Bandas, estilos, guitarristas... os mais estranhos e desconhecidos...

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Josh_Home
Veterano
# abr/06 · Editado por: Josh_Home


Bom, em outros tópicos percebi que a galera curte os mais variados estilos... do blues, rock, metal, clássico, jazz... entre outros, e em certas discussões deixamos de conhecer alguns sons diferentes pq o estilo de FULANO não bate com o de CICRANO - principalmente os sons mais bizarros, doideras, experimentalismos...

Gostaria de pedir que postem nome de bandas e histórico de cada ou músicos de qualquer estilo - mas com uma diferença. Os mais estranhos e desconhecidos em seu estilo... se quiserem postem também o link de 1 som dessas bandas.

Seguem as minhas preferidas:

Mr. Bungle (Doidera total, não dá para explicar, só ouvindo mesmo)
Sleepytime Gorilla Museum (Barulho dos bons, com direito a violinos)
XMARSX (Jazz de maluco, muito bom) - esse não sai muito do padrão


Link para Mr. Bungle:
http://www.dbkooler.k8.com.br/mp3/07-mr._bungle-my_ass_is_on_fire-BW.m p3

Link para XMARSX: http://www.dbkooler.k8.com.br/mp3/XMARSX_XMARSX_PunchtheMonkey.mp3

Assim teremos a possibilidade de conhecer coisas novas, diferentes, bizarras... que não sejam Michael Jackson e EMOCORE... hehehehehe...

Espero que curtam os sons e comentem aí.

laemcasa
Veterano
# abr/06
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Gryphon: cara, uma banda q faz uns sons medievais, tipo de corte, é simplismente FANTÁSTICO! Sons com fagote, cravo, flauta, é fudido demais!
Os caras tocam MUITO!

Ozric Tentacles: não é tão desconhecida, é uma banda de "space prog rock" q tem uma guitarra muito bem conduzida. O som deles é muito bom!

Gong: uma das melhores banda de progressivo q eu ouvi...tem um disco chamado You q é praticamente uma viagem astral. Tem uma guitarrinha beeeem legal tb...

Henry Cow: Prog rock tb, os caras tem umas composições q são coisa de outro mundo.

Bom, vo lembrando e postando...

Josh_Home
Veterano
# abr/06
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laemcasa

Vou procurar esses sons... ouve os que postei aí... provavelmente a galera vai curtir mais o XMARSX.

laemcasa
Veterano
# abr/06
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Josh_Home

provavelmente a galera vai curtir mais o XMARSX

Eu sou um desses. Cara, muito bom, muito bom mesmo! Faz mais o meu gosto, o Mr. Bungle é bem porradão, com uns timbres agressivos e meio sufocantes. É legal tb, mas o XMARSX me agradou de verdade, achei bem engraçado uma hora. Não curti o solo guitarra (do meio pro fnal..), mas acho q tenho q ouvir mais vezes :) Falow...

Josh_Home
Veterano
# abr/06 · Editado por: Josh_Home
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laemcasa

Ouve mais que você vai gostar... pena que fica difícil postar tudo dos caras, mas no Soulseek você consegue baixar. O Mr. Bungle é mais bizarrão e de difícil digestão.

Josh_Home
Veterano
# abr/06
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Up

Rafael Ferraço
Veterano
# abr/06
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Bons musicos mas eu num sei o historico deles
Toninho Horta
Tom Jobim
Miles Daves
Pollaco e Lupa Santiago
Johnny Hiland
Peter Bernstein
Thelonius Monk
Bill Evans
Charlie Parker
Joe Pass
John Coltrane
Mike Stern
Chick Corea
Stuart Hamm
Jaco Pastorius
Marco de Ros
Mick Goodrick
Joe Diorio
Jim Hall
Joao Castilho
Demma K.
Ornette Coleman
Amon Amarth
Billy Preston
Conception
Eric Sardinas
Gong
John Mclaughlin
King Crinsom
Marillion
Ozric Tentacles
Fintroll
Robben Ford
Shakary
Tony Macalpine
Spyro Gyra
Natiruts
The Slow Jamz
Jimmy Smith
Larry Carlton
Larry Coryell

Rafael Ferraço
Veterano
# abr/06
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CD's recomendados:
Artistas Estrangeiros:

Luis Salinas: "Salinas" (GRP 98572, 1996). O homem quebra tudo no violão ou na guitarra, tocando jazz latino, bossa, fusion, tango...e é um dos improvisadores mais melodiosos que conheço. Altamente recomendável.

