Nichendrix's Piano Bar Chat - Jazz, Blues, Rock Mulheres e One Bourbon, One Scotch and One Beer

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MMI
Veterano
# jun/14
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Galera, olha o Cleber quebrando tudo no Preservation Hall, em pleno berço do jazz em New Orleans! Sensacional!



clebergf
Veterano
# jun/14
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MMI

Valeu grande amigo.
Momento mto emocionante e feliz na minha vida. :D

Rednef2
Veterano
# jun/14 · Editado por: Rednef2
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nichendrix

O Lucio Maia pra mim é um dos melhores guitarristas de rock não muito reconhecidos do Brasil, o cara faz tudo que é som, do metal aos funkadelic e tem um conhecimento musical do outro mundo, tem uma coleção de discos e cds que é de dar inveja.

Boto fé. Sem mencionar que tem um feeling impressionante. O solo que ele toca com Ebow em "Salustiano Song" a guitarra falta só falar hehehe

Aqui eu discordo, em geral essas misturas não são muito populares, na maioria das vezes os caras enfrentam um duplo preconceito, porque nem a galera mais tradicional de rock and roll aprecia muito esse tipo de som e nem a galera de estilos regionais aprecia muito esse tipo de som.

Só que existe um nicho pra esse tipo de som, que é o do cara que em geral gosta das duas coisas, esse nicho não é muito pequeno (porque pega parte dos dois públicos), só que também não é muito grande. Por exemplo, tem show de Forró no Nordeste que dá 100mil pessoas tranquilo, mesmo os shows pequenos de bandas regionais famosas não ficam abaixo de 10-20mil pessoas e até bandas relativamente pouco famosas puxam de mil a 5mil pessoas com alguma facilidade se for algo bem divulgado, isso é algo que acontece praticamente todo dia. A cena rock and roll é muito menor, mas também tem lá sua presença todo dia na maioria das cidades maiores.

Já essa galera que curte os dois lados, não tem como manter essas bandas atuando numa base diária, dependendo do lugar nem semanal. Imagina que o Narguilê foi por dois anos a banda de abertura dos shows do Planet Hemp, os caras trabalharam um tempo com o pessoal do Rappa e no fim, sem esses nomes juntos, eles estariam satisfeito de ter show 1 vez por semana pra coisa de 400-500 pessoas, mais provável show de 15 em 15 dias.

Tanto que numa determinada época a banda parou, o Fábio que é o vocalista foi pra Holanda trabalhar produzindo trilha sonora pro Ballet de Roterdã, os outros terminaram formando outras bandas, e só 10 anos depois que voltaram a se reunir.


Não tinha parado pra pensar por esse lado. Faz sentido.
É algo bem complicado uma banda de rock achar seu espaço aqui no Brasil.
Porque se a banda investir apenas no Rock, vai encontrar uma cena meio fraca, por culpa dos proprios fãs de rock que ao verem uma banda novata já ficam comparando com as bandas dos anos 70 e 80.
Mas claro, há também a falta de profissionalismo da galera que toca rock.

Essa loucura dele rendeu um contrato para produzir trilhas pro Ballet de Roterdã, ficou uns 4 anos na Holanda trabalhando com o pessoal de lá, terminou virando dançarino também, depois aproveitou uma cooperação entre o Ballet de Roterdã e o Ballet de Teresina pra voltar e continuar trabalhando com os gringos.

Cara se deu bem. Deve ganhar uma grana da boa.

nichendrix
Veterano
# jun/14
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Rednef2
Boto fé. Sem mencionar que tem um feeling impressionante. O solo que ele toca com Ebow em "Salustiano Song" a guitarra falta só falar hehehe

O cara tem manha pra tudo, até pra uns sinths que já vi ele usar.

Não tinha parado pra pensar por esse lado. Faz sentido.
É algo bem complicado uma banda de rock achar seu espaço aqui no Brasil.

Porque se a banda investir apenas no Rock, vai encontrar uma cena meio fraca, por culpa dos proprios fãs de rock que ao verem uma banda novata já ficam comparando com as bandas dos anos 70 e 80.

É e não é, o grande problema da cena rock and roll no Brasil é não saberem pensar em termos de marketing, o cara quer fazer rock americano no Brasil, achando que vai dar certo.

