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gabrielcaetano Membro Novato |
# mai/17
Estou lendo um livro chamado "Mixing Secrets for the Small Studio". O livro é incrível e fala desde a preparação do espaço de mixagem e escolha de monitores, até a finalização do projeto. Recomendo, estou amando.
Mas a questão é - estamos estudando o suficiente?
Claro que alguns de nós são profissionais, outros estudantes, outros amadores. Mas estamos fazendo aquele esforço extra?
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Ismah Veterano |
# mai/17
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Não. A hora que alguém diz que está fazendo o suficiente, que sabe o suficiente, é porque está errado e não sabe nada...
As experiências nunca param, sempre temos como desenvolver nossa habilidade em uma nova técnica. Ainda mais quando se está fora de um ambiente adequado.
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Adler3x3 Veterano |
# mai/17 · Editado por: Adler3x3
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A busca contínua da perfeição.
Só que como dizem as vezes o menos é mais, tem que buscar o próprio estilo.
Fazer o simples, e o simples é composto por partes complexas.
Depois que domina o que era complexo passa a ser simples.
Só nestes últimos meses li mais de 10 livros sobre mixagem e masterização. Mas na prática parece que fiquei estacionado, tudo com exemplos perfeitos, mas a realidade é outra.
O negócio é fazer do meu jeito mesmo para poder andar para a frente.
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HotLicks Membro Novato |
# mai/17
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Hoje em dia, tá tudo tão cheio de fórmulas e receitas do tipo "faça isso pra bateria soar pesada" ou "corte ali pra guitarra ficar matadora", só que a variedade e dinâmica da música é tão abrangente que não dá pra levar tudo a sério ou como verdade absoluta.
Na minha opinião, o lance é ler e estudar tudo o quanto for possível e, depois, conseguir filtrar o que realmente é relevante de acordo com sua própria experiência. O que funciona pra vc não precisa, necessariamente, funcionar pra mim. Cada projeto musical é único.
HL
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gabrielcaetano Membro Novato |
# mai/17
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Adler3x3:
"Só nestes últimos meses li mais de 10 livros sobre mixagem e masterização."
pode me recomendar alguns desses livros?
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gabrielcaetano Membro Novato |
# mai/17
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Ismah
o ponto da minha pergunta não é tanto sobre admitir que temos sempre que aprender, mas quanto esforço estamos realmente fazemos por aquilo que queremos aprender.
o livro que estou lendo é o primeiro que leio sobre o assunto e, claro, quero ler mais.
HotLicks citou um excelente ponto:
"Hoje em dia, tá tudo tão cheio de fórmulas e receitas do tipo "faça isso pra bateria soar pesada" ou "corte ali pra guitarra ficar matadora", só que a variedade e dinâmica da música é tão abrangente que não dá pra levar tudo a sério ou como verdade absoluta."
eu percebo que há dezenas e dezenas de cursos online que prometem profissionalismo rápido para produtores musicais, milhares de vídeos sobre como conseguir o eveito X na DAW Y, mas vejo muito pouco conteúdo conciso sobre o que significa ser um estudante ou profissional da produção musical.
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PguitarMaxx Veterano |
# mai/17
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O aprendizado nunca acaba :)
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Ismah Veterano |
# mai/17
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gabrielcaetano
O esforço é individual. Eu leio muito, meu estudo forma é quase zero. Mas só ler não me basta, tenho quase metade da minha vida como carreira na parte técnica da música...
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Lelo Mig Membro
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# mai/17 · Editado por: Lelo Mig
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gabrielcaetano
"Estamos Lendo Livros o Suficiente?"
Não sei se essa seria a pergunta correta... talvez "Estamos lendo os livros corretos?", fosse mais pertinente, ou ainda melhor "Estamos estudando da maneira correta?". Infelizmente têm muito discurso de "motivação e auto-ajuda" na área musical hoje em dia. Grande parte é porcaria insignificante e, pior, com erros grosseiros de conceito.
Vivemos uma época onde as pessoas querem o "caminho das pedras", querem a receita pronta. Desta feita, por exemplo, recorre-se as dicas do produtor famoso no Youtube,(que nem famoso no mundo real da gravação é), e promove-o a "guru" do studio caseiro..
Contudo, o guru do studio caseiro, tem pelo menos a prática. A grande maioria que segue suas dicas e gambiarras nem isso têm.
Alguns conhecimentos, além da prática intensa, exigem uma base bem mais estruturada do que a maioria imagina ou pretende.
Eu conheço pouco, sou hobbista, tenho uma prática razoável e uma teoria pequena... mas sou hobbista, gravo minhas coisas, me guio pelos ouvidos. Não tenho canal ensinando a produzir no Youtube nem em lugar algum. Minha forma empírica e intuitiva me são suficientes e os erros não expõe outrem ao perigo. Não vejo problemas nesse autodidatismo amador.
O foda é aturar "professores de internet" e seus gráficos e fórmulas matemáticas, que eles mesmos não têm a miníma condição de entender. Cabra não consegue resolver uma equação de primeiro grau e posta fórmulas de acústica ou de potências sonoras para impressionar.
Para quem quer conhecer profundamente sobre o assunto, acústica e eletrônica "puras" são essenciais, à fundo e com complexidade... além de uma prática intensa.
