Só eu que não entendo o Jazz?

Autor Mensagem
guizimm
Veterano
# jan/13


Principalmente os mais rapidos, eu tento mas não consigo ver sentido naquele monte de notas dissonantes, aos meu ouvidos parece que o cara esquece tudo e vai tocando qualquer coisa.
Outro dia eu fui num barzinho em ubatuba que tinha um pessoal tocando esse estilo, puta som, mas na parte do solo o cara começo a viaja e eu simplesmente não vi sentido naquilo, parecia que não tinha nada a ver com a música, mas ao mesmo tempo combinava.

Isso acontece com mais alguém?
(Aos jazzistas do fórum, sintanse a vontade para falar o que quiserem)

kiki
Moderador
# jan/13
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guizimm
pode ser que o seu ouvido não está acostumado a esse tipo de som; ou que o cara fosse um grande embromador; ou as duas coisas
=p

eu particularmente acho que as vezes o virtuosismo no jazz - assim como em outros estilos - passa do ponto, tornando-se um embolado técnico sem musicalidade. tipo aqueles solos fritativos bululululu (vão me matar agora).

mas isso não é o jazz, é uma de suas linhas.
jazz é tão amplo como o rock.

alv2707
Veterano
# jan/13
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É tipo quando o Malmsteen sola. Tem gente que não vê sentido e tem gente que gosta. Acho que o que te causa estranheza é sua "experiência" no estilo. Se você ouve regularmente e gosta acha natural senão parece "feio", "não musical", etc.

Lelo Mig
Membro
# jan/13 · Editado por: Lelo Mig
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guizimm

Cara, isso acontece principalmente nos estilos "be bop" e similares, que se utilizam destes mesmos elementos, como algumas peças de fusion.

O gosto pessoal, ainda é o melhor norteador.

É preciso desmistificar alguns conceitos e ser honesto, existe muita babação de ovo, explico:

Assim como muitas vezes um shredder enfia um monte de notas por segundo, faz a maior fritação e não toca nada agradável, é preciso parar com este conceito de que "no jazz", não existe enrolação... existe sim, e muita.

Suponha que a famosa banda Banda X, chame o Lelo Mig, para uma jam? Aí eu vou lá, enfio um monte de dissonância e cromatismos e o povo vai dizer que eu não toco porra nenhuma e dei um monte de nota fora.

Aí, na sequência, vem o Pat Metheny, (não estou me comparando à ele, apenas citando exemplo) faz a mesma coisa e o povo diz que o cara é um gênio!

Como muitos sabem aqui, gosto muito de Jazz e MPB, mas nem por isso, vou defender que todo Shredder é um fritador sem sentido melódico, nem que todo jazzista é um gênio e sabe tudo, e que o povão que é burro e não pode assimilar aquela abstração.

Assim como em gêneros básicos e teoricamente fáceis, uma coisa vale pra todos os estilos e complexidades: Bom Gosto!

Eu acho o Yngwie Malmsteen um chato dukaraleo, gosto de poucas coisas dele.

Eu acho o Pat Metheny um chato dukaraleo, gosto de poucas coisas dele.

Sei que os "puristas" do Jazz vão me crucificar... mas existe muito "paga pauzismo" sim!

kiki
Moderador
# jan/13
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Lelo Mig
é isso aí, slowhands unidos!

(nunca descobri se sou um slowhand por que gosto desse tipo de som, ou se gosto desse tipo de som porque é o que consigo tocar)

Sei que os "puristas" do Jazz vão me crucificar... mas existe muito "paga pauzismo" sim!
pelo menos somos dois para serem linchados no fórum +_+

Scrutinizer
Veterano
# jan/13
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Eu acho o Pat Metheny um chato dukaraleo

Caramba, eu nunca pensei que isso sairia da boca de uma pessoa que gosta de jazz além da minha.

Não passo um dia sem me surpreender com as coisas da internet.
Agora só falta achar alguém que não gosta de Miles Davis.

Mas eu tenho que ressaltar que o problema nunca é tocar "rápido demais" ou "complexo demais", é sempre simplesmente a intenção da pessoa não combinando com o seu gosto (fritadores não tocam a menor harmônica em sextinas durante toda a música por acaso, eles sabem o que estão fazendo).

