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fripp Veterano |
# ago/10
Pessoal, vocês já repararam que os artistas continuam gravando albuns completos enquanto o público em massa escuta música no mp3 player com o shuffle ligado? Não é curioso?
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Clauber guns Veterano |
# ago/10
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Não é curioso?
Não =)
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Carregando Veterano |
# ago/10
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curioso seria alguem usar um discMan
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kiki Moderador |
# ago/10
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fripp o lance é bem mais complicado que isso
antes do album tinha os EPs, discos pequenos, que são meio a origem do single.
antes do disco de vinil era disco de goma laca, que era mais caro, entao o povo ouvia só no jukebox.
antes disso era só musica ao vivo
e tudo isso leva decadas pro pessoal mudar de forma de agir.
ja tem gente mudando pro mp3, como o radiohead.
enfim, pesquise mais sobre o assunto antes de colocar uma questão asism de maneira tão simplista.
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T-Rodman Veterano |
# ago/10
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kiki tudo bem, essa percepção de se ouvir disco inteiro é da época dos LPs e CDs, e está mudando novamente agora com a música digital. Porém, decerto há esse contraste e que aparentemente há perdas, há. Gente que gosta de uma banda, vai ouvir todas as músicas, independentemente dela ser single ou b-side. Já o povo em geral, que escuta rádio, vai optar por ouvir só hits mesmo (esse povo não é nada diferente do povo que sempre escutou rádio).
Eu odeio shuffle. Acho que se deixar eu fico aqui escrevendo sobre meu ódio ao shuffle a tarde inteira. Já escrevi isso, em um review de fórum, quando se estavam elogiando o iPod Shuffle. Eu sou bem mais escutar álbum inteiro, e se for o caso, fazer playlists - igual na época em que ficava tardes inteiras de sexta-feira, gravando fitas cassete de 60/90min. É questão de gosto.
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fripp Veterano |
# ago/10
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kiki Creio que me expressei mal. O que eu quis denunciar é que o paradigma da música está mudando. Enquanto a maioria das pessoas não têm mais o hábito de ouvir um disco inteiro, os artistas continuam pensando em disco, uma peça sonora de 30 a 90 minutos, ideia herdada da noção de long playing. Não ignoro os fatos históricos que você citou, muito pelo contrário, já pesquisei muito pelo assunto. Talvez você tenha se deixado trair pela forma coloquial como eu apresentei a questão. Fiquei surpreso de ser censurado pelo moderador desta forma.
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kiki Moderador |
# ago/10
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fripp nao estou te censurando, estou te convidando a debater mais profundamente o assunto. já teve muita conversa sobre isso pelo fórum, não vejo qual o ponto de querer debater isso "coloquialmente", entende?
como voce é novato, e nunca te vi antes, não sei o que voce sabe e não sabe. e é comum novatos aparecerem e jogarem pseudo-questões como se fossem uma duvida crucial.
a sua duvida eu acho que é crucial sim, e por isso merece ser debatida.
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Marabá Veterano |
# ago/10
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eu não troco meus cd's por nada ainda tenho o hábito de ir na loja e escolher meus cd's :)
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fripp Veterano |
# ago/10
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Marabá Louvo o sua prática, mas tenho a impressão que o contato e a experiência com música está mudando inexoravelmente. Tb sou artista, estou gravando um conjunto de 11 músicas, e fico me perguntando de que forma devo divulgar meu trabalho. Acho que o CD está moribundo e me parece que o formato de leis de direito autoral está totalmente em desacordo com a atual realidade. Fico um pouco triste pois acho que se perde muito com a ausência de um suporte físico para a música.
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J. S. Coltrane Veterano |
# ago/10
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fripp
ou talvez esse suporte físico tenha sido somente um meio que as gravadoras inventaram para te enfiar 12 músicas quando você só queria 2 ou 3.
Poucos albuns são "conceituais" e justificam o termo album. A maioria é uma coleção de canções gravadas juntas, só isso.
Acho que o MP3 vai por um fim a tudo isso e mostrar a real: música é palco, é ao vivo. O resto é tralha para ficar tomando pó na estante.
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fripp Veterano |
# ago/10
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J. S. Coltrane Sim e não, camarada Coltrane... É claro que o LP é um produto inventado pelas gravadoras, assim como o show é, digamos, um serviço. O suporte físico é um registro visual e estético daquele artista ou banda, um porta retrato de sua época, da forma como este artista se insere no contexto da cultura e da música.
