Rock Anos 70. Apenas uma conceituação no tempo/espaço

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Mr. Rosa
Veterano
# mai/13
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Felippe Rosa

Eu batí um rolo no livro há dois anos, nem preciso dizer que me arrependo. ¬¬'

vinibassplayer
Veterano
# mai/13
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Lelo Mig

Eu acho que pode-se superar o inicial melhorando a qualidade, mas é impossível substituí-lo como melhor.
Um bom exemplo é o mercado de instrumentos:
com toda certeza existem instrumentos vezes superiores a "Fenders e Gibsons", em termos de construção, tocabilidade e até timbre. Mas são essas duas é que são idolatradas como as melhores, pois foram a que deu o pontapé inicial pra tudo que foi feito depois!!

Também é assim com a música: aquele do Hardão 70 não tinha essa influência pesada de antes deles então eles tiveram que criar isso da sua forma, inventar e isso virou a sua inovação e marca. O que vei depois, na maioria das vezes, não passa de simples adaptação e é tachado de imitação e clichê.

Mr. Rosa
Veterano
# mai/13
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Não foi dito no tópico, mas as gravadoras desempenharam um papel fundamental no passado.

Antigamente havia um investimento por parte das gravadoras, devido óbviamente claro, aos exorbitantes lucros que teriam caso o álbum "vingasse". Hoje as gravadores tem receio de assinar um contrato, por N motivos, e somente assinam caso saibam que o estilo dos artistas e o som tenham um público em específico que "consumirá" o produto. Isso por sua vez causa um tolhimento da criatividade e ousadia artística, pois o artista sabe que a sua arte tem um filtro complexp para integrar o mercado.

Não quero ser dogmático e ignorar que esse processo não tenha ocorrido no passado, especificamente na década de 70, mas atualmente esse filme tem se repetido constantemente e incessantemente criando um cena independente que florece, mas ainda timidamente.

Lelo Mig
Membro
# mai/13 · Editado por: Lelo Mig
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Mr. Rosa

Cara, de forma geral, como quase em todos os ramos, o mundo dos negócios, administração e etc. evolui, mas no entanto existem exceções, e o mundo das Gravadoras é uma delas.

Posso falar com certa propriedade, trabalhei com gravadoras por mais de 10 anos, elas erraram, tomaram rumos totalmente equivocados, seus executivos tomaram decisões erradas, uma após a outra nos últimos 30 anos.

Por incrível que pareça, o mercado Fonográfico retrocedeu, acredite, a forma de administrar música nos anos 50 foi infinitamente superior, mais efetiva e rentável que nos anos 90. (Estou falando estritamente no sentido comercial de música).

Não foi a Internet, nem as rádios, nem a MTV. As gravadoras foram a grande culpada pela derrocada do mercado e de terem suas estruturas carcomidas pelas demais mídias.

Existe um "executivo" brasileiro, prefiro não citar nomes, que era diretor de uma Major aqui no Brasil. Foi promovido a diretor da América Latina, sabe o que aconteceu? Ele praticamente faliu a gravadora na América Latina e posteriormente no Brasil. (lembre-se que a queda das gravadora aqui na América começou no México).

Só que esse cara, até hoje se acha um gênio, e até hoje culpa a derrocada do seguimento à Internet e "pasme" aos lojistas!!

Na Europa e EUA, os caras eram um "pouquinho" menos incompetentes... conseguiram segurar a coisa por mais uns anos.....mas eram ruins também e nem lá as Majors se sustentaram.

Hoje, as que restam, são sombras do que foram, administrando contas no vermelho.

Adler3x3
Veterano
# mai/13 · Editado por: Adler3x3
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Lelo Mig

Com relação ao seu comentário sobre as gravadoras concordo plenamente.
É bem isto o que aconteceu.
O modelo de administração esta errado, hoje os Ceos tem super poderes, e estão levando a bancarrota inúmeras empresas.
Muita concentração de poder, e os tais administradores são verdadeiros poços de vaidade, que estão mais interessados na sua imagem e nos rendimentos anuais, que são elevados mesmo com as empresas tendo prejuízos.
Manipulam os dados como nunca visto.
Veja o exemplo da Avid e outros.

