Nichendrix's Piano Bar Chat - Jazz, Blues, Rock Mulheres e One Bourbon, One Scotch and One Beer

Autor Mensagem
Vinícius Iron
Veterano
# fev/12
· votar


nichendrix

Cara, Smooth Jazz é bem mais recente que isso, é virada anos 60 pra 70 e anos 80, é meio que a primeira geração de músicos de escola de música. Eu particularmente não curto muito Smooth Jazz não, o Cool Jazz vai depender muito de quem está tocando, eu por exemplo não curto o Coltrane, também não curto boa parte do trabalho do Miles Davis nessa época, embora eu eu adore o os primeiros discos dele nessa praia mais Cool.

É mesmo? Bah, não sabia que o Smooth era tão recente... o Miles Davis é considerado o mestre principalmente pelo 'Kind of Blue'. Olha, eu escutei todo o álbum, mas, sinceramente, eu achei muito chato. Não sei se é questão de maturidade musical, mas eu tenho muito respeito pelo álbum, apenas não cai muito no meu gosto. Eu já acho Dave Brubeck no 'Time Out' bem mais ''fácil'' de escutar.

O que eu curto mesmo é Swing, Bebop e suas variações, pra mim é música espontânea, você ouve um Charlie Parker ou Dizzi Gillespie e fica se perguntado como os caras podiam pegar um tema e só variando ritmo e eventualmente uma coisinha ou outra, criavam milhares de novas melodias, pra mim isso é a arte da música levada ao extremo criativo.

Eu também sou bem mais do Swing. Já ouvi falar do Bebop, mas não sei bem o que é. Além desses que tu citou, eu também gosto muito de Grover Washington Jr., que também é bem grooveado/swingado.

Anos 70 e 80 foram duas décadas relativamente pobres pro jazz, mas foram muito prolificas no fusion (que não é jazz, embora o povo ache que é)

Não sabia que Jazz e Fusion eram coisa diferentes. Eu sempre li como Jazz Fusion, que faz aquela mistura de Blues, Rhythm Blues, Funk, mas com toda a alma do Jazz por trás. Miles Davis, inclusive, é considerado Jazz Fusion.

Tem músicas como Dolly Dagger que vai ter linha melódica composta por 9 timbres de guitarra diferentes, todos se movimentando pelo espectro estéreo, se ouvir um par de fones tops de linha é capaz de ficar tonto, de tanto que o som muda de lugar heheheheh

Nunca parei pra escutar. Uma hora vou dar uma pesquisada com calma. Deve ser interessante, hehe.

MMI
Veterano
# fev/12
· votar


renatocaster

Nem tanto, tem suas marquinhas. Mas é legal, passou na mão de caras muito bons, alguns palcos, então eu olho e fico imaginando de onde veio aquilo... E o que importa, o som, me dou por satisfeito.Estou bem contente com ela, era bem o que eu queria. É a mais barata da minha coleção, a única japa, mas chega junto e serve bem para o que eu queria. O Curly tem razão (quando não tem?), apesar da brincadeira, uma 12 cordas é uma guitarra para se tocar pouco, não serve para muita coisa. Mas uma guitarra dessas com um pingo de chorus fica animal, preenche tudo numa base. De toda forma, tem umas PRS animais de 12 cordas, mas não pagaria tanto para usar tão pouco.

nichendrix
Veterano
# mar/12
· votar


Vinícius Iron
o Miles Davis é considerado o mestre principalmente pelo 'Kind of Blue'.

Que pro sinal é um dois dois únicos discos que ele conseguiu fazer inteiramente bons, na boa, o Miles é muito irregular, ele só virou o que virou proque terminou virando um ícone pop, não que não tivesse um talento absurdo, mas a geração dele é muito prolifica de gênios, a maioria infelizmente morreu cedo por conta do vício.

Um ponto positivo do Miles era a incapacidade dele de ficar quieto, por exemplo, eu acho o Dizzy Gillespie muito mais músico e trompetista que ele, mas o cara chegou num ponto onde ele parou, criou uma estética e ficou desenvolvendo aquilo o resto da vida, aperfeiçoando.

O Miles, era o oposto disso, ele nunca foi particularmente o melhor em nenhum estilo que tocou, mas tocou tantos estilos com desenvoltura do que isso terminou por garantir o lugar dele em diversos movimentos musicais ao longo dos anos.

