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fedrizze Veterano |
# ago/15
Boa noite povo! \o\
Me surgiu uma pequena e curiosa dúvida. Quando estive estudando mixagem e aparelhos para realizá-la, me deparei que cada instrumento possui certas frequências que, manipulando-as conseguimos atingir certo som.
Mas a questão não é timbre, mas sim captação. Vamos pegar por exemplo uma tabela de frequências para bateria e outros instrumentos: Clique aqui
Podemos ver que o bumbo (kick) emite um frequência de 27~29Hz a 200Hz.
Enfim, a pequena dúvida é, um microfone que dê preferência a esse "range" de frequência será uma melhor escolha para a microfonação? Ou depende do resultado que quer obter e estilo musical?
Vejo muitas pessoas que "mixam" aqui na minha cidade, mixando de forma em que sai desse sentido, algo como aumentando frequência de 1KHz no bumbo (não que não possa, mas se é ideal) para conseguir "kick agudo".
Espero que tenha me entendido :) Eu virei com esses e mais muitos termos técnicos, para que, no final todos nós saiamos com mais conhecimento dessa área.
Muito obrigado!
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Stalingrado Veterano
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# ago/15
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fedrizze O lance é pensar nos microfones como, além de captadores, equalizadores. Cada um tem sua resposta de frequência, e isso vai dar uma sonoridade diferente na captação de uma mesma peça. Por exemplo, um mesmo bumbo pode soar mais "gordo" com um AKG D112 ou mais "kickado" com um SM57. Então, o lance é experimentar. Produtores mais experientes já sabem o som que vão conseguir com tal microfone... mas isso só vem com anos e anos de tentativas e aprendizado. Abraço!
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MMI Veterano
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# ago/15
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fedrizze
Não leva a mal, cara... Mas dá para notar que você precisa entender muita coisa de áudio ainda. Acho que o lance vai ser você estudar pela net afora, no seu homestudio, em estúdios. Vou tentar ajudar para dar uma direção a seguir.
Uma boa ideia para se começar, que muita gente peca e acha chato, mas é preciso, é começar dos conceitos básicos. Ou seja, ler sobre a física e os conceitos envolvidos. É chato, talvez, mas relembrar a ondulatória da escola, harmônicos, se aprofundar em acústica, psico-acústica, audição.
É claro, tem microfones com melhor desempenho para graves, agudos e para determinados instrumentos. Cada um vai ter sua sonoridade sim, claro. Você precisa ler as especificações e conhecer cada um, até saber que som vai tirar de cada um e cada técnica de microfonação (não é só qual o microfone, mas como se microfona).
Entenda que quando se lê que um bumbo gera uma fundamental de 30 a 200 Hz tem muita coisa envolvida. Na hora de mixar é preciso saber o que é um som de 30 Hz e um som de 200 Hz, no sentido de ouvir e saber que som é aquele. Um som de 30 Hz é quase uma sensação de "impacto sonoro", algo meio indefinido, que embola a gravação e que é um som de alta potência que come muito o headroom da mix. Muitas vezes é uma "sobra" que atrapalha e incomoda, pode até ser removido com um high-pass. Em alguns sons você pode meter um hi-pass de 60 Hz no bumbo sem dó nem piedade que só vai ajudar no final. Por que isso?
A nossa audição tem mais sensibilidade a sons de 500 a 2.000 Hz. Essa é a zona crítica de uma mix. Leia atentamente sobre as curvas de Fletcher e Munson e entenda aquela negócio. Se você entender sobre audição, ao ver as curvas vai estranhar que tem um pico de sensibilidade em 4.000 Hz. Mas é em 4.000 Hz que primeiro se perde, mesmo por perda temporária devido a som alto.
Então tem que ver na prática essas frequências.
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fedrizze Veterano |
# ago/15
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@Stalingrado Valeu pela dica!
@MMI Obrigado pela palavra. A verdade é que sim sou bem leigo no assunto e essas dúvidas surgem. Já procurei bastante coisa na internet, mas a maior parte do material é inglês e acabo desistindo de correr atrás. Já perguntei para várias pessoas e elas sempre vem com a conversa de "procure na internet". Eu gostaria de pedir para você uma referência que possa me ajudar a estudar isso, tempo e vontade tenho, menos dinheiro (vish), os estúdios aqui na cidade são pequenos e sei que não vou conseguir ganhar dinheiro com isso, resumindo isso é um mero hobby. A área em que gostaria de entrar é em trilha sonora, em musica eu me garanto, mas agora a parte de estúdio tem chão ainda xD
Mais uma vez, muito obrigado a todos!
