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Nefelibata Veterano |
# abr/15
Boa tarde, Amigos
Sempre que se fala de pedais (e amps) no fórum, especialmente handmades e 'boutique', se fala em qualidade dos componentes eletrônicos.
No entanto, como saber/aferir a qualidade dos componentes?
Existem meios e/ou informações objetivas de se saber se os componentes ligados em uma placa de pedal/amp (SMD ou não) são de qualidade?
Quais seriam esses 'parâmetros'? Marca, fabricante, origem, códigos, material, etc.
Como eu, creio que muitos não sabem diferenciar um componente ruim de um bom, seria importante que o pessoal pudesse partilhar estas informações para que, mais informados, nosso suado dinheirinho não seja mal gasto nesse mar de pedais de linha, china, boutique, handmades, etc.
E que também pudéssemos valorizar o trabalho daqueles que realmente fabricam produtos de qualidade, em face daqueles meros clonadores de pedais com componentes capeta da loja da esquina.
Abraços
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Ismah Veterano |
# abr/15 · Editado por: Ismah
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Existem meios e/ou informações objetivas de se saber se os componentes ligados em uma placa de pedal/amp (SMD ou não) são de qualidade?
Alguns caras usam peças de precisão (variação de 1% apenas no valor da peça). Se não me engano o Peter Cornish é um. Resistores e capacitores (um pouco incomum) tem suas tabelas de códigos (para resistores tem essa aqui mais intuitiva). Diodos de estado sólidos e transistores (que não passam de triodos) tem códigos por grupo, é mais amplo e não existe apenas um valor atribuído, e sim um conjunto. Logo a qualidade fica difícil de analisar. Nos diodos termoiônicos e válvulas a análise é dado pela durabilidade.
CI's não é minha praia, essa eu deixo pra outro responder.
No entanto, como saber/aferir a qualidade dos componentes?
Aferindo seus valores. Isto é, medir se de fato o componente tem correspondência, dentro do esperado (1, 5, ou 10%).
Quais seriam esses 'parâmetros'?
Me guio pela marca. Siemens, Alpha, Neutrik, etc. E na hora da compra pela confiabilidade de uma loja.
Quando se fala em qualidade dos pedais artesanais, de boutique etc, se refere mais à construção, que aos componentes. Uma máquina (CNC) que faz as soldas não percebe se tem algo errado na solda. Não é incomum de se encontrar solda fria em produtos feitos em linha.
Um comparativo válido, é um artigo que minha mãe me mostrou a algum tempo, quanto a roupa feita em linha e a feita por um alfaiate/costureira:
Nós seguimos os moldes dos EUA, lá homens geralmente tem ombros largos, e porte médio para alto . Enquanto nós braZileiros, temos ombros caídos e porte médio para pequeno. Mulheres americanas, geralmente tem linhas mais retas, e as latinas, mais curvas...
Consequência as roupas não vestem adequadamente. Já um terno ou vestido de alfaiate e costureira é feito sob medida, onde o artesão dedica tempo (e não "perde" tempo, como se costuma dizer), para adequar a roupa a seu corpo.
No caso dos pedais e efeitos, se vc solicitar alguma modificação em específico isso é viável. Já se pedir para uma marca grande (tipo Boss) isso se torna inviável, pois o custo que isso gera, inviabiliza alterar o projeto.
Por exemplo solicitei a um deles orçamento de um clone do OCD. No lugar da chave de +15dB que ele inclui, fosse colocada numa chave 3PDT e não uma chave táctil. Infelizmente não adquiri o pedal pois precisei de emergência um ABBox, e para conseguir isso tive que encomendar os dois de um único fabricante.
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Richard1964 Membro Novato |
# abr/15
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qualidade de componentes elétricos? nunca pensei nisso uma vez eu montei um pedalzinho simples de fuzz, comprei o que eu tinha que comprar e montei de acordo o que dizia no mapa, não só comprei as peças, também usei peças de uma tal televisão de tubo velha. quando eu fui testar o som ficou muito bom, tenho esse pedal até hoje. se os componentes eram mais velhos que o pedal, por que o som não se alterou? e quanto ao Ismah eu achava que Siemens era uma velha fabrica de celulares, fabricam capacitores também...