Olha, eu escutei todo o álbum, mas, sinceramente, eu achei muito chato. Não sei se é questão de maturidade musical, mas eu tenho muito respeito pelo álbum, apenas não cai muito no meu gosto. Eu já acho Dave Brubeck no 'Time Out' bem mais ''fácil'' de escutar.

Dave Brubeck é um grande discipulo do Charlie Parker (como o Davis também era), ele foi um dos que mais herdaram o senso melódico do Bird, então termina sendo algo mais fácil de ouvir mesmo. Como o Wes era bem complexo, mas fácil de ouvir se comparado com outros guitarristas da época como o Tal Farlow ou o Jim Hall.

Eu também sou bem mais do Swing. Já ouvi falar do Bebop, mas não sei bem o que é. Além desses que tu citou, eu também gosto muito de Grover Washington Jr., que também é bem grooveado/swingado.

O Bebop foi o movimento que transformou o jazz em música seria, foi quando a complexidade , ritmica, harmonica e melódica encostou na música erudita e quem basicamente estabeleceu o padrão do que seria jazz até hoje. Todas as vertentes do Jazz que surgiram depois foram construídas em cima do bop, algumas expandiram as noções harmonicas, outros a ritmica, outros a melódica, outros a composição, outros ainda as estruturas para improvido, mas a base do jazz moderno é o Bebop.

Não sabia que Jazz e Fusion eram coisa diferentes. Eu sempre li como Jazz Fusion, que faz aquela mistura de Blues, Rhythm Blues, Funk, mas com toda a alma do Jazz por trás. Miles Davis, inclusive, é considerado Jazz Fusion.

Jazzz Fusion é um termo comercial pra ajudar nas vendagens, afinal Fusion não é nada em essência, ele é um conceito de técnica musical, a fusão de vários estilos diferentes em um tipo de música, na maioria das vezes essa música é modal e a improvisação é feita em cima de escalas, com particular predileção pelos modos gregos.

Tendo esses elementos, musica modal, improvisação usando escalas e mistura de ritmos diferentes, vc tem um Fusion, não importa se você está fundindo jazz com rock and roll, jazz com soul, soul com rock and roll, soul com música latina, etc.

O jazz estilisticamente é bem mais "complexo", as estruturas harmonicas vão muito além do tonalismo ou da música modal (mas eles podem estar dentro da música), existem várias correntes atonais no jazz e na maioria dos casos é uma musica politonal, já que é raro uma peça se ater apenas a uma tonalidade durante uma jam. A música em si não se baseia em escalas, é um estudo que embora util, não faz muito sentido dentro das estruturas harmonicas do jazz.

Em geral os improvisos são baseados nas notas dos acordes, mesmo que isso não respeite nenhuma escala especifica. Outro fator predominante na melodia jazzistica são as dissonâncias, desde as sutis, até as radicais, fora da tonalidade da música, criando elementos de tensão e relaxamento entre harmonia e melodia.

O Fusion nem passa perto dessa complicação toda, embora muitos músicos tentem incorporar alguns desses elementos, seja porque eles são originalmente músicos de jazz, seja porque querem acrescentar um certo nível de sofisticação que não é inerente ao Fusion.

MauricioBahia
Moderador
# mar/12
· votar


nichendrix: o Miles Davis é considerado o mestre principalmente pelo 'Kind of Blue'.

Que coincidência! Fiz um tópico agorinha sobre a ex-esposa dele! :)

O.o

Die Kunst der Fuge
Veterano
# mar/12 · Editado por: Die Kunst der Fuge
· votar


MMI
pergunta díficil, amigo. Não sei.

Curly
tb não sei mas uma pesquisa sobre "symphonic jazz" mostra que existem orquestras com essa proposta.

nichendrix
Cara, de cabeça sinfonica sozinha tocando jazz eu não vou lembrar, de cara só me lembro de alguns projetos juntando Big Bands com Filarmonicas ou projetos com grupos de música de câmara, mas eu sei que tenho algumas coisas no meu HD de MP3, mas aí vai demorar um pouco pra procurar. Sei que o Jim Hall tem uma série de composições pra Orquestra Filarmonica, ele é PhD em música e com focos Regência e Composição, existem alguns livros dele inclusive abordando essa fusão do jazz com a música erudita e mostrando as semelhanças e diferenças na forma de compor das duas, tenho certeza de alguns trabalho dele com orquestra de câmara, inclusive peças pra guitarra e cordas.