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Ismah Veterano |
# ago/15
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fedrizze Já procurei bastante coisa na internet, mas a maior parte do material é inglês e acabo desistindo de correr atrás.
Acostume-se ou caia fora... É bem assim que o mundo gira...
gostaria de pedir para você uma referência que possa me ajudar a estudar isso
Alguns nomes pra você
Paulo Anhaia Lisciel Franco
Livros, eu gosto do livro "A arte da mixagem" do David Gibson, ele é bem sucinto, mas vai entender muito bem a mix como um todo.
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fedrizze Veterano |
# ago/15 · Editado por: fedrizze
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Ismah Acostume-se ou caia fora... É bem assim que o mundo gira... True story
Muito obrigado pelo material meu jovem, vou me esforçar e aprender :)
Muito obrigado a todos!
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Ismah Veterano |
# ago/15
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fedrizze
Precisando estamos à disposição !
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marcelosz Membro Novato |
# ago/15
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fedrizze Se estiver disposto a comprar um livro, recomendo "MIX - O PODER DA MIXAGEM". Em português. Mas concordo com o que foi falado. Boa parte do que sei sobre mixagem aprendi com vídeos na Internet. E sim, em inglês....
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Wade Membro Novato |
# ago/15
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Eu costumo dar um boost na região de 1k nos bumbos das minhas mixagens. Gosto daquele bumbo kickado. Geralmente deixo a região dos 200 e seu arredores para o baixo reinar.
Mas uma coisa que sempre tem que ter em mente é que equalizador não cria som do nada. Se a captação do bumbo, por qualquer motivo, não captou nada na região de 1k, não é botando 1k no talo no EQ que essa frequência vai aparecer.
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Iversonfr Veterano |
# ago/15
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Wade Geralmente deixo a região dos 200 e seu arredores para o baixo reinar.
Uma ideia interessante também é o tal do compressor side-chain no baixo, que comprime levemente o baixo quando o bumbo ataca, abrindo espaço pra ele "passar". Bumbo é complicado, você faz aquela EQ que fica com um peso enorme, aí o cara vai escutar nos falantes do celular ou naquele fone in-ear de R$9,99, ou no som original do carro, ou na TV, e no final das contas nem parece que o bumbo existe. Na minha opinião tem sim que aumentar frequências mais altas pra pegar o beater e fazer o bumbo atravessar a mix e aparecer em equipamentos mais simples. Não dá pra mixar apenas para ficar bom naquele fone Grado ou nos monitores de referência. Acho que menos de 0,01% da população escuta sons assim.
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Wade Membro Novato |
# ago/15
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Iversonfr Exato. Por isso mesmo que deixo o bumbo kickado. Mesmo em celular, você ouve uma pancada ali que vai fazer o contratempo com a caixa e logo identifica que é o bumbo, mesmo que não esteja cheião. Melhor que sumir.
Por "regra" o que faço no bumbo é um boost em 1k, outro lá pra 60hz e corte no resto.
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Wade Membro Novato |
# ago/15
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Iversonfr Ainda estou tentando me aventurar pelos compressores multi-banda. Ainda sou do time que prefere resolver tudo no EQ e depois comprimir o pacote todo. Mas já vi as maravilhas que ele pode fazer. Vou dar uma estudada a mais.
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Iversonfr Veterano |
# ago/15
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Wade Mas já vi as maravilhas que ele pode fazer. Vou dar uma estudada a mais.
Se quiser fazer com multi-banda talvez fique até mais bacana, mas o compressor normal já resolve. Não sei se já conhece, mas assiste o video abaixo que é bem legal:
https://www.youtube.com/watch?v=VR1tDwl0r5k
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Ismah Veterano |
# ago/15
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Uma coisa que vem me encomodando...
Kick = grave, pele de resposta Click = agudo, pedal na pele batedeira/de ataque
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Wade Membro Novato |
# ago/15
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Ismah Existe algum tipo de consenso quanto a isso? Nunca vi um padrão estabelecido. Pra mim (e pra quem eu conheço) "kick" na verdade não é nem o grave e nem o agudo, é a junção dos dois. Aquela pancada de bumbo que tem o impacto do grave e a presença do agudo. Não é nem seca (sem o grave) e nem cheia e morta (sem o agudo). Um som clássico de chute.
