Debate - Guitarras - O que falta?

Autor Mensagem
pedropohren
Membro Novato
# mai/15


Fala pessoal!

Buenas, meu nome é Pedro, sou gaúcho e luthier há algum tempo... Não muito, mas já foi o suficiente pra atiçar minha criatividade e me dar algumas idéias do que eu pretendo criar na área, mas foi ai que eu comecei a pensar no seguinte: Guitarras podem ser instrumentos, música, transcendência, uma das formas mais divinas que existem (na minha opinião), competindo apenas com o corpo de uma mulher (forma na qual são inspiradas desde sua criação), mas na atualidade, são produtos, mercadorias. E mercadorias dependem de um público. Então, eu gostaria de convidar TODOS que frequentam o fórum das guitarras para o seguinte debate:

Se considerar todos os modelos de guitarras existentes na atualidade, desde as marcas mais novas até as mais antigas, desde as mais ortodoxas, como Fender e Gibson, até as mais radicais, como Dean e B.C. Rich, as nacionais, como Tagima, as de som mais grave, como PRS, as que focam mais na aparência, enfim.

Se considerarmos TODAS as marcas, instrumentos, sonoridades, características, tudo que já foi feito em relação a este instrumento maravilhoso, O QUE AINDA FALTA FAZER? SE VCS PUDESSEM MUDAR ALGO NAS GUITARRAS QUE EXISTEM HOJE PRA QUE FOSSEM MAIS TOCÁVEIS PRA VCS PESSOALMENTE, OQ SERIA?

Todas as respostas vão ser consideradas. Mas só peço um favor: Vamos tratar isso como um debate saudável, não como uma discussão sobre o que é melhor ou pior ou mesmo como uma pesquisa de mercado. Tranquilis? ^^

GuilhBuchanan
Membro Novato
# mai/15
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Homem, tu me pegou. Eu não sei. Realmente, eu não sei.

JJJ
Veterano
# mai/15
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pedropohren
O QUE AINDA FALTA FAZER?

Essa é a pergunta de um milhão de dólares, caro colega... Todas as grandes fábricas de guitarras - e não só as de guitarra! - se perguntam, a cada nova linha a ser planejada, o que fazer pra inovar e conseguir se manter (ou entrar) no topo das vendas.

O que falta fazer ainda não foi inventado. Boa sorte pra ser você o inventor de alguma boa novidade!

Ismah
Veterano
# mai/15
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pedropohren

Bem vindo "vizinho"...

O QUE AINDA FALTA FAZER?

Essa é a pergunta de um milhão de dólares[2]

SE VCS PUDESSEM MUDAR ALGO NAS GUITARRAS QUE EXISTEM HOJE PRA QUE FOSSEM MAIS TOCÁVEIS PRA VCS PESSOALMENTE, OQ SERIA?

Sair do padrão. Hoje não se vê mais guitarras acessíveis, que não seja volume, tone e chave seletora.

Veja a Gibson Melody Maker/LP Jr Joann Jett... A guitarra tem 1 humbucker, e uma gama enorme de possibilidades... Eu tenho um "tremolo" na altura da mão com o uso do kill switch...

Alguns projetos que tenho em mente - se for isso que te fará milionário favor depositar apenas 10mil na minha conta, ou terás que ir pro céu longe de todos os ídolos do rock, cantar só música sacra o dia todo (ZOEIRA).

- Eliminar o botão de volume, colocando uma chave de "base" e "solo"

Um resistor em linha (base) ou nada (solo) alterando o ganho. Claro que isso exige um captador de saída alta, e um amp ou pedal que possibilite isso.

- Alterar o sistema de cabos para sistema um balanceado

Simplesmente embutir um DI (passivo ou ativo é a incógnita), e mandar isso por um cabo ou wireless até o pedal board. E permanecer com um sinal de baixa impedância (evita perda de sinal) e balanceado (evita ganho de ruídos)

- Trabalhar com o captador em push-pull

Acredito que ele já trabalhe assim, mas um dos lados é mandado pro terra.
Seria simples de fazer, bastaria um amplificador 1:1, em um dos sinais.

rcorts
Veterano
# mai/15
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pedropohren

Como bem falou o JJJ, essa é a pergunta de 1 milhão de dólares.