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Ramsay Veterano |
# abr/15
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Nefelibata
Simplesmente não tem como aferir. Ou vc compra componentes de marca que são mais caros e certificados que são vendidos em sites estrangeiros, ou vc se submete a comprar em lojas on-line ou lojas físicas nacionais, nas quais, grande parte dos componentes são falsificados e importados da China a preço de banana, principalmente CIs e transistores.
Até hoje eu não consigo entender porque falsificam um CI tipo um RC4558 que custa em torno de R$2,00.
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Ismah Veterano |
# abr/15
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Richard1964
achava que Siemens era uma velha fabrica de celulares, fabricam capacitores também...
Tá bem por fora... Siemens é o maior conglomerado industrial da Europa... Meio que uma cooperativa de indústrias de diversas áreas e setores... Talvez uma das corporações mais antigas... Fundada em 1847 pelo Ernst Werner von Siemens, que "só" é o inventor do telégrafo...
Ou seja, eles tem ligação com telefonia, mas está bem além disso...
Ramsay não consigo entender porque falsificam um CI tipo um RC4558 que custa em torno de R$2,00
Mas não creio que é falsificação... Apenas a mão de obra lá nas terras orientais é muitíssimo barata... Ou seja, para fabricar 1Mi de RC4558, vc gasta 1/3 aqui, enquanto lá custa 1/4... Capitalismo, e do mais puro.
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Ramsay Veterano |
# abr/15
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Mas não creio que é falsificação... Apenas a mão de obra lá nas terras orientais é muitíssimo barata... Ou seja, para fabricar 1Mi de RC4558, vc gasta 1/3 aqui, enquanto lá custa 1/4... Capitalismo, e do mais puro.
O fato é que esses transistores e principalmente CIs de baixíssima qualidade vendidos aqui deterioram totalmente o som de um pedal montado que não chega nem aos pés de um pedal original de um fabricante que usa componentes legítimos e de boa qualidade.
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Ismah Veterano |
# abr/15
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Ramsay
Ou seja, vc quer fazer mais com menos...?
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MMI Veterano
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# abr/15 · Editado por: MMI
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Nefelibata
Complicado... Isso tem um paralelo com captadores. Captadores basicamente são imãs e bobinas acoplados, sem muito segredo conceitualmente, mas tem tanto segredo escondido nas entrelinhas que até os próprios fabricantes tem dificuldade de fazer um igual ao outro (palavras do Sr. Seymour Duncan, essa é a maior dificuldade de se fazer uma linha de produção de captadores). Alguns caras ficam obsessivos em estudar o assunto, desenvolver, atingir e superar um som. Vira um estudo incansável, procura de detalhes, técnicas, investem viagens, equipamentos, peças, uma busca de informações enorme. Então juntam um conhecimento monstruoso, técnica apurada, componentes meticulosamente escolhidos para fazer um produto que faz a diferença.
Dê uma lida no que o Geoffrey Teese, da Real McCoy Custom Wah tem a contar sobre isso. Não tenho dúvidas que é dos caras que mais entendem de wah no mundo e sem dúvida, um dos melhores que existem.
Quais seriam esses 'parâmetros'? Marca, fabricante, origem, códigos, material, etc.
Este é o ponto central. Há uns 10 anos eu trombei com um RMC wah e achei o wah que me supria, pelo menos para alguns sons específicos. O mesmo vale para o Pete Cornish - que aliás eu preferi entre um Klon Centaur Gold. Talvez até um dia pegue um, mas não é prioridade e acho que tem muita hype e valorização, caro para o que entrega - o Banzai Cold Fusion é mais apropriado, eventualmente até o J. Rockett Archer pode ter um custo-benefício mais decente.
Em resumo: o parâmetro é quem toca. Não interessa se o pedal é de ouro. É legal saber um pouco da pesquisa e como o fabricante consegue fazer a diferença, claro, mas a diferença tem que fazer sentido para você. Que adianta botar na mão de um metaleiro uma D`Aquisto de 50 mil dólares se o cara vai falar "porra, não rola para um metal from hell"?
O certo é você ter o seu parâmetro para saber o que é bom para você. Ideal é conhecer todos esses ícones e ter a referência, não necessariamente comprar.
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Nefelibata Veterano |
# abr/15
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Amigos
Obrigado pelas respostas que enriquecem a discussão.
Quando criei o tópico, a intenção era esclarecer de maneira objetiva como identificar um componente de qualidade e um ruim.
