Amadurecimento musical (parte um) Condição social

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    killeryoda
    Membro
    # mar/15


    Boa noite pessoal do FCC, como o post inicial ficou muito longo eu o fragmentei em 3 partes, essa é a primeira.
    Antes de falar sobre amadurecimento vou falar um pouco da minha história e experiências no mundo da música:
    De inicio, la pelos 12 anos eu queria muito aprender a tocar guitarra, mas devido a condições sociais e até um certo preconceito por parte da minha mãe ( já vou fazer 18, passei em alguns vestibulares e curso eng mecânica na UFPA e ela ainda tem medo que eu "largue tudo para ser músico") só pude ter algumas aulas e ganhar meu sonhado violão aos 14, tive aulas, apesar de ter sido muito básico, e depois de um ano minha primeira (e única) guitarra, uma cort cr100, bom, aprendi muitas coisas com a cort e um amplificador roland 15xl, depois de um tempo ganhei uma pedaleira e posteriormente um vox wah-wah.
    Agora falando dessa dosagem de tempo entre um equipamento e outro: isso foi muito bom para min, usando só a guitarra e distorção do amplificador eu aprendi a usar da melhor forma o que tinha e a dar valor na pedaleira, ao wah wah, parece besteira mas muita gente já começa com tudo na mão e acaba se perdendo, não explora todo seu potencial (mesmo que seja só a guitarra ligada no clean) e acaba na mesmice de “colocar tudo o 12” e o som, mesmo que seja uma Gibson ligada num plexi, vai sair horrível.
    Como eu tinha alguns amigos que também tocavam, eu sempre ia para alguns ensaios com essas pessoas, alguns deles tinham guitarras muito boas, de 3 ou 4 mil reais, mas no final das contas plugavam ela numa zoom g2, e um meteoro nitrous drive... Trágico! Esse é um erro que muitos iniciantes (e alguns profissionais) cometem, dão valor na guitarra e se esquecem do resto, tocam com o que tem por lá, as vezes chegam a plugar suas gibsons e fenders em caixas multiuso, enfim... Esses supostos parceiros de banda eram pessoas boas, mas péssimos músicos: desorganizados, desleixados, irresponsáveis, competiam por volume, se exibiam muito, não chegavam num consenso e nunca conseguiam tocar em harmonia. Também toquei com pessoas que nem sequer tinham um instrumento, não sabiam tocar direito e ainda assim, eram músicos bons, tinha humildade, união, quando erravam davam uma gargalhada e começavam tudo de novo, e por ai vai. No final das contas eu me divertia muito mais tocando com os músicos pobres que com os ricos.
    Percebam que eu citei dois grupos relacionados à classe social e aparentemente os melhores músicos nem tinham condições de comprar um instrumento.

    Strato.Freitas
    Membro Novato
    # mar/15
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    killeryoda

    Cara, eu te entendo kkk... Quando eu comecei a tocar também era mais o menos assim, só que meu equipamento era muito pior e agora só que esta começando a evoluir. Estou com uma Memphis Stratocaster, minha primeira Guita; agora estou com uma Dolphin Telecaster de 89 e um amp Meteoro Demolidor FWG-50. Só minha pedaleirazinha que eu tenho que trocar logo, é uma zoom G1XL. Mas ainda sim, não me sinto completo... e acho que só vou me sentir assim depois que conseguir um amp Fender e uma Strato Fender e uns pedais Boss. E de reserva um Marshall com uma Les Paul Gibson hehe

    Filippo14
    Veterano
    # mar/15
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    killeryoda

    Cara, eu acho que isso é variável. Vejo caras aqui no fórum que tem muita grana e conseguem timbres muito bons com equipamento bom e outros que não tem tanto e conseguem da mesma forma.

    Timbre a pessoa até compra, timbragem não. Mas não tem como definir isso, separar as pessoas. Existe de tudo, mas ainda acho que isso vem da vivência, o cara podia tocar a 1 mês e ter condições de ter uma Fender e outro que nem instrumento tinha, mas tocava a mais tempo e tinha um talento inicial maior.

    Independente do setup, o jeito é treinar, treinar e treinar que tudo vem

    killeryoda
    Membro
    # mar/15
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    não era bem sobre isso que eu estava falando, era sobre como algumas pessoas, nesse caso na maioria de condição social mais avançada, por nao saber dar valor as coisas, acabavam se tornando músicos ruins, independentemente de timbre ou a qualidade indiscutível dos equipamentos que eles tinham em mãos, enquanto os mais humildes acabavam aproveitando ao máximo o pouco que tinham, com o bônus de serem bons músicos e boas pessoas, claro que não to falando que todo rico é esnobe, mas no final das contas isso se resumi a saber dar valor nas coisas, mesmo que nos suados 10 reais a hora que pagávamos, tinha toda uma organização por que ninguém sabia se ia ter dinheiro pro aproximo ensaio, ou mesmo a baqueta pra tocar, enquanto os que tinham mais dinheiro eram mais boçais entendem? isso acabava afetando a qualidade musical incrivelmente (para pior).e ai que entra a maturidade musical que esses jovens que brincavam de ter uma banda entrava, pra se ter uma noção eles decidiam as musicas que iam tocar na hora, mesmo sem saber o tom, tocavam tudo errado e ainda faziam cara de fodelão...