Luis Salinas: "Solo guitarra" (World Music BA, CD3061, 2000) . Aqui ele toca sozinho mesmo, às vezes violão, às vezes guitarra. Imperdível.

Michael Brecker: "Nearness of you: The Ballad Book" (Verve, lançamento 2001). Este CD certamente está destinado a tornar-se um clássico, um marco na história do jazz. Basta citar os nomes do elenco "all stars" que acompanham o grande saxofonista norte-americano: Pat Metheny, Herbie Hancock, Jack de Johnette, Gary Peacock, e James Taylor cantando!! E tem uma agradável surpresa para os amantes da nossa música: uma magnífica interpretação de "Nascente", de Flavio Venturini.

Michael Franks: "Abandoned Garden" (Warner Bros Records,
( 9 45998-2, 1995) Este grande artista, além de admirador da musica brasileira, era amigo íntimo do mestre Tom Jobim. Quando ele faleceu, Michael Franks fez este CD inteiramente dedicado ao amigo. Apesar de ser um disco norte-americano, é 100% bossa nova, 100% brasileiro, e conta com feras como Michael Brecker, Joshua Redman, Eliane Elias, Art Farmer, entre outros. Também imperdível.

Música Brasileira Instrumental:
(ou "Brazilian Jazz", como dizem lá fora)

Fernando Correa: "Em contraste" (Licor Music 964-01). Além de ser um guitarrista virtuose, Fernando é um grande compositor, com uma sonoridade moderna e criativa, e um grande improvisador também. O "jazz singer" Mark Murphy já gravou duas composições dele. Repare no belo timbre de guitarra limpa do Fernando, "a la Jim Hall". Mais informações pelo e-mail fernandocorrea@uol.com.br

Rogério Botter Maio: O contrabaixista, que tem de gravações com Gerry Mulligan a shows com Paquito d'Rivera e Lionel Hampton em seu currículo, lançou dois CD's: "Crescendo" (GeroMusic) e "Aprendiz" (ElDorado), ambos excelentes. Belos arranjos e composições, com participações de peso como Cláudio Roditi e Romero Lubambo. Mais informações: rbotter@terra.com.br

Curupira: "Curupira" (JAM Music 0007, 2001) O trio, formado por André Marques (piano), Ricardo Zohyo (baixo) e Cleber Almeida faz um som moderníssimo e ao mesmo tempo muito enraizado, muito brasileiro. Tem samba, frevo, catira, baião, tudo apresentado numa concepção moderna de harmonia e arranjos. Muito bom!

Guinga: "Cheio de dedos" (Velas, 11-V199, 1996). Este compositor genial é também um grande violonista, e neste CD vem acompanhado do mestre Lula Galvão. E tem também participações especialíssimas de Ed Motta, Carlos Malta, Chico Buarque...

Carlos Malta: "O escultor do vento" (Independente). O saxofonista e flautista é, além de um virtuose no seus instrumentos, um grande arranjador, como prova a sua incrível (e belíssima) interpretação de "Carinhoso". Suas composições são carregadas de criatividade e, principalmente, brasilidade. Mais informações:(021) 557 1930.

Dica: "Colcha de retalhos" (independente, 2000) O quarteto é formado por quatro feras do cenário musical paulistano: Itamar Collaço (baixo), Débora Picarelli Gurgel (flauta), Celso de Almeida (bateria) e Amador Longuini Jr. (piano). O CD traz unicamente composições dos próprios integrantes do grupo, recheadas de muito improviso. Som "brazuca" de qualidade.
Mais informações: deborapg@osite.com.br
Violão Brasileiro:

Duo Assad: "Latin American music for two guitars". O famoso duo, integrado pelos irmãos Sergio e Odair Assad, interpreta Piazzolla, Hermeto Paschoal, Alberto Ginastera, Radamés Gnatalli e Léo Brower. O Duo Assad representa a união perfeita entre virtuosismo e sensibilidade, habilidade técnica arrasadora
e musicalidade (o ideal que todo músico almeja!).

