Faísca - entrevista sobre pedais, guitarras, etc

    Autor Mensagem
    Curly
    Veterano
    # jul/05


    olha aí, entrevista do Faísca, 6 páginas só sobre equipamentos, guitarras, regulagens de pedais, amps, gravação, macetes, etc. uma verdadeira aula de um cara mto experiente... o arquivo zipado tem 16M, scaneei melhor por causa das figuras q são importantes...

    http://s12.yousendit.com/d.aspx?id=0TKW2O6MNH8ZP263GGCX5P6KLZ

    Curly
    Veterano
    # jul/05
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    pra turma q ñ tem banda larga segue o OCR da entrevista (ñ tive saco pra corrigir os erros de scan, ok ?)

    GC- Qual é o equipamento que está
    noseu set-up ?

    Faíska - O meu set-up básico é com-
    posto de 6 pedais e amplificadores,
    que uso em gravações e ao vivo. Eles
    são ligados em série, sempre que pos-
    sível nesta ordem: guitarra, A/B box,
    Wah Crybaby, Compressor, Marshal
    Guv'Nor, TS-9 Tube Screamer Ybanez,
    Arion Chorus, CE-2 Chorus Boss, Di-
    gital Delay DD-5 Boss e RV-2 Digital
    Reverb Boss indo para o canal limpo
    do(s) amplificador(es).
    O meu som de distorção vem dos
    pedais. O Tube Screamer TS-9 é uma
    distorção para um som mais limpo ou
    fusíon. Raramente uso a guitarra lim-
    pa. Quando tenho de fazer um solo
    limpo, às vezes ligo o TS-9 com a
    regulagem de distorção no "O" para
    puxar mais brilho e alguns harmóni-
    cos a mais. Isso ajuda a dar mais cor-
    po às cordas 0.09; elas têm menos ação
    e tensão e o pedal ligado melhora o
    "punch" das notas.
    Depois de muitas pesquisas, cheguei
    à conclusão de que este era o meu som,
    e quando você consegue, tem de per-
    manecer com ele! Todos os guitarristas
    como o Mike Stern, Scott Henderson e
    JeffBeck fazem o mesmo.

    GC -Já que estamos falando de sons
    limpos, como você utiliza o pedal de
    compressor ?

    Faiska - Quando os pedais estão li-
    gados em série, o compressor sempre
    fica antes das distorções. Ligar o com-
    pressor depois das distorções não dá
    bom resultado, nunca faço isso. Ge-
    ralmente ligo o com-
    pressor em guitarras
    com pickups singie
    coil. As guitarras com
    humbucking eu só ligo
    em som limpo, pois não
    há necessidade de ligá-
    las junto com o pedal de
    distorção. Se eu toco
    com uma guitarra com
    singie coil em som lim-
    po parece que as notas
    não se Juntam devido
    aos captadores serem
    mais fracos. No pro-
    cesso de compressão
    perdem-se algumas
    frequências, mas fica
    bom assim.

    GC- Você possui
    dois pedais idênti-
    cos Boss CS-2. Quais
    são as suas experiên-
    cias com outros com-
    pressores?

    Faiska - Já tive o Dyna
    Comp - MXR e também
    Boss CS-3. Deste últi-
    mo não gostei, pois pro-
    duz um ruído estranho
    como um pentofone (ri-
    sos). Eu descobri isso
    numa gravação. Ao vivo
    é difícil de se perceber.
    Como músico tenho a
    obrigação de perceber
    mínimos detalhes
    como pequenos ruídos
    ou chiados e alterações
    que o pedal possa causar ao meu som.
    Com bons pedais japoneses ou ameri-
    canos é difícil acontecer algo assim.
    Há alguns anos atrás o pedal Mar-
    shall Guv'Nor apareceu e deu origem
    aos outros da linha: Shreed Master,
    Drive Master e Blues Master, Ele é igual
    ao Drive Master, só que um pouco mais
    forte, com mais sustain e mais agudo,

    GC - Você acha que o som destes pe-
    dais se compara ao som de distorção
    dos amps da Marshall?

