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christ_cmj Veterano |
# dez/08
Bom galera, acho que o título do tópico explica a dúvida e o medo.
Sou guitarrista amador a 3 anos, tenho 27, sou casado e cheio de compromissos financeiros. Leio e vejo muita gente falando que carreira de músico só dá pra tentar ainda novo e sem ter compromissos, se você já tem compromissos e família aí é melhor ficar no hobby mesmo. Sendo que já estou estagnado e muito cansado de ficar enfurnado 9 horas por dia dentro de um escritório (sou programador de computador) aguentando todas a pressões do mundo corporativo, não aguento mais isso, e só "agora" (a uns dois a três anos) descobri que minha verdadeira realização profissional é a música.
Aí é que entra a grande dúvida:
Vale mesmo tentar mudar de profissão para uma área profissional tão disputada e "problemática" como as pessoas dizem a beira dos 30 anos? Tendo visto que praticamente todo músico que conheço que tem uma boa carreira descobriu-se nesse meio ainda na adolescência, ou mesmo na infância!
Quais seriam os grandes problemas e/ou dificuldades para quem descobriu tarde a sua realização como músico?
Desde já agradeço toda a ajuda e opiniões.
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Eddie Van Hallen Veterano |
# dez/08
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christ_cmj mano musica nao tem idade ja ouvi dizer de um medico e um advogado que tinham essa fixa etaria, largaram tudo para serem musicos com eles deu certo mas nao sei se é muito bom arriscar assim voce tem uma boa formaçao?? se tiver acho que vale, pois se a musica nao der certo voce pode tentar arranjar outro emprego
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eutoco_frauta Veterano |
# dez/08
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se você já tem compromissos e família aí é melhor ficar no hobby mesmo.
Eu sei que é de lascar querer mudar de carreira e encontrar uma série de barreiras, mas será que essa sua mudança não pode esperar até passar essa recessão? Não acho que vale a pena trocar o certo pelo duvidoso nessa hora.
Nesse meio-tempo, vá se preparando. Vc tem banda? Pretende dar aulas? Pq não dá umas aulas particulares no sábado? Tem equipamento? Domina um repertório popular? Toca bem mesmo?
Por que está infeliz com sua área? Será que não é o emprego que vc tem ao invés da informática em si? Como essa mudança vai afetar sua família? Já falou com eles? Vc é a única fonte de susento deles? Tem reserva financeira para bancar um começo difícil?
Faça-se todas as perguntas possíveis, para não ter dúvida nenhuma.
Hugs =P
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Alan_Domingues Veterano
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# dez/08
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christ_cmj
Olá amigo,
Tenho a mesma idade, 27 anos. Comecei a tocar guitarra com 17 anos (eu achava que era tarde) e resolvi investir até onde deu com isto. Ganhei dinheiro, casei, comprei tudo o que eu queria. Hoje também estou como você. Fico o dia todo quase em um escritório, cheio de responsabilidades e fico preso ao mundo "corporativo". Porém, foi uma escolha minha, não gosta de "instabilidade" como era com a música. Eu gosta de planejar minhas coisas, não curto "aventura" de neste mês ter para caralho e no outro não ter nada. Neste mês fazer 5 ou 6 shows tirar uma grana e no outro não faz 1 show.
Então eu HOJE não largo nem fudendo meu emprego e minha vida estabilizada. Hoje tenho emprego, consigo conciliar dando aulas. Hoje só uma excelente proposta para largar tudo e investir novamente como já investi tocando guitarra e tocando com mais de 1 banda para ganhar grana.
Admito que sinto muita falta da época. Mais hoje eu casado querendo ter filho e o cacete a quatro não largo.
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erico.ascencao Veterano |
# dez/08
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christ_cmj Um cara que tocava comigo ttinha e ainda tem uma banda de hardcore (pra não dizer emo) e é Técnico Mecatrônico. E ele fala que se der certo na música, larga tuudo e va viver de música. E a banda dele até que vai bem, ouvi falar que tocaram música deles numa rádio da Bahia...