Mr. Rosa
Veterano
# mai/13
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Lelo Mig

Bacana esta tua experiência com a indústria fonográfica, sinceramente sou leigo. Não sei bulhufas de como eles cavaram a própria cova, este seria um tema interessante para um outro tópico.

jucasambora
Veterano
# mai/13
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Eu li o tópico e percebi até que ele descambou um pouco pra questão crítica da responsabilidade das produtoras e gravadoras e coisa e tal. Não sou expert no assunto mas percebi que todos que comentaram ignoraram 3 fatores, que pra mim, quando falamos desse assunto não podem ser ignorados... (repito: pra mim... podem discordar a vontade).

1º - Música é concomitantemente temporal e atemporal - o que quero dizer é que ela tem um "dia e hora marcado" para ser criada, mas depois disso, ela passa a ter um caráter atemporal, em qualquer época ela vai dizer alguma coisa pra alguém... não é a toa que o garoto se interessou por rock dos anos 70, não é a toa que estudamos música clássica nas escolas de música, não é a toa que conhecemos versos de canções antigas de tempos em que não havia recursos para gravar, mas passou pelas mãos dos sucessores dos compositores... e assim por diante.

2º - Globalização! Gente, essa merda realmente modificou o mundo em todos os seus aspectos, inclusive a música, e discordo desse lance de os jovens dos anos 60/70 serem mais abertos e tal, pq naquela época é que as coisas eram bem mais sectárias... e temo dizer que em alguns pontos a globalização não conseguiu afetar isso, visto que ainda existem muitos preconceituosos em diversos ramos da sociedade. Mas voltando pra música, não temos como negar que o que se produz de rock hoje é uma mistureba de tudo que se possa imaginar. É como se existisse uma regra, uma lei, que manda vc gravar coisas misturadas! Pega uma lista de tipos de rock existentes hoje!

3º - Tecnologia e VOLUME de informação - Pow, quantas bandas igual a Led Zeppelin existiam na época deles e quantas nós conhecíamos? Para muitos a resposta seriam "só o Led mesmo". Hoje vc acessa a internet e tem milhões de bandas fazendo milhões de coisas, mais a TV, mais o radio, mais isso, mais aquilo... na mão! No cel, no tablet, no PC, no Notebook, na TV... Aí vem aquelas perguntas: Qual a qualidade disso? O problema esta na quantidade ou na qualidade? De onde veio isso? É sério ou é um moleque de sacanagem pq ganhou uma camera nova ou um tablet novo? É uma tecnologia nova? Aí vc compara com os anos 70, talvez tivessem milhões também, mas era muito difícil espalhar isso, a informação demorava, a tecnologia não era ideal, e assim por diante!

Eu particularmente acho que antes de culpar gravadora, produtores, músicos (competentes ou não), tem que pensar que esses 3 fatores aí são determinantes para essa discussão (repito: pra mim!).
Agora... eu vejo uma coisa legal nisso tudo! O garoto aí que se interessou por rock setentista tem acesso! Isso não é uma beleza? Ele ta no primeiro item que coloquei, o cara pode ouvir música produzida bem antes dele nascer e introduzir isso na educação dele, tanto musical quanto geral!

Em fim, na verdade acho que a solução pra toda esta problemática que temos relacionada a qualidade de antigamente com a atual, de choque de gerações e tal, está aí nessa garotada (nesta geração e na minha tb pq não dizer?) que pode fazer a diferença... ainda estão se acostumando com toda essa velocidade de informação e tecnologia (facilidades tb), mas quando nos adaptarmos vamos ter muita coisa legal pela frente! Eu tenho esperança!

Espero ter contribuído de alguma forma pra discussão... não sei se fui muito generalista ou se tirei o foco um pouco, mas acredito mesmo que pra esse assunto tem mais do que simplesmente erros de executivos, maus produtores, facilidades do mundo moderno e tal... Estamos aí pra mostrar que a coisa pode ser diferente, e pra isso não tem época e nem idade!

Casper
Veterano
# mai/13
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Caro jucasambora:

1º - Música é concomitantemente temporal e atemporal - Concordo.
Mas muitos não concordam, por exemplo, que o cha-cha-cha seja
um gênero atemporal.

2º e 3º - Se existem mais bandas, mais acesso e mais variedade,
a conclusão lógica seria que, estatisticamente, fosse mais fácil
encontrar qualidade no meio da mediocridade. Minha conclusão
é que a fração de música de qualidade é menor hoje. Por exemplo:
De 100 bandas nos anos 70, 20 (chutando) eram acima da média.
Hoje, de cada 1000, 20 (chutando novamente) são acima da média.