    Faiska - Acho que não. As
    distorções dos amps são perfeitas. Têm
    um som forte e presente, é a distorção
    que vem das válvulas. Eu prefiro um
    som mais morno, já tentei fazer como
    o Scott Henderson, que regula o ampli
    até começar a saturar e depois empur-
    ra com o pedal, mas não curti. Como
    eu ligo tudo pela frente, se fosse fazer
    isso teria que ligar os efeitos pelo loop
    do ampli. E um jeito bem básico, onde
    tudo é ligado em série. Infelizmente
    não tenho grana para algo mais sofis-
    ticado, com conexões em paralelo e
    que use loops que adicionem só os
    efeitos necessários.

    GC- Os pedais de wah são bem co-
    nhecidos por serem grandes vilões do
    som, roubando muito sinal. O seu tem
    alguma modificação?

    Faiska - O meu tem modificações.
    Eu não sei porque a Dunlop ainda não
    descobriu isso, pois todo mundo faz
    as modificações. O meu roubava mui-
    tos agudos, médios e graves. Isso ocor-
    ria quando o pedal ainda estava desli-
    gado. Todo o meu sinal de guitarra
    passava por cie. Agora, com a chave
    nova de 6 pinos, o sinal da guitarra
    passa pela chave, mas só entra no cir-
    cuito do pedal quando o efeito está
    ligado. As modificações foram feitas
    pelo Helcio Aguirra. Para esto tipo de
    trabalho, o Helcio é ótimo. Ele escuta.
    É um bom guitarrista e sabe o que a
    gente quer.

    Curly
    Veterano
    # jul/05
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    GC- Porque você tem dois pedais de
    Chorus em sua pedaïeira?

    Faiska - Eu tenho dois pedais, um
    Boss e um Arion. O Boss CE-2 fica re-
    gulado com os dois botões no centro.
    Quando preciso testar algum equipa-
    mento, começo colocando os botões -
    sejam dos pedais ou dos amplificado-
    res - no centro, que seria o mais próxi-
    mo do nat. Uma boa dica é iniciar com
    esse princípio, pois a partir daí adicio-
    no ou subtraio o quanto preciso. O CE-
    2 é um pedal antigo e bem prático por
    possuir dois controles que ficam regu-
    lados sempre no centro. Tentei repetir
    o mesmo no Arion, mas o efeito de
    chorus ficava muito rápido. Entretan-
    to, este pedal produz um efeito tipo
    leslie bem parecido com sonoridades
    de John Scofield e Stevie Ray Vaugham.
    Eu queria também ter um pedal
    Univibe, mas ele não tem esse som.

    GC- E quanto aos outros pedais de
    delay fí reverb?

