Autor |
Mensagem |
fripp Veterano |
# ago/10
· votar
Fazendo uma metáfora com outro tipo de entretenimento... Saca quando você tem 200 canais na TV por assinatura e não consegue escolher nenhum programa para assistir? Compare esse estado de espírito com aquele que fazia a gente assistir "o" filme da que a tv aberta passava (e ficar feliz com isso). De alguma forma isso me remete ao conceito econômico de "escassez". A multiplicidade de alternativas faz com que o valor de uma peça do conjunto diminua. é uma viagem mas é uma alternativa para a compreenção da dicotomia entre a fartura da oferta em música e pequena disposição do público em experimentar novos "produtos".
|
kiki Moderador |
# ago/10
· votar
A multiplicidade de alternativas faz com que o valor de uma peça do conjunto diminua. é tipo uma inflação, uma desvalorização. tem tanta opção que no fim não tem nenhuma.
aposto que dos milhões de bandas independentes que tem no myspace, deve ter pelo menos umas 100 que voce iria curtir, se ouvisse. mas tem tantas que não sabemos nem por onde começar.
|
T-Rodman Veterano |
# ago/10
· votar
eu gosto de indie, um dos gêneros que mais pipoca artista, mas não é sempre que eu estou apto a começar a curtir novas bandas. E, infelizmente, ainda existe o problema de uma banda/artista, ter uma música boa que te chama a atenção e quando você pega o disco inteiro dele para ouvir, vem a desilusão.
Myspace ainda não é meu local favorito para conhecer novas bandas, pois muitas vivem em estágio embrionário. Eu gosto desse site aqui, que vive lançando playlists em torrent, com bandas alternativas de qualidade: http://www.blalocksirp.com/
Depois de achar uma música de banda nova, geralmente eu dou aquela escutada no youtube, e depois acabo comprando o disco no 7digital.com quando a banda tem. Foi a fórmula que encontrei hoje para escutar e apreciar novas bandas.
E os grupos de escutadores de música ainda existe, felizmente.
amplexos
T.
|
fripp Veterano |
# ago/10
· votar
T-Rodman Maneiro o teu processo. Não acredito que, sem mudar o estado de coisas do mundo atual, eu vá voltar a comprar música. A parada do CD vai acabar, é questão de tempo. Até porque é anacrônico e anti-ecológico.
Uma coisa que eu acho que toca na questão que estamos falando, é a parada da qualidade dos reprodutores de som. Teve um outro cara que falou em produção, citando discos caros de fazer. Para quê fazer isso se a maioria esmagadora vai ouvir mp3 num player ou na CPU? Não faz muito sentido.
É muito louco pq o mercado de tv / cinema caminha na direção inversa: blu-ray, home thetre, tvs full HD. É claro que muita gente continua baixando filmes, mas existe um segmento que continua apostando e comprando qualidade.
kiki É verdade! Sabe o que eu acho? Que tem muito a ver com a lugar da música no mundo contemporâneo. Virou uma coisa descartável, relegada, como já abordado em outro tópico, a plano de fundo. Trilha sonora.
|
J. S. Coltrane Veterano |
# ago/10
· votar
É verdade! Sabe o que eu acho? Que tem muito a ver com a lugar da música no mundo contemporâneo. Virou uma coisa descartável, relegada, como já abordado em outro tópico, a plano de fundo. Trilha sonora.
Isso começou com a radiofonia.
Eu continua achando que música é palco, o resto é tralha para guardar pó
|
T-Rodman Veterano |
# ago/10
· votar
fripp O tempo vai passando, mas algumas coisas podem ser melhoradas. Contando as minhas próprias experiências: Tipo, no carro, com pouca grana, eu me lembro que eu enfiava um monte de módulo da Pyramid e umas caixas da Pioneer, e só ganhava potência. Hoje, meu carro tá original de fábrica, mas não posso reclamar da acústica dele, do posicionamento das caixas, e nem do som, que não é muito alto, mas tem definição.
No ouvido, hum, eu tinha aqueles 'walkman' da CCE, da Broksonic, da Sommy, com um monte de fone de ouvido de R$ 5,00 da "Somy". Hoje em dia, creio que mesmo um iPod nano com o seu fone original é melhor. Fora isso, hum, 'noise cancelling phones', fones da Koss, da Boss, da Sennheiser não são mais incomuns pra gente. Ou seja, até melhorou escutar música desse jeito. Fone de ouvido bom é o que não falta no acervo hoje. Impressão engraçada foi quando eu achava que o meu melhor fone, um Plantronics Gamecom1 servia para monitor de estúdio. Ledo engano. Foi pegar um Sennheiser HD212 que eu joguei num canto o Plantronics e nunca mais peguei nele. Agora peguei um HD210pro que é mais flat, e é esse meu fone de escutar música no estúdio.