Bom, esse link tem alguns exemplos do que tu queria, não é comum porque fica complicado fazer grupos muito grandes de jazz funcionarem, toda idéia por trás de uma sinfonica é ter regras pra que cada um saiba o seu lugar e o que tocar, como tu faz isso com uma música que a primeira regra é não ter regra e que tirando o tema principal das peças, o resto simplesmente é criado na hora?

A New York Symphonic Jazz Orchestra é uma das poucas orquestras regulares que fazem isso.

http://www.symphonicjazz.org/index.html


Obrigado pelas respostas, amigos!
É que eu gostaria de conhecer os Jazz Standards mais famosos para preencher uma das lacunas do meu conhecimento musical e pensei em unir o útil ao agradável e conhecer por meio de orquestras, que é a formação instrumental que eu mais gosto. Já cheguei a ouvir uns poucos sendo tocados com orquestra pelo André Rieu e gostei do resultado, aí queria saber de alguma coletânea com número elevado de temas.

Vou dar uma checada no link do nichendrix, valeu! o/

ps: Coletâneas de Jazz Standards tocados por Big Bands vocês conhecem?

nichendrix
Veterano
# mar/12
· votar


Die Kunst der Fuge

É difícil tu achar jazz puro tocado por orquestra, até pela essência de um dos principais elementos da estrutura musical do jazz, que é o improviso, quanto maior o grupo, menor o espaço pro improviso. Quando comecei a tocar saxofone, depois de alguns anos eu toquei na big band da escola de música, e era sempre assim, cada música tinha que escolher alguns músicos pra improvisar, porque se desse espaço pra todo mundo ia demorar uma vida inteira pra acabar a sessão de improvisos.

Eu esqueci de postar, que lá em Teresina eu tenho alguns cds de orquestras sinfonicas tocando músicas de vários temas do The Great American Songbook, inclusive existem 2 cds dedicados aos Irmãos Gershwin. Acho que o melhor caminho é procurar esses arranjos, em geral perdem a essência do jazz, que é a improvisação, mas não é tão diferente da forma como vemos a música barroca que na época também tinha um espaço pra improviso, mas que hoje nem sabemos o que os caras botavam ali.

MMI
Veterano
# mar/12
· votar


nichendrix

Umas dicas que podem interessar aos amigos:

Para os Mac maníacos, para Ipad principalmente: "The Guitar Collection: George Harrison". Meio caro, mas diversão certa para os beatlemaníacos e amantes de guitarras.

Vai ser lançado um CD que promete muito. Para a Juh que entende do riscado, o Steve Morse e seu parceiro Dave LaRue se juntaram ao Mike Portnoy e outros para formar mais um "supergrupo" que agora está na moda. Só tem fera tocando... Acho interessante esses "supergrupos", acho que com o enfraquecimento das gravadoras e consequentemente dos contratos e multas, os músicos estão mais livres para se divertirem e inventar essas "jams". O que antes era difícil, como no caso dos Traveling Wilburys (fenomenal!!!!), hoje está na moda, caso do grupo do Satriani, do Bonamassa, é o segundo do Morse... Eu acho legal.

renatocaster
Moderador
# mar/12 · Editado por: renatocaster
· votar


MMI

Entendi. Eu sou totalmente leigo em termos de guitarra com 12 cordas. Como é a afinação, o jeito de tocar, a palhetada, essas coisas? Apesar de eu ter achado essa sua 12 strings muito foda, eu acho que não me interessaria em ter uma dessas. Vai ver seja por causa da minha ignorância no assunto.

Ao vivo, acho que só presenciei um camarada tocando com um violão de 12 cordas, mas como a música que ele tocava era ruim eu não reparei muito. Quando vc tiver com tempo (e paciência), podia soltar um vídeo tocando um dos seus temas sofisticados com ela para a gente passar mal daqui do outro lado.

Vai ser lançado um CD que promete muito. Para a Juh que entende do riscado, o Steve Morse e seu parceiro Dave LaRue se juntaram ao Mike Portnoy e outros para formar mais um "supergrupo" que agora está na moda.

