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MMI Veterano
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# ago/12
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Eu acho super engraçado quando alguém me cita como o Jinkxs, kkkkkk.
Vamos lá...
Primeiro vamos estabelecer que "guitarra top" é algo muito subjetivo, certo Fernando de almeida? Mas como o renatocaster disse, houve um direcionamento de madeiras e materiais. Fábricas como Gibson, Fender, Martin, nesta área padronizaram as madeiras que lhes eram disponíveis e passaram a chamar de "tonewoods". Entraram nessa categoria o mogno, jacarandá-da-bahia, maple, spruce, rosewood, ébano, poplar, koa, korina, ash, alder, basswood, cedro etc. Algumas madeiras brasileiras, dizem os luthiers nacionais, chegam a ser melhores que estas padronizadas pela indústria como "tonewood" - marfim, pau-ferro, marupá, freijó etc. Chama o Prof. Bertola que ele explica isso melhor e com mais propriedade.
Vale também dizer que algumas pessoas, como Orville Gibson, Leo Fender, C.F. Martin, D'Aquisto fizeram instrumentos e estes viraram padrão. Vai saber se eles tivessem feito instrumentos diferentes, com sons diferentes, talvez hoje chamaríamos de péssimo o som das guitarras atuais.
Existem características que a madeira precisa ter. As características importantes são densidade, rigidez, secagem correta (rachaduras, torceduras, canoamento), características de serragem e aplainamento, velocidade de propagação sonora, frequência e decaimento. Só aí já se vê que há muitos trabalhos científicos sobre o assunto... Todavia isso tudo é para se conseguir um "som bonito" ou próximo do padrão que as indústrias determinaram como "bonito".
Acredito sim que com a escassez de madeiras, consequente encarecimento, necessidade de ser "ambientalmente correto" vá levar as indústrias a acharem materiais alternativos. Porém não é nada simples! O acrílico, que citaram da guitarra do Steve Vai JEM 20th Anniversary não é novidade, muitas empresas já fizeram guitarras de corpo de acrílico. O acrílico não é bom, não tem boa ressonância, dilata e contrai bastante, tende a gerar folgas com o tempo, portanto a guitarra não vai envelhecer bem. Porém o corpo é a peça menos sensível no timbre, colocando um captador forte, vai soar relativamente bem. É exatamente o que o ogner falou.
O melhor material (não-madeira) para guitarras e violões que eu conheço e dos únicos que deram certo de fato é a fibra de carbono. É muito legal! Quem já tocou em violões Adamas ou Rainsong sabem que são muito bons, muito boa ressonância, são muito estáveis e o som é invejável e impressionante. O Rainsong inclusive tem uma linha que o violão é inteiro de carbono, dispensa o "bracing" (em português, leque harmônico), soam enormes. Algumas fábricas como Steinberger e Parker fizeram guitarras com braço em fibra de carbono com boa ressonância e com praticamente zero de variação, dispensando tensor. Porém o material é difícil de manipular, caro, precisa de vários equipamentos, não é nada simples e ai que dificulta as coisas.
O Adrian Vandenberg, holandês que era do Whitesnake, há pouco lançou uma guitarra signature de alumínio da Aristides. Nunca toquei, mas li reviews que o desenho faz uma acústica boa e soa bem. Mas vai saber se não tem a questão de captação ou sei lá o que... Gostaria de experimentar esta.
Para quem quiser, tem uns artigos mais científicos a respeito (o primeiro é muito legal sobre violino, mas tem muito a ver com o assunto):
http://www.ifsc.usp.br/~donoso/fisica_do_violino.pdf http://pt.scribd.com/doc/37116643/Madeiras-Brasileiras-Para-Guitarra http://prope.unesp.br/xxi_cic/27_36822848851.pdf
Abç
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MMI Veterano
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# ago/12
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Esqueci de dizer...
Em guitarras e mais ainda em violões, é bastante difícil materiais com características para substituir madeiras. Já em outros instrumentos nem tanto. Hoje existem baterias feitas de bambú e materiais "verdes" sustentáveis e de boa qualidade, "tops". A DW tem uma linha assim, parece que Yamaha também.