Quem não domina eletrônica e acústica e, obviamente a física e matemática, não têm culhões para entender e aplicar as fórmulas corretas.
Sou meio radical em alguns seguimentos, não vejo "mais ou menos" nesse setor, para quem deseja dominar de verdade.
Já, para gravações caseiras e hobbies, uma boa prática e a seleção dos livros e autores corretos, ajudam a obter melhoras.
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Adler3x3 Veterano |
# mai/17 · Editado por: Adler3x3
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gabrielcaetano Olha fiquei decepcionado com todos.
Assim não vou recomendar. Os livros que li fiz download do plano unlimited que tenho na Amazon, livros virtuais, e que pago uma taxa mensal que dá direito a ler os livros. Até o momento não apareceu um livro destes que eu diria este livro é bom. A maioria dos livros é tudo em inglês.
Tem mais livros lá, alguns bem caros, e como a crise tá pegando não comprei. Tem os tradicionais impressos como o da arte da mixagem, pesquise aqui no fórum que tem uma relação de livros, digamos mais tradicional.
A própria Ozone tem livros gratuitos a respeito que valem a pena serem lidos.
Fiquei tão decepcionado que comecei a escrever um livro sobre o assunto por conta própria, com o enfoque real de um usuário de estúdio caseiro, montando exemplos reais, com os recursos limitados que um usuário normal tem. Vou demorar um bom tempo para fazer isto, mas vai ter mais conteúdo do que estes que estão aí.
E a internet tem cada tutorial como já foi dito um pior que o outro, os caras querem se mostrar e a maioria não ensina nada, pelo contrário só causa mais confusão.
A impressão foi esta, não que eu seja bom ou superior, mas sei mais do que muitos que saem escrevendo livros por aí. É a banalização da cultura e do ensino, pura picaretagem como se diz.
Sou amador, e como amador vou escrever e vou deixar isto claro já no primeiro capítulo.
E tem a parte musical, seja teoria ou prática que é mais importante, e estes livros mostram o despreparo desta turma, na nova tecnologia, o músico continua sendo a parte mais importante. E na minha opinião o músico não pode se submeter aos tecnecistas.
Quanto as técnicas de áudio o ideal é a pessoa desenvolver a sua própria técnica de acordo com os recursos que tem a sua disposição.
E isto envolve principalmente a leitura dos manuais dos produtos e dos softwares. Aqui tem que dedicar o seu tempo. Um bom produto tem um bom manual, coisa difícil de achar.
Não adianta nada na capa do livro o cara colocar aquelas enormes mesas de som, e depois dentro do livro encher de abobrinhas sobre outros aparelhos, e tabelas e tabelas de números e gráficos sem sentido prático.
Tem muito chamariz e pegadinhas na internet, na verdade só querem vender, e se você compra um produto mais simples, vai ter um gancho para depois gastar mais, e nunca vai te o acesso e o curso completo, ou seja vai gastar uma boa grana e não vai aprender nada que preste.
Pois é o modelo que só visa lucro e picaretagem e enganar as pessoas, cuidado com o título dos livros e a capa que promete muito e não entrega nada.
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PguitarMaxx Veterano |
# mai/17 · Editado por: PguitarMaxx
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Lelo Mig Concordo com tudo o que disse, mas o eu acredito que é melhor fazermos o tudo o que está ao nosso alcance do que não fazer nada. As vezes o guru do estúdio caseiro é tudo o que o cara tem ali no momento.
Não me entenda mal, eu não tenho canal no u2b ensinando nem a fazer arroz, quanto mais produção musical hehe
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Ismah Veterano |
# mai/17 · Editado por: Ismah
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Lelo Mig Cabra não consegue resolver uma equação de primeiro grau e posta fórmulas de acústica ou de potências sonoras para impressionar.
Foi se referindo a mim Lelo?
PguitarMaxx Lelo Mig
O difícil em ser auto-didata é separar os Joyo dos Wampler hehehe Se organizar é a segunda dificuldade, eu por exemplo em progressões tenho um desenvolvimento bom, quando em bends ainda tem uns que saem desafinados volta e meia. O ensino formal tem essa vantagem de ser mais direcionado, mas também já caiu nas gadanhas de qualquer um virar guru.
O caminho menos arriscado para se pecar, é checar as fontes. Ando me preocupando muito com isso: quem diz? quem é o que está dizendo? o que ele faz?
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Lelo Mig Membro
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# mai/17 · Editado por: Lelo Mig
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PguitarMaxx
"As vezes o guru do estúdio caseiro é tudo o que o cara tem ali no momento."
Amigo eu comumente exagero e generalizo em minhas colocações... é um padrão, não costumo perder muito tempo com as exceções para ser objetivo. Elas (as exceções) vão surgindo conforme o assunto se refina.
Mas, minha experiência, tem me mostrado preocupado justamente com o "que o cara tem ali no momento."
Essa nova geração é muito ávida por rapidez, facilidades, pular etapas. Vemos por exemplo, na guitarra, neguinho dizer "o que tenho de treinar para fazer os arpeggios from hell do Malmsteenn a 180 bpm?".... ok, só que você aprofunda e descobre que o guri toca guitarra há 3 meses e não faz nem pestana decente, ainda...
