Blue Jazz Veterano |
# set/06
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Gente, sinceramente...
Qualidade musical se discute, sim - gosto, que é fruto da relação histórico-cultural de um povo, também... mas tudo isso num nível de sanidade mental que não pode admitir pré-conceitos e DEVE admitir os variados estilos nascidos dos variados dados histórico-culturais dos povos em questão. Dito isso, Tati Quebra Barraco é RUIM e John Cage é BOM - porquê? Porque fora a péssima letra da músicas, e mesmo retirando-as fora dessa questão, tudo mais é feito de maneira SIMPLÓRIA, o que é bem, muuuuito diferente de SIMPLES. Não é necessário ser um percussionista de orquestra pra afirmar que em matéria de ritmo aquilo é de uma pobreza incomensurável - defender o funk carioca é uma atitude que tipica de Caetano Veloso "vamos defender o popular" - que nada, isso é o popularesco. Popular era Cartola, que morava na favela mas compunha o que compunha com uma riqueza harmônica e melódica fantásticas! Não é porque se é pobre que tem de se fazer coisas pobres! O funk carioca não trabalha a favor da defesa dos menos favorecidos, como se pensa à primeira vista, trabalha a favor do emburrecimento e da manutenção do pobre enquanto pobre. Aparece na Globo à torto e a direito falando da garrafa na bundinha e quando toca em assuntos realmente relevantes o faz com um teor de revolta que não leva à nada, a não ser encher os bolsos dos MVproveitadores da vida, que agem acima de tudo em proveito próprio. O "funk" carioca é uma contra-cultura que o sistema não precisou engolir, porque é um tiro que sai pela culatra e apenas reforça a merda vigente. Quanto ao Led Zeppelin sou um de seus maiores fãs, mas quem disse que o que eles fazem é apenas rock e blues está correto, se esquecendo apenas do folk: primeiro porque Stairway to Heaven é uma balada... ROCK. E o Houses Of The Holy está cheio de estilos diferentes tocados de uma maneira ROCK e segundo porque ao se defender a banda dizendo que eles não faziam "só isso" acaba-se desmerecendo-se exatamente esse "só isso": rock muitíssimo bem feito, bem tocado, bem cantado - as letras, bem, nem tudo é perfeito, mas perante as da Tati são um primor de romantismo. Se o Caetano gosta ou naõ gosta deles eu estou cagando, mas se me chama de idiota aparecendo na TV e na Istoé dando uma de roqueiro sexagenário moderninho, com cara de bosta e com aquela soberba toda, aparentemente querendo ensinar menino a chupar pirulito direito, isso já ofende minha inteligência. Ele não precisava ter passado por aquilo, mas depois de ler a Istoé cheguei à conclusão de que o Caetano não sabe que "morreu" e muito menos que o rock, aquele bem verdadeiro, que fica longe do pseudo-intelectualismo tatuado e revoltadinho das bandas de hoje, principalmente algumas nacionais - que beiram o ridículo e parecem competir com o baixo nível do funk cariquês, esse rock - o verdadeiro - MORREU no final dos anos setenta, o pastiche dos anos 80 solapou o que restava e o que sobrou foi o POP - coisa BEM diferente - e o metal, que por si só não é rock'n'roll, é "metal" e que sofre com as boquinhas cheias de batom e os travestimentos ridículos dos músicos cheios de vaidade que tocam a mil por hora, porque nem todos nasceram pra Dimebag Darrel, que também já morreu.
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