Eu pessoalmente descobri há um certo tempo que um quesito de tocabilidade pra mim é a parte superior do corpo da junção com o braço (aquela onde tradicionalmente se instalam as chaves de captadores nas Les Pauls). Quanto mais próximo da 22ª casa essa junção fica mais aumenta o meu acesso às últimas casas das cordas superiores. Pensando por esse quesito eu prefiro às stratos em vez das Lespas, as teles em vez das stratos, e certamente os modelos Flying V ou Explorer.

krixzy
Veterano
# mai/15
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Substituir a madeira por algum tipo de material mais barato, mais leve e capaz de proporcionar uma sonoridade próxima ou melhor que a madeira, assim seria reduzido o desmatamento, mais barato, e teríamos instrumentos mais leves e confortáveis.

Rachmaninoff
Veterano
# mai/15
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Guitarra é um instrumento musical que chegou no seu limite evolutivo. Qualquer mudança vai ser mais do mesmo. Se procura inovar, invente um instrumento radicalmente diferente.

rcorts
Veterano
# mai/15
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Rachmaninoff

Desculpe meu caro. Discordo. "Tudo vale à pena se a alma não é pequena" - autor desconhecido (sinceramente, não conheço o autor, kkkkk)

Os luthiers que fabricam violões começaram recentemente a fabricar com tampo composite, escala elevada e arm guard. E em termos de abrir espaço para inovações, violões são muito mais "limitados" do que guitarras.


pedropohren

Eu sempre imaginei uma guitarra com uma placa de pedaleira embutida. Aí teria 2 saídas: uma convencional (que o sinal não passasse pela placa), e outra pela qual o sinal passasse pela placa. E com uma saída USB para editar os efeitos por computador.

Mas sei lá, já deve haver algo assim né.

lehnox
Veterano
# mai/15
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uma guitarra de custo razoável com uma saída usb realmente seria uma boa

makumbator
Moderador
# mai/15
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rcorts
Eu sempre imaginei uma guitarra com uma placa de pedaleira embutida

O problema disso é que pedaleira fica obsoleto rápido, ao contrário de um instrumento musical tradicional.

entamoeba
Membro Novato
# mai/15
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Faltam desenhos não-convencionais bem feitos!

Não aguento mais ver Les Paul e sempre achei as Strato feias...

SkyHawk
Membro
# mai/15 · Editado por: SkyHawk
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Novos materias e instrumentos de altíssimo custo x benefício, ou seja coisa barata e que seja realmente boa em termos de acabamento, tocabilidade e timbre. Não precisa de luxo, inlays, metais dourados de altíssima qualidade, etc.... mas o básico, crú, muitíssimo bem feito.

A origem da coisa que se perdeu para o motor da indústria, ou seja deve ser muito simples e com um timbraço !!!! Tipo um captador só, ponte fixa, um volume, mas que arrepie até a alma ao mandar um Lá aberto, não precisa nem de verniz mas tem que ser de bom gosto e muito bem feita. Ou seja, algo que se eu soubesse fazer, construiria para mim, Hard Wood / Hard Tone, Crude and Raw, braço perfeito, trastes perfeitos, equilibrio balanceado (odeio neck dive), corpo sólido e Barato !!!!

O que a Esquire ou a Les Paul TV Yellow foram e não encontramos mais.

Fernando de almeida
Veterano
# mai/15 · Editado por: Fernando de almeida
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Rachmaninoff
Guitarra é um instrumento musical que chegou no seu limite evolutivo. Qualquer mudança vai ser mais do mesmo. Se procura inovar, invente um instrumento radicalmente diferente.

Fala fera ... Me permita discordar de vc ... Nada contra a sua pessoa, é somente minha opinião (que não necessariamente reflete a verdade).
Não creio que a guitarra chegou no seu limite evolutivo ...
Creio que, na verdade, guitarra chegou no seu limite de evolução "óbvias" e relativamente "fáceis" de se implementar (seja na mecânica ou na elétrica da guitarra) ...
Ao meu ver, as evoluções a partir desse momento, serão fora do óbvio, serão, mecanicamente e/ou eletricamente, complicadas de se fazer ... Exemplo (fraco) - Imagine uma ponte onde, com um ajuste de uma chave mecânica com trava de "N" posições, a afinação pudesse ser alterada (tanto para mais grave quanto para mais agudo) - ou seja teríamos afinações, como se fosse feita nas tarrachas, porém com o girar de uma chave (hoje isso existe eletronicamente nas Variax ou em pedais, porém o timbre é alterado) ...
Bom creio que eu não teria no momento idéias relevantes, mas se tivesse eu a usaria para mim ... hehehehe

Seja como for, o maior "problema" da guitarra, são os guitarristas - tudo que se fala em qualidade na guitarra (seja a guitarra, amplis e pedais), o pessoal sempre prefere o formato antigo, com os timbres antigos, e tudo como era antigamente ... Os guitarristas me parecem que são contra a evolução tecnológica da guitarra e seus acessórios ... tanto que tem um comentário que foi feito em um tópico que tratava sobre o "futuro das distorções" que foi exatamente assim: "O futuro das distorções está no passado." ...