Dados do Instituto DataCasper.

Rednef2
Veterano
# mai/13
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jucasambora
Uma coisa que meu irmão costuma dizer é "hoje em dia tem mais musicos, por isso é mais dificil".

Concordo com isso que ele diz, faz sentido. Hoje em dia você tem umas 500 bandas por bairro e isso faz ser mais dificil sua banda se destacar.

jucasambora
Veterano
# mai/13
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Casper
Entendi o que vc falou, seria uma questão de razão e proporção, sendo que a proporção de baixa qualidade em relação àquela época esta muito abaixo da expectativa. No caso eu incluiria o seguinte: se temos a condição de ir buscar a boa informação, filtrar isso no meio dessa bagunça toda, então a responsabilidade passa a ser também nossa enquanto "consumidores" de rejeitar o que é ruim e consumir o que é bom.
Certamente a mídia e os meios de comunicação vão nos empurrar muita coisa, mas hoje temos como filtrar isso e de certa forma o poder é "transferido" para nós. Tomo por exemplo eu mesmo, normalmente o que ouço de "novo", fui buscar, e poucas vezes recebi da mídia diretamente.

Rednef2
Esse é mais um efeito da globalização, que citei, é a livre concorrência que foi maximizada estupidamente. Um dia ouvi um grande guitarrista brasileiro dizer o seguinte: "na minha época foi fácil crescer no mercado pq tinham poucos virtuosos e a demanda era muita, hoje se quiser sobressair tem que ser pelo menos melhor que eu" (parafraseando). Não foi uma frase soberba, ele só quis dizer que hoje é na base da oferta, e tem que ser bom pelo menos do nível dele, pq? Porque tem que desenvolver vantagem competitiva etc... o que nos torna como empresas de um homem só, além de músicos! Daí a gente cai em outro problema:

Na tentativa de "ser diferente", oferta-se muita merda, até acharmos aquilo que realmente é uma "boa diferença", que realmente vale a pena, já fomos bombardeados por uma infinidade de coisas péssimas.

Trazendo isso tudo ao tema do tópico, cansamos de ser bombardeados e saímos a procura. O resultado é esse garotinho que se interessou por rock anos 70. Aí tem outra situação: As vezes o que é dito como novo é só repetição, ou, as vezes estamos procurando no lugar errado, daí quando percebemos vemos que aquilo que queremos já existem em algum lugar do passado.

Luiz_RibeiroSP
Veterano
# mai/13
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Sera que a dificuldade de tempos passados, para se produzir musica, não era um filtro para sobressair o que tinha de melhor? Será que a facilidade não fez vir a tona um monte de gente com menor talento?

Casper
Veterano
# mai/13
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Caro Luiz_RibeiroSP:

Certamente esse é um dos elementos importantes.

Caro jucasambora:

Não sei se o ser humano médio sabe filtrar, ou pior ainda,
tem a capacidade de filtrar. Me assustei a poucos dias,
em um churrasco, um cara que é o ultra-mega-fhodha
PHD e o escambau, só tem em casa música da pior
qualidade (vou me abster de citar nomes). É um cara
que conhece metade do mundo, fala não sei quantas
línguas e continua analfabeto, musicalmente falando.

Esse tipo de situação é aterrorizante, não consigo explicar.

jucasambora
Veterano
# mai/13
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Luiz_RibeiroSP
Certamente! A facilidade trouxe sim muita coisa ruim! Mas pq não tentamo focar no que tem de bom... como eu disse, acredito que todos da minha geração pra cá estamos em uma espécie de adaptação a toda essa velocidade e espaço para informação, é questão de tempo até que haja um equilíbrio e cabe a nós trabalhar para isso, olhando e valorizando o que é bom e rejeitando o que é ruim... não basta ficar olhando inerte, temos que reagir a isso de maneira saudável!

Casper
Vc citou um exemplo interessante, não podemos esperar que todos tenham essa atitude, além disso, não é o estilo musical que determina quem são as pessoas...
Uma pergunta a se fazer em relação a esse "PHD e o escambau" que vc citou é se ele é músico. Ele é? Pq se ele não for, nós vamos partir pra uma outra situação, que é como as pessoas que não entendem nada de música se relacionam com ela.