Paulo Porto Alegre: "A queda dos pássaros" (EGTA, sgv10140-01, 1997). Um CD gravado ao vivo, mas com qualidade de interpretação "de estúdio". O violonista, dono de um timbre raro e belíssimo, interpreta repertório composto somente por compositores modernos como Nikita Koshin, Frederic Hand, Leo Brower e Lennox Berkeley. E traz também a Sonata 2 do próprio Paulo. Muito bom!

Raphael Rabello: "Todos os tons" (BMG Ariola 10105, 1992).O melhor disco
do mestre dos mestres Raphael Rabello, só com composições do Jobim. O arranjo e a interpretação de "Modinha" é a amostra perfeita da genialidade do (precocemente) falecido violonista. É, na minha opinião, o melhor CD de violão brasileiro já lançado.

Raphael Rabello e Dinho 7 Cordas: O CD homônimo (Caju music 849321-2, 1991) registra este encontro de gerações, regado com muito chorinho, virtuosismo e sensibilidade.

Ulisses Rocha: "Moleque" (Malandro Records, MAL 71002) Mais um belíssimo disco deste violonista que trilha um caminho muito pessoal, sempre focando a expressão e a sensibilidade. Lançado nos EUA, informações no endereço www.worldbop.com/malandro

Marco Pereira: "Dança dos quatro ventos" (GHA 126.031, França, 1995) O Marco é outro grande expoente da tradição do violão brasileiro, dono de uma invejável técnica e sonoridade. Este CD em particular tem um repertorio bem brasileiro, com composições de Guinga, César Camargo Mariano, Baden Powell, Gismonti e do próprio Marco.

Rafael Ferraço
Veterano
# abr/06 · Editado por: Rafael Ferraço
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DO MESTRE CONRADO PAULINO EXCLUSIVO PRA VCS
Quais são os instrumentistas que não podemos deixar de conhecer e ouvir?

Bom, esse assunto é realmente polemico. Cada um teria uma resposta pronta e bem diferente para a pergunta acima, dependendo dos gostos pessoais, estilos preferidos, nível musical, etc. Até a memória afetiva interfere no julgamento (conheço músicos de jazz que continuam gostando do Kiss -argh!- porque era o som da sua adolescência).
O ideal é ser o mais objetivo e imparcial possível, reconhecendo as qualidades daquele artista que não curtimos muito ou, pelo contrario, os defeitos do nosso ídolo. Mas, chegar num consenso é uma utopia, mesmo entre instrumentistas do mesmo nível e estilo.
Recentemente a revista Guitar Player norte-americana publicou um artigo intitulado "os 30 timbres que mudaram a historia da guitarra". Resultado: choveram cartas e e-mails, reclamando da ausência deste ou daquele. Eu mesmo teria reclamado, pois foram excluídos George Benson e Pat Metheny! Então, o resultado será sempre uma análise pessoal, sujeita a criticas e discordâncias.

Feitos os esclarecimentos preliminares, vamos à minha lista: (devido ao tamanho, entregarei por "capítulos").

Violão Brasileiro: em primeiríssimo lugar, Raphael Rabello. A seguir, Garoto, Baden Powell, Marco Pereira, Sebastião Tapajós, Guinga, Lula Galvão, Paulinho Nogueira e o rei dos harmonizadores, Toninho Horta. O Lula Galvão -grande improvisador- não tem disco solo ainda, mas pode ser ouvido (e admirado) nos CDs da Rosa Passos e do Guinga, entre outros.
Paulo Belinatti tem um trabalho diferenciado, aproximando as raízes brasileiras com a musica erudita, assim como Ulisses Rocha, que tem um som "crossover", combinando linguagem brasileira com pop e new age.
Tem ótimos instrumentistas pouco conhecidos por estarem radicados no exterior. É o caso de Romero Lubambo e Oscar Castro-Neves. Este último é o rei da gravação de Los Angeles (EUA). Já o Romero Lubambo tem vários CDs gravados nos EUA e já gravou com muitas "feras" do primeiríssimo time como New York Voices e Dianne Reeves.
Cada um dos artistas citados (e certamente devo estar esquecendo outros que merecem figurar na lista também) tem qualidades diferentes.
O Garoto, por exemplo, era um grande compositor, muito moderno para o seu tempo, dono de uma linguagem harmônica muito sofisticada.
O balanço e o suingue do Baden permanecem inimitáveis. Guinga é um compositor genial, moderníssimo e brasileiríssimo, alem de ótimo violonista.
Toninho Horta, alem de sua conhecida sofisticação para harmonizar e improvisar, é um grande pesquisador de afinações alternativas, com as quais consegue distribuições de acordes incríveis e impossíveis de serem executadas com a afinação tradicional.
Já Raphael Rabello era um grande interprete e arranjador, que combinava virtuosismo com alto nível musical e interpretação sensível e arrasadora. Algumas das suas leituras para violão solo do repertorio brasileiro são definitivas.