Em casa, hum, como eu já tive CCE de monte, que definição de som hoje é quase zero, eu não reclamo das caixinhas de PC da Logitech, da Edifier, da Creative, da Altec Lansing que eu tenho, muito menos dos monitores de referência da Alesis e Yamaha. Melhorou também. Agora é que eu escuto esses álbuns clássicos com definição. Antes, um disco do AC/DC e do Queen era a mesma coisa. Hoje, hum, como é gostoso ouvir uma super-produção - se bem que a época desses super-álbuns foi entre o final dos anos 70 e começo dos anos 80. Depois tudo ficou bem mais normal, talvez porque os equipamentos estão ficando cada vez mais acessíveis, porém o nível das produções são todas medianas.
Que há diferenças entre produções indie/homemade e produções profissionais, sim existe, e muita. Hoje em dia, em termos de produção high-end, acho que só o mercado japonês tem coisa diferente e de alta qualidade frente aos outros. Pegue um CD da Utada Hikaru, Ayumi Hamasaki e compare com os artistas pop do ocidente. Falta bastante tempero nas produções ocidentais, mesmo as mainstream.
Mas que o mundo tá mais conectado, e todo mundo vem pegando as tendências de ponta, isso é outro fato. Se um dia, lá no oriente as coisas estavam melhores do que aqui, a cada dia o processo está sendo assimilado por essas bandas.
|
T-Rodman Veterano |
# ago/10
· votar
J. S. Coltrane Eu continua achando que música é palco, o resto é tralha para guardar pó
Sinto, mas discordo disso. Como é que o povo hoje conhece as bandas mais antigas? Vou viver de nostalgia? - de ter vistos shows legais de bandas que já não existem mais hoje, não tem mais a formação original, que não mais estão em turnê... vou viver de ouvir banda cover? - bom, isso eu curto, mas não é a mesma coisa, tanto quanto ouvir GnR sem o Slash, ver o show do Roger Waters e sentir a falta da guitarra do Gilmour... vou viver de assistir DVD de show ao vivo, e ter uma sensação que não tive? - muitas vezes eu prefiro o CD mesmo. Tem muito mais detalhes do que nos shows. E shows, hum, minha experiência diz que um DVD gravado não transmite a mesma coisa do que estar lá na frente do palco. Me lembro bem, por exemplo, de ter assistido o Pop Mart Tour do U2, no Morumbi, numa sexta-feira, e no sábado eu assisti pela TV. Que show morno, assistir pela TV.
Ou seja, se não é toda hora e todo dia que temos shows para ir, o resto dos dias e horas eu fico com os LPs, CDs e MP3 mesmo.
|
fripp Veterano |
# ago/10
· votar
T-Rodman Bem, bicho, mas vc é músico, ou produtor. Suas referências são bem diferentes da massa, entende? Posso estar enganado, mas antigamente uma família de classe média investia em um bom equipamento de som (falo a partir do advento do estéreo). Havia um espaço diferente para a música. E acho que isso tem a ver tb com a questão do album. Do contato com a capa, com as artes gráficas, com as letras, as próprias dimensões da peça. A música não ecoava apenas pelas caixas technics de madeira com falantes poderosos e através de um receiver analógico, mas tb pelos olhos em uma mídia não poluída, exclusiva - totalmente diferente dos milhares pontos de atenção de um site de uma banda atual (para não falar em myspace). Aquilo entrava muito mais no nosso cotidiano. O Random_Rampager falou, e eu concordo com ele, que ninguém sabe que bicho vai dar no mercado musical. Acho que o buraco muito mais embaixo.
|
fripp Veterano |
# ago/10
· votar
T-Rodman Ah e digo isso achando totalmente legítimos e interessante seus pontos de vista. Apenas acho que não é uma questão de amadurecimento pessoal. Acho que é uma questão histórica mesmo.
|
T-Rodman Veterano |
# ago/10
· votar
Sim fripp. Eu também acho que esse desenvolvimento é mais histórico do que pessoal, tanto que eu notei a mesma coisa em uma casa de família, na República Tcheca. Como lá o muro caiu, do mesmo jeito que o fim da reserva de mercado nos afetou, as coisas foram entrando gradativamente em nossos lares, e está muito melhor hoje, tanto que, eu creio que quem gosta de música não está em um ritmo diferente do meu não. Ora usam fones de ouvido melhores, ora equipam seus carros com equipamentos de qualidade superior, ora compram sistemas de som melhores do que os CCE de antigamente.
