tapinga Veterano |
# jan/11
bem não se se todos sabem mais a NIG, pertence a rouxinol..(eu acho?!)
olha o que achei no site da Rouxinol...
Uma família forte em cordas (matéria extraida do site www.musicaemercado.com.br) Quem poderia imaginar que uma fábrica de cordas de classificação econômica inauguraria todo um segmento de cordas profissionais para guitarra e contrabaixo? A Rouxinol fez.
É comum ouvir dizer que brasileiros não gostam do mercado popular ou do que é feito aqui. Brasileiro gosta mesmo de produto estrangeiro.
Existem momentos em que o processo de aferição do que tem valor ou não, muda. Caso recente na indústria de calçados, roupas, carros e até avião. O que tem valor e o que não tem? Do nada ao mercado de consumo de massa.
Como o desodorante Rexona ou a explosão do "Quer pagar quanto?", pelo desconhecido garoto-propaganda das Casas Bahia, até chegar nas sandálias Havaianas, com competência visual e famosos artistas, substituiu o também famoso "Não tem cheiro, nem soltam as tiras", antes anunciado pelo humorista Chico Anísio, e agora pelos pés da bela e atriz Malu Mader, entre outras. Tal qual as Havaianas, o segmento de cordas brasileiras também abriu os olhos e percebeu o tamanho do filão que poderia disputar no mercado local. Na época, meados de 1999, não existia o segmento de cordas para guitarra e contrabaixo de classificação profissional de médio valor, por aqui. Mas também não se acreditava que o Brasil, 10 anos após sua abertura comercial, pudesse fazer - e melhor - promover à altura das grandes empresas, as cordas nacionais. Muito menos que haveria aceitação.
É a partir daí que inicia nossa história. Voltemos agora há três anos antes. 1996 – Os diretores da Indústria e Comércio Rouxinol Ltda., discutiam em sua sala de reunião o que eles poderiam fazer para lançar um produto que estivesse de acordo com os padrões usados pelos guitarristas mundiais. Na época, a empresa tinha duas opções: importar alguma marca conhecida ou desenvolver um produto no Brasil, o que era delicada pela situação societária que passava a empresa. Tiveram que esperar.
De volta ao início dos anos 2000, a Rouxinol estava preparada para lançar uma marca que inauguraria um novo segmento. Ação que trouxe à tona, pouco tempo depois, respeitados concorrentes para a briga. Entre eles, a Giannini, Groove e SG. "Eu tinha absolutamente loucura para fazer alguma coisa, essa marca, novos produtos", explica com entusiasmo Marcos Ramos, diretor da empresa e motivador da idéia.
Em uma fria tarde de Caieras, cidade próxima a capital de São Paulo, conversamos com a diretora Maju Bernardo M. Ramos, o diretor industrial Marcos M. Ramos e o responsável pelo marketing das cordas NIG, Sydnei Carvalho. Na Expomusic de 2000, foi lançada a NIG Strings.
Música &Mercado: Fale um pouco do início da sua participação na empresa. Marcos Ramos: Quando eu assumi a empresa, ela tinha cinco máquinas de fazer corda de forma contínua, que produz diuturnamente, precisando apenas ser alimentada. Hoje, existem 47. Logo minha intenção foi multiplicar e melhorar isso. Atualmente, temos um corpo de máquina com 47 cabeças produzindo com somente um funcionário no comando. Não preciso de 47. Hoje, ao total, temos acima de 100 máquinas em produção.
M&M: Qual era o panorama de mercado da marca Rouxinol antes da entrada da NIG MR: A Rouxinol sempre foi uma marca de produtos populares, de aceitação nacional, que ainda não sofria o assédio do produto importado. Houve, na realidade, essa grande perda de tempo. Quando abriu o mercado, o produto importado entrou com tudo. Sentimos violentamente porque a empresa estava simplesmente desinformada, não estava com nenhum tipo de investimento novo em termos de equipamentos, em termos de produção de alta qualidade.