Se você têm um equipo, fica fazendo testes, fuçando... se você tem uma certa cultura, curiosidade você erra e acerta e por observação vai encontrando um caminho. Dependendo do nível de curiosidade e observação, você vai estudar o porque esta errando e porque esta acertando... e sabe quais perguntas devem ser feitas.
O problema que vejo é a crença na "mágica": Se eu assistir os videos ou ler o livro do "Deus" do áudio eu viro o Phil Spector em uma semana!
Qual critério, base, esta pessoa têm para filtrar o que o "Deus" do áudio esta dizendo? Como posso achar o máximo ou uma merda um assunto que não conheço absolutamente NADA?
Não adianta cara, eu sou um homem da ciência, sou racionalista, sou cético, crítico duramente a crença em pseudociência.
E hoje, a pseudociência, devido o baixo nível de questionamento que as pessoas fazem sobre as coisas, se espalha como um vírus.
Todo mundo sabe tudo..........só que ninguém sabe nada e não pretende se aprofundar.....porque dá muito trabalho.
Ismah
Foi se referindo a mim Lelo?
De onde tirou isso?.........Estamos falando destes materiais didáticos, livros e etc., e eles estão cheios de gráficos, fórmulas, cálculos de acústica e etc., para impressionar leigos. Essa matemática é complexa, decorar meia dúzia de fórmulas e não ter a miníma ideia de como utiliza-las é padrão nessa área, serve como uma espécie de ilusionismo. Vai por mim, cansei de ver isso.
Teu nível matemático, eu desconheço, no entanto se você é um dos que não sabe prá que, como e onde usar as fórmulas que demonstra, neste caso serve prá ti também....rs.
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JJJ Veterano
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# mai/17 · Editado por: JJJ
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Acho que vou dar uma "destoada" geral... não acho que seja preciso ler dezenas de livros sobre um assunto. Basta um, completo e bem escrito...
Dito isso, lembro de um, em inglês, que li há muito tempo, só que não lembro o nome... lamento... acho que era "mastering-alguma-coisa". Usava umas figuras com bolas "3D" pra falar sobre posicionamento, volume, pan, profundidade. Acho que, se alguém aqui leu (deve ter lido, porque foi bem "badalado" na época), vai lembrar.
No mais, não é livro, mas os manuais/helps técnicos de cada equipamento, DAW, plugin, etc... esses eu leio (não de forma "contínua", mas onde tenho necessidade).
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francisco2004 Veterano |
# mai/17 · Editado por: francisco2004
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Lelo Mig Não adianta cara, eu sou um homem da ciência, sou racionalista, sou cético, crítico duramente a crença em pseudociência.
E hoje, a pseudociência, devido o baixo nível de questionamento que as pessoas fazem sobre as coisas, se espalha como um vírus.
A ciência está em crise desde meados do século XX. Essa ideia de algo puro e livre de uma agenda (ideológica) subjacente é algo que foi bastante questionado, pois há inúmeros exemplos de que às vezes os dados foram dispostos com o intuito de se comprovar uma tese (e não outra).
Então acho que essa falta de ceticismo sobre "o que está por trás" ocorre no próprio meio acadêmico/científico, que não questiona seus pressupostos; apenas saem gritando, histéricos, pelos quatro cantos: "isto é ciência, aquilo não é". Na verdade, ciência é um tema aberto à discussão. Por exemplo, muito se discute se ciência é a prática científica, com todos os seus defeitos, ou é a sua forma idealizada que nunca se concretiza perfeitamente como elaborada - com hipóteses, experimentos e conclusões sem qualquer interesse no sucesso ou fracasso dos resultados.
A ciência tem algo de fé; acredita-se que hoje ela seja o melhor modo de conhecer, mas não há que se falar em verdade aqui, pois acreditar na ciência não é mais do que uma crença. O texto abaixo é bem interessante para o debate sobre ciência como um ramo do conhecimento humano e, como todo conhecimento humano, há uma impossibilidade de se demonstrar uma verdade absoluta, objetiva, fora de nós mesmos. O máximo que podemos almejar é nos sentirmos satisfeitos com os resultados, acreditando que eles têm uma carga substancial de verdade (mas nunca vamos conseguir eliminar a fé). https://jarbas.wordpress.com/052-conhecimento-e-verdade/
Então, você dizer que odeia pseudociência não quer dizer muita coisa. Ser racionalista também não te torna muito melhor do que um semianalfabeto que se julga intérprete da Bíblia.
CS – Podemos ter escolhas ditas científicas não racionais?
Latour – Eu não utilizaria a palavra racional para descrever as ciências. Há muito de crença e de outros elementos em jogo. A ciência produz enunciados exatos, mas falar de racionalidade é muito.
CS – Quando especialistas liberais e antiliberais discutem como estabelecer critérios científicos para saber quem pode ter razão?
Latour – Economia e ciências políticas não são ciências. Retiro o que disse sobre a sociologia. É possível produzir verdades pontuais. Faz diferença se falamos, por exemplo, de sociologia aplicada ou fundamental. A palavra racional é enganadora. Não é o que decide. A palavra racional nada descreve. É uma ilusão de certa época.
CS – Será que as pessoas aceitariam de continuar financiando a pesquisa científica se soubessem que a racionalidade não conta?