Guitarra Jazz Fingerstyle: O meu ídolo é o Tuck Andress, dono de um balanço inconfundível e do timbre mais bonito que eu conheco, mas sua fonte de inspiração e referencia é o grande mestre dos mestres, Lenny Breau. Esse aí realmente é imprescindível conhecer. Tocava uma guitarra de 7 cordas (com um "la" agudo), utilizando os 5 dedos da mão direita. Outra "cria" dele é o supervirtuose inglês Martin Taylor.
Os três são especialmente brilhantes na arte de unir a melodia com a harmonia e, como se fosse pouco, walking bass.
Estes três mestres tocam exclusivamente guitarra solo fingerstyle, mas há guitarristas que não se dedicam com exclusividade a esse estilo mas são ótimos também, e o caso mais notório é, obviamente, Joe Pass. Todo guitarrista de jazz teria que ser obrigado por lei a ter na sua discoteca, no mínimo, os dois primeiros volumes da serie "Virtuoso".
Dentre os da velha guarda destaca-se Barney Kessel, cuja lendária gravação com a cantora Julie London é item obrigatório de qualquer guitarrista de jazz, e também George Van Eps.
O destaque entre os guitarristas mais jovens é Steve Masacowsky, que, seguindo os passos do Van Eps, toca com uma guitarra de sete cordas, assim como outro ótimo guitarrista da nova geração, John Pizzarelli.
Assim como os violonistas citados acima, estes guitarristas tem suas particularidades. Tuck Andress consegue fazer linhas de baixo de "Funk" , incluindo "slap" , enquanto faz harmonia com um monte de inversões, e tudo isso com um som limpissimo, sem sujar nem perder uma nota sequer.
Nunca houve um guitarrista capaz de fazer harmônicos como Lenny Breau (já falecido), e ele ainda por cima tocava muito bem o violão, especialmente o flamenco.
Já o Martin Taylor é capaz de tocar "fast standards" fazendo melodia , harmonia e walking bass em andamentos estratosféricos. Confiram a gravação dele de "I've got rhythm " e "Cherokee". E os três se especializaram em tocar sozinhos, embora todos eles já tenham gravado CDs com outros músicos também.

Rafael Ferraço
Veterano
# abr/06 · Editado por: Rafael Ferraço
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Quais são os instrumentistas que não podemos deixar de conhecer e ouvir? (continuação)


Antes de continuar, preciso reparar o erro que cometi no texto anterior, um esquecimento imperdoável, que me custou alguns e-mails irados de internautas que reclamaram, e com toda razão.
Esqueci de citar, na seção Violão brasileiro, o mestre Hélio Delmiro! Tenho grande admiração por esse gênio do violão e da guitarra, e o fato de ter omitido seu nome na relação possivelmente só Freud explica.
Hélio Delmiro é um caso raro de instrumentista que tem a mesma competência e criatividade tocando violão ou guitarra e ainda tocando jazz, choro, samba ou bossa. Além disso, é um ótimo improvisador, ótimo acompanhante (acompanhou desde Clara Nunes até Sarah Vaughan passando por Milton Nascimento), ótimo compositor (especialmente de choro), é bom de single note, é bom de fingerstyle, em suma, é bom prá......

Infelizmente, até onde eu sei, os discos "solo" dele não foram relançados em CD, mas é possível encontrar em CD o imperdível "Samambaia", que Hélio gravou em duo com o pianista César Camargo Mariano, assim como vários discos gravados junto com o saxofonista Vitor Assis Brasil e com a jazz singer Sarah Vaughan.

Hélio Delmiro, assim como vários guitarristas/violonistas de jazz, toca a guitarra sem palheta; em seu lugar, usa os dedos p, i, m, a, (e não somente i, m.) A lista dos guitarristas que tocam "de dedo", entre os quais me incluo, tem "figurões" como Lenny Breau, Tuck Andress, Romero Lubambo, Mike Goodrich, Fareed Haque, meu amigo e ex-aluno Fernando Corrêa e roqueiros como Mark Knofler e Nuno Mindelis, este também meu ex-aluno.

