Conceitos sobre teclados

    Autor Mensagem
    prgarcia
    Veterano
    # jul/10


    Gostaria de levantar uma questão aos amigos do forum, fala-se muito em teclados novos, novas tecnologias, timbres, etc... Lógico que queremos e nos seduzimos sempre com o que há de melhor, mais novo, com a quantidade de coisas que podemos criar e fazer com cada instrumento novo que é colocado no mercado, mas vejo muitas pessoas criticando muitos instrumentos ao meu ver bons mas mais limitados do que outros, como li uma vez: "... o Yamaha mm6 é muito limitado, um músico sério não pode levar em conta um instrumento musical que é quase um brinquedo..." dentre outros comentários sobre outros teclados... fica a pergunta, não foram criados músicas e até classicos com Roland d50, u20, Yamaha DX7 dentre outros? Não são esses instrumentos apesar de consagrados mais limitados dos que alguns instrumentos considerados entry levels de hoje? Não é mais importante a criatividade, talento e know how do profissional do que simplesmente a questão tecnologica do instrumento em si?

    Abraços para os músicos do forum...

    Gus79
    Veterano
    # jul/10 · Editado por: Gus79
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    Concordo 100%.

    Acho que o desejo de possuir a última novidade é uma das três coisas:

    1. O músico REALMENTE precisava daquele instrumento, que tem os recursos que aguardava, mas não estavam disponíveis nos instrumentos anteriores;

    2. O músico não precisava realmente de todos os recursos daquele instrumento, poderia usar um instrumento anterior do mesmo modo, mas quer possuir o instrumento da última moda, seja por vaidade pessoal, seja para impressionar os outros;

    3. O músico quer que o instrumento toque por ele, e acha que vai tocar melhor num instrumento mais novo e mais caro, nunca parando com um instrumento, pois sempre vai ver defeitos que o próximo vai resolver - sem perceber que o defeito não é no equipamento, mas sim em sua técnica.

    Um grande músico pode fazer grande música com um instrumento extremamente limitado, até mais limitado que os Roland D-50 e Yamaha DX7. Muitos músicos fizeram e fazem música de qualidade com órgãos que fariam vergonha aos mais modernos, como os limitadíssimos Vox e, no Brasil, os Minami e genéricos dos anos 70-80.

    Por outro lado, já vi (e corei de vergonha pelo cara) um tecladista com um Triton tocando só acorde simples durante toda a apresentação da banda, só mudando os timbres (o máximo de "requinte" [sic] era um layer de piano e pad).

    Assim como já vi outro debulhando e fazendo som a valer com PSR-B20, que nem sensibilidade nas teclas tem. Bastava ligar num multiefeitos e... o set estaria pronto!, e talvez a estante do teclado seria o item mais caro do set...

    Então, concordo com você.

    Buhbor
    Veterano
    # jul/10
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    Tenho a mesma opinião.

    Jens Johanson do Stratovarius ate hj toca com um Yamaha DX7! =D

    Eu acho valido ter um instrumento top pelo que ele te proporciona em termos não so musicais mais de tecnologia, mas isso não adianta nada sem dedicação!
    Eu acho ate engraçado como aqui no FCC [teclado] se discute mais sobre equipamentos do que sobre musica propriamente dito... sobre trabalhos.. sobre dicas, etc.

    Tenho visto por ai os Teclados aparecendo mais que os Tecladistas!
    Certa vez tava tocando com um brother... ele tocava num Motif XS6... tava passando uma musica pra ele e pedi pra ele usar um LEAD em uma parte da musica... expliquei como era e tal... ele disse que nao ia fazer pq tinha que procurar o timbre ainda e pq tava sem o pendrive dele e blablabla... deu varias desculpas.

    Moral da historia: algumas pessoas nem dedicam um tempo a conhecer de fato seu equipamento... tirar o melhor dele... saber do que ele eh capaz. E logo que aparece novidade no mercado ja querem trocar!

