kiki Moderador |
# fev/09
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h.ismail de uma estudada no assunto. leia outros tópicos relacionados, como disse nosso amigo Bog
estude principalmente a diferença entre isolamento acustico e tratamento acustico. são duas coisas completamente diferentes, mas todo mundo confunde um dia.
resumindo: - tratamento é pro som ficar bom dentro do ambiente. pra voce ouvir melhor. é feito nas superficies do comodo (acabamentos das paredes, do chao e do teto) - isolamento é pra isolar o som de entrar ou de sair. é pra seu vizinho nao te ouvir, e pra voce nao ouvir os caminhões lá fora. é feito nas paredes, no chão e teto, e principalmente nos vãos (portas e janelas).
o isolamento depende da massa de que é feita as paredes (tijolo, concreto, etc.), quanto mais massa, mais isola. mas o principal é a vedação dos vãos. se voce já tem uma sala construida voce não vai mexer nas paredes agora. isso se faz durante a construção ou numa grande reforma. o que dá pra fazer de primeira é vedar as frestas das portas e janelas. coloque feltro, borracha ou algo que vede bem as juntas dos caixilhos, de modo que quando fechar nao passe ar. isso tambem vai te sufocar, por isso geralmente se usa ar condicionado.
enfim, é dificil dar boas sugestões sem saber como é o lugar. a acustica depende muito da visão da construção inteira, desde o comodo ate os vizinhos.
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gwallner Veterano |
# fev/09
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h.ismail
Não confunda isolamento com tratamento acústico:
Isolamento. Aqui, queremos evitar incomodar os vizinhos e evitar que os vizinhos nos incomodem. Quem puder, opta pelo quarto mais silencioso da casa. Ou por uma casa isolada do mundo. Não nos iludamos: espuma, isopor, caixa de ovo, lã de vidro, carpete ou cortiça não são exatamente isolantes acústicos. Uns ou outros podem ser úteis no revestimento, que veremos a seguir, mas o que isola mesmo um ambiente é a massa do material usado em torno dele. Pedra, alvenaria, madeira, sim, são bons isolantes, quando usados com a espessura necessária.
A pressão sonora de nossos estúdios não é a mesma de um estúdio tradicional que gravava big bands nos anos 40, com a orquestra atacando junto com o cantor, o coro, mais piano, guitarra, baixo e – ahá! – a bateria. Para um estúdio desses, só paredes com quase um metro de espessura. Uma parede fina, com toda essa pressão, se comporta como uma membrana, vibrando e fazendo vibrar o ar do lado de fora.
A idéia do estúdio flutuante (box in a box, ou uma caixa dentro da outra) se tornou a tendência predominante nos grandes estúdios: em vez de uma parede muito grossa, duas paredes com uma camada de ar entre elas. Quando a parede interna vibra com o som, o ar que está entre as paredes é elástico demais para transmitir as vibrações à segunda. A partir deste conceito, constroem-se um piso suspenso sobre um molejo, paredes duplas apoiadas sobre o piso suspenso e teto rebaixado apoiado nas paredes internas. De fato, uma caixa dentro da outra. O estúdio flutuante só tem contato com a sala onde foi construído pelos molejos ou pelo ar.
Fantástico, porém fora de cogitação para a grande maioria. O espaço de um quarto é muito pequeno para ser reduzido assim. Só que esta técnica pode ser adaptada, por exemplo, se construímos paredes de madeira. Podemos alternar camadas de madeira, ar e lã de vidro, que contribui na absorção do som. Engrossamos a parede sem reduzirmos muito a área do estúdio.
Um item fundamental é não deixar frestas. Onde passar o ar, passará o som. Preencha as frestas inevitáveis com silicone. Cuidado com os visores entre as salas, que podem causar vazamentos de som. Use vidros grossos e duplos, formando um ângulo de um para o outro e com ar entre eles.
Tratamento. Uma vez isolado o estúdio, queremos evitar reflexões excessivas. Se a sala reverbera muito, como vamos dosar a intensidade dos reverberadores numa mixagem? Por outro lado, não podemos abafar a sala ao ponto de não reconhecermos nossa própria voz. O som deve ser natural, ao mesmo tempo suficientemente vivo e sem excesso de reflexões.
Alternamos materiais absorventes e reflexivos numa proporção que garanta o sucesso de nossos objetivos. Das quatro paredes, mantemos uma reflexiva e revestimos as outras três com materiais absorventes. A parede reflexiva é sempre a frontal (junto aos monitores) ou a traseira. A outra e as laterais podem ser revestidas de lã de vidro coberta por carpete ou tecido. Em casos mais simples, pode ser só um carpete bem fofo, ou até espuma.
A lã de vidro deve ser aplicada com cuidado, pois causa forte coceira e pode cegar. Antes de fixar as placas de lã de vidro numa parede, monte um xadrez com ripas de madeira e aparafuse-o à parede. As placas da lã serão encaixadas entre as ripas para melhor fixação à parede. Depois de cobrir a parede com uma ou duas camadas de lã, cubra-a com tecido ou carpete.
Quanto ao teto e ao chão, um dos dois é reflexivo e o outro absorvente. Se usar carpete no chão, deixe o teto reflexivo (usando alvenaria, madeira, fórmica). Se o piso for de material reflexivo (duro), cubra o teto com um material absorvente.
Evite deixar ângulos retos nos cantos da sala, quebrando-os com madeira ou outro material. Ângulos e paredes paralelas causam diversas reflexões indesejáveis.
Ar condicionado. Nos estúdios maiores, com o rebaixamento do teto, construímos uma cabine isolada e instalamos nela um condicionador de ar central. Da cabine até o centro de cada sala, passamos um duto sobre o teto rebaixado. Esses dutos, que se abrem no centro de cada teto, realizam as trocas de ar e mantêm o isolamento acústico graças às curvas que descrevem no caminho até as salas. O som não se propaga pelas curvas dos dutos.
Os estúdios menores, mesmo sem rebaixar o teto, precisam de ar condicionado. A solução é escolher aparelhos silenciosos e, se preciso, desligá-los durante os momentos em que gravamos com microfones, religando-os em seguida. O problema é que o som do exterior vaza para a sala através do condicionador de ar. Podemos construir um caixote para cobrir o aparelho na hora de gravar.
Há muitas outras técnicas que merecem ser estudadas, para evitarmos diversos problemas com as reflexões do som. Mas essas que abordamos podem ajudar na criação de soluções pessoais que sirvam aos estúdios pequenos e médios.
Para quem vai partir pro quebra-quebra, nunca é demais insistir que uma obra desse vulto precisa da orientação de um especialista. Para evitar um possível grande prejuízo, invista na contratação do melhor profissional que encontrar. E que ele tenha como indicar operários experientes na construção de estúdios. Nos grandes centros, contamos com excelentes profissionais. Visite outros estúdios, sinta o som e peça indicações.
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