Guitarra Jazz "Mainstream": O termo "mainstream" se refere à corrente principal do jazz. Poderíamos dizer também "a corrente majoritária", embora isso possa gerar controvérsias. Ela se diferencia dos estilos mais antigos como o Dixie ou o Swing e dos mais recentes, como o Fusion, o Jazz-Rock, o Free Jazz ou o Vanguard Jazz. Claro que - como tudo em se tratando de Jazz - é difícil definir exatamente a fronteira de cada estilo e a classificação de cada guitarrista.

Vamos à relação dos instrumentistas imprescindíveis de se conhecer e ouvir:

Em primeiríssimo lugar, Wes Montgomery. A seguir, George Benson, Joe Pass, Jim Hall ("Undercurrent" e "Intermodulation", seus dois CDs em duo com Bill Evans, são obrigatórios) e Pat Martino (da primeira fase). Esse é, na minha opinião, o quinteto imprescindível, cinco músicos que é uma obrigação conhecer. Mas tem outros muito importantes: Ed Bickert, Jimmy Raney, Barney Kessel, Jimmy Smith e Tal Farlow.

Há vários guitarristas que, apesar de jovens, tocam jazz mainstream: Mark Whitfield, Russell Malone, Kevin Eubanks (este já gravou alguns CDs "comerciais" e outros "moderninhos", mas é muito bom), Bruce Forman, o virtuose Jimmy Bruno, Birelli Lagrene (recomendo o CD "Standards") e Doug Raney (que é filho de Jimmy Raney). Há também guitarristas que se movimentam em varias tendências. É o caso do gênio Pat Metheny (que é gênio mesmo), que no geral não pode ser classificado como guitarrista mainstream, mas foi nessa linha que ele gravou o imperdível CD "Questions and Answers", assim como Mike Stern, normalmente associado ao Fusion, que gravou o excelente CD "Standards and other songs". Destes guitarristas falarei mais adiante.
Tenho a leve impressão de que, no fundo, quase todos os guitarristas querem mesmo é gravar jazz... Até Larry Carlton, Robben Ford e Scott Henderson gravaram jazz mesmo, sem misturas.

Todos estes guitarristas são muito bons, mas, na minha opinião, o mais importante é o já citado Wes Montgomery, pelo suinge, pelo fraseado, pela acentuação, pelo senso de timing e pelo timbre. É difícil na guitarra ter fraseado e acentuação "de jazz", a maioria consegue ter fraseado e acentuação "de guitarra", condicionados às limitações técnicas do instrumento e aos caminhos melódicos que ele proporciona. Wes Montgomery tinha todas as virtudes dos melhores saxofonistas ou pianistas do jazz, e era muito mais músico do que guitarrista.

Quase todos os guitarristas de jazz são "filhos" do Wes, e o caso mais ilustre é o mestre George Benson, também um guitarrista completíssimo, nitidamente influenciado por Wes. Claro que para avaliar o Benson tem que ouvir as gravações não comerciais dele, já que o mestre George toca muito bem, mas também gosta de dinheiro, e dinheiro numa quantia que certamente nunca conseguiria tocando jazz... Eu recomendo os CDs "The new boss guitar of George Benson" (Prestige, OJCCD 461-2) e o volume 9 da coleção "This is Jazz" (volume 9) (Epic/Legacy ZK 64631)

Para finalizar, há outros bons guitarristas, mas são considerados do segundo escalão, como Howard Roberts (um dos fundadores do MI de Califórnia, onde funciona o GIT), George Barnes, George Van Eps, Kenny Burrell, John Pisano, Hank Garland e muitos outros.

Rafael Ferraço
Veterano
# abr/06
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TODOS ESSES TEXTOS SÃO DE AUTORIA DE CONRADO PAULINO O MESTRE!!!