Bom ... tópico interessante ... vamos ver como será o desenrolar ... ABR

Drinho
Veterano
# mai/15 · Editado por: Drinho
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pedropohren

Amigo, isso é uma pergunta realmente interessante.
Em termos de tocablidade, no meu ponto de vista não vejo muito o que melhorar, porque aprendi a tocar com tal guitarra e com o passar dos anos me adaptei a ela, principalmente quando estamos iniciando que não temos o critério muito preciso a tendencia é comprarmos uma coisa e nos adaptarmos a ela.
Os humanos se adaptam muito mais as guitarras do que as guitarras aos humanos, principalmente quando o poder de compra, possibilidade de experimentos e limitada.

Veja que curioso o caso, eu me considero um guitarrista bastante metido a besta porque gosto de me aventurar em várias ondas, mesmo que eu não toque bem, eu não ligo, sou até bastante cara de pau porque não me intimido com ninguém tocando do meu lado, seja um iniciante ou seja o frank gambale, contanto que eu faça meu sonzinho safado eu to feliz. Gosto muito da festa, da união que a música gera entre as pessoas. Tenho até violão de nylon onde esqueço a palheta e vou tocar coisas para essa linguagem....

Mas se eu for me taxar eu diria que o meu ponto forte é rock e pra ser bem específico Hard Rock Farofeiro, aquelas bandas que a turma se maquiava e colocava aquelas roupas ridiculas.
Normalmente pra esse tipo de som a gente vê que reinam as lespauls e as ibanez ou coisas parecidas.
Eu já tive lespaul, já tive jackson e guitarras desse tipo, mas as guitarras que pararam meu coração não em questões sonoras, mas em questão de ergonomia foram as fenders stratocaster dos anos 60 até 70, normalmente encontradas como reedições.
Pra mim nada é mais fácil de tocar, qualquer tipo de abordagem, seja rockeira, jazzistica, blueseira é possível com simpatia e facilidade, é como se sentir em casa de cueca na sala pra mim.
Então pra finalizar, não sei até que ponto é possível se melhorar uma guitarra em termos ergonômicos, pois realmente é como roupa, como eu te falei mesmo tendo tocado em um milhão de modelos a mais simpatica pra mim já tem 40 anos de concepção. Em termos estruturais, bem, conheço não tanto sobre isso, mas conversando com um luthier do qual fiz uma encomenda recentemente e me parece ser um cara com um entendimento acima do convencional, deu a entender que caras como john suhr e empresas como music man já possuem o que há de melhor em termos de concepção de instrumentos sólidos.
O que não tem no mercado é um instrumento VERDADEIRAMENTE versátil, um guitarra que seja capaz de soar, como a strato de srv, a tele do roben ford, a prs do santana, a lucille do bb king e a jackson do marty friedman.
E acho muito improvável que aconteça com formatos convencionais, mas caso você consiga isso, provavelmente você fique milionário!
Ah e talvez, fazer com que outros materiais (mais economicos e mais facil manipulção) se tornem um padrão de mercado.

SkyHawk
Membro
# mai/15
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Se fabricar uma dessas que descrevi com preço justo, pode reservar uma para mim !!!!

EuFemismo
Membro Novato
# mai/15
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Finalizar de uma vez por todas as "soldas", e que tudo seja substituido por conectores fáceis de manusear e arrumadinhos. E um novo sistema de terra.

kzumoable
Veterano
# mai/15
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Fazer uma guitarra de nivel profissional a custo acessível... tipo, por menos de mil reais...

Rachmaninoff
Veterano
# mai/15
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Rachmaninoff
Guitarra é um instrumento musical que chegou no seu limite evolutivo. Qualquer mudança vai ser mais do mesmo.

rcorts
Desculpe meu caro. Discordo. "Tudo vale à pena se a alma não é pequena"

Fernando de almeida
Fala fera ... Me permita discordar de vc ... Nada contra a sua pessoa, é somente minha opinião

Sem bronca, não há problema em discordar. Continuo achando que a guitarra já chegou no seu limite evolutivo, assim como o violino é o mesmo há séculos, somente com variações menores (comprimento e ângulo de escala, materiais, etc). Acho que as últimas guitarras realmente inovadoras foram as Parker Fly, que já têm mais de 20 anos. Duvido aparecer algo inovador.