Olhe para as bandas de rock nacional que deram certo, o que elas tinham em comum?

Cantavam em português, tinham letras que de alguma forma tem a ver com a vida dos ouvintes, em geral não são copias fieis de bandas de fora, mas incorporam elementos bem diferentes, mas que fazem todo o sentido no cenário musical brasileiro e por aí vai.

Agora o cara vai e bota banda pra tocar em inglês, banda pra tocar temas que são comuns na vida da gringalhada, som que basicamente é uma cópia nacional do som da gringalhada, e acha que tem alguma chance de dar certo.

Olha Paralamas, Legião, Capital, Titãs, Raimundos, até bandas mais novas como CPM22 e NX Zero e afins. São bandas que começaram imitando banda gringa (e não fizeram sucesso nessa época) e depois botaram alguma coisa nacional no meio e fizeram fama cantando em português. Então não tem muito como fugir dessa fórmula pra dar certo por aqui.

Então é meio ilusão o cara que achar que vai conseguir fazer realmente sucesso no Brasil fugindo dessa formula. Outro fator é que o pessoal daqui tem umas ilusões meio estranhas que nunca entendi de onde elas surgiram.

Por exemplo, eu organizei muitos shows desde shows pequenos em barzinho até alguns festivais, em geral o cara quer tocar black metal, punk, hard rock, o que quer que seja e acha que a culpa é do público que não vai ver. Depois ficam falando que na Europa dá muito público, só que isso é uma ilusão, a maioria dos shows de metal, por exemplo, não dá isso nem com muita "reza".

Mesmo de bandas grandes, como Black Sabbath na Europa não dá muito mais que 10mil pessoas na maioria dos shows, eventualmente numa Londres da vida ou em algum festival dá isso, mas a média não vai muito acima de 10mil pessoas. Até o Iron Maiden e o Rush que são "endeusados" aqui, falam que o principal motivo para vir para America Latina, é que aqui os caras conseguem um público nos shows que não conseguem lá. O Geddy Lee, em um documentário sobre o Rush, chega a falar que o único lugar que ele tem vida de Superstar no mundo é na America Latina, que é o único lugar que ele não consegue sair do hotel como se fosse um desconhecido. Ele até brinca numa parte do documentário, ele está comendo numa lanchonete do bairro que ele vive em Toronto, e pergunta para a garçonete, se ela conhecia ele, ela diz que não, mas que ele devia ser alguém famoso por causa das câmeras, e o documentarista fala que ele o Geddy Lee, baixista e vocalista do Rush, e ela fala algo do tipo: Ah! Já ouvi falar dessa banda, meu sobrinho me pediu um disco dela uma vez. Num documentário sobre uma das turnês do Iron, o Steve Harris diz algo parecido, que na cidade onde ele viveu a vida praticamente toda, ele anda na rua e raramente é reconhecido, mas que aqui na America Latina, não dá 2 passos sem tentarem rasgar as roupas dele.

Mesmo bandas como Rolling Stones em geral não tocam pra plateias de 30mil pessoas ou mais com tanta frequência. A média de público dos shows da turnê a Bigger Band (a ultima das grandes que eles fizeram), se você tirar o show de Copacabana e o do Beacon Theater que foram gratuito/filantrópico, a média de público foi na casa dos 25mil por show e dos 20 shows com maior receita durante a turnê 10 deles foram para públicos de menos de 30mil pagantes, com 8 desses shows para públicos de menos de 20mil pagantes.

Então existe uma certa ilusão de que fora do Brasil o Rock and Roll tem grande destaque, mas na boa, não tem, mesmo caras como Stones, perdem feio em vendas e em público para boa parte dos cantores de country e rap nos EUA, imagine as bandas não tão conhecidas.

Mas claro, há também a falta de profissionalismo da galera que toca rock.

Isso eu acho muito problemático. Por exemplo, tem uma banda no Piauí, que faz covers de várias bandas clássicas, os caras chegam a tirar 50-100mil num show tranquilo, fazem show pra 5mil pessoas, lotadaço, cada uma pagando 80 reais por ingresso avulso e de 200-300 reais por uma mesa.