O Ismah falou em limites de tolerância dos valores das grandezas elétricas de cada componentes, mas eu gostaria de ir um pouco além disso. Explico:
Antigamente eu tinha o pensamento mais "objetivo/científico" quanto a isto, achando que se os componentes obedecessem ao projeto elétrico e os componentes tivesses os valores corretos bastaria pro pedal/amp funcionar bem.
No entanto, com o passar do tempo e algumas experimentações, percebi que essa lógica funcionava mais pra um circuito de controle de portão eletrônico, do que pra um circuito de audio. Pq o controle remoto vc simplesmente quer q ele funcione, tenha durabilidade e abra o portão da sua casa. Ponto.
Se os componentes tiverem os valores corretos, o circuito funciona e acabou. Já um circuito de áudio não basta funcionar; percebi que em áudio não é bem assim. Tem que entregar um resultado X, senão qualquer behringer da vida seria tão bom quanto um Cornish (fora a durabilidade).
P. Ex. Não basta o capacitor ter, de fato, 0,047uf, pois em determinadas aplicações ele atua como filtro de frequências e os diferentes materiais acabam trazendo resultados diferentes, melhores ou piores de acordo com a preferência do freguês.
Exemplo: Eu tenho uma strato que veio com o capacitor original da fender. Mas quando eu usava o tone, além de podar os agudos, o som ficava anasalado e eu dizia que a guitarra ficava "fanha ou gripada". Aí um dia troquei tal cap por um PIO e, apesar do valor da capacitância ser a mesma, eles atuam de maneira diferente e, pro meu gosto, mais musical. Agora a guitarra não fica mais fanha quando utilizo o tone.
Temos também o caso óbvio dos transistorem Germanio e Silicio (mas aí eh um pouco mais complicado por se tratarem de transistores, muito mais complexo que um capacitor, indutor ou resistor).
Trazendo esta pequena experiência pros pedais e amps, chegamos onde eu gostaria. Até que ponto a qualidade e tipo dos componentes afetam o timbre?
Acho também que poderíamos dividir os componentes em duas categorias:
- Aqueles meramente parte da elétrica e que não influem no som (como da parte de alimentação elétrica, ignorando por enquanto a questão da voltagem);
- Aqueles que transportam e moldam o sinal de áudio, interferindo no timbre;
Aí que entra minha indagação, que acho, interessa a todos:
- Como saber se aqueles componentes são aptos a entregar o melhor?
Seria somente uma questão do fabricante bom e fornecedor confiável? Com certeza.
Mas repito: Como identificar? Separar o "joyo" (euhaeua) do trigo?
Abraços
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Nefelibata Veterano |
# abr/15
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MMI
Em resumo: o parâmetro é quem toca. Não interessa se o pedal é de ouro.
Eu concordo com vc e os ouvidos tem q vir acima de tudo, como marca, grife e hype.
Mas eu gostaria de tornar um isso pouco mais objetivo, do que meramente subjetivo. No sentido de sua afirmação, hoje, subjetivamente, acho alguns joyos melhor que Boss, por exemplo em questão de timbre e bypass.
Mas até que ponto o "joyo" poderia ser melhor ainda, pensando nos componentes e contrução?
Neste caso em particular eu tive um joyo cópia de um pedal de boutique. E hoje tenho o de boutique original, que é melhor que o joyo (para mim). Pq? Componentes melhores? Contrução? O que mais?
E se eu abrir os dois pedais, como saberia dizer que o componente de um é melhor que o do outro? Aí que eu queria chegar.
No fim, eu gostaria de ter parâmetros objetivos para, pegando um pedal de marca nova/desconhecida, abrir e ter noção da qualidade dele objetivamente.
Abraço
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Ismah Veterano |
# abr/15 · Editado por: Ismah
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Nefelibata Como saber se aqueles componentes são aptos a entregar o melhor?
Não existe melhor ou pior. Existe só o diferente. O preciso faz o que foi projetado no papel vir à se tornar realidade.
No caso do tone deixar o som anasalado, com a troca do capacitor (escrever cap, pode gerar confusão), vc trocou um por outro pior. As características (resistência, alteração de valor em função de fatores externos etc) de um capacitor oil in paper, e a chance de dar problema são muito maiores.
O resultado pra ti foi bom...? Se sim, siga feliz. Não há como definir se A será melhor que B, apenas terá o resultado que mais agrade.