Latour – É estranho só querer financiar o que é racional. O dinheiro público financia estádios como os do Brasil na Copa do Mundo. http://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/2017/03/9647/entr evistabruno-latour-o-objetivo-da-ciencia-nao-e-produzir-verdades-indis cutiveis-mas-discutiveis/
Desculpe a resposta longa. Acho que a ciência é uma área de conhecimento interessantíssima, é um meio de atingirmos determinados fins que a sociedade julga pertinentes. Mas não pode ser um fim em si mesma, a não ser que ela mesma fosse ao encontro da verdade. Como não se pode demonstrar a verdade absoluta, não se deveria perder muito tempo com ciência, mas apenas o necessário para se realizar determinados fins da humanidade (o bem comum, a felicidade, perspectivas sobre objetos do universo, etc).
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Insufferable Bear Membro |
# mai/17
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Basta um, completo e bem escrito... É, verdade, o problema é que esse livro nunca existe.
Teu nível matemático, eu desconheço Engenheiros não sabem matemática !
Eu acabei entrando na matemática justamente pra entender síntese e processamento de áudio de baixo pra cima... e eu te garanto que 99% dos youtubers que falam sobre essas coisas não tem idéia do que estão dizendo.
A ciência tem algo de fé Além de desvirtuar o tópico tem que desvirtuar falando besteira...
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PguitarMaxx Veterano |
# mai/17
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Lelo Mig De fato você tem razão. Vivemos um imediatismo, tudo é pra já. Os poucos que conseguem fugir disso conseguem se destacar.
Mas existem também aqueles que não sabem por onde começar. Eu mesmo cansei de ir atrás dos gurus do estúdio caseiro no u2b, procurando uma forma de começar, tentando entender um compressor, qual o primeiro passo ao gravar uma guitarra e etc... Com o tempo eu comecei a aprender a filtrar e encontrar meu caminho das pedras e só então eu vi o quão errado eu estava hehe
Mas ainda assim, foi o que deu pra mim fazer no momento. Posso não ter acertado, mas aprendi com os erros.
O problema é não querer se aprofundar, como você disse. Achar que depois de um video de 20 minutos vai virar o Dave Pensado e ganhar um grammy
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PguitarMaxx Veterano |
# mai/17
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Ismah Separar o que presta do que não presta é essencial, mas não é facil. Principalmente se está começando.
Mas o erro ensina o erro ensina tanto quanto o acerto, as vezes mais. Vai da pessoa. De toda forma, o pecado pra mim é não se aprofundar, seja lá o que esteja fazendo
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Lelo Mig Membro
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# mai/17 · Editado por: Lelo Mig
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francisco2004
Cara, você desvirtuou...rs.
Você foi para a filosofia... aí é foda camarada...na filosofia, tudo posso "pensar" e questionar.
Para George Berkeley, filósofo irlandês, o mundo material não existe e vivemos numa "matrix"... e o sujeito achava isso em 1730 e pouco!!
Filosoficamente, posso questionar se 2 mais 2 é realmente 4.Porém, dentro de nossa realidade, seja virtual ou não, mas em nosso mundo prático, a ciência é a única coisa que pode afastar a humanidade da ignorância.
Quanto a ciência ter algo de fé, não cometa o erro vulgar, que muitos cometem de confundir fé com acreditar.
Eu posso crer na humanidade... posso crer na ciência... posso crer em meu amigo.
Um cientista acredita, confia na teoria que persegue.......mas isso não é fé! (Até porque, se fulano não acredita no que faz ou persegue, dificilmente concluirá seu objetivo).
Fé é um pressuposto de aceitar, como verdadeiro, algo ou alguma coisa, sem que se precise de nenhuma comprovação ou prova.
Ainda que a palavra se alinhe, semanticamente, com crer, acreditar, confiar... não é a mesma coisa.
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MMI Veterano
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# mai/17
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Acho que a questão nem é ler livros o suficiente. Alguns leem até demais. Como já falado, a internet já tem gurus demais. Tem informação demais por aí. Piora para quem não tem a prática, não tem o discernimento, confunde muito.
Confunde muito porque hoje com um punhadinho de grana se pluga um dispositivo num computador e se começa a gravar. Nisso já virou estúdio o quarto, produtor, entendido e se deixar vira guru do Youtube - e neguinho paga por isso.
Mixar, produzir, masterizar e gravar não são ciências exatas. Não é uma questão de aplicar uma fórmula. Tem vários jeitos de se fazer, cada som é diferente, cada banda é diferente, além de que supostamente ninguém deveria soar totalmente igual ao outro, salvo em raras exceções que correm o risco de perder a graça. Por muito tempo o caminho foi praticar, ouvir, descobrir seu próprio caminho (as vezes com um guru dentro de um estúdio apontando algumas rotas), começar como assistente de estúdio e ir trilhando. É algo meio empírico e meio estabelecido, meio arte e meio ciência. Hoje o caminho é comprar uma placa, ler e assistir vídeos no Youtube. Quero dizer com isso que falta praticar, mas a prática correta. Falta a prática bem orientada, falta o conhecimento empírico, pois algumas coisas não são explicáveis em palavras (ou pelo menos não são tão compreensíveis), pois num dado momento estamos falando no belo, no gostoso, no agradável ou no que "gostei ou não". É a velha diferença entre a verdade e o correto (a filosofia que estão entrando... kkkk).