Agora é o tipo da coisa, os caras investem pra caramba também, show tem telões, luz de primeira, som de primeira, tudo perfeitinho. Uma vez fizeram um cover do Pink Floyd e o palco era uma miniatura do palco do Pulse, com direito a todos os efeitos, vídeos, tudo que tinha no Pulse. No show cover dos Beatles, o fundo do palco eram 16 telões passando vídeos e animações que tinham a ver com cada música do show. Num cover do U2, fizeram uma miniatura do palco da turnê 360.

E os caras nem estão tocando música deles, nem estão tocando pra tanta gente, mas entenderam o que o público que gasta muito em shows de cover quer ver e fazem isso impecavelmente bem. O mesmo pode ser dito por bandas como o All We Need is Love, a ultima vez que parei pra ver o preço dos ingressos deles, era só 20 reais mais barato que um show da Marisa Monte que ia ser no mesmo dia.

Então se você quer ter sucesso nisso, você tem que entender o que o público quer ver, essa é a formula até pra bandas como Beatles e Rolling Stones, os 4 membros dos Beatles eram "bad boys" que viviam se metendo com brigas e gangues em Liverpool, o empresário deles, sacou que Rock só fazia sucesso quando você pegava algo mais "selvagem" e domesticava isso numa imagem que pudesse ser digerida como entretenimento de família, como fizeram com o Elvis e com o Shadows, então ele fez a mesma coisa com os Beatles. Os Stones foram fruto de outra época, quando essa imagem de rock familia estava bem estabelecida e a juventude queria algo para extravasar a revolta, então o empresário deles (que era assessor de imprensa dos Beatles), pegou 5 caras que eram mauricinhos mancinhos que estudavam em faculdades tradicionais e criou a imagem de "vilões com quem você nunca deixaria sua irmã sair", nas palavras dele mesmo.

A partir do momento que você passa a entender o público, é muito mais fácil acertar, não é garantia, mas é muito mais fácil. Um exemplo de caras que são muito bons em fazer isso no Brasil são bandas de forró e sertanejo. No Nordeste as bandas de forró em geral tem um entendimento muito grande do público e do que pode ser um diferencial para elas num cenário muito concorrido. Sertanejo, nem precisa falar, é só ver o tal Michel Teló, que diz que só decidiu deixar de ser produtor pra ser cantor, quando viu que conhecia o suficiente do público para transformar qualquer coisa que fizesse em sucesso, é isso que mais falta na cena Rock and Roll.

Cara se deu bem. Deve ganhar uma grana da boa.

Rapaz, não é lá essas coisas não, mas dá pra pagar a casa, o carro, escola dos filhos, enfim, o cara vive como classe média, talvez uma média-alta, saiu daquela vida de fazer 2-3 shows por noite pra conseguir pagar o aluguel, mas está longe de ficar rico com isso. Lá fora pagam melhor pra músico, mas não tão melhor assim.

nichendrix
Veterano
# jun/14
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Um cara que raramente aparece citado no fórum, mas que toca pra caralho e que tem um feeling da porra ao vida, além de usar uma afinação mais maluca que a outra.






MMI
Veterano
# jun/14
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Jorge Ben Jor é muito legal... Baita swing!

nichendrix
Veterano
# jun/14
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MMI
Prova que a idade muda a gente, é que eu nem gostava de Jorge Ben Jor e nem do som de clarineta, hoje eu gosto das duas coisas, embora ainda tenha um preconceito danado com clarineta... kkkkkk

nichendrix
Veterano
# jul/14
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MMI
clebergf

Um cabra que não sabe tocar e que faz um som ruim pra caramba... kkkkkk



MMI
Veterano
# jul/14
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nichendrix

eu nem gostava de Jorge Ben Jor e nem do som de clarineta, hoje eu gosto das duas coisas

Eu também não era chegado no Ben Jor, mas a idade muda a gente mesmo... Hoje dou muito valor ao que ele fez. Já clarineta nunca tive nada contra. hehehe

Um cabra que não sabe tocar e que faz um som ruim pra caramba

Quebra tudo mesmo...