M&M: Foi aí que entrou a NIG? Como foi o processo de criação da marca? MR: A marca já existia na minha cabeça desde 96 como um ponto definitivo, mas minha mulher nem meus filhos souberam, para não vazar aquela idéia, que eu achei na época maravilhosa. A marca NIG tem tudo a ver com a Rouxinol. As pessoas pensam que são 3 letrinhas jogadas. NIG significa rouxinol em inglês. Eu tinha absolutamente loucura para fazer alguma coisa, essa marca, novos produtos, que felizmente hoje é a realidade que vocês estão vendo.
M&M:Quando o projeto foi efetivamente colocado em prática? MR: Uma hora eu comecei a viajar e percebi o que eu iria ter à disposição (marcas, concorrentes) quando eu atacasse o mercado com algum produto novo. Por uma fatalidade, de forma inesperada, o Aquiles (antigo sócio da empresa) faleceu. No mês de março de 1999, eu disse a mim mesmo "Eu vou para as cabeças". A partir daí a NIG começou a despontar e chegou ao mercado em 2000, na Expomusic daquele ano.
M&M: Entretanto, a NIG veio de uma empresa de caráter econômico, popular. Como foi quebrar o preconceito para vender um produto de maior valor agregado? Sydnei Carvalho: Nós começamos a quebrar o preconceito da NIG aos poucos e tivemos a responsabilidade de puxar todo mercado, quando fizemos um time de endorsers. Na época não existia endorser para cordas brasileiras de guitarra e combinamos internamente em endossar quem já tinha um nome e referência e também quem não tinha um nome conhecido do grande público, mas eram pessoas que iriam despontar, isso foi trazendo valor à corda.
M&M: A empresa se preocupou em desvincular uma marca da outra? MR: Para que esconder se foi ela (Rouxinol) que financiou a NIG? Você pega uma embalagem da NIG e coloco lá 'Indústria Brasileira' ou coloco só o CNPJ e me escondo? Eu coloco que quem produziu foi Indústria e Comércio Rouxinol. Eu sempre assumi de colocar lá. É a Industria e Comércio Rouxinol que produz isso, que produz essa qualidade. O público profissional da área de cavaco, bandolim, guitarra portuguesa, entre outros, usa Rouxinol majoritariamente. Ela é também uma corda profissional para outros segmentos.
SC: O pessoal do meio de guitarra e contrabaixo acha que pelo fato de ser popular não é profissional, mas quem foi que disse que um cavaquinhista não pode ser profissional? É importante frisar que ela tem sido usada por músicos profissionais de diversas áreas, como uma corda de ponta. Uma empresa tem que saber respeitar profissionais da música popular.
M&M: Do ponto de vista comercial, como foi o comportamento de venda da Rouxinol na entrada da NIG?
Maju Ramos: Existem os distribuidores específicos de instrumentos musicais e existem os atacadistas que distribuem para o Brasil e fora dele. Esses distribuidores, que não são específicos, querem Rouxinol até hoje, compram muito.
Agora nas lojas especializadas, nos distribuidores especializados, esses já começaram a diminuir a compra de Rouxinol desde a década de 90.
A gente trouxe um marketing forte, e muita gente vinha nas lojas perguntar se a NIG era importada. Na Feira, as pessoas pensavam quer éramos concorrentes da Rouxinol.
M&M: Mas no início houve uma série de reclamações sobre as cordas... MR: Foi por isso que saímos com a NIG Evolution. Ela passou a ser Evolution a partir do momento que eu comecei a importar matéria-prima americana. A mesma aplicada nas grandes marcas. Tivemos que quebrar essas barreiras também de tornarmos conhecidos internacionalmente com potencial para importar matéria-prima em quantidade. No início, eu tive problemas com isso SC: Não só nós, mas qualquer empresa como automobilística, por exemplo, evolue seus produtos quando eles já estão no mercado. Nós recolhemos com responsabilidade todas as informações que tínhamos sobre a corda NIG e fomos dar a solução do produto. Eu acho que hoje depois de cinco anos de trabalho e desenvolvimento, se um guitarrista profissional usar uma NIG ou outra importada é por questão de gosto, não mais de qualidade.