Nanten
Veterano
# mai/15
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EuFemismo
A mallagoli já fez isso, e provavelmente nem foi a primeira; procure pelos kits solderless deles.

rhoadsvsvai
Veterano
# mai/15 · Editado por: rhoadsvsvai
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penso um pouco diferente, guitarrista é um bicho conservador e teimoso pra k7, e sempre foi assim.

o ideal seria algo novo em essência mas disfarçado de vintage.

boblau
Veterano
# mai/15
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pedropohren

O que falta é uma guitarra onde a madeira do corpo não interfira no timbre.

Peguei pesado????

pedropohren
Membro Novato
# mai/15 · Editado por: pedropohren
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Opa! Fico feliz que rendeu a discussão! Que continue assim por um bom tempo! ^^

Maas, vamos lá...


Essa é a pergunta de um milhão de dólares, caro colega...

E estamos aqui para respondê-la. ;)

(Até porque, nem o Seymour conseguiu responder (Fiz a pergunta na página da Seymour no face e os caras se fizeram de salame... Falaram, falaram, mas n disseram NADA do que eu pretendia ouvir.)


Bem vindo "vizinho"...

Fala che! De onde? :P


Sair do padrão. Hoje não se vê mais guitarras acessíveis, que não seja volume, tone e chave seletora.

Veja a Gibson Melody Maker/LP Jr Joann Jett... A guitarra tem 1 humbucker, e uma gama enorme de possibilidades... Eu tenho um "tremolo" na altura da mão com o uso do kill switch...

Alguns projetos que tenho em mente - se for isso que te fará milionário favor depositar apenas 10mil na minha conta, ou terás que ir pro céu longe de todos os ídolos do rock, cantar só música sacra o dia todo (ZOEIRA).

- Eliminar o botão de volume, colocando uma chave de "base" e "solo"

Um resistor em linha (base) ou nada (solo) alterando o ganho. Claro que isso exige um captador de saída alta, e um amp ou pedal que possibilite isso.

- Alterar o sistema de cabos para sistema um balanceado

Simplesmente embutir um DI (passivo ou ativo é a incógnita), e mandar isso por um cabo ou wireless até o pedal board. E permanecer com um sinal de baixa impedância (evita perda de sinal) e balanceado (evita ganho de ruídos)

- Trabalhar com o captador em push-pull

Acredito que ele já trabalhe assim, mas um dos lados é mandado pro terra.
Seria simples de fazer, bastaria um amplificador 1:1, em um dos sinais.


Cara, a grana eu não digo, mas se eu conseguir colocar isso em prática, te mando um exemplar ^^


Eu pessoalmente descobri há um certo tempo que um quesito de tocabilidade pra mim é a parte superior do corpo da junção com o braço (aquela onde tradicionalmente se instalam as chaves de captadores nas Les Pauls). Quanto mais próximo da 22ª casa essa junção fica mais aumenta o meu acesso às últimas casas das cordas superiores. Pensando por esse quesito eu prefiro às stratos em vez das Lespas, as teles em vez das stratos, e certamente os modelos Flying V ou Explorer.

Valeu pelo aviso cara, essa era uma das coisas que eu já vinha pensando há algum tempo. Até que casa eu posso chegar pra melhorar o acesso às casas mais remotas no braço, tirando das medidas de tróculo apenas o que não prejudique a pegada ou a estabilidade do braço?

Substituir a madeira por algum tipo de material mais barato, mais leve e capaz de proporcionar uma sonoridade próxima ou melhor que a madeira, assim seria reduzido o desmatamento, mais barato, e teríamos instrumentos mais leves e confortáveis.

Cara, já vi violões assim, a Eagle faz. Visualmente, não me agradei muito não. Mas não cheguei a tocar, então, é algo a se considerar. Outra, meu mestre (o cara que me iniciou na luthieria) uma vez me disse que o acrílico tem acústica, pode ser usado como tampo ou lateral em violões. Mas eu (in)felizmente sou um defensor da manutenção do uso da madeira nos instrumentos de cordas, e duas simples razões. Uma, que de todas as profissões que trabalham a madeira, o luthier é o que menos prejudica a natureza com seu ofício, derube UMA árvore pra ele e ele terá matéria príma por MUITOS anos... E a segunda, é que a madeira possui propriedades únicas de filtragem nas vibrações das cordas (fator que justifica a sua influência no timbre do instrumento), além de ser a grande responsável pelo quesito estético de um instrumento.


Guitarra é um instrumento musical que chegou no seu limite evolutivo. Qualquer mudança vai ser mais do mesmo. Se procura inovar, invente um instrumento radicalmente diferente.