Rafael Ferraço
Veterano
# abr/06
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Quais são os instrumentistas que não podemos deixar de conhecer e ouvir? (continuação)
Guitarristas e violonistas "Crossover" e/ou adeptos do "Smooth Jazz"

Continuamos nossa polémica lista focalizando os instrumentistas do "Crossover" e "Smooth Jazz". Estes termos definem, ou tentam definir, aqueles músicos que optam por uma linha suave de música instrumental, às vezes chamada de "easy listening" ou, maliciosamente, "música de elevador". O problema da classificação é que dentro de essa categoria há instrumentistas fracos como Grant Geissman e mestres como Larry Carlton.
O "Crossover" refere-se ao estilo onde os músicos transitam por varios estilos ou misturam simultâneamente mais de um, por exemplo o "Flamenco-Pop" de Ottmar Liebert ou o "funky jazz-pop" de Ken Navarro ou o "Latin Jazz" do mestre Luis Salinas.
Já o "Smoth Jazz" é a versão sofisticada do "easy listening", muitas vezes tocada por instrumentistas de primeira linha, com grandes improvisos, bons arranjos, mas tudo..."smooth", ou seja, suave, ou, na nossa gíria, "relax".
O melhor representante desse estilo é o super grupo "FourPlay", quarteto "all star" que tinha Lee Ritenour como guitarrista; atualmente o já citado mestre Larry Carlton é o titular.

Larry Carlton foi uns dos primeiros guitarristas a transitar com autoridade por vários estilos, sempre com enorme competência e, principalmente, musicalidade. Também foi pioneiro do "fusion", mesclando rock e jazz. Ele já gravou jazz, rock, blues, pop, solos de violão, enfim, é um guitarrista completo. Há muitos CDs bons dele, mas eu recomendo particularmente Alone/But never alone, onde ele só toca violão de aço, e os seus improvisos são de um bom gosto inquestionável. Outra boa pedida é Last Nite (onde ele toca All Blues e So what do Miles Davies), e ainda o velho Sleepwalk.
Seu amigo e -ao mesmo tempo- rival é o chamado "Captain Fingers" Lee Ritenour. Ele também gravou jazz, rock, pop, blues e até música brasileira. Lee Ritenour conhece e gosta muito da nossa música (é casado com uma brasileira) e já gravou com João Bosco e Djavan, entre outros. Ele toca muito bem, mas eu particularmente não gosto muito, não tem a musicalidade nem o excelente timbre do Larry Carlton. Eu recomendo o CD Portrait, onde ele toca guitarra e violão de nylon, Wes Bound, uma homenagem ao mestre do mestres Wes Montgomery e Larry & Lee, duo com Larry Carlton.

O ícone máximo do smooth jazz talvez seja o competente Earl Klugh, um dos poucos "milionários" do jazz. Quem ouve seus discos -às vezes ótimos, às vezes muito açucarados- não imagina que esse violonista delicado já foi o guitarrista que substituiu Al de Meola no supergrupo Return to forever , do Chick Corea.
Ouça os CDs do Earl Klugh Trio, e também o CD Cool, com seu parceiro, o pianista Bob James (do Fourplay). Mas o melhor é o Solo Guitar, onde ele toca vários standards em arranjos próprios com seu inconfundível timbre de violão de nylon. Ouça com atenção...parece fácil, mas não é.

Mas a grande revelação do momento é o super virtuose (e super musical)
Luis Salinas. Este extraordinário músico, nascido na Argentina, encara violão e guitarra com igual competencia, toca jazz, bossa, salsa, tango e folclore. Tem boa pegada de blues e é bom compositor. E o pior é que ele é do tipo "raçudo", não sabe nada mesmo de teoria...
Já gravou dois CDs pela GRP, que é o selo do Chick Corea, Larry Carlton e Fourplay, entre outros. O primeiro é o Salinas, e no segundo -chamado Rosario- toca com feras como Bob James, Omar Hakim e Hugo Fattoruso.Tem outros CDs por otras gravadoras, vale a pena ouvir o CD solo dele, chamado Solo Guitarra, onde toca violão ou guitarra solo.

Provavelmente o verdadeiro pioneiro do "crossover" foi o Charlie Bird, um violonista erudito que tocava jazz e se encantou com a Bossa Nova, tornando-se o símbolo do músico norte-americano que tocava música brasileira ou "brazilian jazz". Ele não tocava bem, mas foi um músico importante. Atualmente o Gene Bertoncini faz um som próximo ao Charlie Bird, embora grave às vezes violão e às vezes guitarra.
Outros nomes importantes são os já citados Ken Navarro, e Grant Geisman (representantes do "easy listening"), Ottmar Liebert, o interessante Robert Gomez (aconselho o CD Robert Gomez Trio, da Basement Front) e o genial Michael Hedges, um grande virtuose e dono de um estilo muito pessoal, que infelizmente faleceu recentemente em um acidente automovilístico.

