Conceitos e Fundamentos Úteis sobre Teclados

Autor Mensagem
Jeferson Fernandes
Veterano
# out/07
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Modelagem física na prática

Como já foi dito antes, a complexidade do modelo está diretamente relacionada à autenticidade do som que poderá ser produzido, assim como às nuances que poderão ser manipuladas. Essas sutilezas também têm que estar representadas no algoritmo. Por exemplo: um modelo de violão obviamente terá que conter em suas equações o comportamento básico das cordas e da caixa de ressonância, mas deverá considerar também o ruído do trastejar, os harmônicos, abafamento com a mão, etc. Ou seja, uma parte do algoritmo do modelo deve interpretar as ações do músico sobre o instrumento, se ele está soprando com pressão normal ou excessiva (o que pode gerar harmônicos), se está puxando a corda com o dedo da mão esquerda, e assim por diante. E no final, todos esses parâmetros terão que estar disponíveis ao controle do músico, seja lá como for o dispositivo de controle (um teclado, um controlador por sopro, ou qualquer outra implementação).

O primeiro sintetizador comercial a utilizar modelagem física foi o Yamaha VL1, lançado em 1994, que é um teclado com 49 teclas e apenas duas vozes de polifonia. O VL1 foi projetado para ser usado como solista (o VL significa "Virtual Lead"), e possui vários recursos de expressividade. Seu teclado, obviamente, é sensitivo (key velocity e aftertouch), e existem dois botões rotativos programáveis além do pitchbend comum. Dispõe ainda de quatro entradas para pedais de controle (cujas funções podem ser programadas), e mais uma entrada para um controle de sopro (breath control), igual ao do velho DX7.

A estrutura do algoritmo do elemento gerador de som do VL1 é mostrada no diagrama. O bloco Instrument é responsável pela definição fundamental do timbre e, devido à sua extrema complexidade, não é permitido ao usuário programá-lo ou reconfigurá-lo. Por isso já vêm diversos tipos de instrumentos pré-programados (madeiras, metais, cordas, etc). O instrumento consiste de duas partes: o excitador, que dependendo do tipo de instrumento corresponde ao sistema palheta/boquilha, lábio/boquilha, arco/corda, etc, e o ressonador, que corresponde ao tubo/coluna de ar, corda/corpo, etc. Uma das vantagens do VL1 é que se pode escolher separadamente o tipo de excitador e o tipo de ressonador, permitindo combinações inusitadas, como palheta/boquilha com cordas de violino, por exemplo.

O bloco Controllers manipula os parâmetros responsáveis pela execução do som, ou seja, pelas atitudes do músico sobre as partes físicas do instrumento acústico (ex: o movimento do arco sobre a corda do violino). Esses parâmetros podem ser controlados através dos dispositivos disponíveis, como o breath controller, os pedais, os botões rotativos, etc. O músico pode endereçar os parâmetros para os dispositivos que lhe sejam mais convenientes e confortáveis.

O bloco Modifiers contém cinco seções, que embora pareçam simples efeitos, estão intimamente relacionadas com o modelo de geração do som e têm grande influência no mesmo. O Harmonic Enhancer permite manipular a estrutura harmônica do som, possibilitando variações radicais de sonoridade dentro de uma mesma família de timbres. O Dynamic Filter é bastante similar a um filtro comum de sintetizador, podendo ser configurado para operar como passa-baixa, passa-alta ou passa-banda, e possui compensação de região, do tipo "key-tracking". O Frequency Equalizer, como o nome sugere, é um equalizador paramétrico de cinco bandas, totalmente ajustável. O Impulse Expander opera em conjunto com o bloco seguinte, e simula o efeito da cavidade de ressonância, sendo mais adequado para simulação de ressonâncias metálicas, como nos instrumentos de sopro. E finalmente o Resonator, que é quem simula o efeito da caixa de ressonância dos instrumentos feitos de madeira.
Além dos elementos apresentados acima, o VL1 ainda oferece efeitos de reverb, flanger, delay, etc, cujos parâmetros podem ser ajustados e programados para cada timbre.

Sendo um instrumento com uma estrutura de síntese totalmente diferente de tudo que se viu durante as várias décadas desde os primeiros sintetizadores analógicos, obviamente a programação de timbres no VL1 não é uma tarefa das mais fáceis. O resultado sonoro, no entanto, é bastante recompensador, e mais convincente do que os sample-players convencionais, no que se refere a instrumentos solistas.