    Faiska - Eu adiciono um pouco de
    delay e muito pouco reverb, mais delay
    do que reverb. Antes eu fazia ao con-
    trário. A regulagem do delay que eu
    usava era, por coincidência, a mesma
    que vi no set-up do Mike Stern. Os
    botões ficam mais ou menos no meio,
    e o volume é ajustado de acordo com o
    volume geral do amp. Estes ajustes
    devem ser feitos de acordo com o ta-
    manho do local onde se está tocando.
    Se o volume geral está muito alto, é
    conveniente diminuir um pouco o efei-
    to de delay para não embolar o som.
    Tenho usado o DD-5, que mesmo pos-
    suindo um som mais digitalizado, pos-
    sui a função tapping, que é muito útil
    para ajustes rápidos especialmente
    quando gravo. Quando toco ao vivo já
    não sinto tanta falta. Para mim, a fun-
    ção do delay ao vivo é dar ambiência e
    não destacar muito. Ele deve ficar fora
    de tempo. Prefiro assim do que um efei-
    to muito sincronizado, como Pink
    Floyd. Os modelos mais antigos, como
    o DD-2 e o DD-3, tinham um som me-
    lhor por serem monos digitalizados.
    Hoje uso bem pouco reverb, o sufi-
    ciente para o som não ficar seco.
    Quando usava muito reverb chegava
    até a saturar o som. Quando toco com
    os meus amplis fender nem chego a
    ligar o pedal de reverb, mas uso este
    como splítter e para dividir o sinal
    da guitarra entre os dois amplis. Na
    verdade, isso não é um estéreo real.
    Para isso acontecer, deveria dividir o
    sinal com o chorus, e ainda se man-
    ter bem no centro dos dois amplifi-
    cadores para sentir bem o efeito. Caso
    você fique fora deste centro, não vai
    ouvir um som muito legal. Depois de
    muito tempo, fico feliz em chegar a
    conclusões parecidas com as de ou-
    tros grandes guitarristas. Acho que a
    vivência profissional me ensinou
    tudo isso. Nunca se deve ligar mui-
    tos pedais em série, pois acabam por
    roubar muito do sou sinal.

    GC- Você tem alguma preocupa-
    ção especial com cabos?

    Faiska - Quando vou comprar ca-
    bos levo comigo meu multímetro para
    verificar se eles passam O db de
    impedância. Impedância é uma resis-
    tência que deve atuar em fios de cai-
    xas e de força, mas não no sinal da
    guitarra. Eu ligo positivo com positi-
    vo o terra com terra para checar isso;
    se algo mudar, está roubando sinal.
    Descobri isso durante um show do Le-
    andro e Leonardo. Um cabo quebrou.
    Pedi outro ao roaddie. Ao substituí-
    lo, o som ficou agudo demais. Para
    obter um resultado bom, você deve ficar
    atento às pequenas coisas como: tipo
    de cabo. comprimento, solda, plugs
    etc... Cabos nacionais ru só uso da
    Santo Angelo. Na minha pcdaleira os
    pedais estão somente encaixados e não
    aparafusados. Isso ajuda a sanar qual-
    quer problema de troca rápida.

    GC- Você ainda tem um enorme ar-
    senal de outros pedais. Fale sobro eles.

    Faiska - Pedais como T-wah,
    Harmonisl, Pitch, Phaser e outros
    distortions eu uso em situações pro-
    fissionais específicas, não são o meu
    som preferido. Uma distorção mais for-
    te fica bem melhor com umDS-1 Boss.
    E a mesma distorção que o Mike Stern,
    o Steve Vai e o Satriani usam. Rara-
    mente uso o Ral, mas é sempre bom
    tê-lo por perto, pois às vezes vou gra-
    var em um lugar e não consigo o som
    desejado. Aí vou experimentando até
    chegar no som que quero. As salas do
    gravação nunca estão bem preparadas
    para se gravar um bom som de guitar-
    ra. Se a sala tem muita forração, pode
    ficar boa pra gravar bateria, mas este
    revestimento pode matar o som da sua
    guitarra. Uma vez fui gravar no estú-
    dio com o Manny Monteiro. Por coin-
    cidência, o Sydnei Carvalho estava lá
    com um set-up Boogie e duas caixas.
    O som não estava legal. Falei pró
    Sydnei: "Coloque uma das caixas den-
    tro do banheiro, em cima da privada",
    Adivinhem qual caixa ficou com som
    melhor? A do banheiro! Peguei uma
    caixinha de um pedal noise gale que-
    brado e transformei-o aqui em casa
    num A/B box. Quando acionado, ele
    desvia o sinal de guitarra da série que
    vai aos amps, enviando-o para o
    afinador. Assim eu posso afinar em
    silêncio. Pesquisar é a palavra-chave.
    GC- E sobre o seu rack de grava-
    ção, composto de umJMP-1 Marshall
    e um Zoom 9050?
    Faiska - Uso os dois direto na mesa
    ou no computador, em estúdios digi-
    tais que não tenham salas de gravação
    para colocar meus amplificadores.
    Como o rack tem uma saída balancea-
    da, isso agiliza muito em caso de gra-
    vações rápidas, quando não tenho
    tempo de pesquisar muito. Sempre
    uso a saída speaker emulator com a
    impedância em -20 db e ligo no in do
    zoom 9050. Não costumo usar o send
    return. Às vezes adiciono um Com-
    pressor Cs-2 quando uso guitarras
    com capladores singie coil.