Nossa, me amarrei na capa. Essa turma é da pesada mesmo, o LaRue é um monstro, é um dos meus "bass heroes" preferidos. O Morsa dispensa comentários e o Portnoy idem. Quero ver como vai ficar essa cozinha.

Abs

MMI
Veterano
# mar/12 · Editado por: MMI
· votar


renatocaster

Dá uma olhada em vídeos do youtube, o som de violão é mais carcterístico. De violão, presta atenção no som, só um desses faz:



Em Guitarra é bem legal, mas ás vezes os efeitos enganam um pouco e passa meio batido: (é fácil achar neguinho tocando as ES-1275 da vida)





A Afinação é em oitavas a não ser as mais agudas, a si e mizinha são em uníssono - Ee, Aa, Dd, Gg, BB, ee. Simples.

renatocaster
Moderador
# mar/12
· votar


MMI

Ahn, entendi, Valeu!

Os videos do y2b eu vou assistir em casa. Aqui no trampo não abre.

Abraço!

nichendrix
Veterano
# mar/12 · Editado por: nichendrix
· votar


renatocaster
MMI

Esqueceu dos mais clássicos dos clássicos de 12 cordas... hehehehe











nichendrix
Veterano
# mar/12
· votar


Vinícius Iron
MauricioBahia
renatocaster

Uma boa aula sobre o uso de triades maiores, acho que é a primeira que vejo que é legal sem entrar na ceara da improvisação no jazz.

http://www.justinguitar.com/en/CH-008-Triads.php

MMI
Veterano
# mar/12
· votar


nichendrix

Faltou um clássico na sua lista, obra prima de Brian May:



Vou ver essa aula de tríades também!

renatocaster
Moderador
# mar/12 · Editado por: renatocaster
· votar


nichendrix

Os vídeos eu assitirei em casa depois, aqui é bloqueado.

Essas aulas de tríades são bem legais. Inclusive recentemente eu comprei umas aulas do Mateus Starling e uma delas fala muito sobre tríades (abertas, fechadas, maiores, menores, diminutas, aumentadas, drops, etc.), é bem amplo o assunto.

Na verdade ele aplica muita coisa do método que aprendeu enquanto estava na Berklee, e cita muitas coisas também dos mestres que ele teve por lá.

O bacana é vc praticar o estudo de tríades em cima dos ciclos de 4as e 5as, dá uma visão legal das tríades no braço da guitarra.

nichendrix
Veterano
# mar/12
· votar


renatocaster

Mais ou menos, o lance de tríades é que elas tem vários usos, pelo que tu falou, ele fala mais do uso comum de tríades, como elementos dos harmônicos ou como um "guia" para improviso em cima de notas de acordes.

Eu não gosto de pensar em tríades de forma harmônica (embora seja bem útil) e sim de forma melódica, como estrutura para se criar solos, é algo que antigamente eu fazia de forma mais intuitiva (até pela aproximação de como instrumentos de sopro criam solos). Com o tempo e a descoberta da famigerada pentatônica e o subsequente vicio nela, é algo que se perdeu um bocado na minha forma de tocar, embora nunca tenha se perdido totalmente.

Uma coisa interessante, que talvez hoje talvez não seja digno de tanta nota é que a maioria das introduções e solos chiclete da Legião Urbana e do Paralamas nos anos 80, foram construídos em cima de tríades, como também é a introdução de Stairway to Heaven e boa parte dos solos dos Scooty Morre, guitarrista do Elvis..

MMI

Ia esquecendo de outro grupinho dos anos 60 que tinha um mestre das 12 cordas... heheheheh



Love of my life é uma das lembranças mais antigas que tenho na vida, quando minha mãe, não tendo com quem me deixar, me levou pro show do Queen no Rock in Rio I, não lembro de nada, só de quase ter sido derrubado nos ombros do meu pai em We Are The Champions e de quase morrer imprensado entre eles em Love of My Life, quando decidiram que uma criança no braço, não era impedimento pra um beijo... hehehehhe

Agora, cá comigo, essa calça do Robert Plant no video de Stairway to Heaven, deveria ter ser proibida viu, pq afe, até meus bagos se sentiram claustrofobicos vendo esse aperto todo.

renatocaster
Moderador
# mar/12
· votar


nichendrix

Eu não gosto de pensar em tríades de forma harmônica (embora seja bem útil) e sim de forma melódica, como estrutura para se criar solos

Então, de fato a abordagem do estudo que eu citei realmente é bem efetiva na questão harmônica da coisa. Mas como falei, a prática nesse sentido é importante, sobre a questão das tríades no braço da guitarra.