Se não crer em mim tem aqui um pótico de 2007 já falando sobre. E diga-se, o carlos adolphs dá uma ótima aula.
acho alguns joyos melhor que Boss
Sinceramente, Boss (divisão da Roland) nunca foi "o bom", eles foram e são populares apenas. Seria o equivalente à Meteoro pra nós.
Os efeitos se popularizaram em 80, com o boom dos digitais (de menor custo na época). Logo tinha neguinho conseguindo reproduzir os efeitos psicodélicos da década anterior, no quarto de casa...
Aí começa a era do imperador. Mesmo que a empresa já existisse a quase dez anos - começam em 73. E com a proposta de levar os efeitos para todos, conseguiram seu mercado. Uli Behringer tem essa mesma proposta.
Mas porque Boss tem certa qualidade? Simplesmente porque em 42 anos, pela regra da probabilidade, tiveram de acertar alguma coisa. Foi o caso do DS-1, CE-3...
Pessoalmente, ter peças feitas em larga escala, como referência não é lá a oitava maravilha do mundo. Desde sempre, o artesanal se faz melhor... Porque geralmente ele é sob medida para sua causa.
tive um joyo cópia de um pedal de boutique. E hoje tenho o de boutique original, que é melhor que o joyo (para mim). Pq? Componentes melhores? Contrução? O que mais?
Por que?
Isso vc deve responder. Mas tenho uma teoria: porque te agrada mais.
Componentes melhores?
Como disse já acima, está mais para o controle de qualidade como um todo. Na seleção dos componentes, à qualidade das soldas etc.
como saberia dizer que o componente de um é melhor que o do outro?
O carlos adolphs diz isso claramente no tópico que apontei acima...
O mito é criado quando alguém substitui um capacitor barato e inadequado para as condições de trabalho, por um outro de características mais estáveis e que faz o circuito funcionar como deve, criando a falsa sensação de que "mudou o timbre".Na realidade o capacitor de qualidade só faz aparecer o timbre realmente projetado.
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f14gomes Membro |
# abr/15
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E se eu abrir os dois pedais, como saberia dizer que o componente de um é melhor que o do outro? Como já foi falado aqui, quem entende de eletrônica já conhece algumas marcas que apresentam um bom padrão de qualidade, como os pots alpha, os conectores neutrik, os componentes siemens, panasonic, texas e por aí vai. E tem também a questão da precisão (ou tolerância, normalmente informada em porcentagem 1%, 5%, 10%) dos componentes. Afinal, antes de se montar um pedal físico existe um projeto com diversos cálculos para se atingir o que se deseja, porém se as peças físicas tem os parâmetros diferentes do que foi calculado o resultado também vai ser diferente. ( O que pode causar muito ou pouco impacto no resultado sonoro final, a depender do circuito em questão). Mas como componentes mais precisos são também mais caros, eles nem sempre são usados nos pedais mais baratos. Além da qualidade da montagem em si. (soldas, caminhos do circuito, ...) Imagina-se que mesmo os projetos sendo iguais no pedal original e no pedal cópia (normalmente mais barato), as cópias baratas, muitas vezes, apresentam resultado inferior por esses detalhes.
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Nefelibata Veterano |
# abr/15
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Ismah
No caso do tone deixar o som anasalado, com a troca do capacitor (escrever cap, pode gerar confusão), vc trocou um por outro pior.
O som era anasalado com o capacitor original de cerâmica ou sei lá o que que veio na fender. Com o PIO melhorou. Se o capacitor é pior? Como eu mesmo disse, é o gosto do freguês.
Não existe melhor ou pior. Existe só o diferente.
Sim. Eu disse isso.
O mito é criado quando alguém substitui um capacitor barato e inadequado para as condições de trabalho, por um outro de características mais estáveis e que faz o circuito funcionar como deve, criando a falsa sensação de que "mudou o timbre".Na realidade o capacitor de qualidade só faz aparecer o timbre realmente projetado.
Exatamente o que eu quis dizer a respeito do joyo. Até que ponto componentes ruins comprometem o som? Até que ponto componentes bons seriam um up no som dele?
A minha pergunta é justamente esta. Vou trocar as palavras e vc vai ver que entendo desde o princípio o que vc quer dizer: como saberia dizer que o componente de um é MAIS ADEQUADO que o do outro?