Alex guitar man
Veterano
# jul/14
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Galera, você podem me recomendar um album só de solo de guitarra de slowblues, mas nessa vibe aqui:

https://www.youtube.com/watch?v=9coA5yqqGTE

Nesse tipo de timbre...

nichendrix
Veterano
# jul/14 · Editado por: nichendrix
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Qualquer um do Albert King, qualquer um do T-Bone Walker, a maioria dos álbuns do Muddy Waters, qualquer balada do Albert Collins, mas se quiser algo mais novo pode pegar o cd The Duke Meets The Earl do Duke Robbilard e do Ronnie Earl, ou qualquer um dos solos dos dois.

Nenhum vai ser realmente 100% lentinho, até porque ninguém faz só um tipo de som. Mas esses aí são os mais perto do que tu quer. Esse timbre aí também é altamente chupado do timbre do Ronnie Earl e do Duke Robbilard. Afinal foram os dois que praticamente inventaram esse timbre de Fender plugada num Fender atolado de Reverb. Inclusive o Ronnie Earl quem ensinou o SRV a tirar esse tipo de som pra músicas na praia de Riviera Paradise ou Lenny.











Aí já da pra ter uma prévia.

Alex guitar man
Veterano
# jul/14
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Brigado mesmo, vou ouvir essas musicas :)

nichendrix
Veterano
# jul/14
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Alex guitar man
Manda bala, se quiser um com um som mais sofisticado tem o Clarence Gatemouth Brown, que tem uma das pegadas mais fodas que já ouvi na vida, além de ser relativamente sofisticado entre o pessoal old school do Texas Blues.



nichendrix
Veterano
# jul/14
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Não sei se já pintou por aqui, mas fica o registro:



MMI
Veterano
# jul/14
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nichendrix

Legal! Será que eu vou conseguir compreender o negão dessa vez?

FBlues_rock
Veterano
# jul/14
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nichendrix
Ah, como é bom mergulhar nos primórdios do blues elétrico...

nichendrix
Veterano
# jul/14
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FBlues_rock
É sim, mas esse som do Duke e do Earl, é do caramba também, e eles nem são tão velhos assim, comparado com essa primeira geração do Blues.

nichendrix
Veterano
# jul/14
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Desafio quem quer que ouça essa música e consiga ficar parado ou pelo menos não pensar em se mexer.



MMI
Veterano
# jul/14
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nichendrix

Esse riff é legal, o Keith é o rei dos riffs...

nichendrix
Veterano
# jul/14
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MMI
Esse riff é legal, o Keith é o rei dos riffs...

É mas esse Riff aí tem muito dedo do Mick Taylor, tanto que foi a primeira música que ele gravou com os Stones, no mesmo dia também gravaram a versão "definitiva" de Honky Tonk Woman.

Rednef2
Veterano
# jul/14
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nichendrix
Olhe para as bandas de rock nacional que deram certo, o que elas tinham em comum?

Cantavam em português, tinham letras que de alguma forma tem a ver com a vida dos ouvintes, em geral não são copias fieis de bandas de fora, mas incorporam elementos bem diferentes, mas que fazem todo o sentido no cenário musical brasileiro e por aí vai.

Agora o cara vai e bota banda pra tocar em inglês, banda pra tocar temas que são comuns na vida da gringalhada, som que basicamente é uma cópia nacional do som da gringalhada, e acha que tem alguma chance de dar certo.

Olha Paralamas, Legião, Capital, Titãs, Raimundos, até bandas mais novas como CPM22 e NX Zero e afins. São bandas que começaram imitando banda gringa (e não fizeram sucesso nessa época) e depois botaram alguma coisa nacional no meio e fizeram fama cantando em português. Então não tem muito como fugir dessa fórmula pra dar certo por aqui.

Então é meio ilusão o cara que achar que vai conseguir fazer realmente sucesso no Brasil fugindo dessa formula. Outro fator é que o pessoal daqui tem umas ilusões meio estranhas que nunca entendi de onde elas surgiram.

Por exemplo, eu organizei muitos shows desde shows pequenos em barzinho até alguns festivais, em geral o cara quer tocar black metal, punk, hard rock, o que quer que seja e acha que a culpa é do público que não vai ver. Depois ficam falando que na Europa dá muito público, só que isso é uma ilusão, a maioria dos shows de metal, por exemplo, não dá isso nem com muita "reza".


