Mas, quando pude escolher realmente o que eu iria consumir
musicalmente, a música eletrônica foi a minha escolha pessoal.
Especificamente o synth-pop dos anos 80, que foi e continua
sendo uma referência em termos de sonoridade, do que continuo
tentando fazer hoje. Eu ouvi paralelamente muito rock e praticamente
um pouco de cada gênero, exceto MPB, por puro preconceito
na época, e pode-se dizer que hoje continuo analfabeto nessa
área de conhecimento musical.

Concordo com o Lelo Mig sobre o choro - que eu considero a
mais genuína manifestação musical de nosso país. Considero
a bossa-nova um subgênero de jazz americano, inclusive isso
gera muita discussão. O pai da bossa-nova é o Chet Baker, não
o João Gilberto. Mas isso não vem ao caso. Eu não sou especialista,
mas o samba parece que teve uma trajetória muito diferente da
bossa-nova, que sempre me pareceu um gênero mais hermético,
que pouco ou nada se mistura com os arredores.

Ai chego no ponto que queria: Alguns gêneros são tão herméticos
que ficam estagnados. São como alguns gases nobres, e isso
é o de pior que pode acontecer, porque sem renovação eles definham
até a morte. Claro que sempre vão existir admiradores para
todo e qualquer gênero, mesmo estagnado, mas o que se renova
constantemente tem mais chance de sobreviver.

É uma espécie de Darwinismo musical, penso eu.

Concordo sobre o "sueco gordo" também. O virtuose dessa
espécie, na minha opinião, é vazio e desinteressante. Muito
diferente do Niccolò Paganini, por exemplo, que foi virtuose mas
deixou uma obra de primeira linha. Quem vai se lembrar do
gordo daqui a 100 anos? Quem vai se lembrar de um trecho
musical interessante, que não seja uma escala a 240BPM?

Lelo Mig
Membro
# abr/14
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dibass

Cara...onde eu falo mal de LIszt?? Muito pelo contrário, eu o "superestimo"! Liszt foi um reverenciado "virtuose de verdade"!!...o que é o oposto de "metido à virtuose".

Luiz_RibeiroSP
Veterano
# abr/14 · Editado por: Luiz_RibeiroSP
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Gosto de chorinho, demorei para conhecer melhor o estilo. que pena.

Sempre achei o Paganini parecido com o nazi e joe cocker. mas parece oWolverine tmb!
Niccoló Paganini

wolverine

entamoeba
Membro Novato
# abr/14
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Preconceito não é uma merda!

Essa perseguição ao preconceito tem a ver com a promessa iluminista de que a razão tiraria o mundo da sombra da ignorância. Ilusão que só veio a virar um clichê do senso comum 300 anos mais tarde. Nossa relação com o que estamos prestes a conhecer é sempre a de pré-conceito. Não somos uma tabula rasa em relação a cada nova experiência, portanto é impossível eliminar o preconceito. Ao contrário do que se sonhou, nossa concepção de mundo é puro pré-conceito.

Esse discurso de demonização ao preconceito é mais preocupante do que o o comportamento do "cara que só ouve rock". O gênero musical é como um jogo, que tem regras que devem ser seguidas e quem participa do gênero é co-responsável pela manutenção dessas regras. A medida que se flexibiliza as regras se estraga o jogo.

E não faz o menor sentido achar que esse arranjo de choro tem que ser melhor do que um rock 4/4 de 3 acordes, até porque floreios não faltam aos tecladistas de churrascaria. As vezes tenho impressão que o conhecimento das teorias musicais formalizadas tem atrapalhado algumas pessoas de estabelecer com a arte a relação que realmente importa, que é puramente estético-simbólica.

guizimm
Veterano
# abr/14
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entamoeba
Nossa relação com o que estamos prestes a conhecer é sempre a de pré-conceito
poxa, finalmente achei alguem que pensa como eu nesse aspecto
eu acho até que o pré julgamento é necessário em certas situações(não musicais), tem hora que a gente tem que agir rapido e tomar um partido, não dá tempo de considerar tudo sempre com parcimônia e calma

As vezes tenho impressão que o conhecimento das teorias musicais formalizadas tem atrapalhado algumas pessoas de estabelecer com a arte a relação que realmente importa, que é puramente estético-simbólica
concordo plenamente tbm, tem gente que trata a música como um esporte, tenta sempre melhorar a técnica e a erudição sem se preocupar com o cerne da coisa

Lelo Mig
Membro
# abr/14
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entamoeba

Ponto de vista interessante, ainda que, em minha opinião, limitador em alguns aspectos.

Contudo, "o conhecimento das teorias musicais formalizadas tem atrapalhado...", é justamente, o que de certa forma, afirmo em meu texto, quando escrevo que sempre tive muito senão com o ensino formal, principalmente o de guitarra, deveras pobre.