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Prof. Grosélio Veterano |
# dez/08
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christ_cmj
Eu comecei na música ainda criança. Aos 18 anos eu larguei a música como meio de sobrevivencia e fui trabalhar (Hidroelétrica Itaipú) Nada a ver com música, e só voltei a 5 anos atráz, quando me aposentei. Hoje tem que pensar muito antes de tomar uma decisão assim. No mundo da música onde nem sempre, ou quase sempre os que vencem não são os melhores. Mas nesta vida cada um faz a sua história. Um abraço
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jimmy vandrake Veterano |
# dez/08
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Acho que da para se desenvolver e tocar profissionalmente a nível tecnico. Eu particularmente não encararia a música como profissão a esta altura do campeonato. Dependendo do gênero que vc for tocar vai ter que aguentar muito amadorismo de outros musicos, fora noitadas, bebidas e etc, por uma renda muito baixa. Falando do Rock especificamente, nem posso opinar sobre outros gêneros. Se for em banda de baile, vai ter que se submeter a tocar de 3 a 5 horas e encarar viajens, que duram às vezes o mês inteiro em ônibus que mais parecem cortiços ambulantes, e ainda aparecer com uma cara de quem nasceu hoje. Talvez outros músicos profissionais possam lhe dar outros pareceres por aqui.
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supermulti Revelação e Virtuose Prêmio FCC violão 2008 |
# dez/08
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christ_cmj
já estou estagnado e muito cansado de ficar enfurnado 9 horas por dia dentro de um escritório (sou programador de computador) aguentando todas a pressões do mundo corporativo, não aguento mais isso
Pára com isso, cara! Pára de cuspir no prato em que você come! Levante as mãos para os céus agora e dê graças a Deus por ter seu empreguinho e sua renda fixa!
Minha opinião: quer mexer com música? Faça isso nos finais de semana ou à noite, quando sair do trabalho. O dia tem 24 horas. Dá prá fazer tudo o que você deseja, é só se programar. aguentando todas a pressões do mundo corporativo, não aguento mais isso
Quanto maior o salário, maior é a responsabilidade. A não ser que você ganhe muito mal. Aí, realmente, não compensa continuar, na minha opinião.
Quais seriam os grandes problemas e/ou dificuldades para quem descobriu tarde a sua realização como músico?
Acho que, se você é realmente dedicado e esforçado, irá conseguir conciliar a sua profissão principal com a música.
Vai depender também do seu objetivo. O que você pretende? Dar aulas? Buscar uma especialização? Ser músico da noite? Músico de baile de formatura?
Se você trabalha somente de 2ª a 6ª feira, será moleza.
Talvez, a sua maior dificuldade será a aceitação e compreensão da sua família, porque você vai ter que sair prá tocar, vai chegar tarde, vai ter que ficar horas estudando e ensaiando nos finais de semana, etc. Ou seja, vai ficar dividido entre a família e a música. Entretanto, a sua maior ou menor dificuldade quanto a isso dependerá do modo como você lidará e administrará a questão.
Abs.
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Having_A_Cigar Veterano |
# dez/08
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Eu tenho 21 anos de idade e SEMPRE ando pensando que o tempo está passando e eu ainda não realizei muita coisa! Mas não posso esconder minha paixão por música. sou professor de inglês, mas desde que comecei que já penso que essa profissão (professor) será mais um ganha pão para mim, além de eu não ter ninguém para sustentar além de mim. Não tenho banda ainda porque falta um baterista, tenho um baixista, estamos tocando só nós dois por enquanto, temos alguns shows acústicos marcados já! Porém, ano que vem compro equipamento novo e vou gravar algumas músicas em estúdio profissional (com um baterista emprestado, pelo menos terei algum material para mostrar).
Mas ao criador do tópico! Concordo com o que alguém disse, música não tem idade, mas tem que pensar bem antes de tomar decisões muito significativas na vida (ainda mais quando elas irão ser significativas para outras pessoas).