O método não "te força" a associar as tríades apenas aos acordes, e sim também a questão melódica que vc disse, sobre criar solos e tudo mais. Para mim está sendo bom, até porque também tem ajudado a enxergar as tríades e tétrades até mesmo naqueles shapes de escalas.

Tenho experimentado isso, procurar mesclar a relação intervalar de uma determinada escala com as tríades e tétrades. O "problema" é que às vezes gera umas tensões que meus ouvidos não estão muito acostumados, não sei se chegam a ser coisas "atonais", mas é pouco comum para mim.

nichendrix
Veterano
# mar/12
· votar


renatocaster

Essa aulinha aí é em básica nesse sentido.

Eu acho s engraçado esses métodos avançado porque eu realmente não gosto da maneira como guitarristas abordam o tema, pra mim tem muita pompa e pouca efetividade no ensino e no uso de tríades e tétrades.

Nesse ponto o piano e os instrumentos de sopro dão de 10 a 0, porque você vê o quão simples é o negócio. Agora dentro da parte complicada desse estudo eu tiro o chapeu pra caras como o Wes Montgomery, Tal Farlow e Herbie Ellis. Os caras usam isso como a base pra técnica deles de chord melody, isso faz com que fique bem fácil de ouvir, tão fácil a ponto de parecer que é fácil de executar (foda que os caras ainda improvisam usando chrod melody).

MMI
Veterano
# mar/12
· votar


nichendrix

Nesse ponto o piano e os instrumentos de sopro dão de 10 a 0, porque você vê o quão simples é o negócio. Agora dentro da parte complicada desse estudo eu tiro o chapeu pra caras como o Wes Montgomery, Tal Farlow e Herbie Ellis. Os caras usam isso como a base pra técnica deles de chord melody, isso faz com que fique bem fácil de ouvir, tão fácil a ponto de parecer que é fácil de executar (foda que os caras ainda improvisam usando chrod melody).

Por isso que Tom Jobim falava que o violão é um instrumento "terrível" e não gostava muito, é um tal de acorde incompleto e inversão, virar do avesso, omite, faz o diabo - mas as vezes a graça está justamente aí. Confesso que, pessoalmente, muita teoria eu prefiro pensar no piano e não no violão.

Os instrumentos de cordas acabam tendo muito estudo "de posição", ou seja, tem uma "posição" dos dedos para uma pestana maior, uma posição para menor, sétima e para mudar a tonalidade é só mudar a tônica na mesma posição ao longo do braço. Por isso, amigo renatocaster, eu acho legal também associar o estudo de escalas pensando em "tônica, 2, 3, 4, 5, 6 e 7", ou seja, a posição das notas em relação à tônica, e não só o 1, 3 e 5 da escala maior. Na hora de montar um acorde, um chord melody, você vai buscar com muita facilidade uma 9a, 11a, diminuta, 7a e mesmo as inversões. Putz, não sei se fui claro, sou um péssimo professor especialmente de música.

nichendrix
Veterano
# mar/12
· votar


MMI

Rapaz eu nem tento pensar muito nisso se não eu volto a ser adolescente e troco o bom da vida pela ilusão.

renatocaster
Moderador
# mar/12
· votar


MMI
nichendrix

Então, deixa eu ver se entendi: Como no piano e nos instrumentos de sopro vc não tem a questão da limitação dos dedos e não precisa ter basicamente modelos de acorde para tocar, vc pensa imediatamente na escala por completo, e não apenas as notas da tríade. É mais ou menos isso? Hehehe.

Eu não entendo muito de chord melody, mas seria basicamente vc tocar o acorde e frasear em cima das demais notas da escala ao mesmo tempo, não é isso? Daí a sua sugestão para eu enxergar a tônica e demais notas da escala? Nesse caso, eu não precisaria necessariamente omitir ou suspender notas? Estou meio confuso, amigo. Se não der muito trabalho, poderia colocar uns videos explicando mais sobre o assunto?