    GC- Você acha que este rack tem
    um som fiel?

    Faiska - O som é bem fiel, mas ain-
    da sinto a falta do vento dos falantes.
    É fundamental o papel dos falantes
    nesta história do som, pois é por onde
    ele se propaga.

    GC- Quais os tipos de falantes e cai-
    xas que você mais gosta?

    Faiska - Eu gosto de caixas abertas
    e do som que sai por trás delas. Fa-
    lantes mais macios são bem-vindos
    também. Eu tenho usado amplificado-
    res menores, do tipo com 40W. Posso
    tirar maior proveito da potência dos
    mesmos, já que tenho tocado em di-
    versos lugares pequenos. Para lugares
    grandes, 2 combos Fender Twin reverb s
    de 100W dão uma boa receita. O Hot c
    Devile da Fender também tem um puta r
    som. Prefiro os aparelhos com mais c
    de um falante. Se você pegar dois s
    combos de mesma potência e coloca- t
    los no volume 6 ou 7, o que possuir ï
    dois falantes terá um som melhor do ï
    que aquele que possuir somente um. í
    Dois amps de 40W ligados juntos pró- :
    duzem muito mais som do que um só '
    de 100W. Um amp de 100W possui o :
    dobro da potência, mas não o dobro '
    do volume. Acho que todo guitarrista
    deve conhecer um pouco de eletrôni-
    ca, isso ajuda em muitas coisas.

    GC- E o que você pode falar sobre
    Amplis transistorizados?

    Faiska - Eu tive um Roland Cube
    60, "o laranjinha". Naquela época era
    legal devido às dificuldades de se
    conseguir as coisas aqui. Nesse tem-
    po meus Fender Twin estavam chei-
    os de peças Lorenzetti, peças nacio-
    nais etc. (risos). Se você fosse na rua
    Santa Ifigênia e pedisse um jogo de
    válvulas 6L6, causaria indignação nos
    vendedores. Hoje em dia temos uma
    boa oferta de válvulas. As fábricas che-
    garam à conclusão de que o melhor
    para o som de guitarra sempre foram
    as válvulas.

    GC- Quando você toca blues, cos-
    tuma abaixara afinação das cordas?

    Faiska - Para fazer a mudança de afi-
    nação é preciso achar um cantor que
    se adeque a estas tonalidades. Nor-
    malmente os tons são sempre muito
    baixos para eles. Como uso 0.09, se
    abaixar a afinação tenho que trocar para
    0.10, 0.11, que para mim são muito
    duras. Eu sou considerado um músi-
    co fusion devido às fusões de todos os
    estilos em minha música. Se começar
    a tocar com muitos tipos diferentes de
    cordas, como por exemplo 0.11 para
    jazz, 0.10 para não sei o quê, não con-
    sigo tocar e acabo por perder a referên-
    cia e a pegada nos bends etc. Daí prefi-
    ro tentar tocar tudo com as mesmas cor-
    das. Sei que as 0.09 não são o melhor
    som, mas é o que uso. A minha
    palhtilada é muito leve, uso as Fender
    Heavy que sempre usei em minha vida.
    Depois, passei para as Dunlop 2mm.
    Só que com cordas 0.09 as palhetas de
    3 mm deixavam o som muito estala-
    do. Resolvi diminuir a bitola da palheta
    para uma mais fina, e assim, se eu to-
    car forte, compensará o excesso de for-
    ça empregada.
    Prefiro as palhetas de cor marrom-
    tartaruga. As coloridas são um pouco
    mais duras. Como eu toco muito liga-
    do. tem muila gente que acha que é um
    iigado palhelado. Eu palheto muito le-
    vemente e isso acaba por deixar o som
    com ataque igual a se eu estivesse to-
    cando ligado.