Tem guitarristas que podem ser considerados crossover mas nunca intérpretes do smooth jazz, como John McLaughlin , Larry Coryel e Al de Meola, e outros já citados em outros capítulos, como Fareed Haque, John Scofield e Kevin Eubanks.
Al de Meola tem uma longa carreira iniciada no jazz-rock -tocando sua lendária Les Paul com dois Humbuckers Super Distortion- depois assumiu o violão e passou pelo flamenco fusion e recentemente gravou um CD tocando somente tangos do genial compositor Astor Piazzolla. Ele gravou muitos CDs, mas eu particularmente não gosto de nenhum...porém Elegant Gypsy é um marco importante dentro do jazz-rock.
John McLaughlin namorou o jazz-rock, tocou jazz, passou a tocar somente violão, dedicou-se muito a música indiana e agora tem tocado música erudita. Ele compôs o Concerto para Violão e Orquestra "The Mediterranean", entre outras peças contemporâneas. Um excelente CD dele é o Live at the Royal Festival Hall, e uma boa coletânea é a da Verve, da série Compact Jazz.
McLaughlin e De Meola, junto com o gênio do flamenco moderno Paco de Lucia gravaram aquele que é um dos discos mais famosos e mais vendidos de violão de todos os tempos, o lendário (e obrigatório) Friday Night in San Francisco, un festival de virtuosisimo (e de excesso de notas).Eles ainda gravariam juntos o disco Passion, Grace & Fire.

O Brasil tem seus representantes, como Ricardo Silveira (o CD Bom de Tocar é legal), Vitor Biglione, Torquato Mariano (quem, como Vitor Biglione, é argentino), Heitor TP e o excelente Ulisses Rocha, já citado no capítulo "violão brasileiro".

Rafael Ferraço
Veterano
# abr/06
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Existem muitos mas muitos mesmos que não citei e são ótimos xD

Thio
Veterano
# abr/06 · Editado por: Thio
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POxa. Só os loucos.
Todas essas bandas são maravilhosas.
Tem umas que não citaram aí, como o Samla Mannas Manna, que mistura progressivo com música regional da Suécia, muito boa. Pra quem quiser conhecer, recomendo a música Tarningen, que tem linhas de guitarra, teclado, baixo, batera,... sensacionais.
Até a ver com o Mr.BUngle, o baixista tem um trio chamado Trevor Dunn's Trio, que mistura jazz, metal, polirritmia...
Tem mais uma par.
Muito bom esse tópico.

Thio
Veterano
# abr/06
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recomendo o site http://www.progarchives.com
por exemplo, se você curtiu o Henry Cow, procura o nome e clica no nome do estilo (se não me engano ele é classificado como RIO - Rock In Opposition). Aí aparecem várias bandas que tem um estilo parecido, ou que segue o mesmo princípio.

Williamfw
Veterano
# abr/06
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Mars Volta - estilo musica indeterminado tamanha esquisitice, mas os caras sao mt foda, ao vivo mesmo é uma energia desumana

Josh_Home
Veterano
# abr/06 · Editado por: Josh_Home
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Rafael Ferraço
Valeu pela contribuição, o interessante é encher o tópico com todos os estilos e gostos, assim abre um leque maior de conhecimento para todo mundo.

Thio

Sim, o Trevor Dunn´s Trio é doidera pura também, muito bom.

Williamfw

Lembrou bem, Mars Volta tem umas músicas quebradeiras difíceis de tocar, fora os vocais que nem preciso comentar... bacana, um tópico recheado de informações.

Dogs2
Veterano
# abr/06
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Legal a galera ter recomendado o Guinga
ótimo músico, e compositor

Josh_Home
Veterano
# abr/06
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Tô começando a procurar várias coisas para ouvir...

Rafael Ferraço
Veterano
# mai/06
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Josh_Home
eu indico um monte de estilo desconhecido como musica celta, new age, celtic fusion, folk (chines, cubano,arabe), e mais um monte de coisa

Thio
Veterano
# mai/06
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Rafael Ferraço
celtic fusion deve ser muito bom. indica alguma coisa pra gente.