MMI
Veterano
# mai/13
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Acho que o pessoal está culpando gravadora, público e sei lá mais o que, quando o buraco é bem mais embaixo. Vamos situar um pouco...

Lá para década de 50, ouvir o Elvis (por exemplo) só se tinha duas possibilidades. Ver um show ao vivo ou ouvir no rádio, a terceira quase que se exclui que era ter um LP e um equipamento para ouvir este LP, não era para qualquer um, até luz elétrica não era tão disseminada fora dos grandes centros, começou nessa época. O rádio era a estrela, as gravadoras eram ávidas para descobrir novos artistas, fechar contrato, gravar e lançar. Os estúdios e gravadoras buscavam artistas novos e bons para fechar contrato, eram vacas magras. Sam Phillips, dono do Sun Studios e Sun Records em Memphis e quem descobriu Elvis, pagava 3% de royalties ao invés dos 5% normais na época, tinha B.B. King, Howlin' Wolf e outros, mas rodava muito para que seus artistas tocassem nas radios. Mesmo assim teve que vender Elvis para RCA para não falir. Em resumo, quase ninguém ganhava dinheiro com música, principalmente por aqui. Pela nossa situação, a maioria por aqui só ouvia artistas pelas rádios.

Lá para década de 70 os LPs eram mais difundidos e tinha as fitas cassete, possibilitando ter uma cópias dos LPs e ouvir nos carros ou em casa - começou a "pirataria". lembro de ficar com o gravador cassete a postos lá pelas 18:00 horas, quando as rádios tocavam "as mais pedidas", o puto do radialista falava no começo e no fim, quando não colocava alguma coisa no meio, mas possibilitava pegar a música e ouvir várias vezes, por trechos, e tirar umas frases no violão (guitarra era dificil...). Gravar era caríssimo, mas ainda as gravadoras davam espaço para quem gostavam do som, as rádios consumiam para poder ter mais anunciantes, o público consumia LPs e cassetes. Foi o período áureo das gravadoras.

Em 19 e 20 de março de 1981 o Queen fez shows no Morumbi, em São Paulo. Foi o primeiro grande grupo a pisar em terras brasileiras, cobraram muito barato os ingressos em relação aos valores atuais (vide o link). Isso porque as bandas na época não se interessavam tanto em shows, o importante era vender discos, isso que dava grana para as bandas, então os shows eram para vender mais discos. Vide os Beatles que já seguiam essa trilha bem antes. Bem lentamente o Brasil começou a ter alguma atenção das bandas... Ainda por aqui continuava o esquema de ouvir rádio, eventualmente LPs ou cassetes, alguns programas de TV como o Chacrinha divulgava bandas e foi pioneiro aqui por misturar banda e bunda (lembrem que era época da ditadura, censura).

Então o mundo começou a se modernizar... Começaram a pipocar computadores por tudo que é lado. As gravações começaram a ter a opção do digital, então os discos vinham com 3 letras A ou D, significando se a gravação, mixagem e masterização eram analógicas ou digitais. O RPM em 86 foi a primeira banda por aqui a lançar um disco DDD, todo digital. Em 85 o Brasil lançou o primeiro satélite nacional, o Brasilsat. Lentamente as TVs (só tinha TV aberta, uma meia dúzia de canais) e rádios foram ganhando mais poder, as TVs já transmitiam antes algumas coisas via satélite, as rádios eram meramente locais.

O dono da rádio Jovem Pan 2 (FM) daqui de São Paulo, o Tutinha, começou a fazer parcerias, sociedades e foi o pioneiro na rádio via satélite. A rádio deixou de ser local, isso em abril de 94. Isso significou que o "jabá" começou a ficar mais pesado, botar uma música numa radio destas significava cobrir várias cidades do Brasil, a manipulação e o nivelamento dos gostos junto com a TV foi virando um negócio forte. Nessa época a internet começou a aparecer, engatinhando. Apareceram os CDs, ainda caros, mas os computadores domésticos, caros, ainda não tinham tanto poder de processamento e armazenamento para manipular muitas músicas.