M&M: Que tipo de problema? SC: Tivemos problemas com a tensão do material e descobrimos que a matériaprima européia, apesar de ser fabricada exclusivamente para instrumentos musicais, não tinha o mesmo padrão que o músico já estava acostumado.
MR: É difícil encontrar os fornecedores certos. Até nosso atual fornecedor entender o porquê nós queríamos comprar um determinado tipo de material demorou. Eles achavam que nós iríamos concorrer com eles, vendendo a clientes deles de outros mercados (risos). M&M: Conte um pouco sobre o equipamento para a fabricação. O que vocêsdesenvolveram aqui? MR: As nossas máquinas importadas são diferentes, porque do jeito que elas vieram não funcionavam para o tipo de qualidade que eu queria do produto. Tinham deficiências. Não era só o fato de fabricar uma corda, nós tínhamos que fabricá-la adequando às necessidades do músico profissional.
M&M: E o que foi feito? MR: As máquinas faziam cordas belas, mas não faziam cordas boas o suficiente. Dentro da nossa engenharia, esses equipamentos foram todos mexidos e diga-se de passagem esse know-how todo foi entregue de graça para os fabricantes. Entendo que eles melhoraram as máquinas deles em cima do nosso desenvolvimento. Nós produzimos a corda aqui trazendo nossos músicos, que não são garotos-propagandas, são pessoas que trabalham e profissionais que falam abertamente para nós onde está o problema e o que precisa ser melhorado. Nós corremos atrás dessa melhora sempre com a assessoria do músico profissional. Por isso que o produto é hoje o que ele é.
M&M: Mas existe comentários que vocês pagam endorsers. Isso não é ruim para a marca? SC: É importante ficar claro que nossos patrocinados trabalham intimamente com a empresa, testando produtos, vindo até à fábrica e colocando o seu tempo profissional à disposição. Que profissional de qualidade trabalharia de graça? Além do mais, esse mercado precisa começar a crescer e enxergar de forma mais profissional. Em qualquer outro mercado, qualquer artista só para ceder a imagem é remunerado para isso. Porque em nosso mercado deveria ser diferente? Alguns empresários acreditam que os músicos não devem ser pagos para isso. Eu queria saber se eles cederiam de graça o nome e a imagem dos produtos que eles criaram com tanto trabalho. De qualquer forma, antes de mais nada, na nossa relação profissional primeiro o músico deve usar o produto e a única forma dele fazer isso é gostando do mesmo. Antes de ser acertado um contrato formal, ele tem que se sentir bem e usar no dia-a-dia o produto.
M&M: Você se preocupa com a posição de mercado de sua empresa? MR: Eu sou um camarada simples, chão de fábrica, meu negócio é ali dentro da linha de produção resolvendo tudo com o que eu posso fazer de melhor. Eu procuro ter uma visão ampla do que acontece, mas a parte financeira é com a Maju e a parte de marketing é com o Sydnei. Estou sempre conversando com ele sobre marketing e produtos.
M&M: Quanto representa o faturamento das cordas hoje em dia? Maju: Sessenta por cento Rouxinol e quarenta da NIG.
M&M: Falem um pouco da NIG Color Class. MR: Antes de mais nada, como todos nossos produtos, elas foram aprovadas por musicos profissionais. É uma matéria-prima totalmente especial, daí o valor ser mais alto. SC: E por ter uma superfície pintada ela dura muito mais que uma corda comum, além de ser uma corda fashion.
M&M: Como tem sido a aceitação desse produto? MR: É um produto definitivo, mas nós estamos colocando aos poucos. O que temos de resposta é de gente que compra e gosta. Mas outras não. Não porque a corda não é boa, mas é porque no tempo ela perde um pouco da cor, mas todas as cordas mudam sua aparência, umas enferrujam. Importante dizer que mesmo perdendo um pouco da cor, ela não perde a qualidade sonora.
M&M: Para finalizar, explica essa história do telefone vermelho na empresa. MR: As nossas embalagens têm um 0800 bem grande. E sabe onde é que o telefone toca? (um telefone vermelho e antigo) Na minha mesa . O cara fala diretamente comigo, com mais ninguém.
Bem aposto q muitos gostam de NIG e metem a lenha nas pobres Rouxinois...
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