Como já foi dito, a expressividade é o grande trunfo da modelagem física, mas a implementação do controle dos parâmetros é uma coisa complicada. Depois do VL1, que custava cerca de US$ 5000, a Yamaha passou a adotar a modelagem física para instrumentos orientados a instrumentistas que usem controladores de sopro, como o Yamaha WX5. Dentro dessa direção, atualmente a Yamaha dispõe do VL70m, um módulo para ser controlado diretamente pelo WX5, e ainda a placa de expansão VL, que pode ser acoplada à maioria de seus teclados (S30, S80, Motif), e que já vem incorporada no módulo sintetizador MU100R.

Um outro sintetizador que causou impacto foi o Korg Prophecy, lançado no final de 1995, que utiliza tanto síntese FM quanto modelagem física. Com um preço de quase um terço do VL1, o Prophecy não tem todos os recursos deste último, até porque a intenção era de oferecer um instrumento solista mais abrangente, com grande expressividade, mas não limitado apenas à síntese por modelagem física.
Além dos sintetizadores citados e alguns outros, a tecnologia de modelagem física vem sendo aplicada também para simular microfones, amplificadores, guitarras e outros tipos de sonoridades nem tão evidentes.

A Roland desenvolveu sua própria tecnologia "Composite Object Sound Modeling" (COSM), e aplicou-a em alguns produtos não menos impressionantes que o VL1. O módulo sintetizador para guitarra VG-88 ultrapassa os limites do imaginável, e permite ao músico, usando qualquer tipo comum de guitarra, explorar sonoridades que imitam com alto grau de perfeição setups de guitarras e amplificadores. É possível, por exemplo, construir virtualmente uma guitarra com determinado tipo de captador conectada a determinado tipo de amplificador. O resultado é de fato impressionante. A mesma tecnologia COSM é utilizada no módulo de bateria TD-10 V-drum, que consegue fazer a mesma coisa com tambores e pratos, e alguns outros equipamentos, como o amplificador Cube-30.

As pedaleiras para guitarra também começam a oferecer modelagem de amplificadores e instrumentos, e já existem softwares que podem processar a gravação feita num microfone SM-58 de forma a fazer soar como se tivesse sido feita num microfone valvulado de três mil dólares (talvez até o contrário também já esteja sendo feito!).

O que podemos constatar é que a tecnologia de modelagem física vem ganhando espaço nos instrumentos e equipamentos musicais, mostrando assim uma tendência cada vez mais forte para o uso da virtualização de timbres. É uma grande promessa para o século XXI.

Jeferson Fernandes
Veterano
# out/07
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É isso aí galera.

Espero que aproveitem o material!!!

Abraços..

Mauro Lacerda
Veterano
# out/07
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Jeferson Fernandes


Cara, esse tópico tem que ficar em stik, muito bom, vai dar uma bela ajuda para um monte de gente. Parabéns pela iniciativa.

Abraço.

rafamartine
Veterano
# out/07
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massa demais!

expedifer
Veterano
# out/07
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Muito bom mas faltou falar de:

-Equalização
-Edição de timbres
-Sampleamento
-Montagem de um novo timbre
-Rythm Pattern
-Perform
-Chord memory
-Contrles como Attack, decay, sistain,release, rate, pitch, Amp, Cutoff, perfomance, etc

Mas é por ai.

Jeferson Fernandes
Veterano
# out/07
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expedifer

Então cara... Minha intensão era mais tratar conceitos fundamentais que são Úteis às pessoas que participam do fórum com o intuíto de pesquisar. Eu montei essa apostila quando comprei o RS-5. Pois era meu segundo sintetizador e eu nem sequer ousava trocar um efeito de um timbre, por não conhecer os conceitos e tudo. A mesma coisa acontece com a galera que as vezes passa por aqui pra dar uma pesquisada ou pegar uns conceitos. O Google sempre aponta assuntos do nosso Fórum e tem bastante coisa bacana por aqui, mas de repente uma pessoa navegando no Fórum lê la galera do fórum falando de coisas simples pra nós como PART, WAVEFORM, POLIFONIA, Teclas semi-pesadas, Sampler e acaba não entendo, simplesmente por não ter o o siginificado ou o conceito daquele termo técnico. Então obviamente não existe nos posts um aprofudamento tão específico a cerca de um assunto. Tipo... Só depois que eu montei e li essa apostila eu fui capaz de ler um manual de teclado entendendo realmente o que se fala nele. Mas mesmo assim tem uns lances legais a respeito dos quisitos que você citou, por exemplo:

-Equalização

Equalização é algo inerente a qualquer equipamento de audio. Creio que não é algo desconhecido, porém nos posts tem uma noção de efeitos Efeitos e equalização tanto como parâmtro global como individual no que se diz respeito a synth faz parte de inserts MFX ou FX.