Bereta
Veterano
# jan/13
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Lelo Mig
kiki

pelo menos somos dois para serem linchados no fórum +_+

Somos 3. Apanhamos mas seremos sinceros =)

cafe_com_leite
Veterano
# jan/13
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Uma coisa que eu acho chato pra caramba no jazz é a bateria, pelo menos aqueles mais lentos, que o cara fica só relando na caixa e tocando no chimbal, ou nos pratos, é muito monótono.

guizimm
Veterano
# jan/13
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kiki
O cara tocava bem sim, teve uma hora que ele fez o acompanhamento de summertime que foi uma das melhores apresentações ao vivo que eu ja vi(não que eu tenha uma vasta experiencia), acho que eu não estou acostumado
alv2707
acho estranho isso de precisar se acostumar, a maioria das coisas que a gente gosta é de primeira
Lelo Mig
eu não tenho um gosto musical específico, e eu não me prendo a ele, quando eu ouço uma música, eu tento ser neutro e ver o que ela quer passar, só não consegui fazer isso com o jazz, só com aqueles mais lentos

guizimm
Veterano
# jan/13
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cafe_com_leite
tbm, acho que jazz não é o estilo favorito dos bateristas

Lelo Mig
Membro
# jan/13 · Editado por: Lelo Mig
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kiki

"... por que gosto desse tipo de som, ou se gosto desse tipo de som porque é o que consigo tocar"

Eu tinha a mesma dúvida, até o dia em que passei observar solistas de gêneros como chorinho e frevo, e de algumas peças eruditas. Foi quando eu me dei conta, que meu problema não era com quem toca rápido, mas com a falta de noção de necessidade, de dinâmica, de onde é necessário identificar que a música "pede" a rapidez.

Infelizmente a velocidade se tornou uma forma de exibir destreza, é o cartão de visitas "sou fodão"!

Mas é necessário e bem vindo nos momentos e estilos certos.

Pense nisso!





kiki
Moderador
# jan/13
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cafe_com_leite
Uma coisa que eu acho chato pra caramba no jazz é a bateria, pelo menos aqueles mais lentos, que o cara fica só relando na caixa e tocando no chimbal, ou nos pratos, é muito monótono.

haushaushasuhaus

isso eu gosto, da bateria com mais sutilezas...

Lelo Mig
Membro
# jan/13
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Scrutinizer

Amigo, temos muitas coisas em comum... acho que é por isso que você me odeia...hehehe

kiki
Moderador
# jan/13
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Lelo Mig
bem lembrado.
chorinho é um momento em que a velocidade é bem empregada, na grande maioria das vezes...

guizimm
Veterano
# jan/13
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legal, n tinha visto o pessoal compartilhar esse tipo de conhecimento

alv2707
Veterano
# jan/13
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guizimm
acho estranho isso de precisar se acostumar, a maioria das coisas que a gente gosta é de primeira

Se fosse por gostar de primeira eu provavelmente ia tá cantando as músicas da Eliana até hoje. kkkkkkkkkkkkk

Primeira vez que eu ouvi King Diamond era só gritaria, mas depois de um tempo ouvindo Iron Maiden, Judas Priest, Steelheart, etc... quando eu fui ouvir Mercyful Fate denovo, parecia alguém recitando uma poesia. hehehe
A questão é, continua sendo gritaria mas eu tô acostumado e gosto.

cafe_com_leite
Veterano
# jan/13
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alv2707
Se fosse por gostar de primeira eu provavelmente ia tá cantando as músicas da Eliana até hoje. kkkkkkkkkkkkk

Primeira vez que eu ouvi King Diamond era só gritaria, mas depois de um tempo ouvindo Iron Maiden, Judas Priest, Steelheart, etc... quando eu fui ouvir Mercyful Fate denovo, parecia alguém recitando uma poesia. hehehe
A questão é, continua sendo gritaria mas eu tô acostumado e gosto.

Exato, tem coisas que precisamos nos acostumar pra gostar, por ser totalmente ao contrário com oque estamos acostumados a ouvir, pode soar estranho, até que seu ouvido se acostume com aquilo.

guizimm
Veterano
# jan/13
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alv2707
cafe_com_leite
tem coisas que precisamos nos acostumar pra gostar, por ser totalmente ao contrário com oque estamos acostumados a ouvir, pode soar estranho, até que seu ouvido se acostume com aquilo.
pode ser

MMI
Veterano
# jan/13
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Eu já vou mais além. Acho que o Malmsteen, o Metheny, o Miles (tudo com M?) variam entre o brilhante e o péssimo, pelo menos aos meus ouvidos. Eu não diria que tudo deles é chato dukaraleo, tem muita coisa mesmo, mas tem coisas muito legais.