A verdade é que na época dos grandes estúdios, o Brasil não se desenvolveu tanto, não teve tantos grandes nomes nos estúdios em comparação aos seus músicos. Até porque sempre foi muito caro um bom estúdio. As bandas grandes e grandes músicos iam gravar lá fora - algo que ocorre até hoje. Numa área de conhecimento empírico também... Lá fora há tempos existem grandes nomes, grandes estúdios e gente que acumulou conhecimento e se preparou para ensinar. Aqui é de agora, ficou barato ter um homestudio, pessoas descobriram um filão para ganhar dinheiro, não temos pessoas e cursos que juntam conhecimento, vontade, didática, preparo, material e equipamento para ensinar e explicar. Conheço um ou outro, um deles é um excepcional e experiente produtor/engenheiro de som, um cara que sabe demais, mas ele não pode se dedicar só ao ensino - algumas sessões que fiz com ele foram tão engrandecedoras para nós dois que acabou saindo a melhor sessão que nós dois fizemos na vida, por conta de uma simbiose, um entendimento mútuo onde fizemos umas experimentações onde "saímos da casinha". Só aí aprendi mais que em todos os livros que li.
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Lelo Mig Membro
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# mai/17 · Editado por: Lelo Mig
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MMI
Colocação perfeita........podem fechar o tópico.
"Mixar, produzir, masterizar e gravar não são ciências exatas."
Sim concordo 100%...... assim como na culinária, mesmo com receita, existem "macetes adquiridos/desenvolvidos pela experiência" gosto pessoal e etc.
Só quis frisar que o conhecimento das ciências presentes (acústica, áudio, eletrônica, física)... ajudam bastante.
E uso o termo ciência, também no literal "conhecimento atento e aprofundado de algo", este também pode ser desenvolvido/adquirido pessoalmente, empiricamente.
Abraço!
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MMI Veterano
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# mai/17
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Lelo Mig
Caro Lelo... A minha impressão tomando por base os grandes (brasileiros e gringos) que conheci?
Tem que estudar muito. Tem que ser humilde, saber que depois de 50 anos dentro de um estúdio pode aparecer um moleque que ensine um detalhe diferente e totalmente novo. Saber acústica, eletrônica, circuitos, cálculos, equações etc. é importante, pelo menos uma base, mas não são condições essenciais para quem vai mixar. Não estou desencorajando quem mergulha neste lado acadêmico, até porque pode ajudar. Aliás, nunca vi um cara formado em faculdade daqui (que hoje em dia tem...) que tenha aprendido e se formado um produtor de verdade. O único cara que conheci que ganhou meu respeito foi um cara que nas palavras dele pegou o diploma só para pendurar na parede e se dizer "formado" nisso, já que o que aprendeu foi trabalhando de assistente de produção num grande estúdio.
Quem quer saber mixar, tem que saber captar, começa assim. Tem que estudar música, saber tocar, conhecer música. Estudar ouvido absoluto e relativo - não cair na balela que não dá para aprender alguma coisa disso porque tem que nascer com o "dom", nem que tem que desenvolver na infância, dá para pegar alguma coisa, praticar e desenvolver alguma coisa mesmo depois de velho. Estudar harmonia, composição, enfim, música. Mas aí é dificil... kkkkkkk
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Ismah Veterano |
# mai/17 · Editado por: Ismah
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Lelo Mig De onde tirou isso?
Porque foi coincidência com alguns de meus posts quilométricos carregados de equações hehehehe
JJJ não acho que seja preciso ler dezenas de livros sobre um assunto. Basta um, completo e bem escrito...
Como dito, ele é hipotético. Dá para se obter um conhecimento ralo assim, suficiente para a maioria dos casos, mas em vários momentos, outro modus operandi vai te desbancar...
usava umas figuras com bolas "3D" pra falar sobre posicionamento, volume, pan, profundidade.
Seria o Art of mixing do David Gibson?
pseudociência francisco2004 Além de desvirtuar o tópico tem que desvirtuar falando besteira...²
Isso é pseudo-ciência meu amigo. A ciência não é uma crença, não há fé na ciência. Um dos métodos mais apurados para ciência é o de Karl Popper (1902-1994), ele é o pai do que chamamos de falsificacionismo. Nem todas as observações e experimentos do mundo podem provar que uma teoria está certa, mas uma única observação contrária pode provar que uma teoria está errada. Em outras palavras, por mais que eu tenha observado o maior número possível de cisnes, não é possível dizer que todos os cisnes são brancos (afinal, nem todos os cisnes do mundo foram observados). No entanto, basta um único cisne preto para se concluir com certo grau de segurança: “Nem todos os cisnes são brancos.”
Fonte: recebi no face sem créditos.
Basicamente, diferente de uma religião, a ciência duvida sempre de si mesma. Para provar que uma bola é esférica, eu tenho que falhar em provar que ela tem qualquer outra forma. E isso vale para tudo, é um dos alicerces da ciência, caso do diferenciômetro que provou o que Einsteins resolveu com a sua teoria: eles falharam em provar que ele estava errado.