Cara, já pensei em várias modificações, algumas até bizarras, mas voltei atrás quando entendi uma coisa (que aliás, é um dos maiores mantras do Jimmy Page): para entender a guitarra, é necessário entender uma mulher. Seu corpo tem curvas. Desde a criação, o instrumento respeita essas curvas. Desde a criação, inclusive, o instrumento dita aquela que seria e que é, até hoje, para nós homens, e me corrijam se estiver errado, a forma ideal para o corpo de uma mulher. Não é à toa que Mamonas cunharam a famosa expressão "corpão violão"... Mas o fato é: existem muitas mulheres no mundo. Diferentes corpos. Diferentes gostos. Diferentes aparências. Mas em todos os casos, há o respeito pela simetria do corpo da mulher. Mesmo nas mais retas (que na minha opinião, acabam dando origem às guitarras de formato mais ortodoxo, como uma V ou uma Explorer (que ainda respeitavam mais a idéia de curvas do que muitos designers respeitam hoje)) nota-se a simetria corporal. No momento em que eu entendi essa conexão com o corpo feminino nos instrumentos de cordas, foi que eu percebi que é perfeitamente possível criar novas combinações, novas formas, e porque não, novos clássicos. Basta respeitar a simetria "divina", por assim dizer, que regra seus corpos tanto quanto regra o de uma mulher.


Eu sempre imaginei uma guitarra com uma placa de pedaleira embutida. Aí teria 2 saídas: uma convencional (que o sinal não passasse pela placa), e outra pela qual o sinal passasse pela placa. E com uma saída USB para editar os efeitos por computador.

Mas sei lá, já deve haver algo assim né.


Já existe sim, inclusive o guitarrista do Imagine Dragons utiliza uma guitarra que se encaixa exatamente nessa descrição.

uma guitarra de custo razoável com uma saída usb realmente seria uma boa

A Behringer já fez. Não sei vocês, mas não consigo achar as Behringers caras. E já usei outros produtos da Behringer, e fazem jus à reputação da terra de onde vieram... A mesma que nos meteu um 7x1... Kkk

O problema disso é que pedaleira fica obsoleto rápido, ao contrário de um instrumento musical tradicional.

As guitarras fabricadas em 60 ou 70 são as únicas coisas que conseguem me fazer sentir nostalgia de uma época em que o Brasil era governado sob regime ditatorial. ;)

Faltam desenhos não-convencionais bem feitos!

Não aguento mais ver Les Paul e sempre achei as Strato feias...


E porque ficaram tão famosas? Porque dentre todas as guitarras famosas, são as únicas em que se respeitou as curvas que devem ter...

Novos materias e instrumentos de altíssimo custo x benefício, ou seja coisa barata e que seja realmente boa em termos de acabamento, tocabilidade e timbre. Não precisa de luxo, inlays, metais dourados de altíssima qualidade, etc.... mas o básico, crú, muitíssimo bem feito.

A origem da coisa que se perdeu para o motor da indústria, ou seja deve ser muito simples e com um timbraço !!!! Tipo um captador só, ponte fixa, um volume, mas que arrepie até a alma ao mandar um Lá aberto, não precisa nem de verniz mas tem que ser de bom gosto e muito bem feita. Ou seja, algo que se eu soubesse fazer, construiria para mim, Hard Wood / Hard Tone, Crude and Raw, braço perfeito, trastes perfeitos, equilibrio balanceado (odeio neck dive), corpo sólido e Barato !!!!

O que a Esquire ou a Les Paul TV Yellow foram e não encontramos mais.


Bom, eu havia pensado em algo que faça exatamente o contrário: ao invés de se focar apenas na qualidade para fazer um produto que soe bem e foda-se o luxo, tentar levar o luxo ao consumidor por um preço melhorzin... Mas talvez seja realmente isso que falta... Algo crú, verdadeiro... Valeu, Sky!!! ^^

Exemplo (fraco) - Imagine uma ponte onde, com um ajuste de uma chave mecânica com trava de "N" posições, a afinação pudesse ser alterada (tanto para mais grave quanto para mais agudo) - ou seja teríamos afinações, como se fosse feita nas tarrachas, porém com o girar de uma chave

Fernando, isso de certa forma já existe, com um sistema chamad Tronical Tune: é uma maquininha criada por uma empresa chamada Tronical, que fica colada no seu headstock, em contato direto com as tarraxas, e basta tu dedilhar as cordas uma vez e o sistema as afina, na afinação que tu quiser. Ou seja, para mudar a afinação inteira, sem absolutamente nenhuma perda timbral, basta apertar um botão. Mas ainda é preciso levar a mão até o headstock pra fazer isso... :P

O que não tem no mercado é um instrumento VERDADEIRAMENTE versátil, um guitarra que seja capaz de soar, como a strato de srv, a tele do roben ford, a prs do santana, a lucille do bb king e a jackson do marty friedman.
E acho muito improvável que aconteça com formatos convencionais, mas caso você consiga isso, provavelmente você fique milionário!
Ah e talvez, fazer com que outros materiais (mais economicos e mais facil manipulção) se tornem um padrão de mercado.