MMI
Veterano
# mar/12
· votar


renatocaster





nichendrix
Veterano
# mar/12 · Editado por: nichendrix
· votar


renatocaster
Então, deixa eu ver se entendi: Como no piano e nos instrumentos de sopro vc não tem a questão da limitação dos dedos e não precisa ter basicamente modelos de acorde para tocar, vc pensa imediatamente na escala por completo, e não apenas as notas da tríade. É mais ou menos isso? Hehehe.

Não, eu particularmente acho mais fácil nesses instrumentos entender tanto os conceitos de escalas, tríades, tétrades, etc, porque neles não existe patterns, cada nota está em um único lugar, então ou você sabe onde elas estão ou você não sabe, logo não tem como eu aprender a usar tríades decorando meia dúzia de padrões, ou eu sei quais são as notas dela ou eu não sei.

Por isso que raramente tu vê um pianista ou saxofonista falando de circulo das quartas e das quintas, ou escala x ou y, em geral tu aprende isso, mas no dia a dia tu aprende mesmo são os acordes e as notas deles, e daí te vira. Especialmente em jazz que tu tem muitas inversões, dissonâncias, muitas mudanças de tonalidade durante a música, facilita muito tu só saber as notas dos acordes e mandar ver.

No caso dos instrumentos de sopro, não tem como fazer acordes então usar tríades e tétrades é basicamente ser capaz de criar melodias com elas.

Até porque isso facilita muito na hora de criar dissonâncias, intenções modais, etc, tu não está pensando em termos de escalas, mas de intervalos, por exempo, tu tem uma música com os acordes de E, A e C, tu sabe que as notas desses acordes são, E, G#, B, A, C#, C e G

Se tu pensar no E, tu tem T, 3ª, 5ª que são as notas do acorde, mais as seguintes dissonâncias 11ª, 6ª/13ª, b6ª/b13ª e b3.

Se tu pensar no A, tu tem T, 3ª, 5ª que são as notas do acorde, mais as seguintes dissonâncias 2ª/9ª, 7M, 7 e b3.

Se tu pensar no C, tu tem T, 3ª, 5ª que são as notas do b9acorde, mais as seguintes dissonâncias #5, 7M, 6ª/13ª e b2/b9.

Muito mais simples criar essas tensões do que pensando em escalas e patterns.

Eu não entendo muito de chord melody, mas seria basicamente vc tocar o acorde e frasear em cima das demais notas da escala ao mesmo tempo, não é isso? Daí a sua sugestão para eu enxergar a tônica e demais notas da escala? Nesse caso, eu não precisaria necessariamente omitir ou suspender notas? Estou meio confuso, amigo. Se não der muito trabalho, poderia colocar uns videos explicando mais sobre o assunto?

Chord Melody é criar melodias usando os acordes, colocando as notas da melodia na nota mais aguda do acorde (e aqui podem entrar um bocado de inversões). É mais interessante pensar em intervalos porque você pode simplesmente pensar, aqui eu boto a 5ª no agudo, ou a 3ª ou 11ª, o que facilita pensar, que acorde do tipo C7M tem a 7M na nota mais aguda?

Qualquer coisa, me manda uma MP que eu te mando um método bom danado pra aprender isso.

Curly
Veterano
# mar/12 · Editado por: Curly
· votar


Bom, já que estão falando muito de archtops e chord melody vamos relembrar um dos grandes nomes dessa arte ainda em plena atividade, fico muito comovido com o trabalho deles já que, afinal a única coisa que fazem é: o cara toca guitarra e mulher dele canta, só isso, mas VTNC !!!







Juh_Cruz
Veterano
# mar/12
· votar


Bom fds!! =)



renatocaster
Moderador
# mar/12
· votar


Juh_Cruz

Eu queria uma Music Man SM pra mim \o/

Viu como até os mais feras dão uns moles? E a engasgadinha no acorde aos 00:56 desse vídeo? Hehehe. Ao vivo é outra coisa, tenso!!!

Morse toca demais, é meu "ídalo"!!!

MMI
nichendrix

Valeu pelas dicas, amigos! Está começando clarear o assunto chord melody na minha cabeça! Nic, vou te mandar uma MP pra vc me arrumar esse método!