Casper
Veterano
# abr/14 · Editado por: Casper
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Caro entamoeba:

Essas duas frases me deixam preocupado:

O gênero musical é como um jogo, que tem regras que devem ser seguidas e quem participa do gênero é co-responsável pela manutenção dessas regras. A medida que se flexibiliza as regras se estraga o jogo.

Porque o que eu quero fazer é enfiar uma Polka
no meio do Dubstep, com um coral de meninos
capados no fundo e um solo de canto difônico no meio.

Pode não?

TG Aoshi
Veterano
# abr/14 · Editado por: TG Aoshi
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Lelo Mig
huhuahau! Então, o que aconteceu é que entendi a mesma coisa que o dibass, só que suspeitei que você quisesse dizer o extremo oposto.

Sobre o virtuosismo na música clássica, me irrita um pouco a visão que geralmente se encontra por aí. A grande demanda técnica é só um requisito básico, especialmente pra intérpretes desse tipo de música.

Me irrita profundamente enxergarem virtuosismo como coisa de outro mundo, ou como se fosse o objetivo final do estudo técnico/musical. Sinceramente penso que esse tipo de visão é o que contribui pra bizarrices do tipo Maksim, Lang Lang et al; ou ainda "YouTube video: meu filho é um gênio", "garoto de 8 anos é o novo Mozart". Pra não falar que, e nisso posso estar errado, é um dos motivos da maioria dos "novos" intérpretes serem tão incompletos hoje.

Dá até um certo receio ver que a visão que a maioria das pessoas tem de música clássica (especialmente as peças mais exigentes) é que seja apenas um monte de macaquices. Claro que até um certo ponto isso seria normal, mas que é um tanto assustador, é...

EDIT: Aliás, perdoa-me por puxar o assunto um pouco pro outro lado =p

entamoeba
Membro Novato
# abr/14
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Casper,

Claro que pode! Mas o que preserva a Polka e o Dubstep é ter pessoas que zelam por suas regras. Senão nem saberíamos o que é Polka ou Dubstep. Quanto ao coral de meninos capados, acho crueldade pura! Não há timbre de voz que valha a mutilação genital de crianças.

Casper
Veterano
# abr/14
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Caro entamoeba:

O Alessandro Moreschi que o diga:



Só curiosidade: Essa gravação tem praticamente
100 anos, e, pelo que sei, ele foi o último castrato
da história:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Alessandro_Moreschi

Rednef2
Veterano
# abr/14 · Editado por: Rednef2
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Hoje em dia isso tem até acabado um pouco. Mas a galera do Metal continua com a mente extremamente fechada, com aqueles discursos idiotas do tipo "o publico metal é intelectualmente avançado e gosta de uma musica bem tocada", como se uma musica fora desse estilo fosse pra "babacas que não gostam de arte".

Uma vez vi um metaleiro xiita dizendo que se o mundo só tivesse metaleiro as diferenças iriam ser respeitadas. É rir, pra não chorar! O que mais tem no meio metal é "musico-nazista" que pregam uma "superioridade artistica" e os demais estilos precisam ser "exterminados" para não contaminar os "superiores".

AtalaBukas
Membro Novato
# abr/14
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Rednef2
Este é o resumo de todos os metaleiros!



Julia Hardy
Veterano
# abr/14
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Gosto de choro. Mas, eu seria mentirosa se dissesse que é um som que eu ouço todo dia. Não é algo que faz parte da minha "formação musical", na falta de outra definição. Talvez, se eu tivesse nascido e sido criada na Lapa, a história seria outra.

O que mais tem no meio metal é "musico-nazista" que pregam uma "superioridade artistica" e os demais estilos precisam ser "exterminados" para não contaminar os "superiores".

Isso é uma visão preconceituosa sobre quem curte o estilo. É o mesmo que falar que todo rapper é bandido.

Eu vejo a coisa assim: o que alguns chamam de radicalismo, eu chamo de "controle de qualidade". O heavy metal, assim como qualquer outro gênero, era uma reação ao que rolava no rock mainstream. É natural que existisse uma certa rejeição por outros estilos. Mas, isso foi no passado. Um tio meu que andou no meio punk e metal disse que o clima entre punks e metaleiros em SP na década de 80 era pesado. Tinha gente que apanhava simplesmente por usar camiseta de determinada banda. Isso não acontece mais.

Julia Hardy
Veterano
# abr/14 · Editado por: Julia Hardy
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Ainda sobre radicalismo

Ser “eclético” e "mente aberta" ou ser “radical” é uma questão pessoal.
Se alguns se sentem bem com a ideia de “Metamorfose Ambulante”,
tudo bem. Mas eu não vejo por essa forma.
Já que dentro do rock/metal existe tanta merda, por que trazer mais? Pra aumentar o fedor? O mesmo para outros estilos musicais.
Uma coisa ou outra fora do rock, me permito ouvir. Alguns standards de pop, jazz, música clássica e só.
E vejo o radicalismo como algo positivo. Dessa forma, consigo separar aquilo que é presepada daquilo que não é ou pode não ser.

