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Olinad Veterano |
# jul/04
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LeandroPanucci
hum, entao vc muda bastante, vc pensa com 7 menor, eu ja toco com 7 maior mesmo,eu simplesmente elevo meio tom acima a tonalidade e depois volto ao normal,mas deve ficar bem da hora do seu jeito, tenho que experimentar. valeu meu caro :)
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cidbacam Veterano |
# jun/05
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Daí Caras,
Bom, não quero complicar, mas me batí muito até entender como usar as escalas em improviso numa base. Não encontrei uma regra clara de como usar as escalas. Somente conseguí aplicar as escalas da seguinte forma. Criei e gravei uma base no violão com 3 acordes. C, Am, G . Começei com uma escala de C (maior) improvisando aleatoriamente pela escala (em C) passando pelos 3 acordes. Ficou legal, mas algumas notas pareciam fora do tom, notei que ficava melhor deixar soar mais a Tonica (no caso C) e passar rapidamente pelas demais notas. Tornei isso uma regra (pra mim) e decorei mais alguns shapes (desenho) da escala maior para ter mais opções.
Depois na mesma base quando o playback estava tocando o C apliquei uma escala de C, quando o tom mudou para Am, apliquei uma escala em Am, quando o foi para o G apliquei a escala de G. Funcionou! mas a tonica deve sempre estar em destaque. Depois começei a decorar "licks" de outros guitarristas e apliquei estes licks sobre a mesma harmonia. Funcionou. Percebí que alguns destes licks não coincidiam com as notas da escala, mas funcionavam, descobri que foram feitos sobre escalas pentatonicas, egipcias, napolitanas e modos doricos... etc... mas só funcionavam se as notas fossem digitadas na sequencia, qualquer mudança na ordem das notas dos licks o solo saia do tom. Ainda não entendo exatamente o porque, sei que está ligado com o "campo Harmônico", e este estou estudando no momento.
O que quero dizer com tudo isso é que a teoria é importânte, mas o mais importânte é prestar atenção na harmonia e "imaginar" o solo antes de tocar, fica bem mais legal. As escalas, as digitações (shapes) e licks são fundamentais para fazer um solo legal e mesmo para tirar os solos das musicas. Outro ponto importante é o treino. Treinar os dedos para poder tocar "rápido" e "limpo", uma vez que hoje a maioria das músicas tem solos extremamente rápidos. Voce pode criar seus próprios exercícios a partir de shapes. Exercícios usando a escala cromática, na sequencia da escala, alternando os dedos ex.: dedo 1-2-3-4, dedo 1-2, 1-3, 1-4, 2-3, 2-4, 3-4 (este é porrada) em todas as cordas, alternando cordas na 6ª corda pulando para a 1ª corda, depois para a 3ª e assim por diante. Dá pra ficar semanas só brincando com o cromatismo. Um metronomo ajuda bastante no desenvolvimento da velocidade.
Estou aprendendo muito com as video-aulas do Kiko Loureiro. Vale a pena.
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Ozzy Moraes Membro Novato |
# jan/15
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Na escala Nordestina em C maior, tem as seguintes notas: C D E F# G A A#. Então os acordes vão ser esses só que sendo uns maiores e menores?
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SkyHawk Membro |
# jan/15
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A nível de, só do mar..... Em nível de.
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Ismah Veterano |
# jan/15
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Ozzy Moraes C D E F# G A A#
É uma escala exótica, geralmente derivada de modos gregos. Mas não existe uma escala nordestina, existem várias. Não parece estar escrita de modo correto, também, já que não se nomeiam A e A#, e sim A e Bb.
Em termos técnicos, essa escala é um lídio b7 (lídio com sétima bemol).
As tríades são:
C, D, Edim, F#dim, Gm, Am, Bb aug
Ultima vez que vi foi num bolero.
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Ozzy Moraes Membro Novato |
# jan/15
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Ismah o que seria o Bb aug? Seria SI bemol o que?
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LeandroP Moderador |
# jan/15
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Ozzy Moraes
Si bemol aumentado. Acorde formado pelas notas: Bb, D e F#.
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Denis Warren Veterano |
# jan/15
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Ozzy Moraes "Na escala Nordestina em C maior, tem as seguintes notas: C D E F# G A A#. "
Só uma pequena correção, chamamos o A# de Bb, assim a escala terá uma sétima menor. Fica assim:
C D E F# G A Bb
Essa escala é típica da música nordestina e é um dos modos da menor melódica de G.
Escala de G menor melódica: G A Bb C D E F#
Pode ser chamada de Mixolídio #4 (mais comum quando falamos de música nordestina), Lídio b7, ou ainda de Overtone. Sua sonoridade é tão comum dentro do estilo como o Mixolídio da maior e o dórico. Quando aplicamos a teoria da tensão compatível sobre o acorde dominante, essa escala também surge como solução, observe:
C7 possui as notas C, E, G e Bb.
1 tom acima de C será a nota D - Primeira tensão. 1 tom acima de E será a nota F# - Segunda tensão. 1 tom acima de G será a nota A - Terceira tensão.
Notas do acorde de C7 + 3 tensões = C D E F# G A Bb.
Campo Harmônico da escala de C Mixolídio #4:
Grau 1: C | C7 Grau 2: D | D7 Grau 3: Em(b5) | Em7(b5) Grau 4: F#m(b5) | F#m7(b5) | F#7(#5) Grau 5: Gm | Gm7M | Gm6 Grau 6: Am | Am7 Grau 7: Bb(#5) | Bb7M(#5)
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Filippo14 Veterano |
# jan/15
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Um adendo.