Particularmente, me ressinto muito da falta de um relacionamento com o suporte físico. Através dele, quando ouvindo um artista de língua inglesa, pude entender as letras, o que me seria muito mais difícil tentando decifrar o inglês do cantor.
E discordo visceralmente de que música é "só" palco. Música é planejamento (e composição) também, do contrário seria uma arte puramente intuitiva, tocada por músicos improvisadores.
Mas compreendo sua posição e agradeço o post inteligente!
Abs!
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Eduardo Vaz - Nova Disconildo Veterano |
# ago/10
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Nunca vi muito sentido em se gravar um CD com diversas músicas. É raro o caso de todas serem boas.
Essa prática obriga a banda a correr contra o tempo, visto que a produção e gravação são cobradas por hora.
Sou a favor dos singles. Acho muito interessante uma banda trabalhar em cima de singles. Sempre. Pintou uma composição boa? Grava e divulga. Talvez assim poderemos apreciar boas músicas novamente.
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T-Rodman Veterano |
# ago/10
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Eduardo Vaz - Nova Disconildo Isso acontece muito no Japão. Tem muito artista que quando lança um álbum, tal álbum nada mais é do que a compilação dos 10/15 últimos singles. Mas tal regra se aplica para os 'super-pops' - artistas que na época do CD, lançavam seus singles em formato 'maxi-single', vendendo aproximadamente de 1 a 5 milhões de cópias. Lá esse tipo de mercado sempre funcionou. No ocidente, desde quando a gente não compra mais aqueles LPs com 2 ou 4 músicas?? - na época do LP e CD pré internet, creio que a logística era algo que possibilitava isso no mercado japonês, e talvez não possibilitava o mesmo fenômeno, nem nos EUA, muito menos no resto do mundo. exemplo: Ayumi Hamasaki e seus atuais 36 singles e 10 álbuns: http://www.youtube.com/watch?v=1RRF_6NMAVk e existem muitas delas por lá? - não. Depois da Ayumi, tem a Utada Hikaru, Koda Kumi, Namie Amuro e de vez em quando aparece um boyz group para ficar no topo alguns anos (o Orange Range é o último que conheci que mantem uma média dessas).
O mercado musical de lá é bem mais rápido e aquecido, tanto que tão logo um single é lançado, os mesmos artistas fazem comercial com a música para algum produto que eles previamente assinaram contrato: http://www.youtube.com/watch?v=okNbfrJRmGI
Já aqui no ocidente, creio que vivemos em outra realidade. Tudo demora muito mais, rs.
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Eduardo Vaz - Nova Disconildo Veterano |
# ago/10
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T-Rodman
Já aqui no ocidente, creio que vivemos em outra realidade. Tudo demora muito mais, rs.
Com certeza, e é ai que entra a banda e o produtor.
É interessante também para bandas independentes. Gastam menos com gravação/produção, podendo liberar o download de suas músicas. Soma-se isso a divulgação e um pouco de sorte, e a possibilidade de ter mais ouvintes no show aumenta muito.
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T-Rodman Veterano |
# ago/10
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Eduardo Vaz - Nova Disconildo E isso foi efetivo até então? - vou citar 2 exemplos brasileiros, que nasceram na internet: Mallu Magalhães e Revo84. Esses 2 aí eu só fui conhecer em outra oportunidade: a mocinha, na TV e em artigos, por ser namorada de alguém famoso, e pela música utilizada em propagandas da VIVO. Agora a banda, só conheci por causa de revistas. Isso eu falo de minha experiência, porque sequer escutei uma música do Revo84. Mas, mesmo com o startup feito na internet, como dizem os artigos, não foi dessa forma que eu tomei conhecimento. Isso porque eu só consegui pensar até o momento nessas artistas - e eles assinaram com as gravadoras. Ou seja, o mercado hoje pode ser bom pré-contratualmente. Internet ainda não leva definitivamente o trabalho do artista diretamente ao público, exceto bandas conhecidas, como Titãs, que lançou e vendeu discos no revisteiro, como Radiohead que distribuiu discos na net, e afins.
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Eduardo Vaz - Nova Disconildo Veterano |
# ago/10
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T-Rodman
Exatamente, a internet é apenas o princípio e não o ponto definitivo para ter audiência.
O que eu quis dizer é que hoje vale mais a pena, para uma banda que está começando, trabalhar em cima de singles e divulgação. Mas nada impede que a banda grave suas 10 ou 12 músicas. Sendo músicas boas está valendo. O problema é quando isso se torna uma obrigatoriedade e acaba por minar a criatividade por conta da luta contra tempo.