Melhor, nada mais significa do que mais adequado pra sua finalidade (áudio). Mas estou jogando a questão além do fator grandeza elétrica do componente e sua precisão.
tive um joyo cópia de um pedal de boutique. E hoje tenho o de boutique original, que é melhor que o joyo (para mim). Pq? Componentes melhores? Contrução? O que mais?
Por que? Isso vc deve responder. Mas tenho uma teoria: porque te agrada mais.
Sim, acho melhor pq me agrada, por óbvio, como eu disse. O timbre é melhor e mais controlável, em resumo. A pergunta não foi o pq me agrada, mas pq ele soa melhor. (Aí vc também pode dizer que ele soa melhor pq me agrada euhauehaeuhaeuh... mas ok, via de regra há um consenso que os de boutique originais são melhores que os cópia joyo). ___
Então, quando pergunto quais componentes são melhores, quero saber quais fazem um pedal soar melhor que outro, com os componentes com os mesmos valores, isso considerando que ambos tem o mesmo valor aferido e não o de etiqueta sujeito a variações. Deu pra entender? Sim, estou perguntando quais componentes (marca?) são mais adequados (melhores) ao audio (amp/efeitos).
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Nefelibata Veterano |
# abr/15
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f14gomes
Como já foi falado aqui, quem entende de eletrônica já conhece algumas marcas(...)
A intenção do tópico é justamente estender este conhecimento a todos.
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MMI Veterano
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# abr/15
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Nefelibata
Entendi sua pergunta... Falando em áudio de uma maneira geral e não me prendendo apenas a pedais, ok?
Algo muito claro onde a variação é enorme: transformadores. É nisso que Rupert Neve e a Mercury se fizeram famosos... Toda vez que você ver algo com isso, pense em duendes, fadas e bruxas. Impressionante como as coisas mudam quando se fala em bobinas, uma é diferente da outra. Outra coisa que varia demais é válvula. Como em áudio se usa muito válvulas com transformadores, você acha itens bem diferentes, com as mesmas características aparentes. Muitos microfones valvulados variam muito, um clássico que cada vez mais complica para se achar válvula de reposição é o U67, que não se fabrica mais a EF86 original. Existem microfones muito bons, valvulados, mas que a válvula tem seu desempenho ideal por apenas 3 meses em uso médio, mas que é tão bom que após este período ainda continua sendo bom, mas sem seu desempenho ideal. Pela dificuldade com válvulas, a Neumann faz a linha TLM, com circuitos sem transformadores e sem válvulas, mantendo as excelentes cápsulas (o TLM 103 tem a cápsula baseada o U87/U67). O problema é que esta linha tem uma impedância um pouco diferente, que a maioria dos prés não casam perfeitamente - um fabricante desenvolveu prés de impedância variável, com um preset específico para estes microfones e que os fazem crescer de som enormemente.
Conto tudo isto para falar que mesmo em pedais e efeitos, transformadores, válvulas, impedâncias fazem muita diferença. pedais são piores até porque tem o problema de cadeias longas, TBP, buffer etc.
Mas eu gostaria de tornar um isso pouco mais objetivo, do que meramente subjetivo.
O problema é que soar bem é subjetivo. A gente já parte de um conceito bastante subjetivo, de 'melhor", "soar bem", "timbre" etc. São poucos parâmetros realmente objetivos. Alguns componentes equilibram mais o som, dão menos ruídos acabam tendo um funcionamento objetivamente melhor, mas é bem complicado. Abrir um pedal e falar que ele é melhor porque tem um potenciômetro melhor é mais complicado ainda, difícil mesmo.
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Nefelibata Veterano |
# abr/15
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MMI
O problema é que soar bem é subjetivo. A gente já parte de um conceito bastante subjetivo, de 'melhor", "soar bem", "timbre" etc. São poucos parâmetros realmente objetivos.
De fato... é complicado mesmo. Como disse pro Ismah, eu tive um pedal cópia chinesa dum boutique e agora tenho o original e acho q soa melhor. Mas pode (deve) haver quem ache o contrário.
Quanto aos trafos, quando eu criei o tópico também estava pensando neles. Mas acabei deixando de fora por conta da complexidade dos trafos e pela simplicidade do meu questionamento, não queria deturpar ou superficializar a questão do trafo e acabar falando besteira.
Mas com certeza os trafos fazem muita diferença. Já vi vários fender e marshall que ganharam vida depois de receber trafos bons.