Analisando a Escala Nordestina, percebe-se que ela possui muitas notas em comum com a menor melódica/alterada. Portanto, para dar uma cara abrasileirada, basta usarmos a menor melódica sem a necessidade de utilizarmos a escala nordestina.
Para dar a sonoridade brasileira, acho que o mais importante é a RITMICA. O Swing brasileiro é fundamental, INDEPENDENTE da escala para que a sonoridade seja correta. Não digo que esse estudo rítmico tenha que ser antes ou depois do estudo das escalas, mas ele é fundamental, tem que acontecer.
Treinos interessantes para conseguirmos tocar com uma sonoridade mais rica na cultura brasileira:
-Treinar cromatismos de todos os tipos - Treinar a dinâmica de VOLUME na intenção das notas dadas nesses cromatismos ou melodias (Seria a diferença entre o Steve Morse e o choro brasileiro) - Treinar o ritmo harmônico dos estilos nacionais (aprender a tocar bossa, samba, choro, baião, frevo...) - Treinar o ritmo melódico tentando tocar a rítmica das melodias de músicas do Ernesto Nazareth, Tom Jobim, Luíz Gonzaga, entre outros, sem se importar primeiramente com as NOTAS, apenas a rítmica/swing da melodia - Aprender a aplicar arpejos e aproximações as suas melodias principais.
Ex:
-Você tem uma música em 4/4 e escolhe 4 notas para serem sua melodia principal para APENAS 2 compassos, todas as notas em mínimas.
- A partir dessas 4 iniciais, você começa a pensar em notas que poderiam ligá-las, notas que antecedam a melodia principal, com isso você começa a pensar sempre em 3 notas + 1principal, sendo essas notas de chegada para a nota principal. Com isso você passa a ter 16 notas em semicolcheias. Essas notas de passagem podem ser arpejos ou/e cromatismos.
- Comece a treinar a dinâmica de volume, dando enfase na sua melodia principal, mas tomando cuidado para todas terem o mesmo tempo de duração, apenas a intensidade mudar.
- Faça isso com escala menor natural, escala menor harmônica, escala menor melódica, escala nordestina.....
Enfim, um dos segredos da música brasileira é não estar preso a apenas um tom, misturar essas escalas e tonalidades, aliados a esse treino de aproximação das notas e ao treino de swing farão com que você possa criar melodias mais lentas e swingadas, possa tocar com velocidade dando aquela cara característica do Brasil e possa dar a mudança de intensidade que nossa música necessita.
Posso ter saído um pouco do tema do tópico, mas foi para dar dicas de como aplicar essa escala nordestina e tantas outras para enfim conseguirmos tocar a nossa música nacional.
Abração
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LeandroP Moderador |
# jan/15
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Filippo14 Portanto, para dar uma cara abrasileirada, basta usarmos a menor melódica sem a necessidade de utilizarmos a escala nordestina.
A escala conhecida como "escala nordestina" é a mesma que a mixolídio #11 ou a lídio b7, que no fim das contas é uma mera inversão da escala "menor melódica".
O que eu costumo fazer é "ora usar a 4a aumentada, ora usar a 4a justa, sobre a escala X7". Tudo dependerá do meu senso melódico no momento.
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Filippo14 Veterano |
# jan/15
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LeandroP A escala nordestina está no campo harmonico da menor melódica no fim?
Pode crer, eu não li o que o Denis Warren tinha escrito, eu só olhei o b7 ahhahaah.
b7 para mim é a mesma coisa que 13ª, só que enarmonicamente. Par amim é b7; 7 e 7M, por isso a confusão.
Então esquece o que eu falei sobre a nordestina mesmo, deixa só os 3 CHs hahahaha. Lídio Dominante soa bem demais em música brasileira. Na realidade não só em música brasileira, mas em qualquer tipo de música, Scott Henderson usa a todo instante hahahaha.
Abração
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rcorts Veterano |
# jan/15 · Editado por: rcorts
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Muito bom o tópico. Aproveitei para dar uma sacada em elementos novos de teoria.
Mas cabe uma observação importante: cuidado para não generalizarmos "música brasileira" dentro de um modelo específico e restrito de campo harmônico e uso de escalas, porque "música brasileira" é muito vasta, tendo desde influências latinas, africanas e européias e em alguns casos até se aproximando parcialmente da música norte-americana.
Por exemplo, a música de raiz sertaneja utiliza praticamente a mesma base harmônica do Blues, composta pelo I7 - IV7 - V7, apesar de em sua estrutura rítmica se basear na música latina.
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LeandroP Moderador |
# jan/15
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rcorts
Eu percebo uma forte influência oriental nas músicas nordestinas. Algo tipo árabe ou indiano. Nesse caso não penso em escala propriamente, mas em 2as menores sobre os graus da tríade, o que provoca uma tensão característica interessante.
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rcorts Veterano |
# jan/15
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LeandroP Eu percebo uma forte influência oriental nas músicas nordestinas. Algo tipo árabe ou indiano
É, tem uma ligação coerente nisso sim, porque a menor harmônica é vastamente empregada no Flamenco, que é um estilo influenciado pela música árabe, e da menor harmônica para a menor melódica a diferença é uma nota. Na verdade hoje eu tento enxergar as escalas menores como complementares.
Não sei se vou conseguir expressar exatamente como eu percebo, mas analisando as harmonias de algumas músicas que conheço e as frases sobre elas meio que percebi que a grande riqueza das escalas menores está justamente em utilizá-las em conjunto para criar progressões e linhas melódicas menos rígidas, modulantes, dentro de uma mesma música.
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LeandroP Moderador |
# jan/15
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rcorts
Penso da mesma forma em relação às escalas menores. É como algo complementar e a própria harmonia acaba dizendo o que pode ficar melhor.
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