Insufferable Bear Engenheiros não sabem matemática !
O Lelo se referia a mim, que não sou nem engenheiro, nem matemático. " Não sabem ", com aspas bem grandes, porque engenharia está subordinada a matemática.
PguitarMaxx O problema é não querer se aprofundar, como você disse. Achar que depois de um video de 20 minutos vai virar o Dave Pensado e ganhar um grammy
Aqui que entra o problema do imediatismo e contentamento (ou seria "inquestionamento" ?) em que vivemos, e dá para reduzir a comodismo... Não basta eu ler um livro, eu preciso ler todos. Nunca é o suficiente, e é um tanto saudável isso se tratando de conhecimento...
Quando tu diz que é o única coisa disponível, comete o erro de muitos. É preciso correr atrás, bicho! O que mais ouço por aqui, é cara dizendo que não tem professor de tal coisa, na sua cidade/região. Muda de cidade então! Mas é bem mais confortável reclamar que não tem professor, do que sair do emprego, vender a casa própria, e tentar aprender sozinho... 10 anos depois, deve ter aprendido alguma coisa, mas teria aprendido em 3 no ensino formal...
Na minha área, até eu concluir sozinho, o que o Thielle e Small concluíram, eu precisaria viver mais de 500 anos, porque eles já tiveram acesso a um conhecimento acumulado... Só o aplicaram-no, então puderam seguir além.
Lelo Mig 2 mais 2 é realmente 4
Já começo a duvidar...
https://www.youtube.com/watch?v=m6tAG5dGEI8
Agora, vamos somar as ideias de terra-planistas, design inteligente etc... E ao cerne do tópico... O problema está em ler UM livro ou ver UM vídeo como o acima, e se considerar capacitado pra nada. É apenas um fato explanado. De modo geral, nisso. Não basta só experiência ou só teoria, é preciso um semi-equilíbrio entre os dois...
Mais filosófico que científico, dá para se dizer que hoje eu sou mais tolo do que serei amanhã, e mais sábio do que fui ontem.
Todos nós quando começamos na música, não sabíamos nada, e fomos adquirindo conhecimento sobre, achando o trilho certo de tanto pisar nos espinhos dos trilhos errados. Do meu lado lá se vão 16 anos, do seu talvez mais que o dobro disso... E cada dia eu acho que não sei nada...
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Adler3x3 Veterano |
# mai/17 · Editado por: Adler3x3
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Bem para mim a fé e a filosofia não são problemas no ambiente musical.
Não se deve confundir a fé cega que os religiosos deturparam, que esta fixada em dogmas. Isto é a fé imposta sem a minima possibilidade de contestação.
Fé é uma virtude e dela derivam outras virtudes como fidelidade, confiança etc... E fé não tem somente o lado religioso, como os clérigos querem impor. Já tentei explicar isto num post de outro tópico, mas não fui compreendido, talvez por não ter sido claro.
Ou porque as pessoas estão presas aos dogmas, ou por repulsa nem podem ouvir falar da palavra fé, tamanha as contradições e maus exemplos de uso da fé. Se alguém coloca esta palavra num texto, já leva críticas e nem analisam direito o que a pessoa tentou transmitir, pois confundem a fé com a fé cega. Se é a fé dos outros, não é a sua fé. Se não é a sua fé, não é virtude. A virtude é pura e incorruptível na sua essência, mas não tem dono e não pode ser manipulada.
Pois a partir do momento que o que se auto intitula perfeito e conhecedor da teoria e da prática das virtudes, deixa de ser virtuoso, pois perdeu a humildade, uma virtude básica.
Pode até ter um conhecimento enciclopédico sobre as virtudes, mas se não pratica, não é virtuoso.
A fé não pode ser imposta, tem que ser absorvida de acordo com a consciência e níveis de cada um sempre para o bem.
Eu diria que dentro da fé esta o próprio conhecimento, a sabedoria a prudência, enfim as virtudes vão derivando umas das outras e sempre atuam em conjunto.
Claro não sou dono da verdade, e não posso provar. A virtude da fé é muito mais ampla, e não se deve radicalizar. Não tem um caráter exclusivamente religioso, e por ser virtude não tem dono. Você pode ser um usuário das virtudes, pode estar virtuoso, mas não é dono delas, não tem exclusividade. Assim no momento que se radicaliza se deixa de ser virtuoso. Se fica cego então não pode estar virtuoso. Podemos em alguns momentos estar virtuosos, e em outros momentos não.
Não é desconstruindo a mensagem do outro que se chega numa conclusão ou assimilação de conhecimento. Desconstruir por desconstruir. Muito embora as vezes seja necessário desconstruir a falsidade e a cegueira, mas isto entra em cena mais como um alerta do que como uma destruição.
Tudo pode também ser visto sob o ponto de vista não religioso. Música também é improviso, não esta limitada a regras absolutas.
Música tem um lado de inspiração que não pode ser explicado por conceitos puramente científicos.
A música é uma das sete artes liberais e sempre ocorreram influências entre as artes, e a própria música esteve por um longo tempo ligada a religião, muito embora sempre tenha existido a música profana. E nos dias de hoje esta o inverso tem muito mais música profana do que religiosa.