Até comentei a respeito quando falei do controle remoto. Quando se trata de audio, não basta o circuito funcionar corretamente (considerando componentes com valores corretos aferidos). Vai além disso.
Como trafos. Trafo "ruim" (aspas, aspas) o amp funciona e pode nunca dar problema, mas com o trafo "adequado" (melhor?) o som melhora (ao menos pra maioria... subjetividade, afinal).
Abraço
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f14gomes Membro |
# abr/15
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Eu tentei citar algumas marcas também para ajudar. Mas o que eu quis dizer é que quem trabalha com eletrônica, pode olhar para uma solda e ver se ela foi mal feita, olhar um circuito e ver, logo de cara, que ele está mal organizado (com muitos fios embolados). Se um resistor é de 1% de precisão ou de 5%. E a marca dos demais componentes, se for o caso. E isso é difícil de passar para um leigo de maneira sucinta. Eu não saberia fazer essa avaliação só de olhar. E, para complementar, acredito que o problema dos pedais baratos chineses seja o baixo controle de qualidade, visto que eles costumam dar defeito com mais frequência que os das grandes marcas já consolidadas. E isso pode ser devido a qualidade dos componentes utilizados (devem ser os mais baratos possíveis) ou ao processo de montagem, em larga escala, ou ambos, ou sei lá...rs... Não quis ser rude, só não tenho conhecimento suficiente para ajudar mais.
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Ismah Veterano |
# abr/15
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Nefelibata (...) Com o PIO melhorou. Se o capacitor é pior? Como eu mesmo disse, é o gosto do freguês.
Não foi exatamente isso que quis dizer. Mas é o caminho... No caso do capacitor original, ele teria características que geravam consequências que não te agradavam. No caso, não que o capacitro original fosse ruim, mas ele te agradou menos.
Pra vc ver como é variável, estou considerando trocar vol e 2 tones, por um controle passivo de Bass Mid e Treble. Colocar no lugar do vol duas chaves de 40%, 70% e 100%. It's crazy, I know.
Até que ponto componentes ruins comprometem o som? Até que ponto componentes bons seriam um up no som dele?
Comprometem a partir do momento que deixa de funcionar ou a dar defeito. Pode ver que em amps isso é evidente. Temos amps da década de 50 funcionando - não dentro do original. Ou seja, a maior diferença é durabilidade.
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Ismah Veterano |
# abr/15
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Nefelibata Já vi vários fender e marshall que ganharam vida depois de receber trafos bons.
Vê como é subjetivo? Dar vida a um amp, tecnicamente é ligar ele a uma fonte de alimentação e injetar sinal. Ele está "vivo".
Na minha opinião, qualidade está sempre atrelado a durabilidade e construção (onde entram as peças de boa procedência).
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Nefelibata Veterano |
# abr/15
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Ismah
Na minha opinião, qualidade está sempre atrelado a durabilidade e construção (onde entram as peças de boa procedência).
Com certeza. Mas eu quero ir um pouco além da questão durabilidade. No caso dos trafos, até citei que eles poderiam funcionar pra sempre nestes amps, mas os trafos adequados (top? mercury, por exemplo) poderiam dar um som melhor e de fato existem muitos casos destes.
Quando eu disse dar vida, me referi àquele amp com som morto, abafado e sem vida, ganhar harmônicos, presença, bottom end e complexidade.
f14gomes
Não quis ser rude, só não tenho conhecimento suficiente para ajudar mais.
Ohhh, que isso, brother. Eu eh q tenho q me desculpar por ter sido tão lacônico. Na pressa de escrever eu posso parecer estúpido (pro, Ismah tb :-P eaheuaheuah).
Abraço e obrigado por ajudarem a somar ao tópico.
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Ismah Veterano |
# abr/15
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Quando eu disse dar vida, me referi àquele amp com som morto, abafado e sem vida, ganhar harmônicos, presença, bottom end e complexidade.
Eu sei, mas a colocação que fiz foi pra mostrar como isso é subjetivo.
No caso dos trafos, até citei que eles poderiam funcionar pra sempre nestes amps, mas os trafos adequados (top? mercury, por exemplo) poderiam dar um som melhor e de fato existem muitos casos destes.
Ainda não faz sentido pra ti que não existe melhor ou pior? Existe o que mais agradou.
É verdade que alguns amps, e caps ficaram bons por erro de montagem... Já que o controle de "qualidade" de produção, era mais precário, que hoje.
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