    Curly
    Veterano
    # jul/05 · Editado por: Curly
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    GC- Você já teve alguma experiên-
    cia em usar softwares e phig-ins como
    Anip Rirm n uma gravação em hará disk?

    Faiska - Experimentei, mas não gos-
    tei, fica muito digitalizado. Me sinto
    bem mais à vontade com meus amps.
    Eles facilitam a minha execução, pos-
    so trabalhar melhor a minha dinâmi-
    ca. E um grande prazer poder explorar
    as dinâmicas com a guitarra. Testei, mas
    não aprovei. Prefiro o meu rack
    Marshall. Simuladores são aparelhos
    que tentam imitar, mas não são. Che-
    gam bem próximos. Se eu quero um
    som de Vox para gravar em meu disco
    ou de algum amigo, vou atrás de um
    legítimo Vox.
    O mais certo seria você ir até o estú-
    dio. montar tudo, passar e acertar o som
    num dia, e no dia seguinte, de cabeça e
    ouvidos descansados, ir até lá com a
    única preocupação de tocar bem. Che-
    gar no estúdio, montar tudo, passar som
    de bateria, baixo, voz, guitarra etc. As-
    sim não dá para o trabalho ficar bom.
    Isso sem falar que você terá que des-
    montar tudo, pois no período posterior
    ao seu haverá outra banda para gravar.
    São coisas que desestimulam a gente e
    atrasam muito um trabalho.

    GC- Qual o melhor som de guitarra
    que você conseguiu tirarem um estúdio?

    Faiska - Não acho que o som de gui-
    tarra do meu disco Stratosfera seja o
    melhor. A maioria das coisas foram gra-
    vadas direto na mesa. O estúdio não
    tinha uma sala adequada para guitar-
    ra. Alguns sons de guitarra ficaram
    muito agudas. Tenho um amigo que é
    dono do estúdio São Paulo, onde o
    nível técnico é bem alto. Todo mundo
    gosta de gravar lá. Tiro um grande som
    de guitarra com meus pedais e um am-
    plificador valvulado de 50 W Tagíma.
    O dono do estúdio é um cara muito
    experiente e atencioso. Achamos a po-
    sição ideal do amp, a posição de mi-
    crofone. Temos a paciência do fazer
    isso. Pesquisamos. Qualquer guitarra
    minha com os pedais e um amplifica-
    dor com regulagem em "Flat", produz
    um ótimo som. Fazemos isso porque
    gostamos mesmo. Vou lá à tarde com
    tempo, e isso faz a diferença. Não é um
    grande estúdio. Não preciso de um
    estúdio projetaclo por um engenheiro
    inglês que não me dá tempo de fazer
    as coisas com calma.

    GC- Como você dimensiona o que
    levar paru fazer um bom som ao vivo?