Penso desse mesmo modo. Eu acho engraçado quando o pessoal daqui monta uma banda de rock/metal aos moldes gringos e depois reclama que o publico não aparece.
Mas também, quem vai querer ir ao um show de uma banda nacional pagando de gringo quando eles mal sabem falar em portugues? e o pior: se vestindo da mesma forma que as bandas do exterior se vestem.
E com letras que não tem nada a ver com a cultura brasileira.



Mesmo de bandas grandes, como Black Sabbath na Europa não dá muito mais que 10mil pessoas na maioria dos shows, eventualmente numa Londres da vida ou em algum festival dá isso, mas a média não vai muito acima de 10mil pessoas. Até o Iron Maiden e o Rush que são "endeusados" aqui, falam que o principal motivo para vir para America Latina, é que aqui os caras conseguem um público nos shows que não conseguem lá. O Geddy Lee, em um documentário sobre o Rush, chega a falar que o único lugar que ele tem vida de Superstar no mundo é na America Latina, que é o único lugar que ele não consegue sair do hotel como se fosse um desconhecido. Ele até brinca numa parte do documentário, ele está comendo numa lanchonete do bairro que ele vive em Toronto, e pergunta para a garçonete, se ela conhecia ele, ela diz que não, mas que ele devia ser alguém famoso por causa das câmeras, e o documentarista fala que ele o Geddy Lee, baixista e vocalista do Rush, e ela fala algo do tipo: Ah! Já ouvi falar dessa banda, meu sobrinho me pediu um disco dela uma vez. Num documentário sobre uma das turnês do Iron, o Steve Harris diz algo parecido, que na cidade onde ele viveu a vida praticamente toda, ele anda na rua e raramente é reconhecido, mas que aqui na America Latina, não dá 2 passos sem tentarem rasgar as roupas dele.

Mesmo bandas como Rolling Stones em geral não tocam pra plateias de 30mil pessoas ou mais com tanta frequência. A média de público dos shows da turnê a Bigger Band (a ultima das grandes que eles fizeram), se você tirar o show de Copacabana e o do Beacon Theater que foram gratuito/filantrópico, a média de público foi na casa dos 25mil por show e dos 20 shows com maior receita durante a turnê 10 deles foram para públicos de menos de 30mil pagantes, com 8 desses shows para públicos de menos de 20mil pagantes.

Então existe uma certa ilusão de que fora do Brasil o Rock and Roll tem grande destaque, mas na boa, não tem, mesmo caras como Stones, perdem feio em vendas e em público para boa parte dos cantores de country e rap nos EUA, imagine as bandas não tão conhecidas.


Grande verdade essa. Dá pra notar por exemplo com o New Guns N' Roses.
Quando eles vem pra cá, é sempre em local com mais de 20 mil pessoas. Já la nos EUA e Europa o publico chega no máximo a 10 mil.

Além de que se formos na Billboard ver as paradas musicais, notaremos que não é muito diferente do que rola por aqui.


Isso eu acho muito problemático. Por exemplo, tem uma banda no Piauí, que faz covers de várias bandas clássicas, os caras chegam a tirar 50-100mil num show tranquilo, fazem show pra 5mil pessoas, lotadaço, cada uma pagando 80 reais por ingresso avulso e de 200-300 reais por uma mesa.

Agora é o tipo da coisa, os caras investem pra caramba também, show tem telões, luz de primeira, som de primeira, tudo perfeitinho. Uma vez fizeram um cover do Pink Floyd e o palco era uma miniatura do palco do Pulse, com direito a todos os efeitos, vídeos, tudo que tinha no Pulse. No show cover dos Beatles, o fundo do palco eram 16 telões passando vídeos e animações que tinham a ver com cada música do show. Num cover do U2, fizeram uma miniatura do palco da turnê 360.

E os caras nem estão tocando música deles, nem estão tocando pra tanta gente, mas entenderam o que o público que gasta muito em shows de cover quer ver e fazem isso impecavelmente bem. O mesmo pode ser dito por bandas como o All We Need is Love, a ultima vez que parei pra ver o preço dos ingressos deles, era só 20 reais mais barato que um show da Marisa Monte que ia ser no mesmo dia.