    Desse jeito não tem TOP que dê jeito...

    hbraga
    Veterano
    # jul/10
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    Concordo com você, vejo críticas muito severas a alguns instrumentos. Nós músicos deveríamos valorizar primeiro a criatividade, técnicas, percepção e harmonia musical; a tecnologia é super importante, porém ao meu ver secundária.

    fernando tecladista
    Veterano
    # jul/10
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    prgarcia
    tudo vai depender da sonoridade, da proposta de trabalho, mais trocentas coisas para se ver o que é valido ou não pra cada caso

    por exemplo
    -se eu for fazer um trampo de "axé music" não vai dar pra usar o brass do meu dx-7
    -nem pensar entrar eu um projeto de metal melódico com o strings do meu dx-7, ainda posso usa-lo para uns lances de harpsichord, mas strings nem pensar

    -também não posso fazer um trabalho de piano e voz com o piano que tem no meu CZ-3000
    -nem sair por ai pra tocar forró com a sanfona que tem no meu d-20

    eu podia fazer isso na boa a 20 anos, mas hoje a qualidade minima exigida é outra

    da mesma foma que o nelson piquet corria com o "copersucar" na decada de 70 na F1, hoje não dá mais

    -------------------------------

    então vejo da seguinte forma
    dá pra usar muito equipamento antigo ou entry-level desde que você saiba onde vai se enfiar, aproveitar os timbres bons e nem pense em usar os timbres medianos
    dá pra usar de boa um piano e um acordeon de um PSR-500 no lugar dos que tenho no 01/W porém nem pensar em usar o "lead guitar" do psr-500 (com a ideia de simular mesmo um solo de guitarra)

    porém esse mesmo piano do PSR-500 vai ser toleravel usar em um baile, casamento, banda pop... mas não dá pra tocar com ele em um concerto na sala são paulo

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    o que muito tecladista não entende é que ouvido é igual a outros sentidos, para mim vinho tem sabor tudo igual, para um Enofilo/sommellier certos vinhos são um crime
    como pefumes. não vejo muita diferença de um chanel nº5, para um rexona

    então determidado timbre eu posso achar que tá muito bom, para um musico mais apreciador de timbres um "rock organ" do MM6 é um crime pra quem já ouviu hammond de verdade

    só que quando se fala isso mexe na ferida, porque o cara gastou toda a grana que tinha e horas rodadas pocurando um teclado e vem outro de sola falando que o teclado é limitado

    Gus79
    Veterano
    # jul/10
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    Cara, nem sempre o ouvido do tecladista é o mesmo das pessoas "normais" (porque todo tecladista é meio pancado com timbre de teclado, pode ter certeza).

    Exemplo: anteontem, estávamos eu e os caras da banda fazendo duas músicas novas. Aí decidi usar um timbre lindo que eu programei, uma versão "lsd" do timbre do Vox.

    Eu achei que o solo que fiz casava inteiramente com a melodia, um rock alucinado.

    Não é que os caras reclamaram, chamaram o timbre de "som de órgão do Seu Malaquias", e pediram algo mais "moderno"?

    Bati o pé, e mostrei que não era um órgão qualquer: fiz a intro e uma passagem de Light My Fire... mas não adiantou. Ao timbre fodástico que eu programei, eles preferiram um "rock organ" do preset...

    Cara, 99,99% da população não é capaz de distinguir um piano DX7 de um piano M1... Só pensam algo como: "Poxa, que piano bonito nessa música!"

    Quem sabe disso, usa o instrumento que tem para fazer um som adequado a ele, e isso faz parte da arte da música.

    Buhbor
    Veterano
    # jul/10
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    Velho... mas a questão é que as vezes as pessoas são futeis demais.
    Pra algumas pessoas o teclado so serve se for top. E não eh bem assim...

    Da pra se fazer mta coisa com midi-level e até mesmo com entry-level.
    Da pra usar tranquilo pianos, strings, pads, guitarras [acusticas/eletricas], Leads do JUNO-DI... organs, pads, leads do X50... e por ai vai... num nivel bom eu diria... principalmente pra quem sabe editar os timbres, conhece os efeitos disponiveis no seu instrumento, etc.
    Mas o problema eh que ninguem quer aprender isso ai... ja quer tudo prontinho como eles ouvem nos cds...