-Edição de timbres

Não tem como especificar muito, pois a edição de um timbre é muito pessoal. Mas é necessário conhecimento dos conceitos e do porque de cada parâmetro, como está no tópico. Tem bastante coisa até sobre edição. Leia os seguintes posts.:

1 - Noções de Sintetização de Som
2 - Uma solução simples p/ encorpar um som
3 - Os Filtros do Sintetizador
4 - Modelagem Física
5 - Modelando o som
6 - Modelagem Física na Prática

-Sampleamento

Então. Cada modelo e marca tem seus recursos e seu modelo de sampleamento. O que é interessante entender como conceito. O que é Sampler, como funciona, o que é necessário e questões do tipo que está especificado no seguinte post.:

- Sampler / Gravador de Audio

-Montagem de um novo timbre

Acho que está totalmente ligado a edição de timbres como já comentei. Aí serve os mesmos tópicos para aprendizagem dos conceitos.

-Rythm Pattern

Legal. Realmente não falei nada, mas também é um recurso que não é comum a todos os sintetizadores. Apenas alguns mais novos e nem todos os modelos possuem essa ferramenta. Mas de qualquer maneira existe um post que dá os conceitos gerais sobre todas as partes do sintetizador inclusive o RYTHM.:

- Estrutura dos Sintetizadores


-Perform

Também está no mesmo post sobre conceitos gerais.:

- Estrutura dos Sintetizadores


-Chord memory

Chord Memory também é um lance novo que não é inerente à todos os sintetizadores, no fundo o Chord Memory nada mais é que um arpejador que arpeja acordes de forma pré-definidas, resultado que pode ser obtido através da utilização de acordes com os arpejadores comuns. O conceito de arpejadores está no seguinte post.:

- Arpejador

-Contrles como Attack, decay, sistain,release, rate, pitch, Amp, Cutoff, perfomance, etc

Então... Tem informações legais no tópico todo sobre controles e filtros. Dá uma olhada em.:

- Controles
- Tempo Real
- Os Filtros do Sintetizador
- Modelagem Física
- Modelando o som
- Modelagem Física na Prática

Mas é isso aí galera... Se vocês quiserem acrescentar algo mais, comentar, acrescentar algo sobre o tópico é pra isso que ele foi criado!!!

Abraços...

Jeferson Fernandes
Veterano
# out/07
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!! Galera, se alguém tiver mais conceitos pra acrescentar e completar o tópico fiquem a vontade..... O interessante é a gente criar um tópico de conceitos e noções de teclados sintetizadores e workstations. !!

Abraços..

Música de Preto
Veterano
# out/07
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Cara, legal a idéia, mas acho que podia ter partido do básico. Teria quase um cursinho aqui. Vou escrever alguma coisa legal e contribuir em breve! Boa iniciativa.

Ricardo_Adorador
Veterano
# out/07
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Jeferson Fernandes

Ctrl+C Ctrl+V
rsrsrsrs

Fale ae pra gente da onde vc ta copiando....

Jeferson Fernandes
Veterano
# out/07
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Ricardo_Adorador
hehehehhee

Realmente estou copiando de uma apostila que eu tenho aqui, inclusive que já enviei pra uma galera do Fórum...
Essa apostila eu fui montando aos poucos pesquisando... Quando comecei a me interessar em entender o que era o sintetizador, o que siginificava cada coisa... Então tem textos que copiei do Orkut, de Revistas, de Sites... Fui juntando um monte de coisas que achei interessante na época, e me serviu de base pra eu começar mexer e criei a apostila... Os créditos estão no primeiro Post do tópico... Eu mencionei lá....

Abraços...

fernando tecladista
Veterano
# out/07
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tem varias respostas do aureo galli interessantes sobre sintese sampler e afins... no meio dos tópicos que falam sobre korg, quem tiver paciencia ou sabe melhor onde está poderia fazer uma coletanea de links e deixar aqui mas sem ctrl c-v, só o link

Jeferson Fernandes
Veterano
# out/07
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fernando tecladista

Certo... É que o material que eu tenho não está on-line... Está em DOC ou PDF...

Como não tinha onde hospedar fiz assim mesmo... Mas não tá massante não... tá bom de ler...

Abraços...

Ricardo_Adorador
Veterano
# out/07
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Jeferson Fernandes

Legal a sua iniciativa cara. Serial legal que esse tópico ficasse pinado la em cima pra acabar com essa onda de posts iguais no fórum, principalmente pelos new users....

victorio
Veterano
# out/07 · Editado por: victorio
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Gostei pacas do tópico, mas tem algumas referências a figuras no texto.

Vê se vc consegue upar neste site:

www.4shared.com

dilmerfloyd
Veterano
# nov/07
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Nossa cara realmente esta muito bom essas noções para sintetização de som, eu sou novato na área tenho um Alesis QS. 8.2 e não sei ainda nada sobre muda meus timbres nem como divide os timbres, gostaria muite de sua ajuda. valeuuu

Jeferson Fernandes
Veterano
# fev/08
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Galera...