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Junior AJNB Veterano |
# ago/12
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MMI
hoje existem baterias feitas de bambú e materiais "verdes" sustentáveis e de boa qualidade, "tops"
Eu acho que os bateristas sao menos conservadores comparados aos guitarristas, tanto que tu pode ver várias linhas de baterias feitas de acrílico, e que vendem muito bem
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Andreziculaxxx Veterano |
# ago/12
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Fernando de almeida Investir em um bloco único como acrílico é utilizado atualmente, acho que não é viável.
Vou te mandar por MP uma ideia que tive a partir da análise da madeira bruta.
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Fernando de almeida Veterano |
# set/12
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Andreziculaxxx Vou te mandar por MP uma ideia que tive a partir da análise da madeira bruta. Manda ...
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Andreziculaxxx Veterano |
# set/12
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Olha no teu perfil!
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kiki Moderador |
# set/12
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ogner quando toco com o timbre que quero, com o que tenho na cabeça E infelizmente não é qualquer equipo que satisfaz essa minha viadagem Quando fizerem uma guitarra com corpo de nuvem carregada de chuva, ou de abacate verde da etiópia soar igual uma fender strat 50's, 60's ae vai ser diferente. é pq voce é um cara que já sabe como chegar lá. voce ouve um clapton e consegue chegar num timbre daquele tipo. isso nao vai ser material alternativo que vai substituir. voce ta perseguindo uma tradição construída.
mas pense no sr. les paul, na época que inventaram a tele, a strato. pense no jimmy. o timbre que eles inventaram na época ninguem tirava. foi nessa época 50~70 que se inventou a referência da guitarra sólida.
talvez esteja se abrindo um momento de inventar novas referências. a guitarra não precisa necessariamente soar como a do clapton.
(ou talvez não, talvez a guitarra já tenha dado o que tinha que dar e o negócio agora é computadores)
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ogner Veterano
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# set/12 · Editado por: ogner
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kiki Ae sim, não tem nem como discordar sobre o ponto de se criar novas referencia, novos sons.
Mas a peleja é sobre a comparação, ou que tanto faz o material, visto que "sai som de guitarra", hehehe!!
o/
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Calime Veterano |
# set/12
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Bom debate. Eu na verdade nunca foquei nesse lance de material sintetico ou reciclado, reaproveiavel...sempre pensei em outros tipo de madeiras, não somente o mogno e talz. Mas admito que o ideal é msm material alternativo msm, assim não eria mais esse lance de desmatamento e blá blá blá....
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Texugo Veterano |
# set/12
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Não é bem um material reciclável,mas esses caras usam madeiras de demolição http://www.facebook.com/kian.guitars Pelas fotos as guitarras são lindas e os comentários afirmam que o timbre é bom. É uma alternativa para o futuro...Em vez de derrubar árvores derrubam casas hehe. Sem brincadeira,parece um trabalho sério e de qualidade.Uma alternativa pra quem não quiser uma guitarra com gosto de Coca-Cola daqui a 60 anos hehe.
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Marthin87 Veterano |
# set/12 · Editado por: Marthin87
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Tem haver com o assunto de materiais alternativos:
http://www.echomusic.com.br/site/
Projeto mundialmente reconhecido idealizado por alunos do Senac.
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Viciado em Guarana Veterano |
# set/12
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Ué? Por que não?
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kiki Moderador |
# set/12 · Editado por: kiki
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ogner Mas a peleja é sobre a comparação, ou que tanto faz o material, visto que "sai som de guitarra", hehehe!! ah, esse papo é infinito. sempre vai ter a turma do "tanto faz poe um cap sem mordança" e a turma do "bom mesmo é ash e mogno"...
tocar mesmo que é bom ninguem se preocupa =p
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Alcohol Veterano |
# set/12
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Falou e disse ! ogner: Quando fizerem uma guitarra com corpo de nuvem carregada de chuva, ou de abacate verde da etiópia soar igual uma fender strat 50's, 60's ae vai ser diferente.
Mas pra concordar com o teor da sua premissa, eu tb acho que tocar é muito mais importante que esquentar a cabeça com tipo de madeira e etc. Mas isso não significa que eu deva abandonar minha paixao pelo timbre que gosto! :)
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