    Faiska - Tudo em equipamento deve
    ser adequado. Não posso usar como
    referencia o meu minúsculo quarti-
    nho, pois quando estiver num bar. a
    ambiêncía será outra. O resultado se-
    ria um som embolado. Por exemplo, o
    grave que você usa tocando no volu-
    me 2 seria muito para se usar no vo-
    lume 5. Se você toca com o compres-
    sor ligado no volume 2, tem que levar
    em consideração que no volume 5 ou
    6 as válvulas do amp iráo comprimir
    muito mais e talvez você nem precise
    dele ligado. Ao vivo são outras difi-
    culdades. Num show, por exemplo, o
    certo seria você ir à tarde passar o som
    com calma, e ainda levar em conside-
    ração que com o bar lotado, na hora
    do show, a referência acústica será ou-
    tra. absorvendo muitas frequências.
    Em palcos grandes nunca coloco os
    amps direcionados aos meus ouvidos.
    E muito melhor, para se ter um som
    bem grande de guitarra, colocar os
    amplis mais espalhados e depois de
    microfonados passando pelo mixer
    irão as caixas de side e retorno. Fa-
    zendo isso, seu som vai ficar mais bem
    distribuído.
    Num palco você deve procurar uma
    posição em que possa ter uma boa re-
    ferência. Uma das maiores maravilhas
    é ouvir o som de sua guitarra por um
    vazamento de PA. Se você só encos-
    tar o dedo na sua guitarra, vai sentir
    um som enorme e não aquela coisa
    direcionada em seu ouvido. Procurar
    por um bom lugar é um bom começo.
    Hoje, não preciso de amps de 300W,
    mesmo tocando num lugar muito gran-
    de, pois existem bons PA.s, bons mi-
    crofones etc. Há alguns anos atrás isso
    não era fácil. Pegávamos microfones
    de gravador National, colocávamos al-
    godão em cima e grudávamos com fita
    crepe nas peles da bateria e no que
    dava. O som de guitarra que vinha
    atrás de mim deveria ser ouvido por
    todos num bar. Imaginem o volume
    que eu precisava usar quando tocava
    no Clube Atlético Tietê. Hoje está tudo
    muito mais fácil. Em Nashville todos
    usam amps Matchiess de 35W. Quan-
    do tocava no Sanja com o Zona Sul,
    eu usava um Fender Vibrolux com
    dois falantes de 10' que tinham um
    timbre e uma qualidade impressionan-
    tes. Os amplificadores menores ga-
    nham nestes pontos - a praticidade e

    o timbre. Em lugares pequenos levo
    um, em maiores levo dois. Dá muito
    trabalho carregar um caixa enorme 4
    X 12 para ir tocar num boteco.

    GC - Quais são as modificações e
    ajustes que você sempre fez em seus
    equipamentos? Conte algumas des-
    tas situações.

    Faiska - A minha geração e do Ál-
    varo Gonçalves - ou quem foi músico
    na geração anterior - não tinha aces-
    so a tantos luthíers, técnicos etc. As-
    sim, acabávamos fazendo as modifi-
    cações em casa. Destruí várias guitar-
    ras Fenders. Arrombava para colocar
    um Humbucking, furava com a bro-
    ca. Escalopava a escala, mas esque-
    cia de que ainda tinha que passar as
    lixas para dar acabamento. Fui apren-
    dendo. Uma coisa importante na par-
    te elétrica da guitarra é não perder ca-
    racterísticas quando se abaixa o vo-
    lume. O volume mais legal está no 8,
    e não no 10, porque tira o ardido do
    som. Fica bem parecido com aquele
    rachadinho de ampli. Para resolver
    isso, adiciono um resistor no
    potenciômetro de volume, que adianta
    os agudos do volume 10 quando es-
    tão no 8. Assim, com um capacitor
    instalado que faz com que não se per-
    ca os graves, equilibro bem as coisas.
    Esse truque já foi descoberto por
    muita gente. O Steve Ray Vaugham
    usava um capacitor de 670 PF e
    resistor 150K. Eu uso, por sugestão
    do Hélcio, um capacitor de 470 PF e
    o resistor 100K.

    GC - E quanto à altura de corda?

    Faiska - Não costumo usar corda bai-
    xa. Veja os caras que tocam flamenco,
    o violão parece um arco e flexa. Mi-
    nha escolha é feita com tolerância.

    GC - Qua] é a guitarra dos seus so-
    nhos?