Esse tópico ficou esquecido, mas a galera poderia partilhar nele algumas soluções práticas, algum assunto legal a respeito...

Uma coisa que estou encafifado ultimamente por exemplo, é como romples consegue reproduzir a linha harmonica dos instrumentos acústicos (No que se diz respeito aos harmonicos das notas)... Eles estariam presentes aos samples? são gerados em dinamica menor com amostras das notas harmonicas ou cromatização? Ou há algum outro conceito a respeito!!!

Abraços...

RobsonAbreu
Veterano
# fev/08
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Jeferson Fernandes

Será que pode ajudar-me? Como faço pra utilizar timbres (piano) de outros teclados?
Tipo: Gostaria de utilizar os pianos da kurzweil em meu Korg TR 76.

Como faço para encontrar esses pianos? Como importá-los para o Korg TR 76?
Isso tudo que postei é possível?
Abraços.

JeffersonX
Veterano
# fev/08
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Ótimo tópico chará!!
To aqui no CTRL C CTRL V pra fazer o meu PDF FCC haha
Abração

Jeferson Fernandes
Veterano
# fev/08
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RobsonAbreu

Cara... Vc pode usar o sampler do seu TR. É simples... É só incluir amostras samples do Kurzweil... Mande um e-mail para o Korgman, Aureo Galli da Korg. Ele tem pianos Kurzweil e do XP-80 prontos para ser sampleados no TR/Triton, bem como todo procedimento.

Áureo Galli - Suporte SAC Korg
E-mail - korg@pridemusic.com.br

Alex Feitosa
Veterano
# fev/08
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Post obrigatório. Simplesmente isso.

Faop
Veterano
# abr/08
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Não sei se aqui seria o local mais indicado pra posta essa dúvida, mas o que seria exatamente as pistas?

fernando tecladista
Veterano
# abr/08
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Faop
ve se estes dois links já te dão uma luz:
http://forum.cifraclub.com.br/forum/16/150627/

http://forum.cifraclub.com.br/forum/8/117626/

Aleciano Fuckin Roses
Veterano
# abr/08
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Muito legal o material, bem esclarecedor para os iniciantes, e até assustador em alguns pontos pela complexidade q se tem para tocar, criar sons, equalizar e tudo mais......

HEHE vlW!!

Marcos Bruxo
Veterano
# abr/08
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este Tópico é um dos + importantes do Forum!!!

Aleciano Fuckin Roses
Veterano
# abr/08
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FIxo agora!

manadia
Veterano
# mai/10
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ola eu estive olhando estes topicos e eu queria que alguem de voces me desse uma dicas! o negocio e o seguinte eu tenho um x3 korg ja faz um tempo,por esses dias ele deu um boot devido a uma queda de energia e perdeu os timbres ficando so os gm.
abaixei todos os timbres possiveis da net e programas de tranferencia tipo o syxlibed,syx,xedit,mid-ox.
eu usei um cabo mid x usb para a tranferencia a conectividade tx rx funciona numa boa so que o key fica no mesmo jeito não aceita os dados syx alguem poderia por favor me dar uma ajuda sobre isso?!!! valeu obrigado!!!!!!!!!!!!!!!

prisonkey
Veterano
# mai/10
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Realmente um topico louvavel!! parabens pela iniciativa e pela seu "amadurecimento cultural" de dividir seus conhecimento e divulgar as fontes.

Espero ter tempo para enriquecer escrevendo sobre coisas fundamentais que ainda então em falta.

abraço a todos.

caioscattini
Veterano
# mai/10
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manadia
Procura no manual por "return to factory defaults" ou retornar ao padrão de fábrica
Pode ser que a memória USER esteja corrompida.
Isso deve resolver, inclusive os timbres de fábrica não-midi voltam.

manadia
Veterano
# mai/10
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ola caio eu ja dei um reset nele precionando o cursor para baixo o data hold e o enter tudo junto ele ficou do mesmo jeito init program ,eu procurei no manual e nao consegui achar essa parte .Se voce sabe os comandos manda p mim ok !!!abraços

bandarara
Membro Novato
# jun/14
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Uma dúvida que eu tenho,e que gostaria que os amigos pudessem me explicar.
Uma mesma placa roland tipo a srx 11 que é a complete piano,pode soar melhor em determinados modelos de teclados?
Tipo,se o teclado for inferior ou superior mas ambos aceitarem a mesma placa,terão resultados absolutamente e absuradamente diferentes ou não?
A sonoridade da placa independe dos modelos de teclados qua a aceitem?Respondam aí galera por favor. Abrass.

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