Minha infância, eu passei na casa de primos, que tinham um sistema da Sony que custava o preço de um Fusca, com caixas enormes. E eu fazia exatamente isso. Colocava o disco para tocar, pegava o encarte, deitava ao lado das caixas, e passsava o dia escutando.
Não sou produtor, muito menos músico. Eu tenho profissão bem diversa de meus hobbys. E entre meus hobbys estão a música, tocar, cantar e escutar música (e fotografia, e filmes, e PCs, tecnologia...). Casando tudo isso, eu acabei montando meu home-studio, e é lá que passo a maior parte do meu tempo livre, ora gravando, ora escutando música.
|
fripp Veterano |
# ago/10
· votar
T-Rodman Então entendi errado o q vc escreveu. Achei que estava falando do ponto de vista pessoal mesmo. É engraçado, pode ser que a minha compreenção esteja sendo influenciada pelo meu ponto de vista particular, mas não vejo essa evolução dos métodos de reprodução. Acho justo o inverso.
Eu tb não vivo de música. Sou designer e penso em fazer um mestrado abordando esses assuntos que estamos discutindo aqui. Paralelamente, estou gravando um disco com minhas canções. De modo que todos esses assuntos estão para mim na ordem do dia.
Legal conversar em alto nível aqui.
Abs!
|
T-Rodman Veterano |
# ago/10
· votar
Talvez o que dê essa impressão é por estarmos vendo hoje, a popularização do popular. Isso não existia no Brasil, e está aparecendo hoje. Muitos produtos que eram inacessíveis para o povo de baixa renda, está sendo possível sua aquisição. Some isso ao aumento da renda das classes inferiores, e o resultado é que hoje é popular o que vem de baixo. Antes, o popular talvez era resultado dos anseios da 'classe-média'. Mas no geral, tecnologicamente falando, tudo está mais acessível, e via de regra o 'sub-pop' emergiu com força, principalmente no mercado local. Isso reflete em tudo, tanto na música, quanto nos costumes, quanto nessa nossa impressão de como vão as coisas. Mas não quer dizer que tudo tá indo de mal à pior não. Apenas está ocorrendo que aquele povo que você não via nas ruas, não via nas baladas, não via fora de seu contexto, estão hoje aparecendo. E você, eu, e qualquer um que possa estar estranhando, talvez tenha de procurar seu nicho, que não é mais tão pop hoje. Musicalmente falando, se hoje 2 violões gravados e voz fazem uma música sertaneja, um track mal gravado em mono com voz em cima faz um funk, sim, no primeiro momento estamos vendo coisas de qualidade duvidável, mas popular. Mas na medida em que as coisas vão se profissionalizando, a tendência é que a qualidade na produção aumente. Vide a música gospel, que há anos atrás era bem coisa de home-studio, gravado com mesa de 16 canais. Hoje dá pra encontrar 'super-produções' até nessa área, justamente porque eles já estão fazendo o sonzinho deles há décadas, e vêem que o mercado profissional americano de música gospel segue um ritmo similar à música country. Daí pra frente, tudo melhora, e até os ouvintes, creio eu, vai acabar exigindo qualidade melhor.
É quase que a mesma coisa de se tomar vinho. Todo mundo começou tomando vinho francês caro? - eu comecei com Sinuelo, doce. Hoje não suporto vinho doce. Tomo alentejano português, por achar um bom custo-benefício, e não pago mais que R$ 50 em uma garrafa. Descobri meu nicho, e fico por aqui, hoje. Quem sabe eu não posso virar um 'hi-fi client' de vinho 5 estrelas?
|
fripp Veterano |
# ago/10
· votar
Bem, atualmente me satisfaço com um Tarapacá chileno. No máximo 20 pila! rs
|
T-Rodman Veterano |
# ago/10 · Editado por: T-Rodman
· votar
Arte Real, alentejano - R$ 13,50 no Pão de Açúcar :) Não existe mais na região. Passei em todos os mercados e estoquei tudo em casa, rs.
Tem o Montado de 3L que cabe na geladeira, e é bom pra tomar todo dia: http://www.paodeacucar.com.br/detalhe.asp?categoria=catVinhoEspumante& subcategoria=catVinhoPortugu%EAs&idproduto=3343081
|
fripp Veterano |
# ago/10
· votar
Sensacional!
|