    Filippo14
    Veterano
    # mar/15
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    Então, mas o que eu quero dizer é que isso tem pouco a ver com renda em um contexto macro (geral). Isso vai da cabeça de cada um, você tocou com um grupo mais elitista que pensava dessa forma, era um grupo que era imaturo e tinha equipamentos bons. Da mesma forma que você conheceu um grupo de pessoas mais simples que se esforçavam para poder tocar da forma que você descreveu.

    A questão é que fica difícil de julgar as pessoas em uma totalidade dentro de um país ou até mundo que possui costumes, contextos, vivências e individualidades muito grandes de pessoa para pessoa ou grupo para grupo.

    O que você quis dizer no texto pelo que eu entendi é que você conheceu pessoas simples que tentavam ao máximo tocar bem mesmo com suas condições financeiras ruins, enquanto outros que não tinham esse problema e tinham equipamentos melhores tocavam mal ou de forma desleixada.

    E isso não é algo mensurável com o que você explicou, só isso. Existem casos e casos.

    Você deu o exemplo da guitarra cara + caixa multiuso/barata.

    Pense que se uma Fender fosse sua primeira ou segunda guitarra e que isso fosse um hobby bem tranquilo para você, é provável que você não desse atenção ao amp ou efeitos. Eu mesmo aprendi isso aqui no fórum, ninguém que eu conheça me falou isso.

    Muitas vezes falta vontade de conhecer sobre esse lado do som, eu começei a prestar atenção aos detalhes mais tarde. Começei com uma Epiphone Special + Amp Thor para baixo e tava feliz da vida. Comprei duas Epiphones bem melhores e realmente legais e continuei com esse amp. Não era desleixo com o dinheiro ou guitarra, sei lá, era falta de conhecimento, e admito, poderia ter pego um amp razoável logo nessa época. Tinha apenas pedais da Boss, gastei uma grana com pedais que não precisavam ser aqueles, erros e desleixos acontecem mesmo, mas se eu soubesse, eu teria feito diferente.

    Ninguém nunca me falou "Boss é mais ou menos, o que é bom é Strymon", eu fui atrás entende? Me dei como exemplo por que percebo algumas características em mim que eles tinham.

    Realmente a questão do ensaio é tenso, não ensaiar e tocar tudo errado a música e tal, mas isso vai de pessoa para pessoa e finalidade da música para ela. Eu sou perfeccionista, me cobro a ser assim com a guitarra, não aceitaria tocar dessa forma, mas se a pessoa curte tocar por tocar, que seja feliz, se achar que está arrasando melhor ainda, sai feliz ahahhaa.

    Não leve a mão meus comentários, é o só o meu ponto de vista.

    Abração

    killeryoda
    Membro
    # mar/15
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    entendo o que você disse, e também acho que esses erros são muito bons, errando se aprende, as vezes isso envole dinheiro mas fazer o que... Também concordo que não é obrigatoriamente isso que vai acontecer com todo mundo, mas no meu ponto de vista, é muito importante se ligar no que esta fazendo, pesquisar, ouvir opinião e ir em lojas testar tudo. Mas acho que as vezes as pessoas simplesmente se acomodam a ter a qualidade do equipamento em mãos e não necessariamente dedicar um (bom) tempo para aprender a mexer com isso tudo, inclusive vi um video agora do joe bonamassa tirando uns sons muito interessantes usando apenas guitarra e amp, claro, tudo num nivel profissional, mas ele acabou ilustrando meu ponto de vista sobre a importância de saber lidar com o equipamentoe nao simplesmente se confiar nos nomes...
    https://www.youtube.com/watch?v=ZkGCvLstPrE

    ele anda brinca falando que o knob de tone é o pedal esquecido que ja vem embutido na guitarra

    Filippo14
    Veterano
    # mar/15
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    killeryoda
    Eu ja vi e já postei aqui umas duas vezes esse vídeo ahahha, realmente é um recurso muito bom, apenas ressalvo que esse tipo de coisa funciona muito bem em amps muito dinâmicos e limpos (Fender e alguns antigos Marshalls). Se tentar fazer isso em um Mesa Boogie da vida, o som vai mudar, mas não dá forma como ele apresenta no vídeo. Esses Lazy Js são amps muito dinâmicos, tem um crunch característico bem anos 60, mas que limpa bem com o volume, amp perfeito para o que ele quis mostrar.

    Lazy J amps


    Banda muito boa, e o guitarrista tira um puta timbre desse amp, muito foda hahahaha.


    Abração

    Tiso
    Veterano
    # mar/15
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    A Zoom G2 e o Nitrous Drive não são equipamentos ruins. As modulações da Zoom são muito boas - e algumas imitações de amp são bem razoáveis (Fender Clean, AC30 e Zoom Digital Fuzz). É uma questão de saber usar... Mas o preconceito com a marca é tão forte que ninguém leva a sério mesmo.

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