    Faiska - O meu sonho desde crian-
    ça sempre foram as Fender Strato.) t
    tive 3 Gibson Lês Paul: 60 Deluxe, 7 i
    Deluxe e 78 Custom. A 72 era muil t
    pesada, mas leve comparada com a 6E 1
    Ter uma guitarra bem antiga como <
    58 é legal como valor sentimental./ l
    madeira dela é mais seca, ma. i
    tecnologicamente tem muitas falhas f
    O Radius (curvatura da escala) é mui
    to grande, você tem de usar ação di
    corda muito alta. As guitarras maii ,
    leves produzem mais grave e as maií
    pesadas mais agudo. Todos os outro;
    protótipos de guitarras derivaram dai
    Fender e das Gibson, por exemplo, a
    PRS, que veio da Lês Paul, ou as
    Ibanez, da Strato.

    GC - E quanto aos tipos de madei-
    ra que você prefere?

    Faiska - Ash e Alder, devido ao tim-
    bre que rola. Gosto de guitarra com
    escala escura. As com escalas claras
    têm o verniz que prende um pouco.

    Gosto das com rosewood e jacarandá;
    não gosto cie ébano, pois abafa muito
    e é uma madeira muito seca. Já usei
    trastes altos que deixam o som macio
    e menos trastejado. Gosto de guitar-
    ras que mantenham, em relação ao
    corpo do instrumento, um ângulo relo
    e não para trás, assim mantenho um
    referencial bom para fazer bend.

    GC - E quanto aohardware em suas
    guitarras?

    Faiska - Uso três pickups Texas
    Special na Strato 62 que não têm um
    som padrão Fender, eles são mais for-
    ces. O Roller nut faz deslizar bem as
    cordas depois das alavancadas,
    tarrachas Sperzel e ponte Wilkinson,
    três pickups Seimour Duncan JB na
    Strato American standard (JB mini-
    humbucking no agudo e JB 59 no grave
    e no médio - este 59 último dá um som
    estalado bem característico Fender em
    posições intermediárias) e dois
    humbucking Seymour Duncan na Strato
    Big Aplle. Antos eu usava Floycl rose,
    mas é um saco quando acaba a regulagem
    da microafinação; tem de soltar tudo,
    acertar tudo, tem de pôr o ferrinho que
    faltou. O sistema de tarrachas Sperzel é
    bem mais legal. Uso também um
    Hipshot, que é uma contramola que se-
    gura a tensão das alavancas. Se loco um
    country e levanto uma corda, a alavan-
    ca permanece firme no local e não irá
    desafinar uma corda solta se eu fizer um
    bend em double stop.

    GC - Você prefere sistemas ativos ou
    passivos?

    Faiska - Já usei os pickups ativos
    EMG desenvolvidos pelo David
    Gilmour. Gostei, mas não é meu som.
    Prefiro os passivos por parecerem mais
    reais. Já usei alguns da linha PAF 59,
    da Seimour Duncan, e HS-3, da
    DiMarzio. Acho que são pickups que
    têm um som mais opaco. Meu gosto
    foi mudando. Hoje é impossível usar
    um HS-3, por exemplo.

    GC - Você acha que as guitarras
    Japonesas têm personalidade
    tímbrística como as americanas?
    Faiska - Nunca ouvi o som limpo
    de guitarras maciças Ibanez como a
    JEM ou a Satriani. Nunca trouxe uma
    para casa e testei seu som limpo. Na
    maior parte das vezes as pessoas to-
    cam com drive ou distortion nelas.
    Ainda prefiro o som limpinho de
    uma Fender; uma Fender com
    humbucking ainda tem o som carac-
    terístico de Strato. Acho que o mo-
    delo de guitarra influencia muito no
    timbre. Tive duas Telecaster, uma 63
    e uma G6. Na 63 haviam dois
    humbucking e mesmo mais grave e
    mais encorpado, ainda tinha som de
    telecaster. Guitarras como as
    RÍckenbacker, Guild, Gretsch, cada
    uma tem seu som característico. As
    melhores são as Gibson e as Frender.
    GC - E quanto aos amplificadores
    e pedais nacionais?