No fundo, seja fritação extrema, seja harmonia extrema, dodecafonismo, polirritmias ou o que for, quando passa do ponto, enche o saco (desculpe, mas é para falar português claro). E quando passa de um limite, começa a ser uma demonstração de domínio teórico ou técnico, uma exibição de música para músicos para dizer "eu sou foda, faço coisas que vocês não fazem", em detrimento de passar um sentimento, passar um recado, emocionar de alguma forma, o músico perdeu o controle. Até entendo, chegar num ponto de domínio de velocidade, de ritmo, de harmonia e de tudo mais que esses caras citados (e muitos outros) chegaram, custa muito, a ponto de soar natural os absurdos que eles fazem, que algumas vezes passam do natural sem perceber. Hoje tenho aversão de música para músicos...

Outra questão, um pouco diferente, para mim são as músicas que o vocal parece que é um arroto do começo ao fim, totalmente ininteligível. Acho que é meio "Gangnan Style" (não se entende nada), algo meio sem sentido para chacoalhar a cabeça, se firmar num gupo, neste caso mostrar revolta. Ainda assim, gosto de algumas coisas, não digo que tudo é chato dukaraleo, mas uma noção diferente da definição de arte musical.

Na realidade a coisa se resume aos excessos.

Abç

cafe_com_leite
Veterano
# jan/13
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MMI
Outra questão, um pouco diferente, para mim são as músicas que o vocal parece que é um arroto do começo ao fim, totalmente ininteligível. Acho que é meio "Gangnan Style" (não se entende nada), algo meio sem sentido para chacoalhar a cabeça, se firmar num gupo, neste caso mostrar revolta. Ainda assim, gosto de algumas coisas, não digo que tudo é chato dukaraleo, mas uma noção diferente da definição de arte musical.
Também não sou muito chegado em guturais e drives exagerados, mas um cara que faz um drive muito bom é o russel allen do Symphony X, acho legal a técnica dele, embora não seja um dos meus favoritos.

d.u.n.h.a.
Veterano
# jan/13 · Editado por: d.u.n.h.a.
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Acho que é mais questão de não gostar do que não entender.
O povo daqui tem tanto frenesi por jazz que parece que é o supra-sumo da músico, aquilo de melhor e mais complexo, o santo graal de um guitarrista. O estilo musical mais requintado, que exige tudo de um músico.
Não é bem assim não...

Pior ainda é quando vem com aquela papo "Mas voce é muito novo ainda, daqui uns anos voce vai gostar."
Porra, não gosta não gosta. Simples. Jazz não é nada de especial como alguns daqui que tem o rei na barriga acham que é.

victorg3
Veterano
# jan/13
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Acho muito interessante o debate que temos quanto a essas questões de entender algo. É fácil observar que hoje temos em todas as áreas da arte essa questão do subjetivismo e se o que se faz é realmente arte... na pintura o live painting e vários outros movimentos começaram a se distanciarem da massa, na arquitetura o neoconcretismo é outro exemplo, e na música temos também algumas vertentes do jazz e o dodecafonismo que causam mais polêmica.
É difícil dizer se entende-se uma música ou não, afinal só quem a fez realmente a sente; e mais difícil ainda é dizer se o outro realmente aprecia aquilo que ouve. Mas é fato que todos "amadurecemos" musicalmente ao longo das nossas vidas, passando a gostar de novos estilos e mudando-os cada vez mais com as nossas "próprias" ideias; chegando a um ponto em que a arte realmente se afastou do gosto popular mais do que nunca.
O que eu posso dizer é que nunca podemos dizer que algo é realmente ruim (afinal isso é questão de gosto e não é o seu ou o da maioria que determina o que é realmente bom) e não é porque um jazzista tem anos de estudos que ele expressa de maneira melhor (e o que seria melhor afinal?) seus sentimentos pela música do que um mero pagodeiro ou um guitarrista tecnicamente virtuoso e não é por isso também que ele possui um bom gosto (seja pelo tempo de estudo, seja pela dedicação e apreciação do estilo).
Alguns jazzistas podem se achar superiores a outros músicos e principalmente a fritadores, mas o exibicionismo teórico não se difere do técnico no quesito de qualidade e essa é a pura verdade. Se vc não entende um estilo, espere para ouví-lo de novo depois, quando vc perceber que já está gostando de novas coisas, diferentes do usual; pode ser que você tenha uma nova "visão" sobre ele ou pode ser que não, mas no fim isso não quer dizer nada sobre estilo, só sobre você.
Enfim tem muito mais coisas que eu gostaria de discutir aqui mas acho que já é suficiente por enquanto. Abraço.