Itens que já estão na minha lista de tópicos a serem considerados para o instrumento há muito tempo! Já até tenho uma idéia de que madeiras usar... Maaas, como o mágico não revela seus truques... Me aguardem. Hehe


Finalizar de uma vez por todas as "soldas", e que tudo seja substituido por conectores fáceis de manusear e arrumadinhos. E um novo sistema de terra.

Soldas malfeitas nada mais são do que um acabamento porco. Mas se a solda for bem-feita e a guitarra der problema, provavelmente o fio e/ou o material da elétrica são de má qualidade (fio de cobre sem malha, feito nas coxas, que eles simplesmente por não poderem usar malha, colocam uma "capa" de químicos que deveriam proteger mas só empobrecem o sinal... Já encontrei muito disso em cabos nacionais... :/) Mas mesmo que seja necessário rever todo esse sistema, empresas como DiMarzio, Seymour, e talvez principalmente, EMG, já resolveram essa questão. A grande maioria de seus captadores vem com placas eletrônicas com conectores montadas embaixo deles, ao invés dos tradicionais fios de cobre para solda.

Fazer uma guitarra de nivel profissional a custo acessível... tipo, por menos de mil reais...

Se por "profissional" tu quiseres dizer "versátil e estável", é perfeitamente possível... É uma das coisas que contemplo ^^



Buenas, pessoal, até agora rendeu bem o que eu pretendia. Debate que segue!!! Mas um apelo que eu gostaria de fazer: Pouquissimos até agora falaram dos aspectos estéticos do instrumento. Como vocês preferem? Mais curvas, menos curvas, Mais alongados, mais gordinhos, cutaways, visual clássico... Ou mesmo algo que esteja na cabeça de vocês, mas que ainda não tenha sido feito? Evoco seu conhecimento!!! :P

pedropohren
Membro Novato
# mai/15 · Editado por: pedropohren
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O que falta é uma guitarra onde a madeira do corpo não interfira no timbre.

Peguei pesado????


Cara, a madeira não interfere no timbre, ela participa. Algo em torno de 80% do timbre de um instrumento vêm da captação, mais 15% da madeira, e os 5% restantes são repartidos entre elétrica e ferragens... Perceba que a participação da madeira é significativa, porém pequena... E acredito que isso aconteça porque ela é um dos primeiros determinantes timbrais do instrumento... A primeira coisa dentre todas são as cordas, pois cordas de grossuras diferentes e de materiais diferentes terão vibrações diferentes... Segundo, porque a maneira como elas são dedilhadas e apertadas absorverá algo de seu timbre (coisa muito pequena) e determinará a forma como elas vibrarão (se muito amplamente, se mais lentamente, etc.). Uma vez dedilhada, a corda começa a vibrar, e ai sim, a madeira participa. A madeira, como um isolante, vai "filtrar" certas características vibratórias da corda, que serão absorvidas para a própria madeira do corpo. Dependendo da madeira, filtrará médios, graves, agudos, fará com que vibrem menos, dará mais liberdade pra vibrarem mais, etc... E lembrando sempre que o captador não "capta" realmente som nenhum, ele tem seu campo eletromagnético distorcido pela vibração dessas cordas... A MESMA vibração que a madeira absorveu. A partir daí, o resto é conhecido por todos... A vibração é amplificada pela bobina, vai pra elétrica, que regula e amplifica mais, e ai sai do instrumento e vai pra amplificação "real", por assim dizer. Mas dessa forma, amigo, se a madeira não estiver ali pra absorver vibrações, não vai haver nada que contenha o ganho da captação ou filtre características indesejadas no som do instrumento...