Abs

Vinícius Iron
Veterano
# mar/12
· votar


nichendrix

Quer dizer que ''Jazz Fusion'' seria um termo incorreto, mas ''Jazz/Fusion'' estaria certo?

Dei uma olhada no link que tu postou, mas aquilo tem de ser estudado com calma. Pra falar a verdade, eu só sei a teoria musical convencional. Nunca estudei Jazz em específico. Cheguei a estudar 6 meses de violão erudito, mas fui obrigado a parar por conta da medicina. Eu ainda quero entrar de cabeça no Jazz, tanto para tocar um próprio estilo dele quanto para incorporar seus estudos dentros de músicas minhas de outro estilo.

Fiz uma pesquisa aqui mesmo no Cifra Club e achei esses livros:

- Real Book, Vol. I, II e III
- Mel Bay's Complete Jazz Guitar Method
- Alan de Mause 101 Jazz Guitar Licks
- Patterns for Jazz by Jerry Cocker

São bons? Teria algum outro que tu adicionaria ou algum que tu substituiria? Que que tu acha?

nichendrix
Veterano
# mar/12
· votar


Vinícius Iron
Quer dizer que ''Jazz Fusion'' seria um termo incorreto, mas ''Jazz/Fusion'' estaria certo?

Não, o termo correto pro que o povo chama de Jazz Fusion (ao menos no geral) seria Jazz-Rock, é só uma maneira do pessoal que toca rock and roll dizer que está tocando melhor que os outros, tirando o rock do nome e deixando só o jazz, mesmo que de jazz relativamente tenha pouco.

Eu prefiro chamar só de Fusion, dentro do Fusion existem várias possibilidades, muitas tem nomes próprios.

Por exemplo o Fusion de jazz e musica latina é o Latin Jazz, o fusion de Samba com Jazz é Bossa Nova, o Fusion de Blues, Soul e Country é o Rock and Roll, Soul e Blues é o Rhythm and Blues, etc.

De certa forma os termo Fusion ficou mais vulgarmente associado a fusões que incorporam o jazz com alguma outra coisa, como o Soul Fusion, Jazz-Rock Fusion, e por aí vai.

Dei uma olhada no link que tu postou, mas aquilo tem de ser estudado com calma. Pra falar a verdade, eu só sei a teoria musical convencional. Nunca estudei Jazz em específico. Cheguei a estudar 6 meses de violão erudito, mas fui obrigado a parar por conta da medicina. Eu ainda quero entrar de cabeça no Jazz, tanto para tocar um próprio estilo dele quanto para incorporar seus estudos dentros de músicas minhas de outro estilo.

Teoria musical é igual pra todos os instrumentos e estilos, o que usa é o que e como cada estilo ou instrumento usa aquilo. Por exemplo, instrumentos de sopro não são polifonicos, ou seja, só se toca uma nota de cada vez, é fisicamente impossível fazer um acorde, mas o conceito de acorde existe e é usado na forma de arpejos.

No jazz se usa o conceito de escala, mas em geral se usa mais a escala harmonizada, já que pra solar se tende a se concentrar em arpejos e dissonâncias criadas em cima das notas dos acordes que já estão na música.

Já o jazz rock também usa escalas harmonizadas, mas o solo em geral é feito em cima de modos gregos.

Fiz uma pesquisa aqui mesmo no Cifra Club e achei esses livros:

- Real Book, Vol. I, II e III
- Mel Bay's Complete Jazz Guitar Method
- Alan de Mause 101 Jazz Guitar Licks
- Patterns for Jazz by Jerry Cocker

São bons? Teria algum outro que tu adicionaria ou algum que tu substituiria? Que que tu acha?


O Real Book não é um método é basicamente um compendio de músicas, são as partituras das principais músicas que compõe o repertório do jazz, os clássicos. Esse estudo (da música), no jazz é deveras mais importante do que o estudo de escalas, porque estudando a música, vc aprende tanto a melodia, quanto a harmonia, e pode rearranjar tudo do jeito que achar interessante.

Por exemplo no video que o MMI mostrou, o cara em um determinado momento mostra um Gm7, mas diz mais na frente que essa é uma opção dele, que na mesma tonalidade ele poderia usar um G13 tranquilamente substituindo esse acorde.