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WROliveira Veterano |
# ago/10
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Eduardo Vaz - Nova Disconildo
E pode ser pior. Além de minar a criatividade, tem o efeito de "compor por obrigação"... Aí vem aquelas músicas padronizadas, sem feeling, sem diferencial... Enfim, as músicas medíocres pra encher CD.
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T-Rodman Veterano |
# ago/10
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Essa discussão sobre aproveitamento de músicas já existiu - quando mudamos os 45min de um LP para até 90min do CD, tanto quanto dos até 120min de filme em VHS para os atuais 180min de filme no DVD. Do nada, acostumamos com filmes mais longos, e não está sendo enjoativo, está? Lógico, um filme ruim pode ter 30 ou 180min que não caíndo no gosto, não tem jeito. Creio que a mesma coisa é o CD. Álbuns clássicos ou blockbusters, daqueles que se vendem 30 milhões de cópias, só tem 1 ou 2 músicas boas? 5 exemplos: Dark Side of the Moon, Jagged Little Pill, Ten, Nevermind e Mellon Collie and Infinite Sadness - esses álbuns tem faixas medíocres? tem banda que até lança na internet ou em maxi-single, as sobras de material que não foram lançados nos álbums.
Se for ver por esse parâmetro, banda boa de verdade é aquela que transcende o single - aquela banda que é atraída pelo single, você pega o álbum para escutar e vê que eles são melhores do que só o single. Tem casos até mais engraçados: sabia que o primeiro hit do Nirvana, o "smells like teen spirit" foi uma das últimas canções a entrar no álbum?
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Eduardo Vaz - Nova Disconildo Veterano |
# ago/10
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T-Rodman
Dark Side of the Moon, Jagged Little Pill, Ten, Nevermind e Mellon Collie and Infinite Sadness - esses álbuns tem faixas medíocres?
Concorda comigo que são bandas de um outro tempo?
Nessa época não existia o MP3 como é hoje. Vender Cds ainda era lucrativo. Meu entendimento leva a crer que o que sustenta bandas hoje é show. E para se ter ouvintes em show é preciso divulgar suas músicas. Nirvana dava show no palco, era uma banda diferenciada, apenas de não ter bons músicos. Transmitiam uma energia fora do padrão da época.
Se for ver por esse parâmetro, banda boa de verdade é aquela que transcende o single - aquela banda que é atraída pelo single, você pega o álbum para escutar e vê que eles são melhores do que só o single.
Exatamente. Esse é o tipo de banda é o que me chama atenção.
Não sei se você curte, mas Los Hermanos é um ótimo exemplo. "Ana Júlia" e "Primavera" não chegam nem aos pés da maioria das músicas da banda. Que, por sinal, também tem um show diferenciado. E inovou, misturando rock com diversos outros ritmos e incrementando suas músicas com metais, totalmente fora da tendência da época.
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T-Rodman Veterano |
# ago/10 · Editado por: T-Rodman
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aí que entra a coisa. Se de um lado a mediocridade impera, você citou um exemplo de banda que tem material bom nos álbums. É desse modo que eu ainda escuto música - atraído pelo hit, sempre vou escutar o álbum para ver se o resto presta. Minha última aquisição, das novsa: Kings of Leon - Only by the night. Tenho certeza que a galera só curte "Use Somebody", mas tem muita coisa boa nesse álbum. Eu adoro Closer, Crawl (principalmente depois de vê-los tocar no DVD ao vivo), etc. É disco para se adicionar com certeza no acervo. Banda assim eu escuto. As de um hit, depois de escutar o disco, eu jogo mesmo pra escanteio. Os próprios KoL eu ignorei os dois primeiros álbums, por esse mesmo motivo. Mas fizeram um excelente terceiro disco. Dá até pra escutar os dois primeiros, pensando que eles evoluíram bastante, e os antigos eram de fases embrionárias, rs.
Da parte de que banda ganha com shows, eu também concordo, principalmente no Brasil. Mas não é só por isso que acho que deva se acabar com as gravadoras. Decerto é que tem de mudar o conceito em geral, como o cinema sempre se adaptou. Aliás, o cinema tá puxando a música um bom tempo.
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Eduardo Vaz - Nova Disconildo Veterano |
# ago/10
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Cinema, mini-séries, novelas... Sempre estão lançando música. Até porque passa uma sensação visual do que o áudio quer passar.
Confesso que não sou apreciador de CDs. Nem me lembro da última vez que entrei numa loja de Cds para comprar um. Prefiro shows em DVD onde posso visualizar a banda em ação ou ao vivo.