Com o aprimoramento dos computadores domésticos, começou a ser possível conectar a internet e compartilhar músicas em MP3, com perda de qualidade bem aceitável. Surgiu o Napster, onde se podia baixar músicas facilmente de graça, as gravadoras caíram matando e em especial o Metallica processou os donos do programa, acabando por fechar o programa, mas a porteira estava aberta e surgiram formas de burlar os direitos autorais e baixar músicas a vontade. A venda de álbuns deixou de ser negócio, as bandas se voltaram a fazer shows, cobrar caro o ingresso, já que o CD ficou só para lançar novidades e atrair público para os shows por estas novidades. As rádios e TVs, mais poderosas agora, começaram a fechar contratos com bandas a valores muito altos, já que estavam com o poder de espalhar facilmente pelo Brasil os novos nomes, a receita já não vinha mais tão exclusivamente dos anunciantes. Gravar um CD não é mais problema, dá para gravar em casa com facilidade. Dá para divulgar na internet, gratuitamente, em música e video.

Surgiu a cultura que música é gratuita. Duvido que alguém deste fórum de música não tenha nenhuma música MP3 sem pagar direitos para a respectiva banda. Hoje é estranho falar em comprar um CD, mesmo pagar 2 reais numa música de um amigo, como incentivo num iTunes, soa estranho. Gravar um álbum não é negócio mais para nenhuma banda. Nisso as gravadoras faliram, as lojas de CD idem, mas entrar na radio ou TV aumentou a dificuldade. Os shows passaram a ser caríssimos...

Hoje a divulgação que virou a peça chave. Cair na mídia passou a ser a tarefa hercúlea. Distorções apareceram - o Neymar recebe montanhas de CDs e vídeos de dancinhas com pedidos para fazer um gol e comemorar divulgando. Michel Teló estourou assim, primeiro Neymar, depois Cristiano Ronaldo e o mundo. Triste, mas é a realidade.

maspn
Veterano
# mai/13
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Nota-se a tamanha perca de criatividade hoje em dia,
Pessoas que acham solos chatos, Não existem mais videos Clipes que eram verdadeiras obras de arte.

Poxa, Lembro do A-HA! Pouca tecnologia e muita criatividade, tanto na música quanto na imagem...


tava vendo um idoso falando que a tecnologoa acomada as pessoas, mais é isso mesmo.

Rednef2
Veterano
# mai/13
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Outra coisa que mudou é o conteudo das letras. Isso ja perdi as esperanças de voltar a ser como era antes.

Com essa onda "politicamente correta" fica dificil esperar dias melhores.

jucasambora
Veterano
# mai/13
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MMI
Caraca! Mandou muito com esse apanhado histórico! Não só concordou com minha perspectiva citada anteriormente como acrescentou informações mega interessantes! É isso aí mesmo, concordo plenamente com:

Hoje a divulgação que virou a peça chave. Cair na mídia passou a ser a tarefa hercúlea. Distorções apareceram - o Neymar recebe montanhas de CDs e vídeos de dancinhas com pedidos para fazer um gol e comemorar divulgando. Michel Teló estourou assim, primeiro Neymar, depois Cristiano Ronaldo e o mundo. Triste, mas é a realidade.


maspn
Essa questão dos video clips entraram no que o MMI falou, virou peça de divulgação e não é mais um ato artístico. Aliás, sempre foi pra divulgação a diferença é que antigamente existia o censo artístico. Vide os clipes do genial e falecido Michael Jackson!

Rednef2
Com relação as letras, acho que o problema não é o "politicamente correto" mas sim a falta de educação. Sim aquela educação básica, escolar mesmo... Ninguém quer ler livros, ninguém quer estudar português, poesia, essas coisas. Aí fica difícil mesmo, pq mesmo no politicamente correto é possível fazer boas letras sim, abordar assuntos interessantes e tal... mas ninguém quer estudar, estão mais interessados em ler a time line do Facebook!

Adler3x3
Veterano
# mai/13 · Editado por: Adler3x3
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MMI

Muito bom o seu último post.
Só acrescentaria que no período áureo das gravadoras as mesmas sinalizavam para as rádios (e mídia em geral) quais as músicas que deveriam ser executadas.
Uma amigo meu já falecido trabalhou em rádio e me contou que junto com os Lps (e mais para trás nos compactos) que eram distribuídos para as rádios já vinha a indicação do que deveria ser o sucesso, ou seja do que deveria ser tocado repetidamente nas rádios para virar um sucesso. (uma forma forçada)
Muitas bandas e cantores não contavam com esta ajuda, e um sucesso deles era muito mais difícil de acontecer, só se o público que teve acesso ao Lps pedisse para a rádio tocar, e mesmo assim era difícil, pois prevalecia a vontade das gravadoras.