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Ismah Veterano |
# ago/15
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Olha, os "gringôushhh", tratam sempre como dois canais de bumbo, difícil de usar um só, então lá é consenso essa nomenclatura... A mixagem dos dois geralmente é referida como BD (BassDrum) ...
Por aqui, não sei dizer se existe um consenso exato (Brasil é meio desunido, sabe...).
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El_Cabong Veterano |
# ago/15 · Editado por: El_Cabong
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Eu particularmente não gosto nenhum pouco dos kicks agudos de bumbo. Tanto que nas nossas gravações eu uso um timbre de bumbo bem grave, como por exemplo, nesta música: http://palcomp3.com/adotados/primeiro-encontro-2008/ É claro que o nosso bumbo é um bumbo do teclado Yamaha Motif XS7, mas mesmo assim eu equalizei ele justamente para tirar o kick agudo. Este bumbo original do Motif XS7 eu acho horrível (agudo e estalado) mas com um equalizador eu cheguei onde queria. -------------------- A escolha do microfone tem a sua importância, mas eu acho que o que mais ajuda a pessoa a chegar no timbre de bumbo desejado são: as afinações do bumbo, o tipo de abafamento da pele, e a equalização usada no track do bumbo.
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fedrizze Veterano |
# ago/15
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Segue uma referência que, particularmente acho que boa parte é VSTi
Ou é captação para conseguir chegar nesse resultado? O que vocês acham?
Eu não tenho o ouvido perfeito, mas para um "indie" que grava as coisas em casa, creio que seja um bom resultado.
Isso é estipulação minha, creio que possa estar errado.
Valeu xD
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Wade Membro Novato |
# ago/15
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fedrizze Quase certeza absoluta que isso é sample. Tudo tirando o vocal é.
Sobre a bateria em específico, eu não gostei muito de como ela soou. Até gosto de falta de pratos e foco quase completo nos tambores, mas o bumbo está muito morto pro que geralmente gosto, sem kick. A caixa não me agradou muito, mas não faço nem ideia do porquê. Simplesmente equalizaria diferente.
Mas a mix ficou fina. Ótimo trabalho do sujeito, principalmente se faz tudo em casa.
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Ismah Veterano |
# ago/15
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El_Cabong Tanto que nas nossas gravações eu uso um timbre de bumbo bem grave
Entra aqui a questão importante: headroom da mix! Bumbos muito graves (24x18, 24x20, 26x20, 26x24, 28x16...) respondem muito bem em 30~40Hz com a fundamental, mas isso reduz meu headroom pra caramba, então vale mais a penas você tirar um som na faixa de 50~100Hz como principal.
A escolha do microfone tem a sua importância, mas eu acho que o que mais ajuda a pessoa a chegar no timbre de bumbo desejado são: as afinações do bumbo, o tipo de abafamento da pele, e a equalização usada no track do bumbo.
No caso do bumbo, um mic de cápsula larga é imprescindível. AKG D112, Shure Beta52A, Sennheiser e602 II e e902 são os mais populares por aqui.
Gosto desse vídeo comparativo
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El_Cabong Veterano |
# ago/15
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Ismah Legal o vídeo. Só que tem um ajuste que poderia ser feito ali (que não tem nada haver com os microfones) que deixaria o bumbo exatamente como eu gosto.
A pele do bumbo tinha que estar menos esticada (na minha opinião).
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Ismah Veterano |
# ago/15
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El_Cabong
Ataque ou resposta?
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El_Cabong Veterano |
# ago/15
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Teria que ver pessoalmente a bateria. Mas acho que teria que afrouxar um pouco as duas. Eu costumo colocar na mesma afinação a de ataque e a de resposta.
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Ismah Veterano |
# ago/15
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Eu concordo que soltaria mais as peles, principalmente a de resposta. Essa dá mais resposta nos graves. A de ataque, não altera tanto o som - já que o pedal abafa ela.
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El_Cabong Veterano |
# ago/15 · Editado por: El_Cabong
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Se caso, afrouxando as peles o som do bumbo ficar ruim (aquele som de pele solta demais), poderia-se trocar as peles por peles mais grossas, assim com o mesmo bumbo e a mesma tensão nos parafusos se consegue um timbre mais grave.
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