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christ_cmj Veterano |
# dez/08
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Pessoal
Muito obrigado pelas respostas e opiniões, obrigado mesmo!
eutoco_frauta
Eu toco com uns amigos numa banda de Hard Rock com temática cristã, sendo que não é um trabalho com visões profissionais.
Eu tenho um equip razoável, mas não acho que tenho conhecimento suficiente pra encarar a parada agora, teria que estudar e muito, pois tudo o que sei (pouco na verdade), aprendi na "orelhada" e por conta própria.
Quanto a estar infeliz na minha atual profissão é por que cansei mesmo, estou nessa a 8 anos, e agora descobri que não é o que quero pra mim.
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christ_cmj Veterano |
# dez/08
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Bom pessoal, encontro muitas opiniões de incentivo e ao mesmo tempo de que não vale a pena.
Sei que não posso me guiar pela opinião dos outros, mas queria saber algumas sugestões ou apenas as opiniões mesmo, pois pode ter algo que eu não esteja enxergando.
Nesse caso acho que vou tentar, mas devagar e sem desespero, fazendo como alguns disseram, estudar, tentar tocar algo nas horas vagas, fins-de-semana...
Quanto a sustento, talvez não, ainda serei programador por mais algum tempo e quem sabe consigo dar essa virada. Em relação a família, somos só eu e minha esposa mesmo, não temos filhos ainda, e pretendemos ter só daqui a uns dois anos. Ela também trabalha, tem um bom emprego e uma certa estabilidade.
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christ_cmj Veterano |
# dez/08
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supermulti
Kra, não me leve a mal, mas não é questão de cuspir no pra que como. Tenho consciência disso e levanto sim as mãos pro céu por que tenho um emprego e um salário, enquanto tem muita gente que não tem nem o pão pra comer.
Mas é que chegou um momento que eu cansei do que eu faço. Não é por que tenho emprego que vou me conformar e não buscar o melhor pra mim.
E quanto ao emprego em si, é um bom emprego. Já troquei de empresa umas 6 vezes nesses anos em que estou na profissão, talvez, sempre pensando que aquele emprego ou a empresa é que não eram boas, mas chegou agora eu enxerguei que era a profissão mesmo, e que música pra mim, eu trabalharia feliz, mesmo dormindo menos, trabalhando mais e etc.
Quando estou com a guitarra na mão, esqueço do tempo e de mim mesmo até.
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Falkon36 Veterano |
# dez/08
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eu ja ouvi fala que uns certos amigos d meia idade fizeram uma banda soh para c divertir e agora estao fazendo sucesso,eu vi isso na tv mas eu n lembro o nome da banda
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Bendsup Veterano |
# dez/08
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christ_cmj
é possível!!
Seja profissional com seus clientes!! Dar aulas, tocar em gigs, produzir material, workshops, produção, carreira solo, dingo, gravação em estúdio, trilha sonora...`
é uma área concorrida, porém como todas as outras se vc for profissional e focado consegue bons resultados!
Um abraço!
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supermulti Revelação e Virtuose Prêmio FCC violão 2008 |
# dez/08
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christ_cmj
Kra, não me leve a mal, mas não é questão de cuspir no pra que como.
Não quis parecer duro contigo. É que todos sabem qual é a realidade da arte no Brasil... Já vivi de música, e te confesso que não é brincadeira...
Mas é que chegou um momento que eu cansei do que eu faço.
Você pode encarar a sua profissão apenas como um ganha-pão, uma fonte de rendimento principal. Não há nada de mal nisso. Nem sempre é possível conciliar prazer e realização pessoal com profissão e remuneração fixa. Aliás, acho que pouquíssimas pessoas no planeta recebem esta bênção.
Só prá citar alguns exemplos: o mega professor de guitarra Mozart Mello foi funcionário de uma empresa durante bastante tempo até conseguir seu objetivo. O genial violonista Guinga é dentista, e até hoje exerce a profissão quando não está se apresentando.