O que não consigo aceitar é a ideia de “politicamente correto”. Onde tudo tem que ser comedido ou relativizado.

Pra mim é “Escute Slayer ou Morra”.

Mas, isso é só o MEU ponto de vista.

mvrasseli
Veterano
# abr/14
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Acho que o rock pesado e o funk são muito parecidos, os dois são pauleira, não dar pra entender nada do que os vocalistas "cantam" e os ouvintes são radicais ,tem um estilo de andar e se vestir diferente. Não dá pra entender tanta indiferença, acho que não tem nada mais parecido com um metaleiro que um funkeiro e vice-versa.

Lelo Mig
Membro
# abr/14
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Julia Hardy

Entendo.....

Contudo, uma coisa é ser eclético para ser "politicamente correto".

Outra ouvir como fã.

E por último ouvir como músico.

São pontos de vista diferentes, análises técnicas, prismas e óticas musicais como agregadores para a arte.

Possuo perto de 5 mil álbuns, sendo pelo menos 85% Rock........mas continuo a ouvir outras coisas e nunca me importei em considerar o Rock "um gênero superior", pelo simples fato de ser o meu favorito.

Julia Hardy
Veterano
# abr/14
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Lelo Mig

Eu também não me importo. É o meu gosto.

Casper
Veterano
# out/15
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Sobre o Darwinismo musical:

Penso que a lei do mais forte propagar suas
características para as próximas gerações parece
não funcionar dessa forma para a música.
Ultimamente tenho notado que o mais medíocre
tem mais possibilidade de sucesso na reprodução.

Triste.

pianoid
Veterano
# out/15
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aqui preconceituosos contra preconceituosos discutem o relativismo moral da música

tenho preconceito contra anões que se acham gigantes e reclamam que cotas para entrada na montanha-russa da fama são muito altas

pianoid
Veterano
# out/15
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Casper
discordo sobre sua visão do darwinismo musical. Você está considerando a muito curto prazo, onde várias aberrações genéticas, mutantes cancerosos, tem se reproduzido rapidamente. Mas no longo prazo esses ramos não sobrevivem. alguém consegue lembrar de cabeça algum desses funks ou sertanojos vagabais que eram sucesso nos veículos de massa há uns anos atrás? Já foram mortos e substituídos por uma nova geração desmemoriada. Clássicos, jazz e rock tiveram bem mais influência, seu dna musical passado adiante...

Casper
Veterano
# out/15
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Mas no longo prazo esses ramos não sobrevivem.

Espero sinceramente que eu esteja errado.

Adler3x3
Veterano
# out/15
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Bem.
Poderíamos focar o tópico mais no sentido do seu título:

"Filosofando sobre música"

E dar uma revigorada no tópico.
Na idade média a música era uma das sete artes liberais.
E por um bom tempo a música foi considerada essencial na educação de uma pessoa.
Com o passar dos séculos este modo de encarar a educação mudou completamente e evoluiu.
Mas em certo sentido na educação musical de nosso país e em outros também, a música perdeu o status que tinha antigamente.
E este desnível da educação atual é que é responsável pela queda da música como uma arte, o que explica em parte o baixo nível das músicas modernas.

Filosofem e escrevam sobre isto, posso estar errado em algumas considerações, vamos buscar mais luz sobre o tópico..

Casper
Veterano
# out/15
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Caro Adler3x3:

Com o passar dos séculos este modo de encarar a educação mudou completamente e evoluiu.

Evoluiu ou involuiu?

Adler3x3
Veterano
# out/15
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Casper
Escreveu:
Evoluiu ou involuiu?

Bem eu acho que o sistema de educação evolui.
Na idade média e por séculos a educação era eletiva, só pessoas de determinadas classes sociais tinham acesso.
O Analfabetismo era geral entre o povo.

Mas com a música especificamente algo aconteceu que mesmo assim continuou meio que elitizada, e estudar teoria musical nas escolas públicas normais nunca foi uma boa cadeira, uma certa erudição manteve a boa teoria musical longe do povo, seja pelo alto custo dos instrumentos , seja pela falta de bons professores.
Durante a existência de Heitor Villa-Lobos um grande educador também o Brasil experimentou um avanço nesta área cultural da música,
Depois não sei direito, mas questões políticas sempre deixaram a música num plano inferior que interessava aos mandatários do país manter o povo na ignorância, e isto ainda persiste no século XXI.
Os políticos tem medo de educar o povo, os dados estatísticos da educação são manipulados, os políticos dizem que esta melhorando, mas o ocorre é justamente o contrário.

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