Amigo, minha opinião sincera: ao invés de querer abolir as madeiras, procure uma que evoque o som que mais lhe agrade. Afinal, vivemos num país onde as mesmas são absolutamente abundantes. E aproveite, pois como eu sempre digo: Não existem madeiras ruins. Existem madeiras com diferentes abordagens e tons únicos de cada uma. Afinal, elas não são criadas pelo homem para correrem o risco de serem insatisfatórias... :P

(P.S.: ao Bertola e Seiji, me corrijam se estiver errado... kkkkk)

Ismah
Veterano
# mai/15
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undefinedpedropohren
Fala che! De onde? :P

De casa :P
Resido em Bom Princípio, mas to sempre na rua com banda. kkk

para entender a guitarra, é necessário entender uma mulher. Seu corpo tem curvas. Desde a criação, o instrumento respeita essas curvas

Andas meio vidrado nessa ideia... Não sei se é tão válido rsrs

boblau
Veterano
# mai/15 · Editado por: boblau
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pedropohren

grato por sua resposta elucidativa.

Em nenhum momento sugeri abolir madeiras, sugeri uma guitarra onde a madeira não interfira no timbre.

E a sua resposta foi a que eu esperava de um luthier e que bate com mais uns poucos aqui, como eu, que percebe a diferença de timbres em função da madeira utilizada numa guitarra elétrica de corpo sólido.

É que tem uns videozinhos muito sem noção de youtube que tentam determinar que a madeira não influencia em nada o som de uma guitarra de corpo sólido. Na sua resposta ficou claro que é IMPOSSÍVEL fazer uma guitarra elétrica onde a madeira não participe/interfira no timbre.

Parabéns!

entamoeba
Membro Novato
# mai/15
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pedropohren
E porque ficaram tão famosas? Porque dentre todas as guitarras famosas, são as únicas em que se respeitou as curvas que devem ter...

Foi por isso que ficaram famosas? Sei não, heim?! Mas já saquei que a tua ideia não era debater a forma. Deixemos isso quieto.

boblau
ficou claro que é IMPOSSÍVEL fazer uma guitarra elétrica onde a madeira não participe/interfira no timbre.

Só uma ressalva: numa guitarra de plástico a madeira não interfere no timbre e guitarras de plástico são possíveis!

rcorts
Veterano
# mai/15
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makumbator

Por isso eu falei na saída USB e na possibilidade de efeitos editáveis. Imagina uma comunidade de softwares livres onde a galera esteja sempre realizando experiências em novos timbres e tipos de efeitos e compartilhando esses arquivos. Isso já existe para vários modelos de pedaleira, mas o cara precisa ter o equipamento da marca X para usar os patchs.

Mas o mais legal mesmo seria a comodidade de poder usar vários efeitos de modulação saindo diretamente da guitarra, sem precisar conectar com cabos e mais cabos uma pedaleira ou uma cadeia de pedais. Ah. O uso que pensei seria mais para estudo e diversão.


. Para shows vale mais a pena um set de chão ou racks mesmo.

Buja
Veterano
# mai/15
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Pra mim falta existir guitarras mais tecnologicas. Claro, nao deixa de existir as classicas, que alias eu amo, mas o piano por exemplo "evoluíu", surgiuo teclado. E nao existem so pianos digitais. Existem workstation, sintetizadores, arranjadores, controladores, enfim, nao é minha área, mas existem uma infinidade de opcoes.

Para as cordas tambem, existem uma infinidade de pedais, pedaleiras, que tem timbres desde filters até mega distorcoes. Mas a guitarra é isso que vemos hoje, se muda alguma coisa, são detalhes. Uma fender tem um roland gr55 imbutida. Outra ibanez tem um sistema true temperament, outra ja tem um knobzinho que faz isso ou aquilo. São mudancas, mas nada gritante.

Pra mim a guitarra falta ter opcoes, mas timbres, mais usabilidade. A guitarra hoje é incrível, perfeita para o que se propoe, mas se falta algo, ser mais "tecnologica". Bom, talvez se trasformaria em outro instrumento até, e já nao seria mudanca.

MMI
Veterano
# mai/15
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pedropohren

Minha opinião... Sinceramente acho que falta muito para a luthieria nacional de forma geral. Faltam referências, mestres, domínio do assunto no que se refere a guitarra, não a violões, que não é o assunto aqui.

Por um lado, o mercado aqui não exige excelência. A grande maioria quer apenas um guitarra melhor que as chinesas, chegando nas americanas, a um preço menor porque pagamos aqui muito caro. A excelência, o cara que faz ridiculamente melhor, não é buscada pelos consumidores de maneira geral e muito menos pelos luthiers. São raríssimos aqui os que buscam a perfeição e conhecimento. Entra aqui o pensamento compreensível, mas tacanho, do mágico que não ensina sua mágica.

As guitarras fabricadas em 60 ou 70 são as únicas coisas que conseguem me fazer sentir nostalgia de uma época em que o Brasil era governado sob regime ditatorial. ;)

Eu concordo em parte, a maioria das guitarras dos anos 70 são piores que as atuais, afinal a CBS e a Norlin foram períodos negros na história da Fender e Gibson. O filé está nas décadas de 50 e 60.