Esse é um estudo muito mais essencial no Jazz ou na Bossa Nova do que no Fusion (jazz-rock).

Sobre métodos, eu iria mesmo pelo método Jazz Guitar do Jody Fisher, é o único método que conheço que realmente consegue pegar do realmente iniciante e ir até o avançado chord-melody e improvisação.

Todos os outros métodos que conheço já assumem que o cara que está lendo é um instrumentista intermediário ou avançado.

MMI
Veterano
# mar/12
· votar


renatocaster

A Steve Morse é uma guitarra que eu me arrependo de ter vendido. A Y2K é um pouco melhor, a minha era aquela de 4 captadores - e tem gente que acha muito Les Paul de 3 captadores... A Morse foi uma guitarra dos melhores braços que já tive, mas o som não é fenomenal, os captadores ficam devendo um pouco.

Dica de teoria para estudar, falando em linguagem guitarrística. Você disse que gostou do estudo de tríades maiores pelo braço da guitarra. Reparou que não é nada mais que o tal "Sistema CAGED" só que separando as 3 cordas que formam tríades? Então se pegar essas tríades do "CAGED" e "bemolizar" as terças, vira um estudo para tríades menores. Idem para estudo de acordes com sétimas, sabendo onde estão as sétimas, já dá para fazer tétrades (se botar meio tom acima das sétimas, são os 7+). Só com isso já dá para fazer chord melody simples! Se quiser rebuscar seu estudo, vai de 9, 11, 5+, 5-, aí já estará detonando acordes para um chord melody bem louco e jazzístico. Entendeu o que eu quis dizer ali atrás quando falei em estudar escalas com "T, 2, 3, 4, 5, 6, 7"? É só saber achar a nota certa no desenho da escala. hahahaha (como se fosse muito fácil)

Daí é só estudar o "2, 5, 1" é já está virando um jazzman!

nichendrix
Veterano
# mar/12
· votar


MMI

Putz o que eu passei 1 pagina tentando explicar com acordes, tu explicou em duas linhas... hehehehhehe

renatocaster
Moderador
# mar/12
· votar


MMI

A Steve Morse é uma guitarra que eu me arrependo de ter vendido. A Y2K é um pouco melhor, a minha era aquela de 4 captadores - e tem gente que acha muito Les Paul de 3 captadores... A Morse foi uma guitarra dos melhores braços que já tive, mas o som não é fenomenal, os captadores ficam devendo um pouco.

Eu sou louco para ter uma. 4 captadores e uma 300 chaves, combinação de timbre pra cacete...Embora se eu tivesse uma não usaria isso tudo, provavelmente.

Você disse que gostou do estudo de tríades maiores pelo braço da guitarra. Reparou que não é nada mais que o tal "Sistema CAGED" só que separando as 3 cordas que formam tríades?

Sim, é basicamente isso mesmo.

Então se pegar essas tríades do "CAGED" e "bemolizar" as terças, vira um estudo para tríades menores. Idem para estudo de acordes com sétimas, sabendo onde estão as sétimas, já dá para fazer tétrades (se botar meio tom acima das sétimas, são os 7+).

Bingo, eu já tinha noção de como é isso, mas não com essa visão muito mais simples e objetiva que vc colocou, hehe.

Só com isso já dá para fazer chord melody simples! Se quiser rebuscar seu estudo, vai de 9, 11, 5+, 5-, aí já estará detonando acordes para um chord melody bem louco e jazzístico. Entendeu o que eu quis dizer ali atrás quando falei em estudar escalas com "T, 2, 3, 4, 5, 6, 7"? É só saber achar a nota certa no desenho da escala. hahahaha (como se fosse muito fácil)

É, na teoria é mais fácil, hehehe. Mas agora fiquei um pouco mais esclarecido com essa questão do chord melody.

Daí é só estudar o "2, 5, 1" é já está virando um jazzman!

Olha só, cadência perfeita no jazz? Eu imaginava algo mais "entortante", hehe. Se bem que o II V I é a base de estudos para qualquer estilo.

Valeu!!!

Enviar sua resposta para este assunto
        Tablatura   
Responder tópico na versão original
 

Tópicos relacionados a Nichendrix's Piano Bar Chat - Jazz, Blues, Rock Mulheres e One Bourbon, One Scotch and One Beer