O maior exemplo são as peças de opera onde várias artes se unem, e pode ter o caráter e a liberdade de criação não ficando presa a esta ou aquela corrente.
A corrente é um símbolo que pode ser usado tanto para a opressão como para a ligação.
Por este motivo as operas são consideradas uma arte superior. Pode-se ter uma música sobre um mito ou lenda, ou qualquer outro motivo criado na mente humana, cuja fonte não é ciência pura no conceito moderno.
E só para lembrar música deriva de musas, que fazem parte das lendas e mitos da antiguidade vinculadas ao imaginário e fantasias da religião e da própria filosofia. Era através de mitos e lendas que se ensinavam certos princípios e até filosofia.
Tem até peças que se chamam fantasias,onde não existem limitações para criar música.
Se a música esta soando fielmente as ideias do músico é o que importa. Se o som tem alta fidelidade em alguns casos também.
E a música moderna pode ser ambiente de acordo com a mensagem do filme ou texto, pode soar mais estridente, pode soar mais suja, pode soar mais doce, pode soar mais defeituosa, tudo depende do que se quer transmitir, pode soar até com asco e ser repulsiva, pode soar com segurança e até com medo.
Mas o que é soar bem? depende do gênero, depende da criação. O que importa no resultado final é que soem bem não tendo tanta exatidão. Como foi gerada (gravada)? Se a gravação esta fiel? Independe da religião.
E o que mais importa é que a música soe de acordo com a ideia do compositor e seus interpretes, nem tanto sob o ponto de vista do técnico que faz a mixagem e a masterização. Música também esta para a imaginação, que varia de pessoa para pessoa.
Assim não existe nenhum conflito entre a música e a ciência. Não existe conflito entre a matemática e as outras artes.
Necessariamente não precisa existir conflito entre religião e ciência, cada uma no seu lugar de acordo com a consciência individual. Claro tem os dois lados que levam a radicalização, mas isto não traz proveito.
O que não pode é a fé imposta a força, mas também o que a ciência não pode explicar e o ato de desqualificar por não ser ciência e acusar algo de pseudociência se não tem o conhecimento necessário para entender, coisas que não podem ser representadas por equações, ou por provas científicas que estão além da compreensão do ser humano, pois o mesmo esta limitado a simples matéria.
Assim como um religioso não deve impor a sua crença, assim um não religioso não deve usar mal a ciência para justificar suas posições, sobre o que não entende nada, sobre o que é subjetivo e pertence a outra esfera seja de espiritualidade, meras questões filosóficas, e outras questões que não podem ser medidas e interpretadas pela ciência oficial.
Depende da consciência o cientista que tem religião sabe conduzir a questão e não mistura e não entra em debates inúteis, quando a religião e a ciência se chocam.
Assim muitos cientistas e religiosos vivem bem e nem por isto deixam de ser notáveis nos seus campos de atuação. E claro não forçam as coisas para se combinarem sobre o que não se tem explicação, sejam científicas ou religiosas.
E não existe um método somente de criar música, tocar e gravar.
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JJJ Veterano
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# mai/17
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Ismah Seria o Art of mixing do David Gibson?
Isso. Sabia que alguém ia lembrar.
E lá se vão vinte anos!!!
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Adler3x3 Veterano |
# mai/17 · Editado por: Adler3x3
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Por isto que tem a palavra "a arte", que é subjetiva.
O movimento das imagens. Muito embora não se possa colocar os ouvidos nas imagens, mas a simbologia ajuda a criar no imaginário o som e sabendo discernir e ouvir, ouvir e ouvir, colocar cada instrumento dentro do seu espaço evitando conflitos ou sobreposições indesejáveis. Esta é ao meu ver a principal contribuição do livro.
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Ismah Veterano |
# mai/17
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JJJ
É um livro didático, mas nada técnico. Tenho impressão que o cara usava LSD em altas doses. O Géa do CCDB também é MAIS OU MENOS nessa onda - mas conta coisas diferentes. Ainda espero uma versão impressa, comprei umas horas de leitura e é muito bizarro... Mas não perde seu valor.
Adler3x3
Ainda que tu negue, a música (letras não é comigo) pode ser explicada pela ciência e com precisão. Existe um trabalho estrangeiro muito bom, que pega obras eruditas famosíssimas e as "decompõe", explicando matemáticamente. Compor é como programar: há uma lógica por trás. E alguns a dominam sem perceber.
Já quem tem a palavra final numa música, é sempre o produtor, nem o engenheiro de mix, nem o compositor/intérprete. Em raros casos o oposto acontece e dá certo com o propósito da maioria das bandas: sucesso, que pode ser traduzido em vendas, que pode ser traduzido em lucros, que pode ser traduzido em dinheiro.
Eu te respeito mui, e sei que tu como vários outros da tua época, como o David Gibson e o CCDB, tem uma visão híbrida entre ciência e religião. Não está nem mais certo, e nem mais errado que eu, pois é algo pessoal.
Matemática não é arte. Ciência é lógica, portanto não precisa de compreensão, como parte do pressuposto que tudo está ao alcance da nossa compreensão e vem dando certo a séculos assim. Lógica comprovada por medições e experimentos que repetidos em condições diversas, tem resultados iguais, e que geralmente são calculáveis e previsíveis matemáticamente. Tanto é que a ciência em geral considera o divino não como inexistente, mas como improvável, ou seja, não foi viável de se provar sua existência. Tanto é que se levou quase 100 anos para conseguir provar o que Einstein estipulou com lápis e papel. Basicamente "a conta deu tanto, agora se virem para saber no que foi consumido"...