eduardodff
Veterano
# jan/13
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Tudo em exagero é ruim:
Eu não curto muito Jazz, não compro Cds de Jazz, mas certos caras como Joe Pass eu escuto e acho massa, soa bem bossa-nova! Aquela loira que toca piano Jazz, esqueci o nome dela, também é bacana.
Andy Timmons por exemplo é um cara que frita na hora certa!
Fico de cara com os solistas de frevo e chorinho, os caras fritam muito e muitas vezes nem tem muito reconhecimento!

ALF is back
Veterano
# jan/13
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Tbm não curto esses hardcores extremos ai do jazz...se o negócio bagunça demais, a musicalidade vai pro espaço...concordo com o LeloMig e MMI...o jazz me agrada (assim como qualquer estilo) até aquele ponto, a linha tênue entre musica e cuequisse...o cara sair socando acidentes em um Monte de acordes semitonando até o baixo do aorde enquanto o baixo é outro q ta viajando sozinho em outro universo, e dos q termina a musica o piao vai explicar o porque daquela musica ser boa com bases teóricas...tem horas q musicas pra músicos perdem totalmente o sentido

renatocaster
Moderador
# jan/13
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Como já disseram, tudo que tem excesso é chato. Seja no jazz, rock, blues, etc...Tem uma galera que ama de paixão o Guthrie Govan. Toca muito, isso é indiscutível. Mas é outro também que tem horas é mega cansativo, um pé no saco, igual a outros que também já citaram aqui.

Eu lembro de ter tentado assistir alguns vídeos dele no site Jam Track Central. Mas é um ou outro que dá pra aturar, os outros eu só conseguia aguentar nos primeiros segundos do vídeo. Um despejo exagerado de notas que ninguém aguenta, fica sacal, cansativo.

Bigtransa
Veterano
# jan/13
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guizimm
Principalmente os mais rapidos, eu tento mas não consigo ver sentido naquele monte de notas dissonantes, aos meu ouvidos parece que o cara esquece tudo e vai tocando qualquer coisa.
Outro dia eu fui num barzinho em ubatuba que tinha um pessoal tocando esse estilo, puta som, mas na parte do solo o cara começo a viaja e eu simplesmente não vi sentido naquilo, parecia que não tinha nada a ver com a música, mas ao mesmo tempo combinava.

Isso acontece com mais alguém?


Acontece com todo mundo, e não só na música. Acho que a explicação é bem simples, vou utilizar um exemplo ad terrorem para tentar ser claro:
Por que eu não gosto de dar a bunda? Simplesmente por não ser algo que faça parte do meu universo. Se um homem me penetrar, provavelmente meu cérebro não irá reconhecer tal ato como parte do conjunto de coisas que me dão prazer. Contudo, isso não invalida o sexo anal passivo como prática sexual potencialmente prazerosa.

Lelo Mig
Membro
# jan/13
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Já que assunto é jazz.........

Eu gosto é disso!!!



clebergf
Veterano
# jan/13 · Editado por: clebergf
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MMI
No fundo, seja fritação extrema, seja harmonia extrema, dodecafonismo, polirritmias ou o que for, quando passa do ponto, enche o saco

Perfeito, é exatamente isso...

E não sei pq a galera se surprende ao encontrar pessoas que não gostam de medalhões, isso é normal...curtir um estilo não significa gostar de td q tem nele...


Só não concordo mto com o que o Lelo Mig falou ao "comparar" ele ao Pat, da forma como foi falado parece que é só a pessoa pegar o instrumento e sair tacando notas ao vento e já era....

Wes é mto bom... o/

clebergf
Veterano
# jan/13
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Já que o assunto é saber dosar a parada, tá aqui um excelente exemplo do Jazz moderno que corre só qdo precisa...



Shredder_De_Cavaquinho
Veterano
# jan/13
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Já eu curto isso aqui







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