    E não adianta nada ter top se não sabe usar ele bem... vai fazer quase o mesmo que faria com um entry level!

    Edson Caetano
    Veterano
    # jul/10
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    Teclado top, será que o camarada tem mesmo..., será que comprou com seu suor ou o papai deu de mesada no final do mês, internet tem muita falação, mas ...

    A pecinha que pilota qualquer intrumento é a ESSENCIAL, seja em um instrumento vagabundo ou num top de linha

    Por exemplo cito um fato que aconteceu comigo HOJE...

    Estava ensaiando com meu juno Di, entry level, tocando Under Pressure, o guita falou... ta faltando alguma coisa... , aí passei a tocar o piano da mesma musica no SP88x, Mid-level, (eu acho), que diferença, alias brutal a diferença, a dinamica completamente diferente, não contente, liguei o PC, e mandei bala num Ivory, VST excelente, e não é que fui surpreendido novamente

    Imagina num TOP de linha dedicado

    Conclusão

    Teclado Entry-level tira som sim, mas depende muito do músico
    Teclado Mid-level sai som sim, com certeza muito mais legal, e é o degrau que alcancei hoje
    Teclado Top-level, toca até sozinho, mas sem o músico certo fica até feio

    O que eu vejo hoje, é muito MARIA vai com as OUTRAS, não só em música, mas em tudo, fala sobre o que não tem como se fosse profissional da área

    Quem nunca leu um post que se tem certeza ser um zé mané, um post de alguem que não sabe do que esta falando, alias não sabe nem tocar, e escreve como se fosse o supra-sumo

    Resumindo o que li até agora
    - tocar com teclados mais simples dá... Sim com certeza
    - Estes são tão bons quanto os tops... Não com certeza

    E o Looping da Polemica neste assunto nunca vai parar

    Abraços a todos

    Shadad
    Veterano
    # jul/10
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    Eu acho ate engraçado como aqui no FCC [teclado] se discute mais sobre equipamentos do que sobre musica propriamente dito... sobre trabalhos.. sobre dicas, etc. [2]

    Bedin
    Veterano
    # jul/10
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    Shadad e Amigos!

    Concordo que aqui no fórum discutimos mais sobre equipamento, do que sobre música mesmo.

    Porque não mudamos isso então? Eu confesso, nunca estudei música porque infelizmente na minha cidade não se encontra facilmente um professor de piano. Mas se o fórum se voltasse a discutir mais sobre música, talvez uma pessoa como eu pudesse crescer mais musicalmente, com dicas de feras aqui do fórum... sei que não é como estudar diretamente com um professor.

    Um abraço!

    arilevita
    Veterano
    # jul/10
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    Muito interessantes as questões levantadas. Quais seriam as propostas para melhorarmos?

    waltercruz
    Veterano
    # jul/10
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    Fazendo uma comparação tosca (a melhor que eu posso fazer na leseira que bate depois do almoço): quem aqui nunca apertou um parafuso com uma faca de mesa? Óbvio que seria muito melhor usar uma chave de fenda apropriada.

    Mas, se jogarem uma caixa de ferramentas na minha mão, não me tornarei um técnico em eletrônica do dia pra noite :)

    Por exemplo, em 98/99 quando eu tinha um QS6, e era o que eu podia ter, eu tirava o melhor que eu podia dele, e acho que fiz isso muito bem na época. Hoje eu poderia até pegar um QS, mas ia sentir falta de algumas coisas... E tudo isso depende do quanto se pode e está disposto a gastar.

    Penso que um músico bom conseguirá fazer boa música num instrumento ruim e que um músico ruim fará música ruim mesmo num instrumento bom.

    É isso, eu devia estar cochilando e não escrevendo ;) Abraços!

    waltercruz
    Veterano
    # jul/10
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    acho que o tópico '[demo] Hammond no DX7! (surpresa)' de alguma forma complementa esse ;)

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