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JJJ Veterano
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# mai/17
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Ismah É um livro didático, mas nada técnico.
Mas a ideia é essa... didática (entender a "base" das coisas) e depois o técnico (leitura de manual...).
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Lelo Mig Membro
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# mai/17 · Editado por: Lelo Mig
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Adler3x3 Ismah
Quando nosso amigo francisco2004 "desviou" o assunto indo para a filosofia, ainda que despertou um lado muito interessante da discussão, deu uma desvirtuada.
No tópico o autor fala sobre mixing, studio. Ok, concordo, ele não demostra que é prá ficar somente neste assunto. No entanto, mesmo falando em ciências e filosofia eu me mantive preso no que se refere a "mixagem, masterização e conceitos de studio", assim como fez o MMI.
Falar em "música" arte, construção musical, composição, arranjo e etc... aí a coisa muda.
Arte, Filosofia e Ciências... não são a mesma coisa. E, mesmo, que filosofia e arte possuam alguns conceitos similares e um tanto subjetivos, ainda assim são diferentes.
Em meu ponto de vista (e é preciso frisar "meu ponto de vista") a Filosofia esta além da ciência e, como demonstra vários acontecimentos históricos, ela "puxa" a ciência, ela "desperta" o cientista.
Isso porque o filósofo desenvolve suas teorias, aplicando um jogo de raciocínio onde, basicamente "seria assim se fosse assado?". Contudo, diferente da ciência o "assim ou assado" não precisa ser real, possível, factível, nem mesmo relevante. Isso não importa ao filósofo, não é sua função. Basta fazer sentindo em sua proposição lógica.
Exemplo: Posso fazer a proposição que se "não existissem Fenders, não existiriam Fenders falsas". Isso não é ciência, isso é uma "proposta à reflexão".
A arte, ainda que esteja ligada diretamente a "habilidade em fazer", e não tenha uma definição definitiva, eu prefiro a que a define como uma manifestação ligada a estética, onde o homem "manipula a matéria prima", (no caso da música o som), para dar forma a objetos que representam sentimentos e ideias que ele necessita exprimir, ainda que não tenha controle total sobre essa forma.
Essa expressão vê e têm muito do inconsciente. Criatividade não é técnica, pode ser desenvolvida, mas não aprendida. A razão apenas é o filtro que separa as boas das más idéias e as organiza, segundo seu gosto estético. Isso explica o porque o melhor músico nada têm a ver com a melhor música e porque ter excelente técnica não credencia a fazer boa música. Por isso em tempos de tanta racionalização da música e da técnica não vemos equiparação com a criatividade, muito pelo contrário. Há razão excessiva e ela é um limitador, uma poda, as idéias. Um filtro demasiadamente rigoroso acaba barrando tudo. Há uma auto censura, muito presa a vergonha e conceitos morais pessoais.
Ora, isso nada têm a ver com ciência. "Decompor" uma obra depois de pronta e traduzi-la como matemática, por exemplo, é análise com base científica, não significa que arte seja ciência. Ou seja, há alguma ciência na arte, na técnica da habilidade e na "lógica" da obra pronta, mas não na criação dela, pelo menos não de forma consciente.
Quanto a Ciência, essa é uma disciplina. NUNCA ciência e religião irão andar de "mãos dadas", como sonham alguns, porque são opostos que se aniquilam. Não se faz ciência com fé, nem crença com lógica. Quem acha que a ciência e a religião se "unirão" no futuro são os místicos. Cientista algum acha isso.
O que não impede que um cientista seja religioso e tenha fé. Mas, quando ele faz ciência o "sobrenatural" fica do lado de fora do laboratório.
A Gravidade existe, independente do sujeito acreditar ou não nela. E seu novo estudo ou pesquisa não se consolidará porque ele acredita. Ele pode ter fé em sua pesquisa... e isso lha dará forças para levar sua ciência à cabo... é muito diferente!
Tudo isso para dizer que sim gravação, mixagem e masterização são ciências, assim como a culinária é.
E cito a culinária porque é a ciência que mais encontro paralelo de exemplificação.
A forma do cozinheiro mexer, o material de suas panelas, a temperatura do fogo, os temperos que usa, a sua análise olfativa e de paladar, sua percepção as texturas e sabores... etc, etc, etc.
Tudo isso é pessoal, requer experiência, erros e acertos, gosto pessoal e etc... mas é Ciência!
Exemplo? Se você nunca fez um bolo na vida e eu colocar uma receita aqui você faz. Fica uma merda, mas faz!
Se você nunca fez um bolo na vida e eu listar aqui, apenas os ingredientes, sem receita, você não sabe nem por onde começar.
No entanto, se você é um "boleiro", só olhando os ingredientes terá noção do que e como fazer.
Abraços!
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Ismah Veterano |
# mai/17
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Muita subjetividade pra minha cabeça cansada de descascar abacaxi esta manhã. Prefiro resolver meu mundo com 1+0,999... rsrs
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