Rafael Ferraço
Veterano
# mai/06
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Thio
eu conheçi esse estilo recentemente, a unica coisa que conheço dele é o Mugar, vo upar uma musica deles aqui pro pessoal conheçer

Rafael Ferraço
Veterano
# mai/06
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fico só imagiando isso na guitarra
http://rapidshare.de/files/19347047/04_Up_Down_And_Around_Mugar_Kabily _Touseg__Celtic_Arabic_Fusion___UK__Rock-Pop.mp3.html

Rafael Ferraço
Veterano
# mai/06
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só eu que sei de coisa boa e desconhecida? vamo lá pessoal vamos trocar experiencias, falem ai coisas boas também...

Thio
Veterano
# mai/06 · Editado por: Thio
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Rafael Ferraço
Firmeza, cara.

Olha...
o grupo que me abriu a mente para tudo o que fui conhecer depois, foi o Soft Machine. Uma banda da Canterbury nervosa, com discos até diferentes entre si. O primeiro é o que chamam de psicodelia ácida mesclada com alguma coisa de jazz (primórdios do fusion). O segundo segue a linha do primeiro, mas com composições mais ornamentadas e belas, e muito improviso. O terceiro é completamente pirado, como se dessem um salto gigantesco entre um disco e outro. Chama-se "Third", um álbum duplo com quatro faixas, recheada de psicodelia, jazz e progressividade. Clássico do fusion.

Tem alguns que venho conhecendo ultimamente bem interessantes, como o Ahvak. Seria como uma mistura de Fusion com música israelense. Os caras são muito criativos.

Tem o Pink Freud, que seria como um Pink Floyd puxado pro jazz...

Tony Williams Lifetime - o grupo desse baterista que pra mim é um dos melhores, foi um dos primeiros conjuntos de fusion, com o John Mclaughlin na guitarra (no começo. Depois tocou o Allan Holdsworth, o Ronnie Montrose...); já teve o Jack Bruce no baixo, uma mina que não sei quem é cantando. O som é nervoso, e o primeiro disco - "Emergency" - é uma quebradeira total. MUITO improviso!!! Depois ainda lançou outros discos, alguns mais puxados pro funk-soul, outros pro rock, mas sempre explorando campos improvisacionais (!).

Um dos melhores grupos que já conheci até hoje foi o Mr. Sirius. O segundo disco deles - "Dirge" - é uma obra prima. Na minha opinião, um dos discos mais belos que existem. Eles são considerados como Canterbury, apesar de ser do Japão. O som deles é daqueles surpreendentes, onde começa com linhas progressivas nervosas, solos, convenções, e do nada entra uma moça cantando melodias lindas, harmonias divinas. Eles conseguem caminhar tranquilamente entre um som altamente pesado e aquelas músicas orientais budistas. A banda é do multiinstrumentista japonês que esqueci o nome. As composições dele são inacreditáveis. Quem ouvir não vai se arrepender. Recomendado pra quem curte de Allan Holdsworth à Bjork (não é o Sleepytime Gorilla Museum. Esse é pra quem curte de Bjork à Sepultura).

The Muffins, outra banda que surpreende, pelas composições, improvisos e idéias. Imagina quando se juntam caras completamente doidos, que estudam e são músicos profissionais, pra tocar só as pirações que lhes vêm à mente. O som é muito bom. Também é da Canterbury (sou fã de todas as bandas dessa cena).

Faltam os brasileiros

Rafael Ferraço
Veterano
# mai/06
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Thio
Valeu pelas dicas !!!!

Thio
Veterano
# mai/06
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O mais legal do Mr. BUngle é que eles são tão doidos, que cada disco é diferente do outro.
Por exemplo, eu tava ouvindo o Disco Volante direto, que é mó porrada.
Hoje, ouvi o California. É outra coisa completamente diferente. Parece até outra banda.

Thio
Veterano
# mai/06
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Rafael Ferraço
É legal trocar conhecimentos musicais. Amplia a mente, e quebra muitas barreiras.

Rafael Ferraço
Veterano
# mai/06
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Thio
mais uma dica muito boa, entra nesse site www.conradopaulino.com.br nele tem muitas dicas e lições gratuitas muito bom e legal o Conrado é um grande musico

Thio
Veterano
# mai/06
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Rafael Ferraço
valeu

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