Será que o Guinga tem mais prazer como dentista ou como violonista? Se ele pudesse, será que não viveria só de violão?
Hã!?
(é apenas um ponto-de-vista, é claro, dentre outros quinquilhões)
Abs.
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Having_A_Cigar Veterano |
# dez/08
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Um bom conselho talvez seja ir indo pouco a pouco. É uma boa dica tu (christ_cmj) tocar nos fins de semana, fazer alguns shows e quando puder gravar algumas músicas, vai divulgando as músicas e tentar crescendo, em algum momento tu pode tocar num concurso mais "avançado" e conseguir boas oportunidades.
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Bog Veterano
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# dez/08
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christ_cmj
Já pensou em tentar levar o negócio como "semi-hobbie" e ver no que dá? Tipo, deixar as duas carreiras em paralelo, e deixar a profissão atual quando já tiver um chão para pisar?
Um exemplo que eu conheço é o pessoal do Pato Fu: eles só viraram "100% músicos" depois do 3o disco. Antes, a Fernanda Takai trabalhava numa empresa de comunicação, o guitarrista cuidava da sua loja, da qual o baixista era funcionário. Só largaram tudo quando viram que dava para arriscar. O John já estava com 30 anos quando isso aconteceu!
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christ_cmj Veterano |
# dez/08 · Editado por: christ_cmj
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Galera valeu mesmo pelas dicas, vcs me ajudaram a me decidir, como eu disse antes, mas agora mais que decidido: Vou indo devagar e ver se a coisa dá certo. Acho que é a definição mais correta seria como o Bog falou, um "semi-hobby".
Quem sabe vira uma fonte de renda complementar. Isso já seria muito legal! Pois iria cobrir os custos com equipamentos e aulas.
Quanto a dar aulas, já pensei nisso, mas acho que ainda não tenho conhecimento suficiente para encarar isso.
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christ_cmj Veterano |
# dez/08
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Galera é isso, muito obrigado mesmo pela ajuda de vcs todos.
Bom, por mim eu poderia fechar o tópico, mas não sei, pode servir para outros. O que acham, deixa aberto por enquanto?
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old steel Veterano |
# dez/08
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Complicado trocar a segurança de um trabalho fixo pela noite.Nem sempre o resultado é animador.Quanto as tempo numca é tarde para nada.Tenho 44 anos e toco como amador a quase 30.Numca visei lucro com a música e se fosse depender dela para sobreviver sequer teria o set de equipos. que tenho hoje.É um meio complicado,cheio de panelas e traidores.Se puder conciliar os dois acho que seria mais negócio. Boa Sorte.
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Thombjork Veterano |
# dez/08
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christ_cmj
Encare a sua dúvida como quem resolve de repente deixar de ser médico e virar arquiteto. Você pode ter sucesso em ser arquiteto; trabalhar em grandes projetos dentro de uma construtora ou virar decorador, ou então até mesmo uma espécie de Oscar Niemeyer.
A grande questão é que se você de repente troca a área de atuação do nada, corre o risco da instabilidade, mas isso não quer dizer que não possa exercer. Da mesma maneira funciona com a música. Estude seu instrumento. Monte projetos. Vá se inserindo no mercado da música aos poucos e tente criar uma base sólida. Existe muita gente que começou tarde e está aí vivendo muito bem. Hoje eu tenho 21 anos e estou cursando Lic. em Música, além de tocar alguns instrumentos e ter meus projetos pessoais. Comecei na adolescência.
Antes eu ficava me crucificando pelo fato de não ter começado a tocar um instrumento quando criança, mas a vantagem de se começar um pouco mais velho, é que se costuma ter mais visibilidade de onde se quer chegar. Há um grande foco.
Resumindo, se você acha que deve realmente fazer isso, apesar dos prós e contras (sobretudo os contras), vá em frente!
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