JJJ
Veterano
# mai/13
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Lelo Mig
Adler3x3
Mr. Rosa
MMI

Ok que as gravadoras, distribuidoras, etc podem ter feito bobagem, mas não atribuir nenhuma importância ao fenômeno download/mp3 é errado também...

Adler3x3
Veterano
# mai/13 · Editado por: Adler3x3
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Casper

Não sei se o ser humano médio sabe filtrar, ou pior ainda,
tem a capacidade de filtrar. Me assustei a poucos dias,
em um churrasco, um cara que é o ultra-mega-fhodha
PHD e o escambau, só tem em casa música da pior
qualidade (vou me abster de citar nomes). É um cara
que conhece metade do mundo, fala não sei quantas
línguas e continua analfabeto, musicalmente falando.

Esse tipo de situação é aterrorizante, não consigo explicar.

Nos faz pensar.
Que o nível de inteligência não é no todo distribuído da mesma forma.
O cara pode ser inteligente em matemática, história, línguas etc...
Mas pode ser um analfabeto musical!
E o nível ou "QI" musical bem baixo, e assim ter níveis diferentes de "QI"
"QI" alto em matemática e baixo em musica. (música e matemática estão intimamente ligadas, pode não ser um bom exemplo, mas pode ocorrer este paradoxo)
O próprio conceito de "QI" desta forma tem que ser melhor reavaliado.
E o cara pode ter um "QI" elevado mas não demonstrar isto em várias atividades humanas.
Então não é só a inteligência que influi no processo como costumeiramente se pensa ou se rotula.
Você pode ter uma pessoa simples, sem educação e cultura, aparentemente um zé ninguém, que pode ter um gosto musical mais apurado que um cara com mestrado e tais.
Existem outros elementos , e o ser humano é mais complexo do que se imagina, e os estudos da mente humana ainda não estão num nível bom para poder explicar estas aparentes contradições ou paradoxos.

Também não encontro uma explicação plausível.

Adler3x3
Veterano
# mai/13 · Editado por: Adler3x3
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JJJ

Ok que as gravadoras, distribuidoras, etc podem ter feito bobagem, mas não atribuir nenhuma importância ao fenômeno download/mp3 é errado também...

É verdade.
Só que as gravadores estavam com um modelo bom e funcionando.
E historicamente sempre ocorre uma resistência as mudanças, e a tendência é tentar manter o processo antigo.
No passado muitos fabricantes de máquinas de escrever resistiram, e não se adaptaram e hoje das que não desapareceram/faliram ficaram minúsculas com relação ao que eram no passado.
O técnico que consertava máquinas de escrever, que não se adaptou para fazer manutenção de computadores, simplesmente deixou de existir e esta num processo de extinção.
E assim muitos perderam o bonde da história..., que passou.
A Apple soube muito bem montar um esquema de downloads. (e aparentemente as gravadoras perderam o poder de mando)
Só recentemente a Microsoft acordou para isto.

jucasambora
Veterano
# mai/13
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JJJ (e os outros tb rsrsr)
Mas o MMI falou sobre isso no seu coment, da questão do MP3 e tal... Na verdade é todo um conjunto de fatores e não temos como controlar, precisamos usar nossa inteligencia pra tentar tornar o que temos hoje em algo realmente bom!

Outra coisa que me ocorreu e que não vi ninguém comentar que entraria nesse conjunto de fatores é a falta de investimento em cultura e arte... aqui no Brasil então é uma vergonha! Estudei na Villa Lobos e em outras escolas públicas e vi como eles "se importam" em incentivar isso, é ridículo!

MMI
Veterano
# mai/13
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jucasambora

Aí é que tá... Se for para estourar pelo Neymar, por exemplo, tem que ter uma dancinha e o cara vai ter uns 3 segundos depois do gol para divulgar, uma única vez. Então neste caso, tem que ser algo como "põe a mão na bundinha e dá uma abaixadinha" e pronto, os companheiros do time pulam em cima e o juiz chama para recomeçar. depois ele dá uma entrevista de 2 segundos dizendo que a dancinha é de uma música de seu amigo Juca, por exemplo. Pronto, estourou.