Enfim, esse é um debate sem fim. Creio que tanto você quanto eu queremos é ver novas bandas de qualidade por ai, independente se for com singles ou albúns.
Grande Abraço!
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T-Rodman Veterano |
# ago/10
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Enfim, esse é um debate sem fim. Creio que tanto você quanto eu queremos é ver novas bandas de qualidade por ai, independente se for com singles ou albúns. fechou! rs
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Eduardo Vaz - Nova Disconildo Veterano |
# ago/10
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=)
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fernando tecladista Veterano |
# ago/10
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escuta música no mp3 player com o shuffle ligado?
é igual a ouvir radio, você nunca sabe qual a proxima música, a vantagem é que você escolhe qual o perfil da "sua radio"
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Random_Rampager Veterano |
# ago/10
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Eu acho que o importante nessa discussão toda é que o "jeito de ouvir música" tem variado muito de acordo com a mídia usada para levar a música para o consumidor em uma determinada época.
Por exemplo, na época dos discos de vinil, as bandas gravaram 30~40 minutos de música pra fazer um disco, ou um pouco mais e faziam um vinil duplo. Não que isso fosse uma influencia crucial no processo de composição, mas eles sabiam que iam precisar de um número x de músicas que somadas dariam esse tempo. Via de regra, o cara ouvia o álbum inteiro nessa época.
Na época do vinil e coexistindo com ele havia tb a fita K7, que o próprio cara que ia ouvir gravava em casa, sendo que essa era mais versátil, não só por poder ser ouvida num walkman ou no som do carro, mas tb porque o próprio sujeito que ia ouvir a fita a gravava do jeito que preferisse (Hahahaha é só você mexer nos guardados de alguém que cresceu nos anos 80~90 que vc vai achar várias fitas de "coletâneas" de músicas sem nenhuma relação uma com a outra, bem como aquelas que o cara gravou um álbum inteiro, sobrou um espacinho na fita e ele encaixou uma "faixa bônus" lá, ahahah! Bons tempos, mas enfim...) Essas fitas eram gravadas meio que de qualquer jeito, mas o comum ainda era o cara colocar a fita pra tocar e ir ouvindo ela inteira.
Na época dos cds esse tempo aumentou um pouco, pra 50~60 minutos, ao que com isso obviamente as bandas precisavam ou de mais músicas, ou fazer músicas maiores, etc etc. Na época do cd se ouvia música "pulando umas faixas: neguinho ligava o som e pulava as faixas que ele não gostava com o controle remoto.
Um detalhe interessante é que nisso aumentou tb o tempo de lançamento entre um álbum e outro. Na década de 80 não era raro, por exemplo, uma banda grande lançar um álbum no começo do ano e um no final, o que não mais aconteceu depois. Claro que tb tem vários outros fatores, como as turnês terem ficado mais longas (e lucrativas), mas via de regra passou a demorar um pouco mais pra aparecer álbum novo.
Depois disso veio a era do mp3 que mudou totalmente o jeito de consumir música. Não se escuta mais música "pulando a faixa" nem muito menos ouvindo o álbum inteiro: hoje o cara cata as músicas e joga no shuffle do seu winamp\ipod\etc. E mais importante, ouvir música virou algo mais casual, "secundário", hoje é mais comum o cara colocar a música "de fundo" pra ouvir enquanto trabalha\corre\fala com a namorada no msn\espera o onibus\etc do que realmente para tudo pra ouvir prestando atenção.
Mas enfim, respondendo à dúvida do colega que criou o tópico, eu tenho pra mim que os músicos ainda gravam em formato de álbum por dois motivos: primeiro, porque (ainda) não inventaram um formato melhor, e segundo porque, apesar de beeeeeeeeeem menos que antes, ainda dá uma graninha. Os cds, apesar de obsoletos, ainda tem mercado e ainda geram dinheiro, e muito, pelo menos enquanto ainda perdurar esse "período de transição" entre o cd e o mp3.
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Random_Rampager Veterano |
# ago/10
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Bah, esse tema é foda... Eu falei, falei, falei, falei até ficar cansado e ainda não falei 10% do que era pra falar, ahaha! :P
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T-Rodman Veterano |
# ago/10
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escreva, rs. A gente lê.
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Random_Rampager Veterano |
# ago/10
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T-Rodman Hahahahaha pior que eu até fiquei feliz por alguém ter lido o que eu escrevi. :)
Se amanhã o tópico ainda não tiver morrido, a gente continua brother.