Um início dessa busca por excelência que me refiro seria buscar as melhores pré-CBS e pré-Norlin, e buscar seus segredos. As Custom Shop atuais não tem boa parte deles. Claro, é difícil ter acesso a elas e mais difícil ainda achar quem se disponha a permitir o estudo dos segredos. Mas estão lá, os colecionadores brasileiros ficam escondidos, mas existem muitos aqui.

Outra questão é que o mercado musical aqui é fraco e amador. Vejo advogados, engenheiros, médicos, administradores etc. (até músicos...) se utilizando do mundo globalizado e se aperfeiçoando pelo mundo afora. É absolutamente raro ver luthiers fazendo isso. Infelizmente o que mais vejo é luthier comprando um maple figurado e o pessoal vê a foto na net e comenta: "que guitarra linda, o cara é muito bom".

Acho que a partir do conhecimento profundo do tema, estudo e dedicação, o sujeito fica apto para atingir a excelência e inovação. Uma minoria absoluta aqui no Brasil já tem partido para isso, sei de uns 3 ou 4. Ainda tem espaço.

pedropohren
Membro Novato
# mai/15 · Editado por: pedropohren
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E a sua resposta foi a que eu esperava de um luthier e que bate com mais uns poucos aqui, como eu, que percebe a diferença de timbres em função da madeira utilizada numa guitarra elétrica de corpo sólido.


Pra perceber essa diferença é simples, basta tocar sua guitarra desplugada e perceber as características do som... ^^

Só uma ressalva: numa guitarra de plástico a madeira não interfere no timbre e guitarras de plástico são possíveis!

Se for pela possibilidade, tu pode fazer uma guitarra de pão se quiser :P Mas o plástico não timbra quase nada, e acaba que o instrumento fica tendo um som muito "genérico"... Não tem identidade sonora, qualquer um pode usar que vc n vai saber distinguir de quem é aquele som. Descontando, claro, a questão da captação, que como eu disse, responde pela maior parte do timbre do instrumento, mas quem cria o timbre é a combinação dos fatores, e eliminar um desses fatores só empobreceria o timbre do instrumento... :/

Foi por isso que ficaram famosas? Sei não, heim?! Mas já saquei que a tua ideia não era debater a forma. Deixemos isso quieto.

Não foi por isso que ficaram famosas, mas com certeza foi um dos fatores. Elas são proporcionais em suas curvas e formas, são bonitas de se olhar (eu ao menos acho), mas de fato ficaram enjoativas porque todo mundo só copia elas. :/

Por isso eu falei na saída USB e na possibilidade de efeitos editáveis. Imagina uma comunidade de softwares livres onde a galera esteja sempre realizando experiências em novos timbres e tipos de efeitos e compartilhando esses arquivos. Isso já existe para vários modelos de pedaleira, mas o cara precisa ter o equipamento da marca X para usar os patchs.

Mas o mais legal mesmo seria a comodidade de poder usar vários efeitos de modulação saindo diretamente da guitarra, sem precisar conectar com cabos e mais cabos uma pedaleira ou uma cadeia de pedais. Ah. O uso que pensei seria mais para estudo e diversão.


Pra mim falta existir guitarras mais tecnologicas. Claro, nao deixa de existir as classicas, que alias eu amo, mas o piano por exemplo "evoluíu", surgiuo teclado. E nao existem so pianos digitais. Existem workstation, sintetizadores, arranjadores, controladores, enfim, nao é minha área, mas existem uma infinidade de opcoes.

Para as cordas tambem, existem uma infinidade de pedais, pedaleiras, que tem timbres desde filters até mega distorcoes. Mas a guitarra é isso que vemos hoje, se muda alguma coisa, são detalhes. Uma fender tem um roland gr55 imbutida. Outra ibanez tem um sistema true temperament, outra ja tem um knobzinho que faz isso ou aquilo. São mudancas, mas nada gritante.

Pra mim a guitarra falta ter opcoes, mas timbres, mais usabilidade. A guitarra hoje é incrível, perfeita para o que se propoe, mas se falta algo, ser mais "tecnologica". Bom, talvez se trasformaria em outro instrumento até, e já nao seria mudanca.


Basicamente, o que vocês estão sugerindo seria uma guitarra 100% eletrônica com um sistema open source. Isso poderia definitivamente ser produzido... Eu não havia pensado a coisa nessa magnitude ainda, até porque eu não manjo de programação pra criar o software... :/

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