Adler3x3

Só acrescentaria que no período áureo das gravadoras as mesmas sinalizavam para as rádios (e mídia em geral) quais as músicas que deveriam ser executadas.

Mas cara, sempre foi assim. Sempre as bandas gravavam um álbum, mas tinha uma "música de trabalho". De Elvis até hoje, passando por Beatles e Led. Depois focavam em outra, eventualmente do mesmo álbum, mas sempre teve uma para focar, raramente duas.

Aquela história do filme "2 filhos de Francisco" não rola mais. Não existe mais um desconhecido tocar uma vez na rádio, de graça uma vez, e depois os parsas ligarem pedindo para ouvir de novo. Hoje para tocar numa rádio tem que ter contrato, mesmo no interior, as rádios precisam pagar direitos aos artistas, então também cobram (acaba que fica elas por elas no máximo, geralmente tocar na rádio é mais caro que o direito autoral).

É assim, a banda tem músicas legais (até onde isso pode significar), tem que ser bem gravado e bem produzido. Pode pagar direto uma rádio local ou uma abrangente via satélite, tipo a Jovem Pan 2 ou Transamérica, firmando um contrato. Eles vão martelar sua música na programação, os locutores elogiarão e darão destaque, sua música se for bem paga vai cair no horário nobre e nas 10 mais. Eventualmente a banda fará shows nas cidades cobertas pela rádio e terá logotipo no palco, com anúncios do show durante a programação. Beleza, mas alguém vai falar "eu sou pobre, minha banda toca com qualidade, gastamos tudo na gravação, estúdio, mixagem e masterização profissionais, não dá para pagar rádio". O caminho pode ser o Neymar, mas vamos focar nas radios. Uma radio local, pouco abrangente, pode propor um contrato. Seria meio assim, a rádio fica com os direitos, vai divulgar. Se a música embalar a banda vai lá fazer um show e ganha algum. Se for bem aceita e o público começar a gostar, outras rádios tem que comprar direitos da rádio inicial, a banda fica sem nada. Isso se a rádio não cobrar dos shows que a banda fará... Isso que geralmente para chegar nesta radio e neste contrato a banda teve que pagar uma agência de divulgação.

JJJ

Mas foi o download e MP3 que tornou toda música gratuita, a recusa de se pagar por CDs veio disso e da digitalização do processo. De certa, as gravadoras gritaram muito quando se abriu a possibilidade de baixar músicas. Já existia algo neste sentido, quando se gravava um LP em fita cassete, mas não incomodava muito e não davam muita importância.

Como eu escrevi, isso mudou o foco das bandas. Depois dos primeiros álbuns e da Beatlemania, os Beatles pararam de fazer shows porque era só gritaria, gravavam com orquestra e instrumentação impossível de se fazer no palco. O importante era vender CDs, pode ver como foi barato ir no primeiro show de grande banda no Brasil, do Queen - se o ingresso custou 8 jornais da época, hoje seria 24 reais (paga só o couvert artístico no boteco da esquina). Hoje o CD não dá lucro, pessoal baixa de graça. O interessante é divulgar pelo CD e ganhar no show, com cada ingresso a 300 reais pelo menos, não é a toa que os recordes de ganho em turnês são batidos a cada ano, os hostóricos shows dos Beatles, por exemplo, viraram brincadeira de criança na parte de arrecadação. E tudo isso pelo MP3.

Obs.: o que eu acho muito bom, para o espanto de muita gente, ainda gosto de pagar pelo CD ou pelo menos pagar umas músicas no iTunes. É um incentivo, meio que um pedido para gravar mais. Pena que a maioria odeia essa fazer isso, nem 2 reais gasta - se acha "esperto" porque tem trouxas que pagam, acham que quem grava é rico...

MMI
Veterano
# mai/13
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jucasambora

Outra coisa que me ocorreu e que não vi ninguém comentar que entraria nesse conjunto de fatores é a falta de investimento em cultura e arte... aqui no Brasil então é uma vergonha! Estudei na Villa Lobos e em outras escolas públicas e vi como eles "se importam" em incentivar isso, é ridículo!

Mas aí você está pisando em outro plano, de políticas públicas. A corrupção está intimamente envolvida no nosso dia a dia. Dinheiro até tem, mas se a saúde e educação está a míngua, o que dirá do "tocador de música"...