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T-Rodman Veterano |
# ago/10
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Bom é o jeito de pelo menos apreciar os membros que escrevem bem e expõem suas idéias. O povo fala que a gente não perdoa quem escreve errado? - bem, eu nem comento mais. Simplesmente estou passando por cima do que não consigo ler. Ao contrário, pode escrever 20 páginas que do jeito que você escreveu, eu leio tudo, rs.
A minha linha de raciocínio perante o que você escreveu não é muito diferente. Então nem tenho o que discordar, rs.
amplexos
T.
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Random_Rampager Veterano |
# ago/10
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T-Rodman Heheh o pior é que, como é um tema amplo e que eu gosto, se deixar eu escrevo as 20 páginas mesmo.
Eu vivo falando com meus amigos quando a gente está conversando sobre música que nós estamos num período de transição que ninguém sabe direito no que vai dar. Como consequência da mudança no jeito de se ouvir música, também está mudando o jeito de gravar, comercializar e até mesmo de compor e ninguém sabe muito bem o que fazer com isso, tanto que tem artista que vende mp3 na net, quem venda o disco em banca de revista, e já tem até uns que deram o álbum de graça e vivem mesmo é de shows e outros produtos, e, é claro, a maioria ainda produz os álbuns mesmo.
Pelo seu comentário sobre as fitas k7 ali em cima, a gente regular mais ou menos a idade, e vc deve lembrar que na época era bem diferente pra ouvir música, não só pelo fato de se ouvir o disco inteiro. Era comum, por exemplo ir na casa dos amigos pra ouvir música nos fins de semana. Sempre tinha aquele grupinho de uns 4~5 que gostavam das mesmas coisas, aí era um comprar alguma coisa nova que a galera aparecia na casa do cara no sábado à tarde pra ouvir. Também era comum uns gravarem fitas k7 pros outros, o povo ficar falando das bandas no intervalo da escola, etc. O cara acabava fazendo amizade com aquele irmão\primo\cunhado mais velho do amigo dele que tinha aquela coleção gigante de discos de vinil. Enfim, era meio que "mais difícil" a gente achar alguma coisa nova legal pra ouvir, aí acho que a gente acabava apreciando mais.
Hoje isso acabou até por não ser mais prático, já que com o tempo que eu gastaria pra simplesmente trocar de roupa pra ir na casa do meu amigo ou ir na loja, dá pra eu baixar o álbum no google e começar a ouvir. O máximo que vai acontecer é que, se eu gostar, eu passo pra um ou outro amigo no msn.
Se por um lado até o final da década de 90 era mais difícil colocar as mãos em música nova, hoje isso é fácil e instantâneo, mas é difícil "garimpar" coisa boa no monte de bobagem e de "mais do mesmo" que se encontra por aí.
Essa foi a mudança principal para o consumidor: o jeito em que se ouve música. E aqui, é claro, eu estou falando do cara que realmente gosta de música, que pesquisa coisas novas, vai atrás, etc. Pro cara que gosta do que está na rádio, como já disseram, deve ter mudado pouco.
Já do ponto de vista das gravadoras, a coisa é um pouco mais grave, e mesmo que elas consigam o improvável e se recuperem dessa crise, elas vão estar bem enfraquecidas. Não que eu ache as gravadoras absolutamente indispensáveis, já que hoje qualquer banda de médio porte pode e deve ter seu próprio estúdio, por exemplo. Mas do jeito que está corre o risco de acabarem desaparecendo as "superproduções", como o Moment of Glory do Scorpions, o Avantasia, etc... Ninguém vai querer se arriscar numa gravação cara assim se não for ter um bom retorno.
Por outro lado, pra melhor ou pra pior, as bandas que tem assumido suas próprias gravações, marketing, etc, tem se dado bem. Os caras do Manowar, por exemplo, ganham mais dinheiro agora do que quando eles estavam no auge, na década de 80. O lado ruim é que eles lançam um álbum novo de vez em nunca, mas acaba acontecendo isso quando a banda não tem que cumprir contrato com a gravadora, etc. Esse é outro aspecto pelo qual as gravadoras acabam fazendo falta.
Enfim, eu acho que tem pipocado muita coisa legal por aí, mas que é meio complicado achar no meio da quantidade de merda que aparece. Engraçado que o que eu mais gostei de uns cinco anos pra cá (tirando coisas novas de artistas já consagrados, claro) são guitarristas que surgiram na internet e que, via de regra, não lançam álbuns. Caras tipo JerryC, Gustavo Guerra, Mattrach e Ginjineko sempre estão nas minhas playlists (que eu ainda escuto com calma, deitado no sofá da sala enquanto fumo um cigarro), mas isso já é assunto pra um outro tópico...
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