    Faiska - Nosso problema aqui no
    Brasil sempre foram os falantes.
    Usei osamplificadores Giannini. que
    eram cópias do Fender Twin. Se
    você pegar um ampli Fender e colo-
    car um falante ruim vai ler uma per-
    da maior do que colocar um falante
    bom num ampli ruim. O falante
    ruim mata todo o som. O falante é
    por onde todo o seu som vai pas-
    sar. Acho muito importante que ele
    seja bom. Os Gianninis da série
    G"100 eram muito bem-feitos, mas
    acho que fazer amplis daquele ní-
    vel encarecia muito. O preço linal
    para o consumidor era exorbitante.
    Então o cara poderia até optar em
    pagar um pouco a mais e ter um
    Fender legítimo. Numa certa época
    cheguei a tocar até nos baguinhos-
    não tinha outro -. que quebravam
    um bom galho. Pedais nacionais tive
    um da Sound-Malagoli e um Delay
    Giannini do qual eu gostava. Um d

    slashhhh
    Veterano
    # jul/05
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    isso fla da samick ?

    Chad
    Veterano
    # jul/05
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    cara eu só fã do faisca quando cresce euq euro ser que nem ele

    Chad
    Veterano
    # jul/05
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    cara eu só fã do faisca quando cresce euq euro ser que nem ele

    Marisco
    Veterano
    # jul/05
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    Curly
    Valeu!

    ESP
    Veterano
    # jul/05
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    Curly

    Boa!
    Eu conheço pouco do trampo dele, porem esse tipo de entrevista sempre é interessante, logo mais vou ler com calma. Vlw.
    Abraços.

    Jaum_Paulo
    Veterano
    # jul/05
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    em guitarras com floyd se vc da um bend as outras cordas desafinam e vc não pode tocar outra nota solta?

    ricardo metallica
    Veterano
    # jul/05
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    Curly
    valeu mesmo. porra nao sei como esqueci do workshop dele, agora ja foi....

    ricardo metallica
    Veterano
    # jul/05
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    a folha 4 ta de ponta cabeça

    Curly
    Veterano
    # jul/05
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    ricardo metallica


    só a folha 4 desinvertida:

    http://s8.yousendit.com/d.aspx?id=2JI6LVMN4CDO80ZVW0PDD3U98L

    Fisioterapeuta
    Veterano
    # jul/05
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    eu fui num worshop dele aqui no parana 10 reais so
    Jaum_Paulo
    se for um bend muito alto sim ai vc deve apoiar a mao na ponte para poder tocar a corda solta

    Fisioterapeuta
    Veterano
    # jul/05
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    tava friu e o cara errou altas musicas

    Jaum_Paulo
    Veterano
    # jul/05
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    Fisioterapeuta
    eu costumo fazer bend de 1 tom só... raramente 1 e meio... já da pra desafina ou não?

    Jimmy_Page
    Veterano
    # jul/05
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    esse lance de deixar o volume no 8, e nao no 10, é bem interessante!

    Fritz_mkvl
    Veterano
    # jul/05
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    Jimmy_Page
    http://forum.cifraclub.com.br/forum/3/95641/

    Iago
    Veterano
    # jul/05
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    Faíska Rocks... mais uma do Curly..esse bixo é foda mermo! xD

    Fisioterapeuta
    Veterano
    # jul/05
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    Jaum_Paulo
    nao sei ai vai depender de ponte pra ponte

    LOW Fl
    Veterano
    # jul/05
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    Muito boa a entrevista

    Jaum_Paulo
    Veterano
    # jul/05
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    hm

    Fisioterapeuta
    valeu ae

    SIGMAN
    Veterano
    # dez/05
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    E AQUELA HISTÓRIA QUE ELE USAVA AMPS DA LANEY? PURO MARKETING!

    Melquii
    Veterano
    # dez/05
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