Veja, a Ivete gravou com recursos públicos de incentivo, recentemente...

Lelo Mig
Membro
# mai/13
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MMI
Adler3x3
jucasambora

O texto do MMI é muito bom e sensato, mas as gravadoras têm sim uma responsabilidade imensa no ocorrido (independente dos outros fatores).

Estou meio ocupado agora, e é um texto que demandará algumas linhas bem explicadas, mas vou relatar em detalhes (depois) o que as gravadoras fizeram e deixaram de fazer à partir de um determinado ponto histórico para que vocês se situem no "tamanho do estrago" da qual elas têm direta influência.

Assim que der eu volto....

Adler3x3

Acredite, no caso das gravadoras o assunto é bem mais sério e intencional que no seu exemplo das "máquinas de escrever". no teu exemplo, este seguimento "perdeu o bonde da história", no das gravadoras, eles "fingiram que não vinha bonde nenhum", mesmo sabendo que vinha, diferente de "incompetência" ou "despreparo", gravadoras foram assumidas, após um período, por "bandidos e saqueadores", (via de regra) a coisa é muito séria e de certa forma intencional.... falarei sobre isso depois.

jucasambora
Veterano
# mai/13
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Lelo Mig
Tranquilo, fico no aguardo pq me deixou curioso! Abç

MMI
Veterano
# mai/13
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Lelo Mig

Estou esperando seu parecer dos fatos também...

Claro que eles tem sua parte nisso tudo, são partes integrantes e essenciais nesse processo todo. E conheço vários desses "bandidos e saqueadores", já até penei com eles. Se bem que bandido por aqui é o que mais tem em todas as áreas, talvez nesta tenha um pouco mais. Espero sua versão dos fatos, já estou coletando e relembrando fatos para argumentar. kkkkkkk

Adler3x3
Veterano
# mai/13 · Editado por: Adler3x3
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Todos

E o caminho independente?
É possível conseguir algum resultado sem estar amarrado a algum dono de poder da mídia?
Se possível como fazer?
O foco principal é o músico.
Quando o músico (incluindo o compositor) vai ter liberdade?
E ter os seus direitos devidamente reconhecidos?
Mas o músico é vitima dos atravessadores.
Se você analisar desde um passado mais remoto, onde nem existia o processo de gravação, os editores de partituras já causavam este mal, e ganhavam mais dinheiro que o próprio compositor.

MMI
Veterano
# mai/13
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Adler3x3

E o caminho independente?
É possível conseguir algum resultado sem estar amarrado a algum dono de poder da mídia?


Depende do que se chama independente e o que se chama de "algum resultado", note que são termos vagos. Se o "resultado" significar chegar no nível de um Roberto Carlos, Ivete, Calipso, Bruno e Marrone, esquece, completamente impossível. Tem o caminho Neymar a coisa, como falei, Michel Teló que o diga. Tem o lado televisivo, um dos caras que perdeu o Ídolos está na peça do Rei Leão, outro virou Rebelde.

Independente pode significar ter contrato e lançar um CD por gravadora independente, por não ser uma major, tipo Sony Music.

Ainda suponho que esse independente não significa nada disso, conhecendo o fórum, o pessoal quer saber se dá para virar sem um puto no bolso, gravando na base da gambiarra na casa do brother que tem um SM57 e uma Fast Track, depois botar no Youtube, MySpace, Soundcloud. Quanto menos se investe, menor a chance, acho que é óbvio, por melhor que seja. Mas como falei, tem quem se dê bem com o televisivo Idolos, com o Neymar, assinando contratos ultrajantes com radios. Veja, os garotos do video "para nossa alegria" gravaram um CD por uma gravadora, mas nunca mais foram ninguém - isso é se dar bem?

Quando o músico (incluindo o compositor) vai ter liberdade?
E ter os seus direitos devidamente reconhecidos?


Sempre vai ter o lado business da coisa, que provavelmente será que fatura mais. Direitos, como os direitos autorais até rola, mas encher a barriga com isso é osso...

JJJ
Veterano
# mai/13
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MMI
o que eu acho muito bom, para o espanto de muita gente, ainda gosto de pagar pelo CD ou pelo menos pagar umas músicas no iTunes. É um incentivo, meio que um pedido para gravar mais.

idem.

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