Então se você quer ter sucesso nisso, você tem que entender o que o público quer ver, essa é a formula até pra bandas como Beatles e Rolling Stones, os 4 membros dos Beatles eram "bad boys" que viviam se metendo com brigas e gangues em Liverpool, o empresário deles, sacou que Rock só fazia sucesso quando você pegava algo mais "selvagem" e domesticava isso numa imagem que pudesse ser digerida como entretenimento de família, como fizeram com o Elvis e com o Shadows, então ele fez a mesma coisa com os Beatles. Os Stones foram fruto de outra época, quando essa imagem de rock familia estava bem estabelecida e a juventude queria algo para extravasar a revolta, então o empresário deles (que era assessor de imprensa dos Beatles), pegou 5 caras que eram mauricinhos mancinhos que estudavam em faculdades tradicionais e criou a imagem de "vilões com quem você nunca deixaria sua irmã sair", nas palavras dele mesmo.

A partir do momento que você passa a entender o público, é muito mais fácil acertar, não é garantia, mas é muito mais fácil. Um exemplo de caras que são muito bons em fazer isso no Brasil são bandas de forró e sertanejo. No Nordeste as bandas de forró em geral tem um entendimento muito grande do público e do que pode ser um diferencial para elas num cenário muito concorrido. Sertanejo, nem precisa falar, é só ver o tal Michel Teló, que diz que só decidiu deixar de ser produtor pra ser cantor, quando viu que conhecia o suficiente do público para transformar qualquer coisa que fizesse em sucesso, é isso que mais falta na cena Rock and Roll.


Verdade. Até porque bandas são como empresas. E precisam conhecer seu publico se quiser vender o produto pra eles.
Acho que o que mais atrapalha isso é aquela coisa que rockeiro tem de "viver pela arte" e acabam esquecendo que musico é uma profissão como qualquer outra.

JotaEmidio
Veterano
# jul/14
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Aqui vai um som da excelente pianista brasileira Eliane Elias.



nichendrix
Veterano
# jul/14
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JotaEmidio

Ela tem uma dinâmica bem legal, o som é muito bom, embora eu ache que ficaria melhor com algum acompanhamento.

JotaEmidio
Veterano
# jul/14
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Som da pesada, Joe Pass & Oscar Peterson.



nichendrix
Veterano
# jul/14
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JotaEmidio

Muito bom, embora eu não curta o som do Joe Pass, pago o maior pau pro Oscar Peterson.

MMI
Veterano
# jul/14
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nichendrix

eu não curta o som do Joe Pass

Tá maluco? kkkkkk

Não está entre os meus favoritos também, mas daí a dizer que não curto o som tem uma distância... Sério isso?

nichendrix
Veterano
# jul/14 · Editado por: nichendrix
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MMI

Sério cara, eu não gosto do som dele, não vou dizer que ele é ruim ou que faz coisa que não presta, não é isso que eu quero dizer, só que a estética do som dele em geral não me agrada.

Tipo é daquelas coisas que você passa a vida toda ouvindo e tentando entender porque os outros gostam e você não, eu nunca entendi ao certo, mas nunca consegui gostar mesmo da grande maioria dos discos dele.

Enfim, o máximo que consigo chegar numa definição é que ele não me emociona de forma alguma, sei lá, mesmo quando ele toca músicas que eu curto muito como Summertime, não me agrada. É como o som do Steve Vai, 90% do tempo não me agrada de jeito nenhum, eventualmente uma ou outra coisa me agrada, mas no geral acho que que tem mais coisa ou menos coisa do que deveria ter na música.

nichendrix
Veterano
# ago/14
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Não sei que voodoo foi esse que fizeram em Gypsy Eyes pra ficar tão claro todas as camadas da gravação, mas ficou de cair o cú da bunda. (Ouçãm com fones)



MMI
Veterano
# ago/14
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nichendrix

Isso aí é perfeccionismo puro em analógicos... Dizem que foram mais de 50 takes que irritaram o produtor Chas Chandler. rs

MauricioBahia
Moderador
# ago/14
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Água pura da fonte...



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